24 de mar. de 2006

Inversão de valores

Convivemos hoje no Brasil com uma inversão de valores sem tamanho, o país passa por uma fase muito difícil, confusa, onde os valores estão completamente invertidos. Bandidos de terno e gravata protegidos por leis velhas, arcaicas, proliferam em Brasília. Bairro residencial onde moram pessoas respestáveis passam a ser notícia de primeira página de jornal, não por coluna social, mas coluna policial. Casa onde políticos corruptos faziam festinhas animadas regadas a muita bebida, viagra, camisinhas e frequentadas por prostitutas de luxo. A chefe das meninas, porque leva prostitutas para políticos de alto escalão do governo passa a ser chamada de "promotora de eventos", traduzindo para o português claro, uma cafetina como qualquer uma que arruma prostitutas para homens, ricos ou pobres. Nessa casa da República de Ribeirão Preto as festas animadas, eram frequentadas por políticos, muitos dos quais hoje vão caindo aos poucos como frutas podres que vão rolando para o chão.

O FIM DA VERGONHA

por Alceu Garcia, publicado no Diego Casagrande

Estou convencido de que o Estado é essencialmente uma quadrilha de bandidos. É uma conclusão analiticamente demonstrável. É um fato empiricamente comprovável. É assim em toda parte. Foi assim em todas as épocas. Nenhuma vilania estatal, portanto, deveria surpreender-me. Mas eu confesso: estou espantado com a situação atual do país. Nunca se viu tanta bandalheira, tanta desfaçatez.

Segundo um artigo recente do antropólogo Roberto DaMatta, o que está acontecendo relaciona-se com o declínio da culpa e a vergonha. A culpa, neste contexto, é a consciência de uma conduta imoral ou ilegal, a admissão de alguém para si mesmo que fez algo reprovável. A vergonha é o sentimento de desonra perante a comunidade por ter sido apanhado fazendo algo de errado. São dois poderosos fatores de inibição da prática de condutas anti-sociais. A vida em comunidade é impossível sem a culpa e a vergonha.

De modo geral, tendo em vista o crescente relativismo moral reinante, a culpa há tempos deixou de ser obstáculo à perpetração de ignomínias. O sentimento que ainda mantinha funcionando a sociedade era a vergonha. Todos têm os seus “esquemas”, mas ninguém queria ser flagrado e passar o vexame de ser censurado moralmente diante do público, mesmo que não sofresse punições concretas. O PT mudou isso simplesmente abolindo a vergonha.

A culpa sempre foi um sentimento estranho aos petistas. Mentir, trair, roubar e matar em nome da “causa” são atos normais, e até meritórios, no universo mental formado no marxismo. Para um petista, não existe uma ordem moral objetiva. Logo, também não existem atos imorais. Como não são atormentados pela culpa, eles nunca tiveram vergonha de fazer o que quer que fosse em nome da causa, ou seja, da tomada do poder político.

Uma vez eleito Lula, a supressão da vergonha, já uma realidade difusa em função da hegemonia intelectual do petismo, oficializou-se e difundiu-se rapidamente em todo o organismo estatal. De agora em diante, a mera aparência de honestidade e decência é desnecessária, uma relíquia histórica. Se o presidente da república não tem vergonha de ser apanhado comprando deputados, favorecendo parentes, fazendo caixa 2, humilhando um humilde caseiro e absolutamente nada lhe acontece – ao contrário, sua popularidade se mantém alta -, o que se pode esperar dos demais agentes estatais? Os parlamentares do Congresso Nacional perderam a vergonha de alugar seus votos no atacado e no varejo. Magistrados dos mais altos tribunais perderam a vergonha de proferir decisões claramente encomendadas pelo PT. O eleitorado de todas as classes sociais perdeu a vergonha de apoiar um presidente incapaz e corrupto em troca das migalhas do bolsa-família, do dólar barato do “bolsa-miami”, dos juros altos para os banqueiros etc.

A extinção da vergonha é uma estratégia de conquista do poder, pois ao mesmo tempo em que iguala todas as facções políticas, beneficia o grupo mais aguerrido e amoral, isto é, o PT. Trata-se de nada menos do que uma revolução que será ratificada em outubro, com a reeleição do presidente. O país jamais será o mesmo.

Vem aí a operação Caça-Alckmin

Este site defendeu o nome de José Serra como candidato do PSDB. O escolhido foi Geraldo Alckmin. É ele agora o bastante procurador do Estado de Direito contra o Estado policial. A rebelião nos presídios é a primeira peça de um esforço para desconstruir a sua imagem. Vem mais. E, antes que venha, que fique aqui o lema: “Contra a ditadura, Alckmin”. E o apoio é dado de graça. Se fosse para cobrar, o outro lado certamente pagaria mais. Por Reinaldo Azevedo

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