9 de fev. de 2006

UM HOMEM PROBO - por Ralph J. Hofmann

com autorização do autor - publicado no Diego Casagrande

O Homem probo a que se refere o título acima, não é o Ministro Jobim. Pena que não seja, poderia ter sido. Para tanto bastava que ao se formar em direito tivesse se concentrado na sua profissão escolhida, tivesse dedicado sua inteligência e seu carisma a ser o melhor magistrado que pudesse, ensinando a seus alunos e membros equipe os melhores preceitos legais, o espírito das leis, e a justiça acima da lei.

Não teria se deixado atrair pelo poder e pelas maquinações da vida política. Teria feito história como jurista, e no melhor dos mundos, teria atingido a suprema corte com o passar dos anos.

Nesse caso o tradicional e respeitado clã dos Jobim teria marcado mais um tento, certamente o Ministro tem a combinação necessária de capacidade intelectual e persistência para ter gerado pareceres marcantes, até históricos. De que vale uma presidência ou vice-presidência improvável contra a fama de ser um jurista notável. Um homem cujas palavras afetariam a vida dos brasileiros muitos anos depois de ter ido ao seu descanso final.

Mas a prática da política é má para o caráter da maioria dos seres humanos, senão para todos. E o Sr. Jobim, tendo passado boa parte de sua vida nos corredores e ante-salas onde se exerce a política, aparentemente deve considerar que qualquer moeda de troca é aceitável para remover obstáculos à sua ambição. Inclusive a indiscutível honradez do nome que carrega.

Mas o pior é que as maquinações do Sr. Jobim estão ocorrendo abertamente, com desprezo total, como se acreditasse que não interessa o que o povo pensa. Que suas trampas não custarão votos à chapa presidencial em que se apresentar nas eleições. Denotam o pouco valor que dá não apenas à instituição onde ocupa o primeiro cargo, senão presume que a partir de março a população passará a esquecer seus serviços à causa dos rapinantes do país.

Lembro o primeiro princípio da justiça talmúdica:

Infeliz daquele país que tiver de julgar seus juizes.

Apostando na ignorância - por Christina Fontenelle

Na Rede Globo a crise política passa longe, substituída por horas diárias de apologia ao politicamente correto, estatísticas positivas, opiniões de ditadores esquerdistas, e, claro, carnaval e Copa do Mundo. Uma beleza mesmo!
----- Leia a íntegra no MSM.org -----
A autora é formada em Comunicação Social - Jornalismo, pela PUC-RJ, tendo ainda cursado três períodos de Economia, a título de especialização, na mesma Universidade, além de 4 períodos do curso de Telecomunicações, na Estácio - RJ.

APARELHAMENTO DO ESTADO - (Mais uma herança maldita*)

por Ipojuca Pontes, no Estadão - reproduzido do Diego Casagrande

Sim, parece irônico, mas aos poucos, com uma vontade inédita na história do País, Lula da Silva vai criando os 10 milhões de empregos prometidos na campanha de 2002. No entanto, é bom esclarecer: dentro do setor público e nas hostes empresariais do governo. De início, com o apelo estratégico à terceirização, o grande esquema manipulado pelos políticos (e tecnocratas) para atingir o Nirvana sem que aparentemente os índices estatísticos tornem mais alarmante o frenético inchaço da máquina estatal.

Senão, vejamos: só na Petrobrás, a empresa está somando hoje mais de 40 mil empregos terceirizados. Um pouco menos no Banco do Brasil, com a invenção do Banco Popular do Brasil (destinado a "empréstimos para o público de baixa renda", com um prejuízo, segundo declarações recentes do sr. Robson Rocha, seu presidente, de R$ 47,6 milhões), e na Caixa Econômica Federal, ambos com cerca de 30 mil funcionários terceirizados, estagiários ou empregados "temporários". A terceirização é significativa até mesmo num obscuro Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional. Por sua vez, a empresa estatal Furnas Centrais Elétricas está sendo investigada pelo Ministério Público do Trabalho pela terceirização irregular de 2 mil funcionários, com negócios que se avolumam em mais de R$ 800 milhões com o grupo Bauruense, denunciado por Roberto Jefferson, na CPI dos Correios, como um dos financiadores do propinoduto formado pela dupla Marcos Valério e Delúbio Soares - este, corrupto, mas diligente ex-tesoureiro do PT. Um vastíssimo contingente de terceirizados também integra a folha salarial dos Correios e Telégrafos, dos 31 ministérios e das 34 empresas estatais criadas pelo governo Lula para atender à permanente "demanda" de setores voltados para energia, bancos, petróleo, gás, etc.

Não há por que fazer cara de espanto. Logo em 2003, quando chegou ao Palácio do Planalto, Lula da Silva afirmou que o seu objetivo no governo era recriar um Estado forte, pois - garantia - "uma máquina pública bem profissionalizada e bem formada arrecada mais, presta serviços de melhor qualidade, combate o desvio de recursos, produz mais e transforma os serviços prestados pelo Estado em serviços competitivos com qualquer outro país do mundo". Em cima de tal falácia, de imediato o ex-operário preencheu com os necessitados companheiros do PT cerca de 19 mil cargos de confiança, de custo médio em torno de R$ 3 mil. Nos anos seguintes, o presidente ampliou em mais 18 mil o número de apaniguados do partido dentro dos variados espaços oficiais, incluindo o próprio Palácio do Planalto. Tudo sem falar nas centenas de ONGs mantidas pelo dinheiro público, em geral verdadeiros cabides de emprego e muitas delas nicho do pior parasitismo "politicamente correto".

Não satisfeito com o grande número de empregos terceirizados, que ocupam hoje no Brasil mais de 2 milhões de funcionários distribuídos entre empresas privadas e setor público, e mesmo considerando os "concursos públicos um privilégio para os que estão mais bem preparados", Lula da Silva anuncia neste revigorado ano de campanha presidencial a realização de concursos públicos que objetivam incorporar 10 mil funcionários à já saturada máquina do Estado, sem falar em milhares de vagas abertas na Petrobrás e de outras tantas na malfadada Furnas. A última jóia, por ato de Medida Provisória, ficou por conta da criação de 2.558 "vagas" na Fiocruz e em outras preciosidades da Coroa, com destaque para 400 cargos no Itamaraty, com salários compensadores.

O Brasil de Lula está gastando R$ 105 bilhões com pagamento do funcionalismo e R$ 250 bilhões com os aposentados, dos quais 42% do numerário contempla o setor público - o que acarreta um déficit anual crescente da Previdência na ordem de R$ 38 bilhões. No orçamento de 2005, por exemplo, mais de 96% das receitas estavam comprometidas com o pagamento de pessoal, Previdência, transferência para Estados e municípios, saúde e educação, sem falar no custeio da máquina pública, que é assunto tabu. Resultado: embora o produto interno bruto esteja sendo avaliado em R$ 1,94 trilhão, o governo monopolizador se apossou de cerca de 40% dessa cifra - o que resulta numa das maiores cargas tributárias da nossa história, ainda assim considerada insuficiente: por força de gastos, endividamento e pagamento de juros, o Banco Central acaba de revelar um estoque da dívida pública mobiliária interna que ultrapassa a espantosa soma de R$ 1 trilhão.

Diante de um quadro de perfil insolvente a denunciar o espectro da estagnação, a própria ONU prevê para o Brasil, em 2006, a pior taxa de crescimento da América Latina: algo entre 2,6% e 3%. Por outro lado, um estudo da New Economics Foundation, instituição de pesquisa londrina, calcula que neste ritmo o Brasil levará mais de três séculos para se equiparar aos países desenvolvidos, em que pese o inquestionável crescimento da econômica mundial.

Uma das mais árduas tarefas para quem substituir a "experiência Lula" será, sem sombra de dúvida, a de desaparelhar o Estado "forte" montado na esteira do pensamento estatizante preconizado pelos ideólogos do petismo. Ela implica desmontar todo um sistema ineficiente e corrupto comprometido com a visão da riqueza social como uma cornucópia do poder público a ser espoliada em proveito próprio, sob pretexto mendaz de combater as desigualdades e buscar a justiça social.

De fato, será uma tarefa muito difícil e que muitos consideram uma missão impossível.

Do Blog:
* Mais uma herança maldita. Se mais quatro anos, como é que vai ficar este país?

PENSAMENTOS DO CASTELO

Lula se inspirou nas ONG's e virou um presidente não-governamental"

"LULA NÃO BEBE 40 HÁ DIAS. CONFIRMADO: ESTAMOS MESMO SENDO GOVERNADOS POR UM CAMELO"

Para ler mais pensamentos do Castelo, clique em ABOBORAL

Carta de um leitor publicada no Jornal Zero Hora\RS

"CONCURSO
Não pude inscrever-me para o concurso público municipal de serviços gerais, pois não tinha segundo grau. Pergunto se é engraçado ou desgraçado o país em que se exige segundo grau para um varredor de rua e não se exige o primeiro grau para ser presidente."

Está passando da hora

por Paulo Leite, de Washington, DC - publicado no Diego Casagrande

Ronald Reagan costumava dizer que as palavras mais perigosas da língua inglesa eram “eu sou do governo, e estou aqui para ajudá-lo”. O ex-presidente americano também dizia que o governo era o problema, não a solução. Embora durante seus anos na presidência não tenha conseguido diminuir o governo como gostaria, deixou um legado que anima muitos conservadores dos EUA até hoje.

Reagan entendia, assim como os fundadores da nação americana, os perigos de um governo muito grande, intrusivo, com o nariz metido onde jamais deveria. Os “pais da pátria” eram, em grande parte, estudiosos da natureza humana. Sabiam que o papel do governo era simplesmente colocar seus cidadãos no caminho da liberdade e da busca pela felicidade. O resto caberia a cada indivíduo.

Eles sabiam que cada indivíduo tem noções diferentes sobre onde gostaria de chegar, e uma idéia distinta do que vem a ser felicidade. Na vasta maioria dos casos, “felicidade” com certeza tem muito pouco a ver com uma utopia imaginada por um filósofo alemão, ou um burocrata governamental.

A verdade é que o governo ideal deve ser mero facilitador, nunca produtor ou indutor. Quer dizer, deve garantir a proteção física do indivíduo e sair de seu caminho. Infelizmente, um governo que nem ao menos consegue cumprir essa função básica – como o nosso – é um governo que enveredou por caminhos seriamente equivocados.

Na antiga União Soviética, em Cuba e numa série de outros lugares, infelizmente, muita gente morreu por não enxergar as vantagens da “felicidade” imaginada por algum iluminado líder ou comandante. Por sorte, no Brasil nunca chegamos a tanto, mas não faltou gente com vontade de fazê-lo. Alguns não hesitariam em tentar, ainda hoje.

É por isso que é cada vez mais imperativo transmitir, a quem possa ouvir, idéias contrárias ao coletivismo barato que vem sendo pregado há décadas em nossa terra. Um país com o potencial do nosso não pode mais, em pleno século XXI, estar amarrado a ideologias que já deveriam estar enterradas, nem pode seguir sendo propriedade privada de políticos mais interessados em vantagens pessoais do que no bem de todos.

A expansão do governo central brasileiro precisa ser contida a qualquer custo. Seu tamanho é um obstáculo, não uma vantagem. Seu sustento rouba o país de recursos vitais para outras áreas primordiais, como a educação. O gigantismo da máquina estatal é causa de mazelas sem fim, a começar da taxa de juros insana. Do tamanho da carga tributária, melhor nem falar.

Não se trata de destruir o governo, à moda dos anarquistas. Trata-se, isto sim, de reduzir a administração federal a um organismo enxuto e competente, capacitado a cumprir suas missões básicas de garantir a segurança dos indivíduos, proteger o país de ameaças externas, garantir a propriedade privada e o cumprimento de contratos firmados livremente entre as partes, e outras funções afins.

Mais que isso e já estamos falando ou em funções que devem ser deixadas a governos locais (quanto mais locais, melhor) ou em áreas onde nenhum governo deve se meter. Como querer controlar interações econômico-financeiras que devem ser deixadas a um mercado livre.

A maior parte das distorções encontradas na economia brasileira, a péssima distribuição de renda, a miséria de parte importante de nossa população, são conseqüência da falta de liberdade, não do excesso. Décadas de governantes metidos a “pai dos pobres” só produziram mais pobres.

É passada a hora de dar um basta nessa situação. Como diria o poeta, está na hora da liberdade finalmente abrir suas asas sobre nós.