31 de mar. de 2006

NO BRASIL O CRIME COMPENSA

por Maria Lucia Victor Barbosa, socióloga

Depois de nove meses, a CPI dos Correios deu à luz um calhamaço de 1.839 páginas. No documento, que ainda provocará discussões, sofrerá revisões e corre o risco de ser substituído por outro elaborado pelo PT, está o pedido de indiciamento de 118 pessoas. O que mais impressiona, porém, é que diante de todos esses fatos estarrecedores, essa corrupção nunca vista, esse descalabro que sepultou quaisquer noções de valor, Luiz Inácio continua o grande protegido da República. Foi protegido pelas oposições, pelo demolidor Roberto Jefferson, pelo relatório da CPI dos Correios. Não é à-toa que nos filmes às vezes o bandido exclama: vou fugir para o Brasil. Claro, aqui o crime compensa...

Leia o texto completo no Diego Casagrande

Serra tinha de renunciar para combater lulismo

O filósofo José Arthur Giannotti avalia que, nas atuais circunstâncias políticas, o ex-prefeito José Serra não tinha outra opção a não ser renunciar para concorrer ao governo paulista e, assim, combater o que ele chama de lulismo. Giannotti, tradicionalmente alinhado a grupos políticos do PSDB paulista, afirma que a luta política é entre o centro e o lulismo. “Se o [ex-governador e pré-candidato tucano à Presidência Geraldo] Alckmin perder, e a Marta [Suplicy, do PT] ganhar no Estado, haverá a perpetuação do lulismo. Do ponto de vista político, foi uma decisão correta [a de Serra]”, afirma ele. O filósofo acrescenta que a opção de Serra é também arriscada, pois a sua sobrevivência política depende dessa eleição.


Do Blog: Alguma coisa lúcida vinda do filósofo.

ODISSÉIA NO ESPAÇO - por João Mellão Neto, no Estadão

O negócio mais lucrativo do mundo, se fosse possível, seria comprar petistas pelo tanto que valem e revendê-los por quanto eles julgam valer.
Um petista convicto não precisa de analista. Sua auto-estima, em qualquer circunstância, é inabalável. Remorsos e culpas não o atormentam. Consciência pesada é aflição de pequeno-burguês. Faça o que fizer, ele confia na justificação pela fé. Pois, segundo as Escrituras, aqueles que por ela vivem são os justos e nela se salvarão.
Não se trata, aqui, da fé no sentido pregado por São Paulo. Deus não entra no evangelho marxista. Trata-se de fé na revolução. No Armagedon que advirá quando o Bem, representado pela classe trabalhadora, terçará contra o Mal, encarnado pela burguesia capitalista. Há que se preparar para a luta. Tudo o que se fizer é válido no sentido de municiar os legionários da boa causa.
A falta de escrúpulos revelada no episódio da quebra do sigilo bancário do caseiro revoltou a Nação, mas, sintomaticamente, não é um caso isolado. Segundo notícias dos jornais, a Receita Federal, no atual governo dos justos, já bisbilhotou a movimentação financeira de pelo menos seis milhares de pessoas. Ora, o sigilo de dados, em especial os bancários, é inviolável e resguardado pela própria Constituição, no seu Título II, que dispõe sobre os Direitos e Garantias Fundamentais. Ele só pode ser quebrado por explícita autorização judicial. Caso contrário, é crime. E é exatamente disso que se trata aqui.
Os petistas são contumazes reincidentes em casos dessa natureza. Tempos atrás, enquanto se desenvolvia a CPI do Banestado - que apurava eventuais remessas ilegais de dinheiro para o exterior -, a imprensa denunciou que o relator da comissão, o já notório deputado José Mentor (PT-SP), repassava todos os dados secretos que obtinha diretamente a José Dirceu, então o todo-poderoso chefe da Casa Civil. Obviamente, Dirceu não guardava tais informações, movido pelo mesmo tipo de prazer que motiva colecionadores de selos ou de borboletas. Sua real intenção, pode-se presumir, era munir-se de instrumentos de chantagem para eventualmente intimidar todos os odiosos burgueses que se atrevessem a levantar a voz contra o autoproclamado governo do povo. A grita foi geral e o vazamento de informações foi estancado a tempo. No Congresso, à época, fazia sucesso o bem apropriado refrão "Stalin não morreu, encarnou no Zé Dirceu!"
A vocação totalitária do petismo se revelou em diversas outras ocasiões. A frustrada tentativa de criar o Conselho Federal de Jornalismo - que serviria, na prática, para amordaçar a imprensa - é um exemplo eloqüente desse vezo policialesco. Iniciativa análoga foi detectada a tempo no projeto governamental de controlar a produção audiovisual. Nada disso é estranhável num governo que, de forma preocupante, incensa Fidel Castro e Hugo Chávez como exemplos de grandes estadistas.
Reza o ditado que "esperteza, quando é muita, vira bicho e come o dono". Pois foi isso que ocorreu no episódio do Francenildo. Os comissários do povo, agora, se voltaram contra alguém do próprio povo. Uma pata de elefante foi usada para esmagar a cabeça de um simples caseiro. A reação popular era inevitável. Desta vez não mais cabia o argumento de que os governantes, coitados, estavam sendo vítimas de uma sórdida "conspiração das elites". Nesse caso, eram eles a elite e a vítima da sordidez conspiratória não passava de um pobre cidadão. Caiu a máscara do governo dos humildes. Não era indefeso; era, isso sim, indefensável.
Em que pese o seu bom desempenho à frente da economia, Palocci não merece as nossas lágrimas. Como no famoso romance, ele era, ao mesmo tempo, o médico e o monstro. Lá em Ribeirão Preto, sua casa, o aguardam nada menos que duas dezenas de processos criminais.
Enquanto isso, a Nação se distrai, orgulhosa e embevecida, com a aventura espacial do primeiro astronauta brasileiro. Com todo o respeito que merece o coronel Pontes, na verdade há muito pouco de que se ufanar. A nave é russa, a tecnologia, idem, e não cabe ao nosso compatriota, nessa missão, nenhuma atribuição relevante. Embora tenha os seus méritos, o tripulante tupiniquim só está viajando porque o governo brasileiro se dispôs a pagar - e caro - a passagem e a hospedagem. Há precedentes. Antes dele já embarcaram dois milionários norte-americanos, cuja única credencial era a de terem vaidade e dinheiro suficientes para bancar o traslado e a estada na estação espacial. O brasileiro, como eles, está viajando na condição de turista. Não há nada de épico em sua jornada. Nem ele é indispensável à equipe. Tanto que voltará à Terra apenas oito dias após ter partido. Não fosse pelo apelo simbólico - que é positivo para a nossa auto-estima -, poderíamos dizer que se trata apenas de mais uma patriotada, uma bela jogada de marketing, tão ao gosto da mentalidade petista.
O simpático Marcos Pontes carregará para sempre o honroso título de primeiro astronauta profissional do Brasil. Mas ele não é o primeiro nem o único brasileiro a perscrutar o cosmo. Gente como Genoino, Delúbio e Silvinho, por exemplo, já faz tempo que saiu de órbita. José Dirceu, qual um foguete, foi arremessado há quase um ano. Berzoini, por tudo o que diz, deixa claro que reside na Lua. Os argumentos de Aloizio, por sua vez, evidentemente não são deste mundo. Palocci e Mattoso, a esta altura, já estão cruzando a estratosfera.
Eu chego a desconfiar de que a missão do nosso astronauta não tenha objetivos apenas científicos. Trata-se, isso sim, de uma secreta expedição precursora. Urge preparar o terreno. Porque logo mais, em outubro, é o próprio Lula que vai para o espaço.

30 de mar. de 2006

UMA NAÇÃO DE CORRUPTOS?

por Demétrio Magnoli, na Folha de S. Paulo

Entrevistado no último "Manhattan Connection", FHC declarou-se preocupado com a aparente "anestesia" da sociedade diante da violação do sigilo bancário de Francenildo Costa. O que ocorreu não tem precedente desde a ditadura militar: um crime de Estado para romper ilegalmente o sigilo bancário de uma testemunha, com a finalidade de desmoralizá-la, seguido pela conversão da testemunha em investigado, a fim de coagi-la. Há fortes indícios de que Lula tenha acompanhado, desde o princípio, o complô criminoso. Isso tipifica, em estágio embrionário, um Estado policial.
O crime de Estado não é um raio no céu limpo. Na CPI dos Bingos, o senador Eduardo Suplicy (sim: o santo em pessoa!) liderou a carga de artilharia petista contra o delegado Benedito Valencise, que conduz o inquérito sobre a corrupção na gestão de Antonio Palocci em Ribeirão Preto, tentando desqualificá-lo por meio de referências a denúncias de torturas contra presos comuns. O nome disso é chantagem: a sugestão de trocar o próprio silêncio pelo silêncio do outro.
FHC tem razão. A recuperação de Lula nas pesquisas de intenção de voto anteriores ao "caso Francenildo" revelou que o governo e o PT venceram a batalha das narrativas, convencendo parte significativa da opinião pública de que todos são igualmente corruptos, um passo ousado na direção de redefinir o Brasil como uma nação corrupta. Mas a culpa pela "anestesia", de quem é? Dos cidadãos, eles mesmos?
Não existia "anestesia" nas semanas seguintes ao depoimento de Duda Mendonça na CPI dos Correios. Mas, naquela conjuntura, de repulsa e estupor, a oposição se recusou a pedir o impeachment de Lula, optando pela estratégia de sangrar o presidente até a hora do voto. A sociedade interpretou a opção como uma chicana entre corruptos, acatando a narrativa elaborada no Palácio do Planalto.
Indagado sobre o tema, FHC argumentou que a provável rejeição de um pedido de impeachment ofereceria um atestado de inocência ao presidente. O raciocínio descortina perigosa incompreensão da natureza do governo Lula.
O fundamento do poder de Lula é a desmoralização das instituições da República. A aquisição em massa de parlamentares por meios pecuniários destruiu a legitimidade do Congresso, propiciando a farra das absolvições de "mensaleiros" em plenário. A consagração da política de conveniência e a troca despudorada de favores contaminaram o STF e o STJ, convertendo seus presidentes, Nelson Jobim e Edson Vidigal, em serviçais togados do Executivo. A autonomia e o equilíbrio dos poderes não são compatíveis com o presidente que interpreta a nação e a si mesmo pelas metáforas patrimoniais da família e do pai.
Há seis meses, um pedido suprapartidário de impeachment liberaria o grito de indignação dos cidadãos. A sua eventual rejeição pelo Congresso não inocentaria o presidente, mas condenaria os parlamentares vendidos ao poder de turno. Nessa hipótese, a remoção da quadrilha que ocupa o Planalto se tornaria uma tarefa cívica nacional, a ser cumprida nas urnas. Algo equivalente à campanha das Diretas Já ou ao clamor pelo impeachment de Collor.
"Cada nação tem o governo que merece". A proposição, quase tão velha quanto a política, é uma homenagem que o senso comum presta aos poderosos.
O Brasil não merece o seu governo. Nem a sua oposição.

29 de mar. de 2006

Serra

Carlos Chagas em Tribuna da Imprensa online
Como ja disse, o mesmo pau que bate em Xico, bate em Francisco, o trio maravilha se livrando do Alckinácio que, como todos já percebemos está bem calado, acabou o gás depois do pedido da CPI em SP.


Mesmo que Lula seja reeeleito, a próxima pesquisa já vem com melhores números para Serra, extra-oficialmente, embora oficialmente o candidato seja Alckmim. Isso confirmará o que venho revelando.
Serra deixa a Prefeitura depois de amanhã, aparentemente para se candidatar a governador. Mas na verdade é uma jogada anti-Alckmim do "triunvirato". Se Alckmim não crescer, Serra passa a presidenciável do PSDB. E FHC faz o "sacrifício" de ser governador

28 de mar. de 2006

Oposições. Pífias, chulas, nulas... insignificantes, etc.

Após o anúncio da demissão/afastamento(ou acordão?) do Paloffi ontem, o que se ouviu das oposições em uníssono, foram elogios ao italiano de Ribeirão Preto.

Tasso Jereissati - Blá, blá, blá...

Outro - idem
Outro - idem

Ao que parece, pelo que foi dito pelos caciques das oposições(?), ficou tudo 'limpeza' para Paloffi.
Vão elevá-lo, ungi-lo a salvador da pátria, o grande homem do governo do CleptoStalinista Apedeuta.

Primeira Leitura - 28/03/2006


Similia similibus curantur
“Os semelhantes curam os semelhantes” é o lema da homeopatia. Terei enorme prazer intelectual em ver Lula perder as eleições — se ele perder, é claro. E meu prazer será ainda maior porque, se isso vier a acontecer, a mistificação operária terá sido derrotada por um imigrante nordestino e pobre, mas com outra moralidade. Lula nocauteado por um trabalhador é fim de novela mexicana, de dramalhão de quinta categoria, de novela ruim. Por Reinaldo Azevedo

Mais um “ato espontâneo”: a dança da leviandade
O presidente presta tributo ao ministro que abandonou na porta da delegacia por afrontaro Estado de Direito. Faz sentido? Faz. Por Liliana Pinheiro e Silvana Melati Cintra
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"O Estado de Direito tanto elege como depõe. Com igual legitimidade." - RA.

ESCÁRNIO - por Ralph J. Hofmann

Com autorização do autor, no Diego Casagrande

(Zombaria, mofa, desprezo - Grande Dicionário Larousse Cultural da Língua Portuguesa. “O Povo não tem pão. Pois que coma brioches” - Marie Antoinette – Rainha da França)

Madame Guadagnin, para uma deputada de partido de esquerda, parece estar muito à vontade no campo da Rainha da França, posteriormente decapitada por Mme. La Guillotine.

Fosse apenas a sua dança, sua “Guadagnera”, poderíamos até dizer que ela teria alguma amizade especial pelo absolvido da noite. Contudo, essa médica, essa mulher que um dia perante uma platéia repleta, em companhia de seus colegas, fez um Juramento Hipocrático, decididamente uma pessoa da elite brasileira, em termos de acesso à formação moral de um nível de consciência, transformou a política em algo semelhante à atividade de torcida de futebol. Nós contra eles. A um torcedor não interessa se houve mão ajeitando a bola para chutar a gol. Não interessam as entradas desleais. Não interessa se a vitória foi no tapetão. Interessa ganhar.

Soubemos na semana que passou que ela votou pela absolvição de todos quanto foram julgados. Que atrasou propositadamente todos os processos. Nunca avaliou o conteúdo das evidências apresentadas. Nunca admitiu avaliar a moralidade ou não de seus companheiros de partido.

Se uma médica, a princípio uma pessoa com uma porção de humanismo na sua formação é capaz de comportar-se assim quando atinge um alto posto nessa república, um posto que lhe permitiria zelar pela ética no seu partido consegue abandonar todo e qualquer sonho de serviço ao povo, o que podemos esperar da classe política como um todo? Madame Gudagnin pediu desculpas ao povo brasileiro pelo seu arroubo de emoção, tomou as dores do colega julgado. Hoje fica claro que jamais, enquanto o voto for secreto, qualquer culpado do PT e dos partidos de aluguel será cassado.

Madame Guadagnin se controlará em público da próxima vez. Dançará nalgum churrasco da Granja do Torto, ou em uma sala reservada de restaurante em companhia dos amigos, como se fossem vencedores do Oscar celebrando os louros merecidos.

O pior é que estamos vivendo um filme de baixa categoria sobre monstros e vampiros. E um dos vampiros é uma senhora de meia idade com ar angelical e sorriso de escárnio.

Para meu espanto noto que as pessoas estão com saudades dos militares. Toleravam bastante bem as piadas inócuas às suas custas, e seus líderes principais tinham dignidade. E mais do que isto, seu amor à pátria era indiscutível.

É uma vergonha! - por Boris Casoy, Folha de S. Paulo (28/03/06)

Jamais o Brasil assistiu a tamanho descalabro de um governo. Quem se der ao trabalho de esmiuçar a história do país certamente constatará que nada semelhante havia ocorrido até a gestão do atual ocupante do Palácio do Planalto. Há, desde o tempo do Brasil colônia, um sem número de episódios graves de corrupção e de incompetência. Mas o nível alcançado pelo governo Lula é insuperável.
Não se trata de um ou de alguns focos de corrupção. Vai muito além. Exibe notável desprezo pelas liberdades e pela democracia. Manipula a máquina administrativa a seu bel-prazer, de modo a colocar o Estado a favor de sua inesgotável sanha de poder. Um exemplo mais recente é a ação grotesca contra um simples caseiro, transformado em investigado por dizer a verdade depois de ser submetido a uma ação de provocar náuseas em qualquer stalinista.
Não se investiga o ministro Palocci, acusado de freqüentar um "bunker" destinado a operar negócios escusos em Brasília e de ter mentido a respeito ao Congresso. Tenta-se, a qualquer preço, desqualificar a testemunha para encobrir o óbvio. E o desespero da empreitada conduziu a uma canhestra operação que agora o governo pretende encobrir, inclusive intimidando o caseiro.
Do presidente da República, sob a escusa pueril de dever muito a Palocci (talvez pela conquista do troféu dos juros mais altos do mundo e pelo crescimento ridículo do PIB), só se ouve a defesa pífia dos que não conseguem dissimular a culpa. A única providência das autoridades federais foi um simulacro de investigação, com a cumplicidade da Caixa Econômica Federal.
Todos os limites foram ultrapassados; não há como o Congresso postergar um processo de impeachment contra Lula. Ou melhor, a favor do Brasil.
O argumento para não afastar Lula, de que sua gestão vive os últimos meses, é um auto-engano! A proximidade das eleições faz com que o governo use e abuse ainda mais do poder. Desde o início, este governo é envolvido na compra de consciências, na lubrificação da alma de órgãos de comunicação por meio de gigantescas verbas publicitárias e de perseguir os que lhe negam aplauso.
Outro argumento usado para não afastar Luiz Inácio Lula da Silva é a sua biografia, a saga do trabalhador, do sindicalista que chegou a presidente. Ora, aquele metalúrgico já não existe há muito tempo. Sua legenda enferrujou. Foi tragado por sua verdadeira figura, submetido a uma metamorfose às avessas.
As razões legais para o processo de impeachment gritam no artigo 85 da Constituição, que versa sobre os crimes de responsabilidade do presidente. Basta ler os seguintes motivos constantes da Carta Magna para que o Congresso promova o processo de impeachment de Lula: atentar contra o livre exercício do Poder Legislativo, contra o livre exercício dos direitos individuais ou contra a probidade da administração. Seguem alguns exemplos ilustrativos.
No "mensalão", fato que Lula tentou transformar em um pecadilho cultural da política brasileira, reside um grave atentado contra o livre funcionamento do Congresso Nacional. A compra de consciências não só interferiu na vida do Poder Legislativo como também demonstrou a disposição petista de romper a barreira entre a democracia e o autoritarismo, utilizando a máxima de que os fins justificam os meios.
Jamais as instituições bancárias estatais foram tão agredidas. O Banco do Brasil teve seu dinheiro colocado a serviço de interesse escusos; a Caixa Econômica Federal também, demonstrando que o sigilo bancário de seus depositantes foi posto à mercê da pilantragem política.
No escândalo dos Correios, mais que corrupção, foi posto a nu, além do assalto aos cofres públicos, um cuidadosamente urdido esquema de satrapias destinado a alimentar as necessidades pecuniárias de participantes da mesma viagem. Como costuma acontecer nesses casos, o escândalo veio à tona na divisão do botim.
Causa perplexidade, também, a maneira cínica com que o governo tenta se defender, usando todos os truques jurídicos para criar uma carapaça que evite investigações de suspeitas gravíssimas em torno do presidente do Sebrae, o generoso Paulo Okamotto, pródigo em cobrir gastos do amigo Lula -sem que ele saiba. Aliás, ele nunca sabe de nada...
Lula passará à história, além de tudo, como alguém que procurou amordaçar a imprensa com a tentativa da criação de um orwelliano "conselho" nacional de jornalismo e com uma legislação para o audiovisual, que tentou calar o Ministério Público pela Lei da Mordaça e que protagonizou uma pueril tentativa de expulsar do país um correspondente estrangeiro que lhe havia agredido a honra.
Neste momento grave, o Congresso Nacional não pode abdicar de suas responsabilidades, sob o perigo de passar à história como cúmplice do comprometimento irreversível do futuro do país. As determinantes legais invocadas para o processo de impeachment encontram, todas elas, respaldo nos fatos.
Mas, infelizmente, na Constituição brasileira falta uma razão que bem melhor poderia resumir o que estamos assistindo: Lula seria o primeiro presidente a sofrer impeachment não apenas pela prática de crimes de responsabilidade mas também pelo ímpar conjunto de sua obra.
Boris Casoy, 65, é jornalista. Foi editor-responsável da Folha de 1974 a 76 e de 1977 a 84. Na televisão, foi âncora do TJ Brasil (SBT) e do Jornal da Record (Rede Record).
Reproduzido do e-agora

O GÊNIO BURGUÊS - por Rodrigo Constantino

Em 1791, aos 35 anos apenas, morria um artista com talento suficiente para justificar o rótulo de “gênio”. A vida de Wolfgang Amadeus Mozart ilustra a situação de grupos burgueses numa economia dominada pela aristocracia de corte. Como diz Norbert Elias em sua biografia do músico, “Mozart lutou com uma coragem espantosa para se libertar dos aristocratas, seus patronos e senhores”. Um músico daquele tempo não tinha muita escolha, a não ser se submeter a um posto inferior nas cortes. Tal sina não conseguiria prender aquele que escreveu A Flauta Mágica.

Havia nitidamente um ressentimento por parte de Mozart com a sociedade de corte, fruto da humilhação imposta pela nobreza, que sempre o tratava como inferior. Por mais que freqüentasse os círculos aristocráticos, ele não cumpria seus rituais, tampouco bajulava os nobres. Seu pai, Leopold, era um serviçal do príncipe-arcebispo de Salzburgo, cargo obtido com muito esforço. Bom músico, mas não excepcional, sonhou através do filho um futuro mais promissor para a família. Deixou claro o objetivo principal do jovem artista, que era fazer dinheiro. Foi bastante exigente com Mozart, assim como controlador. Aos 3 anos, Mozart já aprendia a tocar, e com 5 estava compondo. O talento era impressionante, e aos 6 anos, o menino já fazia sucesso até mesmo com reis e rainhas. Para as ambições pessoais do criador de Don Giovanni, isso não era suficiente.

A decisão de Mozart de largar o emprego estável porém degradante, aos seus olhos, em Salzburgo, significava o abandono de um patrono, tendo que ganhar a vida como um “artista autônomo”, vendendo sua obra no mercado livre. Era algo bastante ousado e inusitado na época, cuja estrutura social ainda não oferecia lugar para músicos ilustres e independentes. O risco assumido por Mozart era extraordinário. Ele antecipou as atitudes de um tipo posterior de artista, com confiança acima de tudo na inspiração individual.

Tal rompimento com a corte não poderia deixar de causar profundo impacto no jovem artista, com 25 anos então. E este impacto seria claramente sentido em suas obras também, como é de se esperar. Sua capacidade de transformar fantasias e emoções em obras materiais era ímpar, exigindo profundo conhecimento técnico ao mesmo tempo que uma criatividade peculiar, combinação bastante rara. E após o arriscado passo de independência, essa genialidade floresceu com mais força ainda.

O gosto nas artes era ditado pelo consenso dos poderosos, e a música não existia primariamente para expressar ou evocar sentimentos das pessoas individualmente. A sua função precípua era agradar aos senhores da classe dominante. Tais amarras cortavam as asas do sonhador Mozart, cuja personalidade era fortemente marcada por sentimentos agressivos em relação aos aristocratas. O tratamento recebido do arcebispo de Salzburgo, que o encarava como um serviçal qualquer, era mortal para o espírito criador de Mozart. Ciente de seu próprio valor, passou a ser insuportável para Mozart permanecer em Salzburgo. Ele chegou a escrever para seu pai: “Não é Salzburgo, mas o príncipe e sua presunçosa nobreza que a cada dia se tornam mais intoleráveis para mim”.

Foi assim que o “gênio burguês” desafiou a música artesanal da corte e toda a concepção da profissão de músico daquele tempo. Um individualista contra uma prisão aristocrática. Um homem à frente do seu tempo, com um forte anseio por liberdade. E com as mudanças radicais que tal tipo de mentalidade iria produzir na frente, a nobreza ociosa seria profundamente ameaçada pelos conceitos de trabalho e individualismo da burguesia. Com o advento do capitalismo, essa aristocracia daria praticamente seu suspiro final. E atualmente, qualquer um pode se dar ao luxo de comprar, por cerca de dez reais, um CD de Mozart, tendo acesso às sinfonias e óperas deste grande compositor. É a massificação daquilo que antes era uma regalia de poucos nobres, que ainda por cima dominavam as formas de composição dos artistas.

Agora, é evidente que com a maior liberdade vem a maior diversidade, assim como a massificação não garante a qualidade das obras. Tem para todos os gostos! Portanto, assim como qualquer indivíduo hoje, por mais humilde que seja, pode se dar ao luxo de escutar uma bela sinfonia de Mozart, graças ao progresso capitalista, esse mesmo sujeito pode preferir escutar a Tati Quebra-Barraco. Mas quem sou eu para querer impor minhas preferências particulares?! Afinal, gosto não se discute. Apenas se lamenta...

http://rodrigoconstantino.blogspot.com - com autorização do autor

Pérola petista

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Henrique Fontana (RS), afirmou nesta terça-feira que o partido está preparado para enfrentar “uma guerra política de grandes proporções” com a oposição. A declaração foi dada logo após reunião da bancada petista na Casa. “Estamos preparados para qualquer ataque possível da oposição, que é desqualificada e irresponsável.
Henrique, a oposição brasileira, é omissa. Só foi irresponsável quando não pediu o impeachment de LuLLa, lembra Henrique, naquele dia que o Duda Briga de Galo contou ao Brasil todo que tinha recebido dinheiro sujo para fazer capanha do PT, você se esqueceu disso? A oposição foi omissa quando tratava o Palocci a pão de ló na CPI e no Congresso, permitindo que ele mentisse e negasse tudo o tempo todo.
Agora, oposição irresponsável e desqualificada Henrique, foi a sempre a oposição petista que conseguiu através das badernas, greves, queima de carros nas fábricas, sempre liderada pelo chefe do mensalão que ocupa hoje a cadeira de presidente do Brasil, atrasar o Brasil por muitos anos. Foram anos de ações irresponsáveis e covardes, que prejudicaram o Brasil em um todo. Palocci caiu e já foi tarde, agora esperamos que caiam, o LuLLa, o LuLLinha, o Okamoto, o Márcio Bastos, o Jobim, o presidente do STJ, todos que estão ajudando o bando dos PeTralhas. E o Brasil irá agradecer e muito.

26 de mar. de 2006

Nildo

O Brasil estava em um estado de letargia, falta de esperança, angústia. De repente aparece um homem simples, nordestino corajoso que enfrenta o poderoso Palocci, que não poderia ter sua vida privada denunciada em cadeia de rádio e televisão, nem investigada pela CPI. Esse homem foi chamado pelo presidente e ex operário, que na verdade nunca trabalhou, de "simples caseiro", como se trabalhar como caseiro fosse uma coisa que rebaixasse o Nildo. A partir da primeira entrevista, começa a surgir uma bola de neve que vai se transformando em avalanche. O mais interessante disso tudo é que o homem que não pode ter sua vida privada comentada pelo povo, ia a uma casa de prostituição e de negócios sujos. E a vida de Nildo, se transforma da vida de um "simples caseiro" à vida de alguém que poderá estar ajudando a limpar o Brasil
da quadrilha do PT que assaltou o país em 2002. Talvez se nao fosse o Nildo ficariam ate 2020, no mínimo. Obrigada Nildo, sua ajuda foi essencial para acordar o Brasil. Ficamos todos indignados com o que fizeram com a sua vida, mas sua coragem vai nos dar ânimo para enfrentar esse governo e tirá-lo de Brasília. E PT, NUNCA MAIS!! Que essa experiência petista não seja jamais esquecida por nenhum de nós.

DUELO DESIGUAL - Revista Veja

"Quebrar o sigilo bancário de um inocente para amedrontá-lo e impedir que continue acusando um potentado é mais grave constitucionalmente do que cada uma das ações miúdas reunidas sob o rótulo de "mensalão". Este foi orquestrado em cima, mas executado por asseclas secundários em operações de ilegalidade presumida porém não flagrante. Ou pelo menos não flagradas em pleno vôo. O sigilo do caseiro foi quebrado por um braço do Estado que se colocou a serviço dos interesses de um grupo político. Essa ação desperta os mais sombrios presságios sobre os atos autoritários que ainda podem vir por aí. "Quem faz isso faz qualquer coisa", diz Paulo Brossard, de 81 anos, ex-ministro da Justiça e membro da galeria dos grandes juristas do país. "A violação do sigilo tem caráter absolutamente ilícito, irregular e intolerável. É uma afronta ainda mais grave à lei porque parece envolver autoridades que deveriam conhecer minimamente seus deveres cívicos e públicos."

Caso Francenildo corrói a imagem do governo, diz pesquisa

Pesquisa por telefone encomendada pelo Planalto indica ser devastador para a imagem do governo — com o comprometimento da figura do próprio Luiz Inácio Lula da Silva — o episódio da invasão do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Há respostas suficientes para inferir que o caso pode comprometer a imagem pessoal do presidente mais do que o escândalo do mensalão. Márcio Thomaz Bastos, que não dorme no ponto, tem defendido internamente que todos os envolvidos, a começar do ministro Antonio Palocci (Fazenda), sua assessoria e a cúpula da Caixa Econômica Federal, são carne queimada. Tem de cair todo mundo e tocar o barco para a frente. Antes, era verossímil, embora falsa, a patacoada de que o governo Lula brigava com as elites que queriam derrubá-lo. Nildo é um imigrante, nordestino, pobre e nada burro. Vale dizer: Nildo é Lula (sem querer agastar o rapaz) autêntico, não aquele de fachada que chegou à Presidência. Por enquanto, o Apedeuta namora a idéia de entregar a cúpula da CEF para ver se aplaca os ânimos. — Reinaldo Azevedo

Sumiu a cobrança

Com a escolha do governador Geraldo Alckmin para candidato à presidência, desapareceram no PSDB as cobranças referentes à necessidade de José Serra cumprir promessa anterior, de permanecer na Prefeitura de São Paulo até o fim do mandato.

Calaram-se principalmente os "geraldinos" que viviam mandando faturas para Serra. Agora, querem que o prefeito se desincompatibilize até o dia 31, para concorrer ao governo de São Paulo. Seria um imenso reforço às pretensões do atual governador. Uma dobradinha para ninguém botar defeito. Quanto à coerência, foi para o espaço.

Tudo indica que Serra não cumprirá mesmo a promessa. Deverá deixar a prefeitura para iniciar a campanha pelo Palácio dos Bandeirantes. Disporá de um argumento meio capenga, mas capaz de ser aceito: como governador, terá condições de fazer muito mais pela cidade de São Paulo do que como prefeito.
O diabo é se alguém perguntar se, como presidente, não poderia fazer mais ainda...

por Carlos Chagas, no Tribuna da Imprensa
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---Do Blog:
Acidentes aéreos e outros(?) podem acontecer. Até mesmo uma candidatura pode não decolar. Ademais, Serra fica à disposição, legalmente falando, para postular qualquer cargo executivo, seja o Estadual ou o Federal. Ainda tenho esperanças na hipótese Presidencial.
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Sobre promessas, Reinaldo Azevedo escreveu Papelucho, meios, fins e leituras tortas .

República de "pelegos"

Francisco C. Weffort, O Globo (26/03/06) - do e-agora

No momento em que Lula busca um novo período para seu governo, fica a impressão de que o ex-sindicalista, mais do que a integração da classe operária à democracia, dedicou-se a construir um governo de "pelegos". Tradição do sindicalismo brasileiro, os "pelegos" eram criticados, há algum tempo, porque cumpriam a função de amaciar o cavalo para maior comodidade do cavaleiro.
Líder de um sindicalismo então combativo, Lula usou a palavra contra seus adversários, como antes dele muitos na esquerda. Em filme-documentário recente, chamou de "pelegão" até Lech Walesa, importante líder sindical polonês que se elegeu presidente da Republica e fracassou no governo.
Típico do "pelego" é viver de dinheiro público, fazer demagogia social e cuidar dos próprios interesses pessoais e corporativos, mesmo a despeito da lei. Dentre os muitos exemplos, o mais recente é a devassa do sigilo bancário do caseiro Francenildo, por ordem de um gerente da Caixa Econômica Federal. Como sabemos que o governo vem tomando como prática usual o loteamento político de cargos, é bem provável que esse gerente da CEF seja um "pelego" a serviço de algum outro.
Vale lembrar, a propósito, a confissão pública do Lula que, desrespeitando a lei, mandou se calar um "alto companheiro" que sabia de irregularidades na instituição em que trabalhava. No caso de Francenildo o procedimento foi inverso. Nada de irregular foi encontrado na conta do caseiro. Mas foi igual o desrespeito à lei pelos "pelegos" da CEF. O "pelego" faz o que o cavaleiro manda, em especial quando este é um "companheiro" de alta hierarquia.
A partir do "núcleo duro" do governo, criou-se um estilo que contamina muita gente na administração federal. Atento ao marketing e às pesquisas eleitorais, Lula joga para a arquibancada, promete investigação, punições etc., assim transmitindo a imagem de que não tem nada a ver com isso.
Os ministros, por seu lado, tratam de amaciar as coisas, deslocar o foco, dilatar prazos etc. Foi na preocupação de deslocar o foco que o ministro do Trabalho, um ex-sindicalista, usou palavras de desprezo a propósito do caseiro, segundo ele, manipulado pela oposição. Quanto ao ministro da Justiça, seu papel é o de amaciar, buscar atenuantes. Conhecido criminalista, reconheceu que o assunto "é grave e será apurado", mas, logo a seguir, disse que isso é prática usual, tratando o crime como se fosse um "vazamento". Não tem algo de semelhante sua intervenção nas patranhas do "mensalão" do Delúbio e do Marcos Valério? Quanto ao presidente da CEF, que dirige um banco altamente informatizado, ninguém acreditou quando ele disse à imprensa que precisava de "quinze dias" para descobrir quem cometeu o crime contra os direitos de Francenildo. E, agora, o COAF se dedica a investigar a vida financeira do caseiro. A propósito, que dizer do delegado da Polícia Federal que, ao ser indagado pela imprensa por que ainda não abrira inquérito depois de vários dias do crime, teve o desplante de responder: "Como demorando? Você está no Brasil, pelo amor de Deus!" Como a COAF, a PF se dedica agora a investigar Francenildo, na evidente tentativa de intimidação do governo contra cidadãos, especialmente os mais pobres, que se disponham a acusá-lo.
O cidadão que acompanha a avalancha dos fatos e a degenerescência de conceitos, instituições e personalidades não consegue entender por que a oposição, supostamente tão poderosa, é incapaz de abrir, na forma da lei, o sigilo bancário do ex-sindicalista, hoje empresário, Paulo Okamoto, que pagou contas do Lula não se sabe com dinheiro de quem. Ou do biólogo Fabio Lula da Silva, filho do presidente e hoje também empresário, favorecido por um milionário contrato com a Telemar, empresa da qual participam fundos de pensão, nos quais outros "pelegos" têm considerável influência.
É claro, o cidadão sabe que o STF, atendendo ao PT, impediu a continuação da presença de Francenildo na CPI. E, depois da inacreditável greve dos desembargadores de Minas Gerais, tem também a impressão de que o estilo pelego chegou ao sistema judiciário.
Meio século atrás um dos grandes temores da direita era de que o Brasil viesse a ser uma "república sindicalista". Chegamos a ela, mas a direita não tem nada a temer. O que temos aí é apenas um governo de "pelegos". E os "pelegos", como é da sua natureza e dos seus privilégios, prejudicarão o povo, jamais os grandes interesses que a direita e eles próprios defendem. Se algum dia vier a se interessar pelo Brasil, que dirá Lech Walesa de Lula, se não que também é um "pelegão" e que também fracassou no governo?

FRANCISCO C. WEFFORT foi um dos fundadores do PT. É decano do Instituto de Estudos de Políticas Econômicas e Sociais e professor visitante de História Comparada do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A direita não tem nada a temer. O que temos aí é apenas um governo de pelegos

De Lima Duarte (ator), na Folha de São Paulo


ÓDIO A LULA
Odeio Lula porque faz uma glamourização da ignorância, contra o que tenho lutado a vida toda. Também sou "analfa", fui criado como ele na roça, mas, puxa vida, descobri o encanto por trás da palavra escrita, a magia. Num país carente de conhecimento, ele não pode ter esse procedimento. É um imbecil, um idiota, um ignorante. Quando ia ao cinema, ia com o cachorrinho no colo. Para quê?

PALOMA DUARTE
Sabe-se agora que quem tinha razão era a Regina Duarte [quando foi à TV em 2002 dizer que tinha "medo" de Lula]. A Paloma falou besteira, né? [Paloma Duarte, neta de Lima, criticou na TV o "medo" da colega] Discordei dela por brigar com a colega por causa desses merdas aí. Falei: "O que é isso, Paloma? Pára com isso. Como é que você vai à TV falar da outra? Eles vão ganhar, vão ser isso e aquilo, e você vai ficar mal com ela, que é atriz como você". Paloma é boa atriz, mas é muito arrebatada. Coitada, ela acreditava mesmo.

Ana Maria Pacheco Lopes de Almeida - e-agora

Quem defende os direitos de Francenildo?

O Correio Braziliense deste domingo traz uma entrevista com o Roberto Romano, professor de Ética e Filosofia Política da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Romano é também colunista da revista Primeira Leitura e foi capa da edição de fevereiro. Leia abaixo trechos do que ele diz ao Correio. Por que os parlamentares insistem tanto em contrariar — e até mesmo enfrentar — a opinião pública? –
“Porque foram acostumados a considerar a imprensa apenas enquanto meio de propaganda. Eles aprenderam que a comunicação possui sentido único: deles para os eleitores, sendo a midia só um instrumento ao serviço dos seus interesses. Como poucos deles possuem talento de comunicador, julgam que as críticas ou mesmo as notícias servem apenas para prejudicá-los. E imaginam que os veículos da imprensa que informam o cidadão os boicotam, perseguem etc. Isto, de um lado. De outro, sua formação política e humanística precária não integrou conhecimento histórico sobre a origem e a essência da democracia. Some-se a esse lapso em sua formação o fato de terem sido educados num país que sofreu sob duas longas ditaduras em menos de um século, a de Vargas e a militar. E acrescente-se o controle oligárquico do eleitorado, o qual permite aos políticos submissos à oligarquia certa independência diante da mídia, por motivos óbvios. Temos a receita dos parlamentares que votam em causa própria e "absolvem" seus pares, mesmo que estes últimos tenham contra si evidências de que romperam com a lei. O voto secreto — que só é admissível em grave crise ou guerra civil, ou em questões de segurança nacional — é um ingrediente na receita dos representantes que não`representam´ seus eleitores, mas apenas os seus interesses pessoais ou de grupo: eles sabem que é difícil para a imprensa atingir o seu voto real. Jogam com a ignorância do eleitor. E todos esses pontos levam os mesmos parlamentares ao ódio à opinião pública e à mídia. Eles fogem dos jornalistas como o morcego evita a luz solar. A transparência democrática é algo que fere a sua sobrevivência política.”
Mas a crise não se restringe ao Legislativo. No caso do ministro Antonio Palocci, há uma série de fatos nebulosos que descambou para um fato extremamente grave, que foi a quebra de sigilo do caseiro Francenildo…
"Platão diz, nas “Leis”, que nenhum Estado subsiste se nele as dores e alegrias dos indivíduos não forem as dores e alegrias do coletivo, e vice versa. Queria ele indicar que um Estado onde os indivíduos não são respeitados e não respeitam está à beira da ruína. O Brasil encontra-se naquela situação a partir da quebra do sigilo bancário do caseiro. Todos os brasileiros e, além deles, os investidores estrangeiros, passam a saber que o governo atual abrirá suas contas, desde que discordem das autoridades ou tenham a ousadia de testemunhar sobre sua falta de compromisso com a verdade. O episódio é particularmente grave porque o Estado moderno possui três monopólios que só podem ser mobilizados em defesa de todos e de cada um dos cidadãos: o da força física, da norma jurídica, da licença para extrair impostos. Os três foram usados pelo governo não para proteger uma pessoa sob sua guarda, mas, com silêncio dos outros Poderes (salvo a oposição parlamentar), para intimidar um cidadão que não tem a força, a norma jurídica, os impostos de seu lado. E isto no mesmo instante em que milhões foram usados ilegalmente para garantir o poder do partido dominante. Certa feita, um moleiro entrou em querela jurídica contra o poderoso rei da Prússia. O tribunal deu-lhe ganho de causa contra o soberano. 'Ainda existem juízes em Berlim', teria dito o moleiro. Quem defende os direitos de Francenildo? Existem juízes em Brasília ? Se a resposta for positiva, está com eles a palavra.”

Maior desejo de Francenildo é “ir para bem longe do Brasil”

Por Rubens Valente, na Folha de S.Paulo deste domingo: “A sucessão de eventos que atingiram Francenildo dos Santos Costa, 24, após o depoimento prestado à CPI dos Bingos (a decisão da Justiça impedindo que falasse, a violação da sua conta bancária e um pedido do governo para investigá-lo por "lavagem de dinheiro") abalou sua confiança no país. Seu maior desejo hoje? "Ir para bem longe do Brasil." (...) Na noite do dia 17, quando foi revelada a violação de seu sigilo bancário, desabafou à Folha: "Minha avó está passando mal. Se alguma coisa acontecer com ela, eu me suicido". Ela tem 67 anos e teria desmaiado ao ver na TV o neto sendo "desmentido". Uma semana depois, Francenildo descobriria ser alvo de um inquérito policial. Chorou com um amigo e disse que pretendia voltar para o Piauí, sua terra natal, que deixou aos 16 anos de idade, com R$ 30,00 no bolso e a mãe ao lado. "Queria chorar um dia e uma noite seguidos", disse logo após deixar o prédio da Procuradoria Geral da República, onde fizera a enésima narrativa de tudo o que disse ter visto na casa do Lago Sul

Do Blog:
No que tange a se mandar deste país de merda, Francenildo não está só. A Constituição dos USA assegura os previstos e devidos Direitos aos ILEGAIS em território americano.
Ademais, se cidadão americano, estaria com uns 100 agentes do FBI e do Fisco Americano zelando por suas informações e integridade física. Aqui, neste paisinho de merda, passou de vítima a acusado, pelo Estado Policial do Clepto-Stalinismo instalado no poder.

25 de mar. de 2006

O sujo e o mal lavado

"Documentos obtidos pelo jornal “Folha de S. Paulo” mostram que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) interferiu para beneficiar aliados com anúncios ou patrocínios. Os recursos sairiam da Nossa Caixa e favoreciam jornais, revistas, programas de rádio e televisão indicados por deputados."
A princípio pensávamos que LuLLa e Alckinácio eram parecidos somente na arrogância, no modo que sem se preocupar com o Brasil atropelavam pessoas, instituições, intenções de votos dos eleitores dos quais 40% não significaram nada para o senhor Alckimin, que querendo ser candidato não se importou com isso. Agora descobrimos que têm outra coisa em comum, gostam de beneficiar os amigos mais chegados, se sairmos do PT de LuLLa e cairmos nas mãos de Alckinácio não iremos sentir muito a diferença, são farinha do mesmo saco.

TROGLODITAS, COM ORGULHO

por Paulo Leite, de Washington, DC - no Diego Casagrande

Em todo o mundo, se há algo de que os esquerdistas se orgulham, é sua capacidade para as artes. Segundo a turma festiva, conservadores não são bons artistas porque carecem de condições essenciais para tal, como sensibilidade, compaixão e discernimento.

Quer dizer, conservadores são primitivos, brutos, trogloditas. Não faz muito tempo, o esquerdíssimo senador Ted Kennedy chamou os juízes indicados por George W. Bush para a Corte Suprema de "neandertais".

Comparações entre conservadores e os homens das cavernas são lugar-comum nos blogs da esquerda, onde elogios aos conservadores são mais raros que desodorante nos acampamentos do Fórum Social. A julgar pelos comentários nesses blogs, conservadores não têm senso de humor.

Só pra contrariar essa gente, o editor-executivo da revista conservadora The American Spectator, Quin Hillyer, publicou outro dia uma análise "científica" dessas comparações entre conservadores e homens das cavernas. Divertidíssima.

Para Hillyer, a comparação é elogiosa. Ele explica:"Consideremos que antes de atingir o exaltado estado de homens das cavernas, os pré-hominídios presumivelmente vagavam pelas florestas ou savanas, comendo o que encontravam à mão. Foram os homens das cavernas que trouxeram um grau de especialização a suas comunidades – foram os homens das cavernas que aprenderam a usar o fogo, a criar ferramentas, fazer cestos e até mesmo arte. Todas essas criações eram decididamente modernas".

Quin Hillyer pondera que os homens das cavernas desenvolveram a economia capitalista moderna. Eles, afinal, demarcavam território, realizavam trocas, desenvolviam habilidades individuais, e assim por diante. O que pode existir de mais moderno que trocar bens de um tipo por bens de outro? Hillyer nota, ainda, que esses bens não eram exclusivamente produtos palpáveis, mas bens intelectuais também, já que os contadores de histórias e os artistas das cavernas eram certamente pessoas de respeito na comunidade.

Depois de lembrar que ainda existem outros hominídios por aí, Quin lembra de outra diferença fundamental entre os homens das cavernas e seus primos distantes: os homens das cavernas inventaram a pedra fundamental da civilização, o relacionamento monogâmico. Todos os estudos realizados com macacos de todos os tipos mostram que os símios são, em sua maioria, "extravagantemente promíscuos".

Os esquerdistas gostam de equiparar liberação sexual com progresso, diz Hillyer, mas curiosamente "nenhum símio avançou o suficiente para escrever o Kama Sutra, muito menos os trabalhos de Shakespeare".

Quin Hillyer cita outro autor conservador, William Tucker, que escreveu:"Uma vez que foi estabelecida, a monogamia se mostrou muito vantajosa. Nossos ancestrais eram menores, mais fracos e mais lentos que qualquer das espécies com as quais conviviam. Sua única vantagem era a habilidade de trabalhar em conjunto. Graças ao contrato social da monogamia, os homens das cavernas puderam não apenas sobreviver como migrar para quase todos os cantos da terra e quase todas as condições climáticas. Um resultado fenomenal para um ajuste social tão pequeno."

Hoje em dia, nota Hillyer, "são os conservadores que defendem os ideais da monogamia. A esquerda festiva é que promoveu o amor livre e todo tipo de esbórnias que culminaram com as atividades de Bill Clinton nos hotéis do Arkansas e no Salão Oval da Casa Branca, e de Ted Kennedy em todos os tipos de esconderijos".

Quin não resiste notar que gorillas e chimpanzés são quase inteiramente vegetarianos, outro fetiche da esquerda. Quando macacos caçam e comem carne, no entanto, os estudos mostram que o responsável pela caçada controla o banquete, enquanto os outros chimpanzés imploram por um naco. "Será essa a origem do estado de bem-estar social?", indaga.

A conclusão pode ser uma só, conclui o artigo de Hillyer: "os conservadores devem sentir orgulho de serem homens das cavernas. A alternativa é ser esquerdista, e eles não passam de macacos."

"Capitão Diego" - Veja

Num texto intitulado “Marcelo Netto, Marcelo Netto”, escreve o colunista Diogo Mainardi: “Os jornais passaram a semana inteira tentando descobrir quem violou o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Está certo. Precisamos de uma resposta urgente. Os mandantes do crime – todos eles – devem ser exemplarmente punidos. Com demissão. Com cadeia. Com tomatadas e ovadas no cocuruto. É uma questão fundamental para o país. Pena que eu não seja a pessoa mais indicada para tratar de questões fundamentais. Pelo contrário. Meu negócio são as questões menores. E, no caso, há uma questão menor que, por dias e dias, os jornais preferiram escamotear: o nome de quem passou à imprensa o extrato bancário do caseiro.

24 de mar. de 2006

Inversão de valores

Convivemos hoje no Brasil com uma inversão de valores sem tamanho, o país passa por uma fase muito difícil, confusa, onde os valores estão completamente invertidos. Bandidos de terno e gravata protegidos por leis velhas, arcaicas, proliferam em Brasília. Bairro residencial onde moram pessoas respestáveis passam a ser notícia de primeira página de jornal, não por coluna social, mas coluna policial. Casa onde políticos corruptos faziam festinhas animadas regadas a muita bebida, viagra, camisinhas e frequentadas por prostitutas de luxo. A chefe das meninas, porque leva prostitutas para políticos de alto escalão do governo passa a ser chamada de "promotora de eventos", traduzindo para o português claro, uma cafetina como qualquer uma que arruma prostitutas para homens, ricos ou pobres. Nessa casa da República de Ribeirão Preto as festas animadas, eram frequentadas por políticos, muitos dos quais hoje vão caindo aos poucos como frutas podres que vão rolando para o chão.

O FIM DA VERGONHA

por Alceu Garcia, publicado no Diego Casagrande

Estou convencido de que o Estado é essencialmente uma quadrilha de bandidos. É uma conclusão analiticamente demonstrável. É um fato empiricamente comprovável. É assim em toda parte. Foi assim em todas as épocas. Nenhuma vilania estatal, portanto, deveria surpreender-me. Mas eu confesso: estou espantado com a situação atual do país. Nunca se viu tanta bandalheira, tanta desfaçatez.

Segundo um artigo recente do antropólogo Roberto DaMatta, o que está acontecendo relaciona-se com o declínio da culpa e a vergonha. A culpa, neste contexto, é a consciência de uma conduta imoral ou ilegal, a admissão de alguém para si mesmo que fez algo reprovável. A vergonha é o sentimento de desonra perante a comunidade por ter sido apanhado fazendo algo de errado. São dois poderosos fatores de inibição da prática de condutas anti-sociais. A vida em comunidade é impossível sem a culpa e a vergonha.

De modo geral, tendo em vista o crescente relativismo moral reinante, a culpa há tempos deixou de ser obstáculo à perpetração de ignomínias. O sentimento que ainda mantinha funcionando a sociedade era a vergonha. Todos têm os seus “esquemas”, mas ninguém queria ser flagrado e passar o vexame de ser censurado moralmente diante do público, mesmo que não sofresse punições concretas. O PT mudou isso simplesmente abolindo a vergonha.

A culpa sempre foi um sentimento estranho aos petistas. Mentir, trair, roubar e matar em nome da “causa” são atos normais, e até meritórios, no universo mental formado no marxismo. Para um petista, não existe uma ordem moral objetiva. Logo, também não existem atos imorais. Como não são atormentados pela culpa, eles nunca tiveram vergonha de fazer o que quer que fosse em nome da causa, ou seja, da tomada do poder político.

Uma vez eleito Lula, a supressão da vergonha, já uma realidade difusa em função da hegemonia intelectual do petismo, oficializou-se e difundiu-se rapidamente em todo o organismo estatal. De agora em diante, a mera aparência de honestidade e decência é desnecessária, uma relíquia histórica. Se o presidente da república não tem vergonha de ser apanhado comprando deputados, favorecendo parentes, fazendo caixa 2, humilhando um humilde caseiro e absolutamente nada lhe acontece – ao contrário, sua popularidade se mantém alta -, o que se pode esperar dos demais agentes estatais? Os parlamentares do Congresso Nacional perderam a vergonha de alugar seus votos no atacado e no varejo. Magistrados dos mais altos tribunais perderam a vergonha de proferir decisões claramente encomendadas pelo PT. O eleitorado de todas as classes sociais perdeu a vergonha de apoiar um presidente incapaz e corrupto em troca das migalhas do bolsa-família, do dólar barato do “bolsa-miami”, dos juros altos para os banqueiros etc.

A extinção da vergonha é uma estratégia de conquista do poder, pois ao mesmo tempo em que iguala todas as facções políticas, beneficia o grupo mais aguerrido e amoral, isto é, o PT. Trata-se de nada menos do que uma revolução que será ratificada em outubro, com a reeleição do presidente. O país jamais será o mesmo.

Vem aí a operação Caça-Alckmin

Este site defendeu o nome de José Serra como candidato do PSDB. O escolhido foi Geraldo Alckmin. É ele agora o bastante procurador do Estado de Direito contra o Estado policial. A rebelião nos presídios é a primeira peça de um esforço para desconstruir a sua imagem. Vem mais. E, antes que venha, que fique aqui o lema: “Contra a ditadura, Alckmin”. E o apoio é dado de graça. Se fosse para cobrar, o outro lado certamente pagaria mais. Por Reinaldo Azevedo

Leiam o texto completo no Primeira Leitura

23 de mar. de 2006

Resposta às seitas do petismo, do direitismo idiotizante, do liberalismo de fancaria, etc.

"É isto ai. O PT instaura um Estado policial comandado por um analfabeto e recebe apoio de literatos e semi-literatos que insinuam coisas inconfessáveis, porque elas os conduziriam aos infernos da opinião pública. Eles mentem, portanto, quando justificam a canalhice imperante. São intelectuais de fancaria, nada mais. O interessante é que seus irmãos gêmeos da direita agem exatamente como eles. Ambas as seitas se merecem. Que as duas sigam para o inferno."

Texto assinado pelo Professor Roberto Romano - íntegra no Blog

Homenagens ao PSDB, "XUXÚ", Apedeuta e outros

DEPOIS DA ESCOLHA POR ALCKMIN, PSDB - PARTIDO DOS SEM-DECISÃO DO BRASIL - DEVE SER EXTINTO

CENÁRIO PARA OS PRÓXIMOS MESES: OPTEI X OPUS DEI

CHUCHU EN-LAI É UM ALCKMIN MAOÍSTA

COMO PESSOA ALCKMIN É O MAIOR CAROLA, JÁ COMO POLÍTICO NÃO É LÁ MUITO CRISTÃO

GERALDO É ANESTESISTA. PERFEITO PARA QUEM JÁ ESTÁ MESMO DEITADO ETERNAMENTE EM BERÇO ESPLÊNDIDO

SE CONTINUAR DIZENDO QUE IGNORA TUDO, LULA VAI ENTRAR PARA HISTÓRIA COMO UM PRESIDENTE IGNORANTE

É TANTA DEMORA QUE OS TUCANOS VÃO ACABAR ESCOLHENDO UM URUBU PARA CONCORRER À PRESIDÊNCIA

...Escolheram algo
>>>> V E R D E

Vejam mais no Blog do Castelo

Olhem a situação do Apedeuta e do Fradeco; pior, a nossa

Palocci, o motoboy e a sílfide Guadagnin

"Há no ar um cheiro de crise das mais sérias. O petismo conseguiu empurrar os três Poderes da República para uma crise ética sem precedentes em períodos democráticos. O governo Jango, por exemplo, era uma bagunça. Mas a crise era de projeto e, de fato, derivada da conflagração ideológica que o precedeu, com Juscelino e Jânio. Depois vieram a “ordem” ditatorial e sua barafunda de valores, mas, ainda assim, alguns graus acima do simples assalto aos cofres públicos. Agora, não. Assiste-se à diluição de todo e qualquer valor."

"Não lhes parece impensável que uma turma que joga no lixo o Estado de Direito anseie mais quatro anos de poder? Com que quadros pretende governar o Brasil? Quais são os seus interlocutores? Lula e o PT conduziram o país à miséria da democracia, do bom gosto, do bom senso."

Texto completo no Primeira Leitura, com o talento de Reinaldo Azevedo.

O PROFETA ARMADO, O PROFETA DESARMADO E O PROFETA BANIDO, por Adriana Vandoni

Literalmente Paloffi danou-se. A quebra do sigilo bancário do caseiro Nildo foi uma espécie de golpe final para a falsa aura de integridade do nosso super poderoso Ministro tloca-letras. Seus homens estão caindo e ele, segundo bastidores, está entre a cruz e a espada. Quer sair para acabar com o desgaste, mas se sair, já tem mandado de prisão expedido.
Como eu já tinha escrito, lá no comecinho da gestão Lula, o PT é autofágico. Hoje nós sabemos que além de autofágicos eles são otras cositas mas...
A ação do Tião Viana ao entrar com um pedido de liminar proibindo o depoimento do caseiro Nildo foi de mestre. Um mestre desastrado. Não pegou bem e ele está com um sorriso amarelo de dar dó. Acho que mudarei para o Acre só pra votar nele. Tadinho!
Depois, quando o sigilo bancário do caseiro foi quebrado, Clarice Coppetti, vice-Presidenta do setor de Tecnologia da Caixa Econômica Federal, declarou que essa "não é uma operação simples" de solucionar e descobrir o responsável. Clarice é casada com César Alvarez, do PT gaúcho, homem que despacha ao lado do gabinete do Presidente Lula, as declarações de Coppetti conflitam com as de funcionários da instituição, que informam que existe um arquivo que registra todos os acessos, com a identificação do autor, natureza do serviço e horários de permanência no sistema. Os dados são armazenados por cinco anos e não podem ser apagados. Uma consulta simples rastrearia os pedidos de extratos. Mesmo com as declarações das dificuldades para se realizar o trabalho,parece que eles perceberam que a coisa ia feder muito e resolverem anunciar os responsáveis no final da manhã de ontem.
Eles não iam conseguir sustentar a versão de que a identidade do funcionário responsável pela quebra do sigilo tinha sido apagada do extrato. Ora, no extrato de Francenildo existe o código H4A00000, que é gerado a cada operação do sistema de computadores da Caixa. Todos sabiam que com ele é possível identificar o terminal ou, no mínimo, o servidor de computador de onde foi feita a apuração. Como é possível identificar o horário da retirada do extrato, às 20h58, a busca se reduz em muito, permitindo a descoberta do responsável pelo delito absurdo.
Portanto, existiam duas alternativas para se chegar ao responsável, e com o grau de informatização do sistema bancário, pedir 15 dias para apurar os fatos, como a diretoria da casa queria, era esperança de que o tempo abafasse o escândalo.
Só para relembrar, e não deixar que o tempo abafe os escândalos do passado, Clarice e Jorge Mattoso, presidente da CEF, foram acusados de cobrar “pedágio” e desviar dinheiro da Caixa para a campanha do PT em um relatório assinado por Valquíria Brito, então gerente Nacional de Segurança, afastada do cargo na época. Segundo denúncia recebida, o dinheiro colhido seria repassado mensalmente a "Clarice de tal". Valquíria encaminhou seu relatório ao então vice-presidente da Caixa Paulo Bretas, demitido por envolvimento com Valdomiro Diniz e José Dirceu, claro.
Só gente boa! De primeira! Todos fazem parte da facção petista Democracia Socialista de orientação trotskista. Assim como também fazem parte o Miguel Rossetto, vários comissionados do INCRA e vários outros que no começo da década de 70 se autodenominavam trotskistas e se reuniam em uma Igreja para discutirem se o tal líder sindical chamado Lula era um pelego ou podia ser usado como instrumento para a construção de uma nação socialista. Caramba! Eles ficaram com a segunda opção! Não a de construir uma nação socialista, mas de usarem Lula como instrumento. O projeto de uma sociedade trotskista foi abandonado assim que descobriram as delícias proporcionadas pelo capital. E foi com esse intuito que nossos heróis trotskistas colocaram a mula na frente e, desenfreados, obstinados e pouco estrategistas, estão hoje nos presenteando com deprimentes cenas de sexo, intimidades violadas, Land Rovers... tudo regado a muito whisky escocês e charutos cubanos.
Paloffi sempre foi um fiel seguidor dos princípios de Trotski, diferente de Zé Dirceu que era admirador de Stalin. Se compararmos o perfil dos dois com dos seus heróis vamos ver que existem profundas semelhanças. Trotski era o bom moço, de família rica e idealista, queria uma revolução internacionalista. Caiu em desgraça e foi assassinado por Stalin que tinha um perfil autoritário e muita, mas muita pressa em instituir um movimento socialista triunfante. Stalin tinha o Partido Comunista sob domínio, apesar de Trotski ser uma reserva intelectual do movimento.Coincidentemente, uma das melhores biografias de Leon Trotsky é a trilogia escrita por Isaac Deutscher: O Profeta Armado, O Profeta Desarmado e O Profeta Banido. Não é de bom costume fazer isso, ainda mais para petistas, mas se alguém desejar conhecer a história para conhecer o que ocorre hoje, empresto os livros de bom grado.

No Argumento, da Adrina Vandoni Curvo, economista

O Paraguai perde feio

CUIDADO COM O LEÃO !

PUBLICITÁRIO PAULISTA DESVENDA MISTÉRIO DA PROPAGANDA INDESEJADA
Um publicitário de São Paulo parece ter encontrado a resposta para um mistério irritante. Ele descobriu como tantas empresas conseguem descobrir seu endereço e enviar milhares de correspondências indesejadas. Ao inventar um código e um endereço de email, chegou ao responsável pelo vazamento das informações - a Receita Federal.
Desconfiado, Aílton Tenório da Silva começou a investigar ao enviar a sua declaração de imposto de renda de 2003. Ele acrescentou as letras 'B', 'I' e 'R' ao seu endereço e criou também um endereço eletrônico exclusivo, pelo qual deveria receber toda e qualquer correspondência da Receita Federal.
O que era uma simples suspeita virou confirmação.
- Houve um vazamento, não duvida nenhuma disso. E veio de lá - afirma Aílton.
A confirmação veio quando um dia o publicitário recebeu em casa uma oferta de cartão de crédito. O banco enviou a proposta para o endereço só fornecido à Receita Federal.
Também a caixa postal criada exclusivamente para Receita Federal foi vazada e se encheu de propagandas diversas, de revistas a pacotes de turismo e propostas de emprego.
- Se saiu de dentro da Receita Federal meu endereço e a minha conta de email, podem ter saído também os meus dados financeiros, pessoais, qualquer outra coisa - suspeita Aílton.
No centro de São Paulo, esses dados são mercadoria valiosa. Não é difícil encontrar CDs com os chamados 'mailing list' pelas badaladas ruas de comércio popular do centro. Nas banquinhas de camelôs nas calçadas, um CD pode chegar a R$ 100.
Um vendedor explicou à reportagem do Jornal Nacional o que o comprador encontra quando abrir o CD com os dados de 2004 do contribuinte:
- Aparece nome, endereço, bairro, CEP, telefone e CPF, cidade e estado - disse ele, sem saber que estava sendo gravado.
Quem trabalha no ramo admite: o negócio é arriscado.
- Isso aí é proibido, meu. Você sabe que é proibido isso aí, né? - diz outro ambulante, também sem desconfiar da filmagem.
Adriana Vandoni Curvo ---- 23/03/2006 - no Blog Argumento

A OMISSÃO DO GOVERNO ESTIMULA A OUSADIA DO MST

Por Guilherme Afif Domingos, candidato à Presidência em 1999

A Nação assistiu, estarrecida e revoltada, às cenas de vandalismo e selvageria da destruição das mudas de eucaliptos por parte de um grupo de mulheres da organização Via Campesina, entidade estrangeira ligada ao MST, em um espetáculo de violência gratuita que precisa ser não apenas devidamente repudiado pela sociedade, como, exemplarmente punido para demonstrar que o país ainda vive em um Estado de Direito . O que se viu foi um verdadeiro ato terrorista, em que se buscou destruir a capacidade do País de competir no mercado mundial, no qual goza de inegáveis vantagens comparativas, mas investe em pesquisa e tecnologia para manter sua liderança.
Quando se constata que as mulheres que participaram daquela ação pareciam demonstrar satisfação naquele ato de destruição, como se tivessem sido submetidas a uma "lavagem cerebral", é preciso se preocupar com o que pode acontecer com as crianças e jovens que vêm sendo doutrinados nos acampamentos do MST. Tudo indica que se está formando uma geração de "fundamentalistas agrários", educados no ódio ao capitalismo, simbolizado na propriedade agrícola, que poderá vir a representar sério problema no futuro.
A omissão do governo em relação às invasões de propriedades, anunciadas pelo MST com antecedência, sem que nenhuma providência tenha sido tomada para impedi-las ou para punir aqueles que publicamente defendiam e incitavam as ações ilegais, vem estimulando a ousadia desse movimento, que já se sente suficientemente forte para ações desse tipo, que extrapolam o discurso falso com que se apresentava no início de suas atividades. Esses atos revelam aquilo que muitos já sabiam, mas alguns preferiam ignorar, de que as verdadeiras intenções dessa organização nada têm a ver com a reforma agrária, mas apenas se vale da miséria de milhares de pessoas, que vêm servindo de massa de manobra para esse grupo.
Ficou claro que o objetivo da Via Campesina e do MST é o de impor à Nação, pela força, sua visão ideológica contrária à democracia e à economia de mercado. A participação da Via Campesina, uma entidade estrangeira que defende o protecionismo agrícola francês contra os interesses de países exportadores como o Brasil, e o financiamento ostensivo do MST por organizações externas, permitem indagar até que ponto não existem outros objetivos no ataque à agroindústria, o setor que mais vem contribuindo para a expansão da economia brasileira e conquistando mercados mundiais. Seguramente, essa ação não atende aos interesses do Brasil e do povo brasileiro.
É lamentável constatar que a posição do governo em relação à esses grupos tem ido da simpatia e do estímulo do presidente Lula, que recebeu em palácio seus líderes e colocou o boné do movimento, à completa omissão e, até, parcialidade, dos órgãos federais de segurança, que se preocuparam em conter a "violência legítima" daqueles que procuram defender sua propriedade desarmando-os, sem tomar qualquer providência com relação à violência das invasões. A única ação da Polícia Federal no tocante à área agrícola foi a de desarmar as empresas de segurança que defendiam as propriedades. Nenhuma investigação, até agora, quanto à origem dos recursos desses movimentos e com relação às inúmeras denúncias sobre a participação de estrangeiros em muitas de suas ações.
Não pode mais prevalecer a desculpa, sem qualquer fundamento mas sob a qual vem se escudando o governo, de que não se deve "criminalizar os movimentos sociais ". Os atos de destruição na Aracruz e a invasão do centro de pesquisa da multinacional Sygenta não são ações de "movimentos sociais" , sendo, na verdade, ações criminosas que visam impor pela força a vontade de um grupo que revela não aceitar a estrutura legal vigente e a não respeitar a autoridade constituída. Agem como se fossem "um Estado dentro do Estado", a exemplo do que ocorre com o narcotráfico no Rio de Janeiro, que impõe sua lei aos cidadãos. A diferença é que os traficantes atuam em " seu território", no qual o Estado não entra, e esses movimentos estão agindo em todo o território nacional, como se estivessem acima da lei e imunes às sanções legais que deveriam resultar de seus atos criminosos.
O governo tem sido omisso no tocante à grave crise que vem sendo enfrentada pelo agronegócio em decorrência da seca, da taxa cambial, da febre aftosa, da gripe viária e dos custos elevados provocados pelas deficiências da infra-estrutura. Isto revela o descaso com que trata o setor que mais vem contribuindo para a solução do secular problema das contas externas. Permitir, no entanto, as agressões de que vêm sendo vítimas a propriedade e a atividade agrícola significa colocar em risco as instituições, o que afugenta investimentos, inclusive em outras áreas, e coloca em cheque o próprio regime democrático, que não sobrevive sem o respeito à lei e às normas de convivência social.
O governo precisa agir para mostrar que o País ainda vive em um Estado de Direito. O presidente da República deve uma satisfação à sociedade sobre sua posição em relação a esses atos criminosos, não apenas com manifestações retóricas, mas com base nas ações que as responsabilidades de seu cargo exigem.
Basta! Chega de omissão!
No Diário do Comércio, de 20/03/2006

22 de mar. de 2006

Nova Independência


Mas não é do Brasil não.


Trata-se de Cidade do Estado de São Paulo em que a vítima de extorsão, um empreiteiro, denunciou (por patriotismo ou ética ????) o Prefeito, um ladrão que não compensa citar o nome, também porque esqueci. É só mais um ladrão.

Uma gota num oceano de corrupção.

Tudo continua piorando, ou melhorando, para alguns.

Este é um país que vai pra frente.

Um país de Merda. Merda Pura!

QUE PAÍS É ESSE? – por Giulio Sanmartini

Tudo corria bem para o Partido dos Trabalhadores (PT), no que diz respeito à ética e a honestidade, até que em 1995, o petista de “carteirinha” Paulo de Tarso Venceslau, denunciou a Lula que seu compadre Roberto Teixeira, vinha cometendo irregularidades nas prefeituras dominadas pelo PT. Resultado: Venceslau foi expulso do partido e Teixeira continuou com o caminho livre para a falta de ética e a desonestidade. Disso pode-se deduzir que o partido era honesto, pelo simples fato que não tinha acesso às falcatruas, quando essa surgiu mostrou sua verdadeira cara.
Os escândalos começaram mesmo antes da eleição com o assassinato de Celso Daniel. Inicialmente o PT tentou politizar o fato, mas depois ao perceber que a história envolvia “companheiros”, apressou-se em classificar o homicídio como “crime comum”. Depois surgiu o caso Waldomiro Diniz, a tentativa desesperada do governo em evitar as Comissões Parlamentares de Inquérito para apurar as denúncias sobre propinas dados aos deputados no sentido que votassem com a situação. Foram usados todos os métodos inclusive com a conivência do poder judiciário.
Os fatos foram acontecendo e tudo ficando por isso mesmo, só para citar uns poucos: o filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fábio Luiz, recebe um aporte de R$ 5 milhões da telefônica Telemar; contas de Lula são pagas pelo amigo e caixa Paulo Okamoto, esse mesmo paga as dívidas da campanha eleitoral da filha de Lula, Lurian Cordeiro da Silva, o dinheiro para tal ninguém sabe ou explica de onde veio. O homem forte do governo, Antonio Palocci, ministro da Fazenda, se vê envolvido em negócios escusos desde sua passagem pela prefeitura de Ribeirão Preto, como se não bastasse freqüenta um grupo de amigos que fazem negociatas em detrimento do bem público, numa casa onde também rolam, como diria o jornalista Ancelmo Góis, “saliências”. O ministro nega o fato, mas é desmentido por um motorista e pelo caseiro do tal local, todavia o poder judiciário impede este último de dizer aquilo que sabe e viu. O Partido dos Trabalhadores, numa técnica bem “comunistóide”, tenta desmoralizar a testemunha, divulgando de forma ilegal seu saldo bancário, dando a entender que a testemunha teria sido paga por alguém para “desestabilizar” o governo.
Esse é o país que foi transformado em pocilga pelo “donos da ética e da moralidade”. Tudo faz lembrar uma cena do filme “Os Companheiros” (1963) de Mario Monicelli: um cidadão sai de uma reunião furibundo com a situação, está andando ao lado de um trem parado, nesse viajava um clandestino que acabara de acordar sem saber onde está, de porta pergunta ao zangado:
- Que país é esse?
A resposta é imediata:
- É um país de merda!

Editado por Adriana Vandoni Curvo, em 21/03/2006 - Blog Argumento & Prosa

21 de mar. de 2006

AS REFORMAS DA ISLÂNDIA

por Rodrigo Constantino, economista

The more the state 'plans' the more difficult planning becomes for the individual.” (Hayek)

Em palestra no Instituto Liberal, o professor Hannes Gissurarson detalhou as profundas reformas vividas pela Islândia desde 1991, quando os liberais chegaram ao governo. Gissurarson é membro do Banco Central da Islândia, e foi vice-presidente da Mont Pèlerin, fundada por Hayek e outros notórios liberais. As sábias palavras do professor, assim como as ações práticas do governo que tomou parte, deveriam ser amplamente divulgadas em nosso país, que tanto necessita destas mesmas reformas.
O professor iniciou sua palestra falando sobre as lições de Hayek. Na essência, as lições tratam da ignorância no nível individual e da eficiência do mecanismo de transmissão de informação pelo livre mercado. O conhecimento encontra-se disseminado entre milhões de indivíduos, e as trocas voluntárias representam a melhor forma de maximizá-lo. Hayek, um grande economista com prêmio Nobel, mas que permanece um ilustre desconhecido no Brasil, exerceu forte influência nas idéias que reformaram profundamente a Islândia recentemente, tornando-a um dos países mais ricos da Europa, em termos per capita.
Os cinco pilares atacados pelo governo foram a liberalização dos mercados, a contenção da inflação, as privatizações, o direito de propriedade privada e a redução dos impostos. Os indivíduos passaram a gozar de ampla liberdade na alocação dos recursos, incluindo transferências monetárias em moedas estrangeiras. A idéia é competir inclusive com Luxemburgo pela atração de investimentos estrangeiros. A emissão de moeda cessou, já que a inflação é um fenômeno primordialmente monetário, causado pela irresponsabilidade estatal. As empresas estatais foram privatizadas, tornando-se mais eficientes. Os recursos foram utilizados para o abatimento da dívida pública, praticamente inexistente hoje. Soluções através da definição dos direitos de propriedade privada, como no setor de pesca, o mais relevante do país, mostraram-se bastante eficazes. No caso, o governo distribuiu cotas para as empresas de pesca, que passaram a ter liberdade de negociação destas, incentivando que as mais eficientes ocupassem o lugar das mais ineficientes. É o direito de propriedade que garante os incentivos adequados para uma eficiente exploração dos recursos, como lembra o professor ao citar o caso dos elefantes africanos sob risco de extinção, justamente pela ausência da figura de um dono. Os impostos corporativos foram drasticamente reduzidos, de 50% para 18%, sendo que a arrecadação total aumentou, pela maior atividade econômica, efeito já abordado por Laffer. Os impostos sobre propriedade foram simplesmente abolidos. Por fim, o sistema previdenciário foi reformado, acabando-se com o modelo de benefício definido, que deu lugar às contas individuais.
Em resumo, o governo adotou o caminho liberal. O resultado não tardou a aparecer. A renda per capita, desde então, já subiu mais de 30%, chegando hoje aos US$ 35 mil. O professor reconhece que ainda faltam mais reformas liberais, como a venda da estatal de energia e maior redução dos impostos, assim como o fim das barreiras no setor agrícola. No seu entendimento, não era possível fazer tudo de uma só vez, e os liberais tiveram que definir prioridades, dentro do complexo jogo político. Mas a trajetória liberal foi traçada, e as reformas adotadas já surtiram profundo efeito positivo. A população, de cerca de 300 mil habitantes apenas, é pequena, mas vários outros países pequenos não conseguiram os resultados da Islândia. Além disso, Gissurarson lembra que parte do sucesso americano vem justamente da característica de ser formado, na verdade, por mais de 50 “pequenas nações” razoavelmente independentes. O tamanho limitado força uma abertura comercial, que tanto beneficia a economia. Se for o caso então, que transformemos o Brasil em 600 pequenas Islândias! Não dá é para manter a escusa do tamanho para não adotar as comprovadas reformas liberais.
No término da palestra, Gissurarson disse que o caminho seguido pelos liberais na Islândia não foi livre de oposição. Intelectuais de esquerda se mostraram contrários às reformas, acusando os liberais de insensibilidade perante os pobres. Parece que a retórica sensacionalista é mesmo fenômeno mundial. Como resposta, o professor explica apenas que os liberais preferem combater o problema da miséria garantindo as oportunidades para que os pobres saiam da pobreza, em vez de incentivar sua permanência lá, através do assistencialismo. E foi, de fato, o que aconteceu na Islândia. Muitos que antes sequer tinham condições de pagar impostos, hoje pagam, pois aumentaram a renda. Assim que se combate a miséria: acabando com ela, não com os ricos! É o que demonstra o caso da Islândia.
Publicado originalmente no Instituto Millenium

20 de mar. de 2006

Canal Livre com o filósofo José Arthur Gianotti

Não assisti o programa todo (não sei se perdi alguma coisa). Vi apenas uma parte do último bloco.

Mas, fiquei estupefato, ao ouvir do nobre professor o seguinte, mais ou menos; algo como:


O Oriente Médido, o Iraque, vejam como está...

(Eu tenho 76 anos e continuarei a escrever meus trabalhos, etc...)

Por que o nobre professor não citou Israel como parâmetro? Lá tem Democracia, Estado de Direito, a melhor Força Aérea do mundo, bombas nucleares, Ciência e Educação...
Ah, mafiosos judeus russos que tentaram implantar, se instalar em solo israelense, com suas máfias, muitos deles estão atrás das grades das cadeias do país.

Estaria o nobre professor falando sobre DESTINO(?) ou que estamos melhor, com nossos próprios problemas; ou ainda que os problemas nossos são problemas normais de qualquer país?


Não me dou muito bem com alguns "intelectuais" não. Problemas do meu analfabetismo.

Não acredito em destino não. Nunca acreditarei.

15 de mar. de 2006

NOSSA PIZZA É D.O.C.

por Alfredo Guarischi, no Diego Casagrande

O Congresso é honesto: o acordo foi respeitado. Tia Amélia de Verdade Honesta da Silva recusou a segunda carta enviada por seu sobrinho, M-Lago Deputino Senadilho Desonesto da Silva - o mais misterioso dos da Silva. Parte da carta foi encontrada junto a caixas, do tipo dois, que atualmente embalam as pizzas camorras. Alguns trechos são inortodoxos e o papel utilizado exala um cheiro intolerável.

Foi possível ler:

“... Arranjaram uma votação para despedir dois companheiros, o BoBB e o LuiZZinho. Uma verdadeira cassação... Ainda bem que nosso regulamento exige nova votação, para evitar injustiça, muito comum em outras firmas. Onze companheiros tiveram que ir comprar orégano e só votaram uma vez. Dos 457 iniciais ficaram 446, entre nossa gente – companheiros - e os conhecidos como os AP (Anti-Pizza). Contra o BoBB votaram 156 AP e contra o LuiZZinho foram 183. Pasme minha Tia Honesta: por conta de uns trocados recebidos, quase um mensalinho e muito menos que o mensalão do tipo médio, o mais comum por aqui. Teve um jornalista, um tal de Moreno, que ainda faz piada dizendo que mensalão é quando são mais de 200 pratas.

Foi um espetáculo, mas o estranho é que houve mais abstenções no show do BoBB (18) do que durante o do LuiZZinho (10). Corre um boato que fizeram uma armação, para confundir. Se o BoBB recebesse mais 101 votos e o LuiZZinho mais 74 seria uma tremenda de injustiça – seriam cassados. O BoBB precisar mais votos foi uma futrica para intrigar com o Pt, a turma da Platina, pois ele que vem de uma turma tradicional... O importante é que um foi absolvido com 62% dos votos e o outro com 57%, provando que nada foi combinado, bem diferente do que essa elite e a imprensa malvada ficam dizendo...Tem uns chatos por aí - coisa de estatístico - mostrando que esta diferença não é significativa. Uns bobões, pois o que importa é o número absoluto.

Os 283 que absolveram o BoBB com as 18 abstenções somam 301 companheiros. Não é que tem gente lembrando a triste história dos 300 picaretas do LuLLinha. Ele falou isso num dia de nervosismo, numa época que dizia não ser chegado a nossa turma, mas como hoje ele diz que não sabia de nada e foi traído, virou nosso guia...

Os AP que votaram contra os nossos companheiros nós não vamos esquecer, pois o voto é secreto.

Ainda tem o pessoal da tal de Comissão de Ética que mais parece com os incendiários do M.S.T (Movimento Sem Tramóia). Tiram onda mostrando seus votos às claras para todo mundo. Uns exibidos querendo aparecer na TV... No plenário vai rolar a festa, parecendo Carnaval, pois não precisamos usar máscara – somos invisíveis. É legal, mas uns bobos, gente desenturmada, vive chamando de voto do conchavo e querem acabar nossa farra. Mas não vão conseguir não. Com LuLLinha, nosso guia, o Congresso unido jamais será vencido e com essa memorável votação fizemos uma pizza D.O.C, que, aqui significa: Devemos o Ouro Combinado.

Do seu sobrinho, M-Lago Deputino Senadilho Desonesto da Silva".

Procurei saber quem são estas pessoas, mas nada descobri. O honesto não tolera o desonesto. Os Silvas são a maioria neste Brasil desigual e gente do bem, mas existem os mentirosos. Esses serão desmascarados algum dia ou em alguma eleição. Fica sempre a esperança que o povo – silencioso - vote; que a imprensa livre e isenta continue fazendo o seu papel; que o território independente da Internet divulgue o voto de cada um dos congressistas, seus projetos, seus financiadores de campanha e sua presença no local de trabalho: a Terra da Fantasia.

13 de mar. de 2006

QUE VERGONHA!

por Percival Puggina, escritor - publicado no Diego Casagrande 13/03/2006

Há alguns dias, em artigo com o título “São duras estas palavras”, registrei um conjunto de evidências de que estamos nos tornando, com exceções, claro, um país de ladrões.
O fenômeno, longe de ser recente, é causa e não conseqüência dos valeriodutos. Rouba-se tudo. Somos roubados por larápios visíveis e invisíveis, pelo crime organizado e pelo crime desorganizado. Somos roubados até sem saber, em circunstâncias tão variadas que não há espaço aqui para descrever. As consciências deformaram-se a tal ponto que as pessoas roubam sem perceber que estão roubando. Ocupamos, por isso, um vergonhoso 62º lugar no ranking da Transparência Internacional, com a ínfima nota 3,7 num índice cujo máximo é 10.

Não podemos nos surpreender, portanto, quando acordos celebrados por nossos congressistas concedem alvará de soltura para deputados condenados pela Comissão de Ética. A política jamais será – constituiria imensa ingenuidade supor que pudesse ser – um estuário de pessoas probas num país tomado pelos destituídos de caráter. Anos atrás, eu assisti a cena, um caminhão carregado com Nescafé tombou à margem da auto-estrada Porto Alegre-Osório. Houve um brutal congestionamento nos dois sentidos da rodovia porque os automóveis paravam e seus ocupantes desciam para roubar o que pudessem da carga derramada sobre o acostamento. Em setembro, sete mil frangos vivos caíram de um caminhão na avenida Sarmento Leite. Será preciso descrever a conduta dos transeuntes? Ano passado, quando se debatia o tema do referendo que desarmaria apenas as pessoas de bem, era comum ouvir-se: “Mas o que é uma pessoa de bem?” Já não sabemos mais. Quando me apareceram com essa num debate eu perguntei: “Nem olhando no espelho?”

Fosse orientada por mais elevados padrões morais, perante a infindável sucessão de escândalos que ocuparam o noticiário dos últimos meses, a sociedade daria aos partidos e personalidades implicados uma resposta institucional e eleitoral arrasadora. No início deste mês, na cidade uruguaia de Rivera, chegou ao conhecimento da justiça a informação de que estavam ocorrendo acréscimos indevidos nas prestações de contas das despesas de viagem dos ediles (vereadores). Em poucos dias, 21 dos 31 membros do parlamento local estavam na cadeia, condenados em rito sumário por um juiz que trabalhou sábado e domingo, realizando as audiências, e despachando os aproveitadores para o lugar merecido. Você sabe de alguém preso no Brasil, apesar das filmagens, gravações e confissões que se amontoam nos arquivos da imprensa?

Mais ainda. Fôssemos animados por princípios e valores elevados, nunca uma pesquisa eleitoral poderia manter o presidente da República na posição que hoje ocupa nas preferências nacionais. Nunca! Talvez seja essa a mais clara expressão da vergonhosa crise moral que assola o país.

6 de mar. de 2006

Tenho Confiança e Esperanças no Senhor JOSÉ SERRA

A revolução do Verbo

"Educar, e fazê–lo com qualidade, é mais do que atender um chamamento econômico. É dar uma identidade ao indivíduo."

"No princípio, era o verbo". Assim começa o livro mais importante do Novo Testamento. O "Verbo", que, na Bíblia, é o próprio Deus. Ter o domínio da palavra significa dar ao mundo notícia de si. Educar, e fazê–lo com qualidade, é mais do que atender apenas a um chamamento de apelo econômico, como virou moda argumentar: corresponde a conferir ao indivíduo uma identidade e uma noção de alteridade. A criança se insere no mundo e toma plena ciência de si. Esse é o norte ético do programa Ler e Escrever, da Prefeitura de São Paulo, que alça a educação municipal a um novo patamar. No futuro, não haverá como ignorá–lo, porque seus beneficiários não vão permitir. É assim que a democracia avança.

Tantas têm sido as fórmulas ensaiadas para buscar a excelência nessa área; tantos têm sido os erros (alguns mal disfarçam o dolo político); tantos têm sido os desvãos entre demagógicos, deslumbrados e megalomaníacos em que se perdem os governantes. E tudo para omitir clara e insofismável verdade: não se educa sem o professor. Não se educa sem que se lhe ofereçam as condições necessárias para tanto. Não se educa ignorando que o aprendizado supõe uma relação humana que se dá sob certas condições. Com o programa Ler e Escrever, a cidade ergue a sua mais importante obra. Obra feita de ciência da educação, com a boa técnica para nos libertar das travas da ignorância e do atraso.

Não se trata de tijolo com tijolo, unidos pelo cimento da demagogia à boca da urna, num desenho ilógico, embora esta gestão construa salas de aula desde o primeiro dia. As escolas de lata, por exemplo, chegam ao fim. Investir na infra–estrutura, no uniforme, no material escolar, na merenda, no transporte, tudo isso é prioridade de rotina. Trata–se de benefícios que se encomendam aos engenheiros, aos fornecedores de roupas, de alimentos, de transporte –aliás, hoje, a preços bem menores que antes.Mas o que a capital econômica do Brasil encomendava aos educadores? Descaso? Baixa qualidade no ensino? Professores humilhados? Ora, 30% dos nossos alunos chegam ao terceiro ano do primeiro ciclo (o antigo "primário") sem saber ler nem escrever. Nada menos de 15% ficam retidos na quarta série porque não dominam o "verbo", princípio de todas as coisas. Triste a cidade em que a suntuosidade ilustrava o deslumbramento ignorante de certas políticas públicas e escondia a tragédia social de 17 mil estudantes que chegavam ao fim do primeiro ciclo ainda analfabetos. A cidade pedia um projeto pedagógico; cobrava qualidade.

As professoras e professores do primeiro ano do primeiro ciclo das escolas municipais passarão a contar com um auxiliar em sala de aula, o que é corriqueiro na maioria dos estabelecimentos particulares, mas uma novidade no ensino público. Estudantes de pedagogia e futuro professores –2.000 ao todo!– vão ajudar os educadores na alfabetização. Assim se constrói um outro edifício: o da cidadania. Assim se constrói, em suma, uma escola melhor.Ousamos mais. Tínhamos de dar uma resposta àqueles que chegam ao fim do primeiro ciclo e, ainda assim, apresentam deficiências, ficando retidos. Eles terão 30 horas aula semanais, e não mais 25 horas, permanecendo na escola seis horas por dia –a média nacional, inclusive no ensino privado, nessa faixa etária, são quatro horas. Estão envolvidos nessa tarefa, em particular, um total de 468 profissionais, especialmente treinados para responder a tal desafio.

O projeto Ler e Escrever não estaria completo se não investisse pesadamente num programa de leitura para os estudantes do segundo ciclo (da quinta à oitava série). As bibliotecas estão sendo equipadas, e os professores, orientados para desenvolver e enraizar o hábito da leitura. Nada menos de cinco livros, já distribuídos, foram editados para orientar esse esforço concentrado: três deles para os professores, um para os alunos e um outro para os pais. A educação, como a entendemos, supõe o envolvimento da família. É preciso que cada mãe, que cada pai, a despeito de todas as dificuldades do dia–a–dia, estejam plenamente cientes de que um futuro melhor para suas crianças começa na escola. Mas é ainda mais necessário que os governantes estejam convencidos dessa verdade. E façam da qualidade do ensino um outro imperativo.

O regime de progressão continuada impede que o aluno seja reprovado nos primeiros anos do primeiro ciclo. A medida, que até pode ter as suas virtudes, não deve servir para acobertar a ineficiência da escola. A promoção automática não impede que o aprendizado do estudante seja avaliado. Criamos e instituímos esse sistema de avaliação. Porque, de fato, o que se vai medir é a eficiência da escola. Todo o material que orienta esse trabalho foi preparado pela equipe da Secretaria de Educação, segundo as necessidades e as circunstâncias vividas pelos estudantes da cidade.

Ler e Escrever, essa revolução do Verbo, que mobiliza milhares de profissionais e responde à demanda por qualidade, é, sim, uma exigência da economia, mas, acima de tudo, é uma questão de cidadania. Eis a escola libertadora que queremos.

José Serra, 63, economista, é o prefeito de São Paulo. Foi senador pelo PSDB–SP (1995–2002) e ministro do Planejamento e da Saúde (governo Fernando Henrique Cardoso)
Contamos com o Inestimável Apoio do Sr. Geraldo Alckmin.