18 de ago. de 2006

DE TUDO FICA UM POUCO - por Alexandre e Saramar

De tudo fica um pouco, como disse o poeta.

Dessa hecatombe política no Brasil, que parece não ter fim, ficaram muitas lições e outras virão, pelo menos para mim, ignorante que era. Mas, como diria minha filha, não vamos nos lembrar “desse” passado.

Apesar de ainda continuar ignorante, aprendi que a classe política é como aqueles dinossauros do Spielberg: se mexemos com eles, reagem pesadamente (desculpe o trocadilho, não resisti) e em conjunto. Porém, são dinossauros e, como tal, podem ser extintos. Por isso, temos que escolher candidatos jovens, de primeira viagem.

O bom da crise é que muitos serão afastados da nossa vida, apesar de saber que sua influência daninha não se perderá, porque erva daninha não se extingue facilmente. São necessários anos de luta para extirpá-la. É o que teremos pela frente. Luta imensa.

Outra lição da crise que dói demais reconhecer é a nossa absoluta incapacidade para escolher pessoas de bem como nossos representantes. Somos ineptos nessa área. Não adianta chorar nem falar mal de mim. É uma realidade. Sinto-me o próprio Pelé dizendo isso, mas veja bem, elegemos Lula, José Dirceu, elegemos Severino, Sarney, Maluf, ACM. Elegemos Ideli e Angela, a dançarina, e outros semelhantes ou piores. Elegemos os sanguessugas e os vampiros. Elegemos os mensaleiros. E estão todos de volta aos palanques da hipocrisia e da impunidade.

E agora, ainda leio lá no blog da Gusta que a classe média irá votar novamente no Lula. Depois que li isso, caí em reflexão como um monge tibetano, sem a profundidade do menor deles, é claro. Mas concluí que somos muito acomodados. E, desculpem os meus amigos, mas creio que assumimos (eu, inclusive) a postura lulista de culpar os outros por nossos erros. E já estamos fazendo isso: a reeleição (toc, toc, toc) será culpa dos beneficiários da bolsa-esmola, dos mensaleiros, do Chavez, do papa, do ET de Varginha, etc.

Por falar em reeleição, o Alexandre que é o especialista político, meu Mestre, considera que o clima de já ganhou do candidato-presidente não tem razão de ser porque:

1)-sou da classe média, e acredito representar o pensamento mediano desta que foi a fatia eleitoral decisiva para ascender o batráquio ao poder em 2002. Hoje NENHUM dos que conheço que teriam votado “nelle”, voltarão a fazê-lo;

2)-o meu estado – RJ – foi um dos que contribuiu para a sua eleição, mas o que se vê hoje – nas vezes em que elle vem aqui – é um sentimento de rejeição e revolta. Com muita segurança para impedir manifestações contrárias e a claque contratada à base de esmolas para aplaudí-lo nos comícios e inaugurações.

3)-o “fenômeno” do plebiscito do desarmamento, o qual derrubou a “infalibilidade das pesquisas”. Institutos de pesquisas são empresas comerciais, realizam um serviço caro e tem clientela quase que exclusiva nos períodos eleitorais. Só para sua informação, no meu curso de Ciências Políticas tem uma cadeira específica sobre ‘Pesquisas Eleitorais’ e, portanto, não fico impressionado com os números apresentados. Antes disso, procuro saber “quem” contratou a pesquisa: lembre-se da máxima do mercado – satisfação total do cliente.

Voltando às lições, pergunto: E nós, a classe média? O que aprendemos com tudo o que está acontecendo neste país? Qual foi e qual será o nosso papel? Vamos continuar debatendo entre nós inutilmente? Vamos reclamar ao bispo? Não adianta, ele é adepto da teologia da libertação, que deu os fundamentos para o MST.

Outra lição que aprendi com essa crise de falta de vergonha é que o governo, como um todo está contaminado e só há uma única instância que ainda mantém a cabeça erguida, fora da lama: o Ministério Público. Temos que fortalecê-lo. Temos que escolher candidatos para o congresso comprometidos com essa idéia.

O resto tem que ser isolado e, se for possível, desinsetizado. O que acho muito difícil, se o povo brasileiro continuar nessa inércia.

Para mim, o que está ficando da crise é um sentimento de urgência, de fazer alguma coisa, de me rebelar porque não quero deixar para os meus filhos o legado da insanidade esquerdista sustentada por sanguessugas, brasileiros ou não.

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