17 de set. de 2006

Eu sou zelite - por Neil Ferreira

Resumo: O presidente Lulla e sua gang afirmam que a zelite não quer que ele seja reeleito porque governa para os pobres. Só se for para os pobres banqueiros, que em menas de quatro anos de Lulla tiveram o dobro do lucro que tiveram em oito anos de FHC.

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O presidente Lulla e sua gang afirmam que a zelite não quer que ele seja reeleito porque é ex-nordestino, ex-migrante, ex-metalúrgico, ex-homem do povo, ex-pobre e que governa para os pobres. (Para os pobres banqueiros, digo eu, que em menas de quatro anos de Lulla tiveram o dobro do lucro que tiveram em oito anos de FHC).

Sem nenhum pudor de classe e como elemento confesso da zelite, eu não quero que ele seja reeleito. Não pelos motivos que elle e seus asseclas ficam falando, mas apenas porque chefia o governo mais corrupto da história recente "desse país".

Não estou aqui falando em nome da zelite. Ninguém me autorizou a isso. Falo em meu nome pessoal. Mas quem me indigitou integrante da zelite ? Foi elle mesmo, foi o Lulla.

Eu não sou sindicalista, o que nesse "governo" já me coloca como suspeitíssimo de ser inimigo do povo. Eu sei ler, não sou analfabeto e entendo o que leio, não sou analfabeto funcional, o que nesse "governo" me coloca como inimigo do Estado. Eu trabalho, pago uma fortuna de impostos, dou empregos formais com carteira assinada e direitos da CLT, o que nesse "governo" me coloca como parte da minoria a ser extinta.

Diferente da maioria do povo brasileiro, tenho memória, lembro-me de tudo. Não esqueci os escândalos dos Correios, nem do Roberto Jefferson, Marcos Valério, José Capitão do Time Dirceu, Nosso Delúbio, Silvinho Land Rover , Marcelo Sereno, Genoino, João Paulo Cunha, a dançarina da pizza, a quadrilha dos 40 acusados pelo Procurador-Geral da República, o irmão do Genoino e seu assessor com a cueca cheia de dólares, os milhões dos fundos de pensões, Gushiken, Okamotto Trem Pagador , os mensaleiros, o esquecido caseiro Nildo, Meu Irmão Palocci com oito indiciamentos na Polícia Federal, quatro por corrupção, e candidatura a deputado federal, PT/SP, registrada com dois CPFs diferentes, fotografados pela imprensa, o Lullinha e seus milhões da Telemar, pode escrever aí uma lista telefônica de cumpanhêros que as lembranças não se esgotam.

Mais grave, sei ler nas entrelinhas dos noticiários. Três vezes o Geraldo subiu nas pesquisas, três vezes, por coincidência, o PCC atacou. Três vezes depois dos ataques, por outra coincidência, o Geraldo caiu nas pesquisas. Ter memória e saber somar dois mais dois, PT mais PCC noves fora PTCC, coloca você na zelite, candidatíssimo ao paredón .

Mas a condenação final, fatal, irrecorrível, é exarada quando o zelitista toma consciência de que os impostos escorchantes servem para o bolsa-esmola, que está comprando 25 milhões de votos para a reeleição du ômi . Isto é, a zelite é forçada a pagar a compra dos votos para a reeleição de um cara cujo maior serviço que poderia prestar a "esse país" seria voltar voando para casa dele no ABC -- no AeroLulla, que nos custou quase 180 milhões de reais. É aí que o zelitista é chamado de golpista.

Nunca "nesse país" foi tão perigoso pensar, ler, entender e lembrar. No tempo dos milicos por esse mesmo motivo você era chamado de subversivo. Agora, é zelite. Quem nos chama de zelite são os cumpanhêros no pudê, os "trabalhadores" no pudê. O cumpanhêro Lulla, a bordo do luxo do AeroLulla, cortando "esse país" do nordeste ao norte e do norte ao nordeste. O "Capitão do Time" viajando em jatinho particular fretado ninguém sabe por quem, bebendo Romanée Conti e fumando charuto cubano. Nosso Delúbio prevendo que "tudo isso vai virar piada" e virou mesmo. E os incontáveis mensaleiros e sanguessugas com eleição garantida.

Penso, leio, entendo, lembro. Logo, sou perigoso. Logo, sou zelite.