14 de ago. de 2006

Esqueçam tudo o que os Candidatos a Presidente falaram no debate da BAND sobre Impostos e Tributos

Leiam "O Brasil Legal e o Ilegal", para começar. É de um Filósofo.

Loló botou para quebrar.

Corrupção, Economia e Alquimia - por Alberto Oliva

Publicado em 14/08/2005

Dia desses, o senador Cristovam Buarque foi entrevistado por Carlos Chagas no programa O Jogo do Poder no canal CNT. Conversa vai, conversa vem e Buarque não se conteve. Ao opinar sobre as dívidas interna e externa, o senador petista, hoje insatisfeito com os rumos morais de seu partido, preconizou uma saída heterodoxa, porém negociada. Em vez de propor os calotes selvagens que o PT de antanho sempre defendeu, Buarque discorreu sobre as vantagens de uma “solução negociada”. Em que consistiria? Consciente dos perigos representados pelo rastilho de uma eventual boataria dando conta de que o governo estaria cogitando renegociar suas dívidas, Buarque se saiu com a proposta de renegociação nos bastidores. Por entender que as dívidas são impagáveis, recomendou que sejam reescalonadas ou que tenham seus “perfis alterados”. Sem alvoroço, controlando as paixões e emoções dos privilegiados, tudo se resolveria com os credores renunciando a receber o que lhes é devido.

Nestes tempos em que predomina a razão cínica, os políticos petistas corruptos mentem desvairadamente e os honestos se tornam especialistas em sutilezas verbais veiculadas por meio de figuras de estilo como o bom e velho eufemismo. Alvitra o ilustre senador que os credores sejam instados a conversar para que, constrangidos por “bons argumentos”, se vejam forçados a ceder. Ficamos assim sabendo de uma grande novidade: o calote temperado com bons argumentos não tem efeitos danosos sobre a economia e nem abala a credibilidade do País. Deixar mais uma vez de honrar compromissos teria agora a atenuante de que houve uma “conversa franca” entre credores e devedores.

Não é de hoje que os que fazem sucesso no Brasil são os que muito ousam na retórica e pouco fundamentam o pensamento. Por isso desde o tempo do saudoso Stanislaw Ponte Preta o festival de besteiras nunca saiu de cartaz. De acordo com o alvitre de Buarque, o governo, para ter êxito, deve convocar os credores sem que o distinto público tome conhecimento disso. Do contrário, os mercados poderiam reagir mal à iniciativa. Na calada da noite, os negociadores representando o Governo tudo fariam para sensibilizar banqueiros, vampiros do banco de sangue do povo, de que a sociedade não agüenta pagar tanto de seu PIB para saldar compromissos financeiros com quem já nada em piscina de ouro. Caso a ênfase nas necessidades básicas dos humildes comovesse os financistas pançudos em pouco tempo se poderiam aumentar substantivamente os gastos públicos na área social. Esta seria a missão de um governo genuinamente popular que não deseja trair o compromisso tantas vezes assumido de investir em saúde, educação, infra-estrutura e otras cositas más. E, por fim, seria dito alto e som aos banqueiros - em reuniões secretas - que pagar dívida sem reclamar e sem reduzi-la é coisa de neoliberal insensível que acredita que mercados existem e estão sujeitos a determinadas forças que os estabilizam ou desestabilizam.

A proposta de promover negociações nos bastidores longe dos olhares curiosos da opinião pública é a negação do espírito democrático tão enfaticamente defendido por Buarque. Para evitar que as “negociações” chegassem ao conhecimento da imprensa, que o País corresse sérios riscos de sofrer ataques de vis especuladores, tudo seria acordado entre burocratas e banqueiros. Os credores, segundo essa estratégia digna de um grande enxadrista, seriam “convencidos” a aceitar uma solução pautada pelo bem comum: anular parte da dívida em nome da construção de um país melhor. Persuadidos pela razão e impelidos pela emoção aquiesceriam em dar essa grande contribuição em prol de um futuro melhor para a Nação.

O que espanta é que a proposição desse tipo de negociação, que retoricamente apregoa ser esse o “ajuste” que tirará o pescoço da sociedade do garrote vil das dívidas, parece desconhecer, o que é improvável, que a dívida interna é, no seu grosso, dinheiro que o governo toma emprestado dos pequenos e médios poupadores para poder se financiar. Renegociar a dívida equivale, no fundo, a passar a perna nos que têm feito investimentos com o objetivo, entre outros, de no futuro comprar um automóvel ou adquirir a casa própria. Eis, no fundo, o que representa a proposta de “negociar com os credores” na “calada da noite”: dar de novo um ypon à la Collor no poupador médio sob a alegação de estar atingindo apenas banqueiros locupletados.

Sarney, com a moratória soberana da dívida externa, e Collor, com o seqüestro de todos os ativos financeiros, colheram rotundos fracassos. Só que o malogro de ambos não foi suficiente para diminuir a ânsia caloteira que tão fundamente está aninhada na alma de nossa elite intelectual e política. O que há de distintivo no arrazoado de Buarque, em relação às teses históricas do velho PT, é a busca de uma solução negociada do tipo: se não abrirem mão de parte do que têm a receber vai ser pior para vocês; em algum momento nada vai ser pago. Para tornar mais efetiva a pressão sobre os credores, poderia inclusive o senador ter sugerido que fossem ameaçados com o “método Kirschner”: ou muito menos daqui a um certo tempo ou tudo para as calendas gregas.

É curioso que se Lula tivesse seguido conselhos desse tipo, dados pela fração honesta do PT composta por gente como o senador Buarque, já teria perdido o mandato. Em quase todos os lugares do mundo não há governo que resista quando a enxurrada de escândalos ocorre numa conjuntura em que a economia está desorganizada por calotes e populismo fiscal. Curioso deve ter sido o dilema de Lula: seguir os probos do partido e desestabilizar a economia ou perfilhar-se com os “pragmáticos” – Dirceu coordenando as contas do partido-governo e Palocci as do País – e correr o risco de ser tragado pelo duto da corrupção.

fonte: RATIO PRO LIBERTAS

MPF denuncia crime organizado em Rondônia - do CH

O Ministério Público Federal ofereceu hoje denúncia ao Superior Tribunal de Justiça contra cinco suspeitos de liderar o crime organizado em Rondônia presos pela Polícia Federal, na Operação Dominó. Foram denunciados por formação de quadrilha, advocacia administrativa, corrupção ativa e passiva e prevaricação o presidente da Assembléia Legislativa, Carlão de Oliveira, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Sebastião Teixeira Chaves, o juiz José Jorge Ribeiro da Luz e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Edílson de Souza Silva. Quanto ao procurador de Justiça José Carlos Vitachi, foi denunciado apenas por corrupção ativa.

Uma pergunta:
Onde o Crime Organizado está ausente?

Resposta: Onde, por necessidades operacionais, o Crime é Desorganizado.

P.S.: Uma parte da OAB, dos filiados à ordem, é uma 'famiglia'; esse lado negro da ordem só veio à tona recentemente, à grande mídia. Mas é uma Máfia, não com o "glamour" da Cosa Nostra. Um Delegado jamais recebe 'honorários' sem a devida intermediação de um "dotô".

Gozação - do Claudio Humberto

Se há tribunais em São Luís (MA) que levam o nome de Roseana Sarney, em Belém (PA), o Tribunal de Contas dos Municípios foi batizado por algum gozador. Chama-se, que absurdo, “Palácio Jader Barbalho”. Ele mesmo.

Uma proposta pra não colar:

Eliminar de todos e quaisquer Prédios Públicos, Avenidas, Logradouros, Cemitérios, Valas, Campos de Futebol e o escambau a quatro, nomes dados ao mesmos em homenagem a figuras que Lesaram o país e o povo brasileiro.

Se precisar, Importamos Nomes. Em Fortaleza vi uma curiosidade. Não satisfeitos com os corruptos e ladrões brasileiras, vi um edifício com o nome de um corrupto Francês. Com um pequeno detalhe: o mesmo amargou prisão.

Combinação Alarmante - por Christina Fontenelle

A verdade não tem dono e os que têm amor a ela trabalham para fazê-la chegar ao maior número possível de pessoas, sem que isto dependa de que seus nomes estejam vinculados ao fato dela ter vindo à tona. Não interessa como, o que importa é que a verdade apareça ou que, em busca dela, sujam alternativas bastante verossímeis ao que se venha divulgando sobre determinado fato como verdade absoluta. É por isso que eu não faço cerimônia em convidar os leitores a fazer uma reflexão sobre as pesquisas eleitorais. Não preciso agradar a ninguém e não tenho pretensão de ser a dona da razão. Mas, cá com meus botões, tenho pensado muito sobre essa avalanche de dados que são despejados diariamente na imprensa como sendo o resultado de pesquisas eleitorais.

Até agora, do Oiapoque ao Chuí (pois eu me comunico com pessoas do país inteiro), o que temos visto são, desde garis, motoristas de táxi, ascensoristas (onde eles ainda existem) e vendedores de loja, até empresários, médicos, dentistas e outros profissionais liberais – todos indignados e revoltados – dizendo que, nas próximas eleições, votam contra Lula e contra o PT. Os únicos lugares onde não se vê isso acontecer são nas pesquisas eleitorais e nas propagandas do Governo Federal.

Eu quero que as pessoas parem para pensar, com sinceridade, a respeito de quem é que vai votar no Lula para presidente. Você, cidadão, conhece alguém? Está difícil, não é?

Noventa por cento dos aposentados não votam em Lula, taxistas também não. Sessenta por cento dos militares da ativa e 99,9% dos da reserva querem que o atual presidente se mude com sua mulher para a Itália – já que Dona Mariza fez questão de pedir cidadania italiana para ela e para seus filhos, durante o mandato de seu marido com presidente da república (é com letra minúscula mesmo). Os ex-empregados da Varig não votam em Lula, nem os pilotos de maneira geral, já que, com a criação da ANAC, que substituiu o DAC, pela renovação de um exame médico (CCF - Certificado de Capacidade Física) e pela renovação da Licença de Vôo eles terão que pagar R$ 2.339,00, a cada 6 meses. No tempo do DAC, administrado pelos "ditadores, sanguinários" militares, as duas licenças somavam aproximadamente R$200,00. Igualmente as tarifas de embarque de passageiros e as aeroportuárias foram majoradas em 1.000%.

A classe média não vota em Lula - pelo menos 90% dela. Pequenos, médios e até alguns dos grandes empresários não votam no atual presidente. Pequenos, médios e grandes proprietários rurais não suportam a idéia de ver Lula na presidência por mais 4 anos. Cinqüenta por cento da classe artística do país não pretende reeleger o "mão suja". Funcionários públicos de carreira não votam em Lula. Profissionais liberais não votam em Lula. O pessoal que ganha salário mínimo ou que está desempregado já aprendeu que não se vota em quem prejudica classe média e empresários, na medida em que a "bomba" estoura nos mais pobres e necessitados. Enfim, a lista é infindável e não caberia num artigo.

Quem é que, então, que vai votar em Lula? Pois é, eu imagino que quatro tipos de pessoas vão votar neste cidadão: os que foram empregados ou favorecidos por ele (e os que estão em vias de ser, caso ele seja reeleito), os que têm medo de perder as poucas migalhas que algum tipo de bolsa-esmola lhes garante, os banqueiros e os mega-empresários que vislumbram os lucros dos monopólios (ainda que travestidos de várias marcas ou sob vários nomes) que estão entusiasmadamente construindo (em troca de propaganda e de doações para o Governo do PT) nos mais diferentes tipos de atividade.

Somando todas essas pessoas, entre as quais estão os militantes do PT (incluídos no primeiro tipo de pessoas acima citado), com muito otimismo, poderíamos chegar ao número de 39 milhões de eleitores. Nas próximas eleições teremos um total de quase 126 milhões de eleitores. Suponhamos que o total de votos nulos e brancos atinja a marca de 11% e que o de abstenções chegue a 17%. Isso significa que o total de votos válidos seria de 90,72 milhões (126 - 13,86 - 21,42). Vamos supor que Heloisa Helena fique com 14% do eleitorado, Cristovam Buarque com 1,5% e os outros candidatos com 1%. Então sobrariam 69,93 milhões de eleitores (90,72 – 17,64 – 1,89 – 1,26). Supondo-se que Lula tenha 39 milhões de votos, isso representa 30,9% do eleitorado total e 42,99% dos votos válidos – muito longe dos 50%+1 necessários para que não houvesse um segundo turno. E mais: significa que Alckmin teria 25,6% dos votos válidos, ou seja, 30,93 milhões de votos.

Mantendo-se os índices de votos nulos e brancos e de abstenção do primeiro turno, no segundo, teríamos um Lula ainda com 39 milhões e um Alckmin com 30,93 mais os 17 milhões de votos que tenderiam a vir daqueles que teriam votado em Heloísa Helena – já que a tendência seria que mais eleitores optassem por votar contra Lula.

Observem que eu tive o cuidado de exagerar todos os números percentuais para acima do que seria o esperado e do que seria o das probabilidades. Isso significa que, apenas por projeção minha, uma cidadã comum, munida de bom senso e de uma calculadora, o máximo que Lula conseguiria era ir para um segundo turno com Alckmin – jamais vencer no primeiro turno (essa possibilidade é quase nula em termos lógicos reais).

O mais importante é ter a consciência de que é quase impossível que o eleitorado de Lula tenha crescido nesses 4 anos de governo, ainda que ele tenha tentado fazer com que isso acontecesse, através da farta distribuição de cargos no PT e no funcionalismo público (os dados do Ministério do Planejamento revelam que a gestão Lula, desde 2003, contratou 110 mil funcionários públicos e criou 29 empresas estatais – quem duvidar é só verificar nestas reportagens:
http://clipping.planejamento.gov.br/Noticias.asp?NOTCod=239802 e http://www.terra.com.br/istoedinheiro/435/economia/farra_contratacoes.htm ). Mas, o mais provável é que estas pessoas já fizessem parte do eleitorado do atual presidente e, por isso mesmo, acabaram sendo beneficiadas nos planos governamentais de super-aparelhamento do Estado. Portanto, eu ouso concluir que um acréscimo de eleitores do PT deva estar mais concentrado na lista daqueles para os quais o Governo Lula distribuiu algum tipo de bolsa-esmola.

Entretanto, deve entrar nesta conta também o número de eleitores que o partido perdeu em função dos escândalos provocados pelos casos de corrupção em que esteve envolvido e também por causa de uma série de atentados contra a Constituição e contra o Estado de Direito cometidos durante o governo de Lula e do PT, demonstrando, inclusive, tendências fascistas. E tudo leva a crer que esse número de eleitores perdidos supere enormemente o de pessoas que passarão a votar no atual presidente e em seus correligionários do PT por terem sido eventualmente beneficiadas pelo governo.

Agora vejam os números que revelam as pesquisas. A última pesquisa do Ibope para a CNI (Confederação Nacional de Indústria) divulgou que o presidente Lula manteve 46% de intenção de voto desde a última pesquisa, e que ainda venceria a eleição presidencial no primeiro turno. Isso significa que, dos 126 milhões de eleitores, 57,96 milhões votariam em Lula. Sabendo-se que, nas eleições de 2002, ele obteve 39 milhões de votos no primeiro turno e que foi eleito com 52,8 milhões de votos, no segundo turno, num universo de 115 milhões de eleitores (com apenas 86 milhões de votos válidos), é simplesmente impossível que os resultados das atuais pesquisas estejam revelando uma probabilidade verdadeira, se considerarmos tudo que já foi dito acima sobre a muito provável queda no número de eleitores de Lula, de 2002 para cá.

Afinal, como é que são escolhidos os universos onde são feitas essas pesquisas? Sim, porque são revelados apenas o número de cidades em que foram entrevistadas um total de pessoas que geralmente se aproxima das 2 mil. O problema é que se você fizer uma pergunta sobre eleições e votos para moradores Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, por exemplo, provavelmente vai obter resultados bem diferentes do que se fizer as mesmas perguntas para os cariocas que vivem no Jardim Botânico. Portanto, revelar (ou considerar) apenas as cidades – ou logradouros – e o número de entrevistados, tecnicamente não invalida os resultados desse tipo de pesquisa, mas também não pode servir de fiel da balança daquilo que corresponda à realidade.

Eu não posso entender de outra forma que não seja a de tentar conduzir os votos dos eleitores ou a de construir um álibi para uma possível fraude eleitoral a veiculação dos resultados de pesquisas eleitorais que não traduzem o que uma infinidade de pessoas está a apreender da realidade. Eu não seria leviana a ponto de acusar os institutos de pesquisa de cometerem fraudes ou manipulação de dados. Estas empresas trabalham com metodologias científicas e procuram ser criteriosas no trabalho que fazem. Entretanto, isso não significa que aqueles que encomendam os trabalhos não possam ter estabelecido determinados tipos de estudos e objetivos da análise que conduzam aos resultados revelados pelas pesquisas e, ainda, como detentores desses resultados, não possam fazer divulgações distorcidas dos mesmos.

Eu já escrevi um artigo sobre voto eletrônico falando sobre as possibilidades de fraude nas urnas eletrônicas. O último relatório publicado a respeito desse assunto é o Relatório Brennan e mais informações podem ser obtidas nesta matéria publicada no site Observatório de Imprensa. Mesmo que aparentemente não possamos fazer nada a respeito desse assunto, é importante que o maior número possível de pessoas fique ciente do sistema eleitoral a que nós brasileiros estamos submetidos e do risco que isso pode representar para a nossa frágil democracia.

Pesquisas assim divulgadas combinadas com votação eletrônica são alarmantes, principalmente num país onde a mentira tornou-se, pela sua repetição, uma alternativa à verdade e onde um presidente da república segue mentindo que não sabia de nada sobre os crimes que a quadrilha que o cercava (e que o ajudou a chegar aonde chegou) vinha praticando e não há nada nem ninguém que tenha conseguido romper a barreira do aparelhamento estatal - engendrado pelo partido desse próprio presidente -, para tomar as medidas que seriam cabíveis em casos como esse.

O sistema republicano democrático, embora não seja completamente justo e esteja distante do que seria o ideal, ainda é o melhor a que uma sociedade possa estar submetida nos dias de hoje. Faz parte das táticas para se obter melhores resultados dentro desse sistema de representatividade o voto útil. A bem da verdade, quase sempre temos que recorrer a essa alternativa para que sejam eleitos aqueles indivíduos que julgamos ser os menos piores. Agora não é hora de se discutir as falhas e os vícios desse sistema – isso pode ficar para depois das eleições (como já tem ficado há muito tempo). A hora é de usar o voto útil e de não ter vergonha nem medo de fazer isso. Se as urnas eletrônicas não trabalharem corretamente, isto não terá sido por causa de nós, eleitores; mas, está nas nossas mãos sabermos usar a única arma que nos resta. Nas próximas eleições, não vote Nulo, não vote Branco nem se abstenha. Se você quiser realmente protestar, VOTE ÚTIL – e eu não preciso dizer o que isso significa.

Recebido da Christina Fontenelle para publicação
14/08/2006

chrisfontell@gmail.com
http://infomix-cf.blogspot.com/

Os Filhos de Lula - por Rodrigo Constantino

Hay que endurecer pero sin perder la ternura jamás.” (Ernesto “che” Guevara)

O presidente/candidato Luís Inácio Lula da Silva endureceu o discurso no fim de semana, em Fortaleza. Lula, que gosta de monólogos e vai fugir dos debates eleitorais, criticou “as elites” e o que chamou de “direita raivosa”. Todo populista que almeja ser como Chávez ou Fidel culpa sempre essa tal de “zelite” pelos males da nação. Curiosamente, elite mesmo são os “intelectuais” ricos que adoram Lula, como Verissimo e Chico Buarque, ou então os privilegiados funcionários públicos e sindicalistas, que também gostam muito do molusco. Já quanto a essa tal de “direita raivosa”, seria interessante que o apedeuta explicasse quem exatamente representa a direita no país, posto que o cenário político é caracterizado por um monopólio esquerdista. Será que o presidente considera direita o PMDB fisiológico do seu camarada José Sarney?

Lula voltou a criticar a imunidade parlamentar. O Congresso é mesmo formado por 300 picaretas, como Lula apontou no passado. Os mesmos picaretas que estavam envolvidos no esquema do “mensalão”, arquitetado pelos aliados de maior confiança do presidente Lula, que foi o maior beneficiado dele. Mas o que Lula parece desejar, no fundo, é um mecanismo de perseguição política com o uso da máquina estatal. A forte amizade e respeito que Lula e seu PT nutrem pelo ditador cubano não é fruto do apreço por charutos. A afinidade ideológica, selada no Foro de São Paulo desde 1990, explica muito melhor os laços de profunda amizade.

Lula disse que é desagradável o fato de que “qualquer cidadão que tome cachaça e caia na calçada pode levantar e abrir um processo contra o presidente da República”. Estranho o aparente preconceito contra o consumo da aguardente, vindo de quem veio. Mas deixando isso de lado, o presidente erra o ponto. Qualquer cidadão deve sim ser livre para processar o presidente. O presidente da República é um empregado do povo. Não é este que deve temer o governante, mas o governante que deve temer o povo. O jornalista estrangeiro que andou falando do gosto do presidente pela mesma cachaça sofreu na pele o ranço autoritário de Lula, que quis expulsá-lo do país. O uso do aparato estatal para amedrontar o cidadão comum, como foi feito no caso do caseiro que denunciou o então ministro Palocci, é coisa de quem admira Cuba mesmo, onde o Exército tem um país, ao invés de ser um país que tem um Exército.

Mas o que mais me indignou mesmo não foi nada disso. Pode acusar as “elites”, que no fundo estão com Lula mesmo. Pode acusar a “direita raivosa”, que existe apenas na mitologia canhota. Pode até perseguir cidadãos com a máquina estatal. Mas não venha me chamar de filho! Lula disse: “Tenho 186 milhões de filhos e preciso cuidar deles com carinho e amor”. Caro presidente, tenho pai, e ele não se parece nada com o senhor! Ao que parece, Lula tenta usurpar o posto de “pai dos pobres” de Getúlio Vargas. Não será preciso muito esforço: o populismo irresponsável do presidente de fato vai parir muitos pobres, principalmente se o benigno cenário externo mudar. Esse paternalismo estatal é patético. O governo não é pai de ninguém, tampouco deve administrar o Estado com “carinho e amor”, mas sim com competência e honestidade, características que passaram bem longe da gestão de Lula.

Pelo que anda circulando na internet, até mesmo as meretrizes se manifestaram para alertar que Lula, ao contrário do que muitos dizem, não é filho de nenhuma delas. Senhor presidente, paternidade é coisa séria! O senhor não tem 186 milhões de filhos. Na verdade, seu filho mesmo é aquele que recebeu R$ 5 milhões da Telemar, lembra? Aquele que saiu do nada e fez fortuna de forma mais que suspeita, enquanto o senhor, com raiva, o defendeu e disse não admitir que envolvessem seu filho naquela “sujeira”, que na verdade tratava-se apenas do levantamento de fatos de corrupção ligados ao seu governo. Outro filho seu é aquele que levou amigos para o Palácio do Planalto, numa excursão bancada pelo dinheiro extraído na marra dos pagadores de impostos, em claro ato de desrespeito ao povo. Esses são seus filhos, presidente. Eu não! Exijo já um exame de DNA, para que fique comprovado que o senhor não é meu pai. Presidente, me “inclua fora” dessa lista de filhos que o senhor diz ter. Prefiro até ser órfão!

Com autorização do Rodrigo Constantino

A Colheita da Impunidade - por Diego Casagrande

Para nossa tristeza, finalmente estamos colhendo o que plantamos no Brasil. Na escalada de violência que vivenciamos, faltava mesmo um repórter seqüestrado e os encapuzados na televisão fazendo ameaças em rede nacional. Afinal de contas, este é um país onde a televisão está cheia de promotores, juízes, jornalistas e intelectuais com pena dos bandidos. Deveria ser o inverso, mas não é. Vai ver os bandidos cansaram de ser representados e decidiram eles mesmos venderem seu peixe.

Dia desses, um desembargador encheu o peito em um programa para fazer uma brilhante tese sobre a “absoluta falência da pena de prisão no mundo”, de maneira que segundo ele, “não adianta prender”. Excelente constatação. Em casa, 90% dos telespectadores estavam indignados com a asneira. No estúdio, um jornalista concordava com o magistrado.

Enquanto isso, o presidente do governo que criou o mensalão continua lépido e faceiro, gozando invejáveis índices de pesquisa. E os mensaleiros absolvidos estão por aí rindo da cara dos brasileiros honestos. São esses homens que fazem as leis, e, portanto, é natural que as leis sejam ridiculamente frágeis para garantir-lhes a impunidade. E o ciclo se realimenta. Um povo que tolera um Lula, um ACM, um Jader Barbalho, um professor Luizinho, um Sarney (oh Deus, são tantos!), inevitavelmente acabaria tolerando as regras impostas pelo crime violento.

Enfim, em um país onde parte considerável dos homens de decisão só pensa em se fartar no banquete da roubalheira, além de conceder direitos, direitos, direitos, e jamais deveres, é natural que o PCC tenha chegado à televisão. Em breve, para garantir a participação no Big Brother da Globo estarão seqüestrando juízes, promotores, senadores, deputados, secretários de Estado, etc. O PCC descobriu que o caminho da roça é mais simples do que pensava.

Estamos colhendo tudo o que plantamos. E a colheita está apenas começando.

Marxismo e Criminalidade - por Percival Puggina

Resumo: No momento em que o mal do marxismo se instala na mente humana, o portador da enfermidade começa a delirar e passa a afirmar que o bandido é vítima e a bradar que, no fundo, a vítima é o verdadeiro agressor.

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O surgimento de eventuais viroses culturais no meio acadêmico é da própria natureza das instituições voltadas ao conhecimento. A abertura da mente faculta o ingresso de quaisquer idéias e cabe à Razão pôr em operação os mecanismos capazes de separar o joio do trigo. Isso é normal e sempre foi assim, desde a Idade Média, quando as academias nasceram em
berço católico.

No entanto, o que acontece no Brasil em relação ao marxismo se distingue da infecção eventual, que contamina aqui e ali. O que temos é resultado de um deliberado ataque bacteriológico, voltado ao extermínio e agindo sobre o próprio órgão cerebral capaz de produzir a seleção entre o certo e o errado. Através da universidade, a letal agressão atingiu seminários, comunicação social, pessoal recrutado para as atividades da administração e do Estado e produz danos em todos os espaços da vida social.

Um deles diz respeito à segurança pública. Na leitura mentalmente enferma do marxismo, a pobreza é causada pela riqueza e a criminalidade é produto do conflito entre as classes sociais. No momento em que o mal do marxismo se instala na mente humana, o portador da enfermidade começa a delirar e passa a afirmar que o bandido é vítima e a bradar que, no fundo, a vítima é o verdadeiro agressor. O ato criminoso se torna, assim, incontornável feito justiceiro e evidência das contradições do “sistema”. Não há mais o mal nem o bem em si mesmos. Tudo se torna relativo, a depender do lado onde se esteja. O único absoluto é a luta de classes, critério de juízo e chave de leitura de quaisquer acontecimentos, do estupro ao mensalão, passando pelo roubo de cargas e pelo refino de cocaína.

A moral evidentemente desaba e, com ela, a ordem pública. Os criminosos merecem mais zelos, atenções e garantias do que suas vítimas. As leis penais perdem três elementos determinantes de sua eficácia - o desestímulo ao crime, a punição do ato criminoso e o isolamento dos indivíduos perigosos - sob a prevalência de uma “justiça piedosa” que outra coisa não é senão a falência da própria justiça.

Todo esse cenário, que bem conhecemos, só poderá ser modificado se e quando o vírus da análise marxista reduzir sua atividade determinante. Se e quando abrandar a influência do “politicamente correto” como forma de dominação intelectual. Se e quando a febre ceder no próprio espaço onde ele se instalou: o espaço dos fazedores de cabeça.