26 de abr. de 2006

ALGUMAS PRECAUÇÕES QUE PODERÃO VIABILIZAR SUA CHEGADA AO AEROPORTO OU À FRONTEIRA

por Ralph J. Hofmann (*)

“Mantenham seus currículos e passaportes permanentemente atualizados”

Filho de pessoas que saíram da Alemanha nos anos trinta bem antes das fronteiras estarem completamente fechadas, sul-africano por nascença, amigo de pessoas que tiveram de sair da Rhodesia/Zimbabwe, Angola, Moçambique, Indonésia nos anos 50, Tchecoeslováquia nos anos sessenta, húngaros nos anos cinqüenta, etc. tenho anos de reflexões dirigidas ao assunto da sobrevivência.

Considerando que você é jovem e não pretende passar os melhores e mais produtivos anos de sua vida numa sociedade que não reconhece mérito, apenas adesão ao Partido.

Considerando que você está na meia idade e não tem saco para agüentar um bosta que nunca trabalhou na vida como seu chefe.

Considerando que você está velho e já está ranheta demais para agüentar essa turma aí que passou estes últimos quatro anos lhe saqueando com correções fictícias de sua pensão.

Considerando que é melhor lavar o chão ou estacionar carros em Miami do que ser médico em Cuba.

A partir de hoje mesmo passe a juntar:

- Aquele passaporte italiano ou alemão ou espanhol que a D. Marisa (vulgo Alemoa) também tem;

- Aquelas jóias da família que sempre estavam no cofre e que tem bastante valor pelo peso em ouro;

- Seus diplomas e certificados.

- Obtenha documentação que comprove que você é perseguido politicamente pelo PT. ( Uma boa propina às autoridades policiais poderá gerar documentação federal provando que seus dias estão contados). Servirá para obter asilo político.

- Vistos de entrada para o maior número de países possíveis no seu passaporte brasileiro. Passagem aberta de avião para qualquer um deles.

- Se tiver obtido seu passaporte europeu uma passagem sem data para o país de seus antepassados.

- Uma mochila com o mínimo de coisas necessárias caso precise caminhar até uma fronteira.

Mantenha um kit desses para cada membro da família. Em caso de desastre não adianta o pacote estar consigo e seu filho estar a 400 km de distância na universidade.

Não posso aconselhar o momento exato de usar essa parafernália, mas o dia que virem José Rainha ou João Pedro Stédile falar ao povo na televisão em cadeia nacional é uma boa dica.

E não se surpreenda se, quando estiver cruzando o rio Paraná no meio da noite, esperando os guardas de fronteira se afastarem, a senhora à espreita na moita ao lado da sua for a “Alemoa” supracitada.

As revoluções marxistas costumam engolir e cuspir fora os que facilitaram sua ascensão.

“In memoriam de Jan Masaryk, ministro tcheco defenestrado em 1948.”

(*) - Com autorização do autor