4 de mai. de 2006

Reinaldo Azevedo e... o Apedeuta

Evo Morales é a Capitu de Lula
Quis o destino que os dois melhores amigos de Lula se unissem para traí-lo. Lula está acabado na América Latina. Não serve mais nem como garoto de recado de Chávez, que escolheu Evo para o papel.

Íntegra no Primeira Leitura

Leia os textos abaixo
O Estado na mão de um bando de amadores
Puerto Iguazú: o risco de desmoralização
Evo Morales sem eufemismos
Brasil: um país cada vez menor
Custo camarada
Gabrielli e Morales: qual é a diferença?

THE THREE CABALLEROS - por Ralph J. Hofmann

Lembram-se deste filme? É com o Steve Martin, uma comédia em que três atores da Hollywood dos anos vinte que faziam curta-metragens fantasiados de charro (caubói) mexicano. Ante sua iminente falência profissional, tendo perdido popularidade montam em seus cavalos para irem viver no México, se metem em encrenca com bandidos de verdade e acabam (naturalmente) salvando o lugarejo com os truques circenses dos filmes em que estreavam.

Pois parecia que tínhamos essa trinca aqui. Não o grupo de cinco que aparentavam ser, se incluíssemos Kirchner (O Elitista) e Tabaré Vasquez (Gaudério – nome que se dá a uma rês desgarrada ou a um gaúcho passeador). Esses dois na verdade pertencem às elites que o nosso Grande Timoneiro Lula tanto despreza.

O General da Banda Chavez, sendo militar deveria ser da elite também, mas ele me lembra uma descrição que li nos anos setenta sobre um outro general que virou presidente:

“Fui comandante dele quando era cabo e depois sargento. Era admirado pelos outros, pois percebia-se que tinha uma grande força física, um porte avantajado. Era dos poucos que jogava rugbi, donde era também dotado de coragem, pois o jogo aí era violento. Mas via-se nele também uma certa crueldade, e impressionava pela liderança sem muito intelecto.

A descrição acima era do comandante em cuja tropa o General Idi Amin Dada serviu no exército inglês.

Já o Cacique Morales... Bem, o Cacique se liderasse uma tribo pré-colombiana não ficaria muito tempo no cargo. Um cacique tem de ser sábio o suficiente para evitar que a tribo se meta em encrencas. E as atitudes deste cacique só podem levar a sua turma para a encrenca. Já há prenúncios de que ou ele massacra a oposição em Santa Cruz de La Sierra ou essa província acaba por derrubá-lo. Não se pode ser presidente apenas dos descamisados de Oruro e Cochabamba. Tem de alimentar todo o país.

O Grande Timoneiro conhecemos bem. Hoje dispensa comentários. Basta dizermos que é em essência um pastel de vento. Todo forma externa e sem substância interna. Não alimenta.

O interessante vai ser como prosseguirá esta novela. Como o Grande Timoneiro poderá seguir abraçado ao General da Banda se o Cacique tendo ejetado a Petrobrás do assento de piloto substituí-lo pela petrolífera Venezuelana. Os administradores deles são mais ameríndios que os nossos? Ou não é coisa de ameríndios. É a Amérdica Espanhola contra a Amérdica Lusa?

Os Três Caballeros passarão a ser dois? O Elitista agora precisa explicar o General ao Timoneiro que não entendeu nada? E o Gaudério? Foi passear em outras pastagens.

Vejo aqui uma excelente oportunidade para um bom cineasta. É uma história que tem tudo. Amor, traição, o rancheiro roubando o gado do vizinho, trocando as marcas do mesmo na calada da noite. A protagonista feminina fica no Chile, mas aparece apenas em fotos emolduradas na parede do bar da vila. Apenas para ser lembrada e cobiçada.

Talvez o Celso Amorim possa deixar o Itamaraty para dirigir este filme. Sairia mais barato ao Brasil financiar sua atividade de cineasta do que mantê-lo no comando das relações internacionais.


Com autorização do autor