"Nada, enfim, é sagrado, a não ser a integridade de nossa própria mente. Absolvei-vos a vós mesmos e haveis de ter o sufrágio do mundo."
Lembro-me de uma resposta que, quando bastante jovem, estava pronto para dar a
um ilustre conselheiro, que estava habituado a importunar-me com as velhas
doutrinas da igreja.
Indaguei: "O que eu tenho a ver com a sacralidade das tradições, se vivo inteiramente de uma vida interior?"
"mas esses impulsos"- sugeriu meu amigo - "podem provir de baixo, não de cima".
"não me parecem ser assim, - repliquei-;
"mas se sou filho do Diabo, viverei então do Diabo."
(p. 40, da edição brasileira dos Ensaios, primeira série).