8 de fev. de 2006

A despetização do Brasil

por Alceu Garcia em 22/02/2005

A condição necessária e suficiente para a situação do Brasil ser ruim é o desaparecimento do PT do cenário político, pois enquanto este partido existir, como governo ou oposição, a situação será péssima, sempre tendendo a piorar. Portanto, qualquer revés imposto aos petistas deve ser considerado um grande benefício para a nação. A eleição de um político oriundo do velho patrimonialismo fisiológico para a presidência da Câmara dos Deputados, lamentável em si mesma, é muito positiva pelo simples fato de atrapalhar o projeto do PT de se eternizar no poder. Para a massa de pagadores de impostos, ou seja, nove em cada dez brasileiros, sai mais barato bancar as mordomias dos deputados defendidas por Severino Cavalcanti do que ter um Congresso submisso dizendo amém a cada aumento de tributo exigido pelo Executivo, carimbando sem discutir cada projeto de lei absurdo copiado da esquerda norte-americana ou da Cuba de Fidel. Agora talvez haja mais resistência no parlamento. A diferença entre os políticos comuns e os petistas é que os primeiros se contentam em subtrair uma parte do dinheiro das pessoas para suas negociatas, no mais deixando que cada um toque sua vida como bem quiser. Os petistas, contudo, querem não apenas todo o seu dinheiro, leitor, como também a sua mente e a sua alma. Na utopia do PT, os indivíduos devem ser escravos do Estado e ainda amar a sua escravidão.

A derrota de Lula em 2006 seria, pois, ótima para o país, mas isso naturalmente não basta. A fonte do tremendo poder do PT é a ideologia marxista que a intelectualidade injeta na vida cultural a partir de suas fortalezas na burocracia estatal, nas universidades, na Igreja, na imprensa, nas Ongs etc. Enquanto esse marxismo tóxico for o ar que se respira as coisas vão piorar progressivamente, porque o marxismo é o progresso do erro e do mal. O PT, mesmo defenestrado do Planalto, continuará a empurrar a sua agenda perversa goela abaixo dos brasileiros. A despoluição cultural do Brasil é medida preliminar ao verdadeiro progresso que se quer e se pode ter. Essa desintoxicação pressupõe como remédio um movimento intelectual antipetista. Não se trata, porém, de contra-doutrinação política, mas sim de fazer prevalecer a verdade desmontando os argumentos socialistas, revelando suas premissas falsas e seus sofismas, porque todo argumento socialista é falso e sofístico. O discurso socialista não resiste ao mais superficial exame crítico e não é por outra razão que esses intelectuais fogem da crítica como o diabo da cruz. Eles são impostores e sabem disso.

A reação intelectual antipetista já existe em estado embrionário, graças, sobretudo, à internet, que pôs em contato muita gente consciente do problema e abriu ao público um novo canal de informações não controlado pela polícia cultural petista. Se essa reação vai ou não se consolidar num movimento consistente e prosperar, veremos. De qualquer modo, trata-se de uma tarefa árdua, pois é muito mais fácil divulgar uma filosofia social falsa usando truques sofísticos e emocionalismos baratos do que refutá-la e substituí-la pela verdade. A hegemonia petista é fruto de cinqüenta anos de hábil e incessante propaganda ideológica. Desfazer essa hegemonia é trabalho para duas gerações.

Do Blog:
Ainda não tinham vindo à tona as Roubalheiras, eufemísticamente chamadas de "Crise Política" e "Mensalão".

É roubalheira, sim! - do Sen Antero Paes de Barros (PSDB-MT)

O PT mais uma vez tenta enganar a população. Não bastasse a grande fraude da eleição de Lula, o partido insiste na tática da mentira para conquistar apoio popular.

Não é preciso grande esforço de memória para lembrar que na campanha de 2002 o principal diferencial utilizado pelo PT foi a bandeira da ética e a tese de que a legenda era diferente dos outros partidos (ou, não era igual aos demais).

No governo, o PT mostrou que existem mesmo diferenças, só que para pior. Nada a ver com a ética.

Agora, a grande tese do PT é a de que ele é igual aos demais partidos e que tudo o que faz é o que os outros fazem. Ou seja, a principal alegação do PT é a de que todos os políticos são ladrões, o do PT inclusive.

Quem defende publicamente esta tese não tem autoridade moral para tentar processar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por ter dito à revista Isto É que a ética do PT é roubar.

O Ministro da Justiça, Márcio Tomás Bastos, diz que caixa 2 é coisa de bandido. Mas ele é também o autor intelectual da desculpa de que o PT faz caixa 2. Como criminalista, ele sabe que a pena de caixa 2 é menor.

O PT fez caixa 2 também, mas não fez só isso. O PT promoveu o aparelhamento de empresas públicas para que houvesse vasos comunicantes entre os operadores petistas dessas empresas e o caixa do partido. Fez corrupção, roubalheira, fraude, extorsão e uma série imensa de crimes capitulados nos códigos.

Já disse e repito. Desde Pero Vaz de Caminha, nunca se roubou tanto no Brasil. Tudo o que foi roubado de 1500 a 2002 é menos do que o que se roubou no governo Lula. Se algum petista duvida, que contrate uma auditoria internacional e vai chegar aos números que comprovam essa afirmação.

Posto isto, é preciso enfatizar que esta eleição é a oportunidade única para o PSDB reter em suas mãos a bandeira da ética. Necessário se faz lembrar que quem primeiro tratou da ética na política, na recente democracia brasileira, foi o saudoso Mauro Covas, na campanha presidencial de 89.

O PT tentou usurpar essa bandeira, mas não conseguiu mantê-la. A ética petista foi jogada na lama e se perdeu nos canais do valerioduto, nas cadernetas do mensalão. Tudo o que já foi revelado nas CPIs dos Bingos e dos Correios fala por si. Não é preciso apurar mais nada.

É hora de pôr fim à República do “eu não sabia”, da tapeação, do “eu fui traído”, do engodo, da roubalheira, do “não existem provas”, do “denuncismo vazio”. Insistir nessas desculpas é perda de tempo e abuso com a paciência do povo brasileiro. A máscara do PT caiu. A farsa da ética já não convence mais ninguém. O eleitor não será enganado outra vez.

*Antero Paes de Barros é radialista, jornalista e senador pelo PSDB de Mato Grosso
Fonte: Blog do Noblat

O SONHO

por Ralph J. Hofmann, com autorização do autor.

Acordei de um cochilo na frente da televisão. Acordei sorridente, feliz, mas não sabia por que. Obviamente havia sonhado e meu sonho me deixara de extremo bom humor. O que seria? Alguma aventura rocambolesca ao estilo do Chevalier Casanova? Ou teria eu estado pilotando um planador?

Aos poucos me recordei. De repente eu estava numa praça cheia de pessoas com chapéus tricornes, com rosetas bleu, blanc et rouge. Estava em Paris na época do Terror. Adiante um pouco, via-se uma guilhotina sobre uma plataforma, erguida de tal maneira que se podia ver todo o percurso da lâmina, assim como a cesta de vime coletora de cabeças decepadas.

Eis que aparece uma carreta trazendo novos fregueses para Madame La Guilhotine. Rapidamente um magarefe vestido não só com tricorne e roseta senão cujas calças eram também em azul, branco e vermelho leu um ato de condenação. Tratava-se, segundo a proclamação dos piores asseclas dos corruptores da nação, e que, pior de tudo se disfarçavam de salvadores da pátria.

Lido o documento rapidamente despacharam todos os condenados, seus corpos sendo removidos. Enquanto eram despachados as senhoras tricoteuses, gritavam o número de ordem dos guilhotinamentos do dia, trente-un, trente-deux, trente-trois ...etc. Subitamente uma mais gaiata pegou a última cabeça do cesto e jogou-a para cima. O povo começou a jogar de um lado para outro a cabeça, até que chegando perto de mim vi que era a cabeça do Dornelles, ou ao menos muito parecida com nosso deputado antigo assecla do Delfim Neto na condição de Secretário da Receita. Aí entendi tudo, eram alter egos de nossos antigos e recentes secretários da receita que eu vira serem decapitados.

Eis que aparece uma carreta trazendo novos fregueses para Madame La Guilhotine. Rapidamente um magarefe vestido não só com tricorne e roseta senão cujas calças eram também em azul, branco e vermelho leu um ato de condenação. Tratava-se, segundo a proclamação dos piores asseclas dos corruptores da nação, e que, pior de tudo se disfarçavam de salvadores da pátria.

Acordei justamente quando arribava uma nova carreta trazendo entre outros os alter egos do Delfim Neto e do Pallocci.

Era de acordar sorrindo não? Liberté, egalité fraternité!

Pena que na realidade sempre acabam alterando o slogan libertário:

Todos os animais são iguais, mas os porcos são mais iguais que os outros.

(George Orwell – Animal Farm)

HONESTO NÃO É SUBSTANTIVO

por Alfredo Guarischi, médico - no Argumento

Estou estudando português. Minha escrita é trêmula, apesar de minha caligrafia – quando legível – ser clara. Na verdade é escura, pois o papel é branco e minha pena – ainda uso pena – goteja tinta escura.

Fui aconselhado a ler, ler muito. Não acho chato, mas há quem ache, como o Lula. Como é o presidente – o chefe da turma – deixo para lá, afinal é o chefe. Só que o problema – ele – é um mau exemplo para o povo – nós.

Lendo os clássicos procuro entender o processo criativo, o uso da gramática e recorro ao dicionário com freqüência - uma nova palavra ou um novo sentido de uma esfarrapada. Minhas dúvidas são muitas. Volta e meia recorro ao tio Haroldo, que é tradutor. Os tradutores, os bons, têm que dominar a língua número um para traduzir a de número dois. Na ordem inversa as coisas não funcionam tão bem. Conhecer um jornalista ajuda bastante. Eles, em geral, entendem de entrelinhas.

Estava construindo um conto e um honesto apareceu. Empaquei como um burro. O que é um honesto? Recorri ao meu salva-gramática. A resposta, direta, é que honesto sempre é um adjetivo. Exemplo: Governo honesto, Político honesto, Juiz honesto.

Não concordei, pois achava que deveria ser considerado um substantivo: designa um ser real, que expressa unicamente e sem reforço de outro, a substância (palavra)- segundo o Houaiss.

Os poderes da república deveriam tomar decisões honestas. Substantivas. Com isso, não haveria dúvidas. As decisões seriam apenas honestas e não adjetivas: boa para fulano e má para beltrano. Uma lei aprovada pelo legislativo é aplicada pelo executivo e o judiciário arbitra os eventuais conflitos. No papel há um equilíbrio entre os três poderes, mas como não conheço uma balança com três pratos, podemos estar diante de uma fábula.

As leis deveriam ser votadas, aplicadas e arbitradas, sem adjetivos. Não basta ser legal, tem que ser moral – uma espécie de mãe de César. Honesto deixaria de ser algo como um gerúndio: uma ação em movimento, que ainda não terminou, sempre esperando algo, às vezes uma grande surpresa ou decepção.

Por mais que tentasse não consegui usar o honesto de modo substantivo. É o que daria vida ao meu texto. Seria a matéria prima que há pouco o João Ubaldo, em sua crônica primorosa, reclamava faltar para construir um país.
Gostaria de poder sugerir ao presidente uma medida provisória, transformando, por algum tempo, o adjetivo "honesto" em substantivo. Quem sabe, deste modo, o andar de cima do país melhorasse, passando a ser honesto com a maior parte deste Brasil desigual, que mora no andar de baixo, às vezes escondido no porão.

Alfredo Guarischi, Cirurgião. Presidente da Comissão Nacional de Câncer do Colégio Brasileiro de Cirurgiões.

Líderes do PSDB tentam dissuadir Alckmin de disputa interna

Chuchu não tem jeito. Mesmo bem feito, caprichado, continua XUXÚ.

Por Cátia Sabra, na Folha: "O comando nacional do PSDB tenta debelar a disputa entre o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito José Serra. Ao saber da disposição de Alckmin de submeter a escolha do candidato à Presidência pelo partido a um amplo colégio, integrantes da cúpula do PSDB telefonaram para o governador com a missão de dissuadi-lo da idéia. Tucanos lembram que Alckmin teria concordado com a inoportunidade de prévias, em jantar com o presidente nacional do partido, Tasso Jereissati, no mês passado. Hoje, o governador Aécio Neves (MG) chega a São Paulo com a tarefa de conversar com os dois. A intenção é reuni-los para fixação dos critérios de escolha. Ontem, em entrevista em Minas, Aécio apelou para a responsabilidade de Alckmin e Serra. 'No PSDB não há espaço para aventureiros. Os dois têm uma história dentro do partido. Uma história no país. São gestores absolutamente testados e não farão vôo solo. Aquele que for o nome que estiver, no momento certo, em melhores condições de disputar as eleições e de vencê-las, será o nosso candidato', disse Aécio, que duvida da possibilidade de antecipação da escolha. 'Continuo achando que o mês de março é um mês adequado para o anúncio', afirmou. O líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), disse ontem que a 'prévia não é conveniente'. 'É internamente desgastante. Potencializa a disputa interna.' "

Do Blog:
Se não fosse o Apedeuta, mandaríamos o PSDB às favas.
do Primeira Leitura

Pré-candidatura tucana: aumenta pressão sobre Serra

Por Helena Chagas e Tereza Cruvinel, n'O Globo: "O prefeito de São Paulo, José Serra, será o candidato do PSDB à Presidência se assumir logo a candidatura e assegurar que irá levá-la até o fim, em qualquer circunstância, ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva venha a recuperar mais pontos nas pesquisas de intenção de votos até março. Numa antecipação do processo previsto para o mês que vem, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e outros caciques tucanos vão procurar Serra nos próximos dias para lhe pedir essa definição. Se a resposta for afirmativa, o comando tucano sairá em campo para preparar uma saída para o governador de Sâo Paulo, Geraldo Alckmin, e costurar a unidade em torno de Serra. O anúncio público de sua candidatura, entretanto, só ocorreria depois do entendimento com o governador, provavelmente após o carnaval, no início de março. (...) Mas as últimas pesquisas acenderam um sinal amarelo: além de não poderem mais perder tempo diante de um Lula que se movimenta e cresce, é preciso interromper a disputa interna para que ela não deixe feridas e sequelas que tenham consequências na campanha. O maior temor dos caciques tucanos é de que a indecisão de Serra acabe por enfraquecer a candidatura do partido. (...) Os caciques tucanos acham ainda que, se Serra desistir daqui a um mês, depois de todas as expectativas geradas, vai ficar difícil convencer o eleitor de que o PSDB não terá perdido as esperanças de vencer Lula e de que Alckmin não seria um candidato escolhido para perder. Além disso, o comando do partido se preocupa com o desgaste da disputa Serra-Alckmin, que vem acirrando os ânimos no chamado 'segundo escalão' do partido. Defensores de um de outro vêm subindo o tom das críticas e partindo para os ataques recíprocos. (...) O PFL também pede pressa aos tucanos: — O candidato precisa ser logo conhecido para entrar em campo e dar combate ao Lula — diz o líder no Senado, Agripino Maia (RN)."

fonte: Primeira Leitura