29 de abr. de 2008

Sobre a popularidade de Lula


Diogo Mainardi

Timothy Mulholland, um brasileiro



Ele veio para o Brasil com apenas dois anos e, a despeito do nome do fato de ter nascido na Califórnia, é um brasileiro como cada um de nós, naturalizado em 1996. Aliás, a partir de seus últimos feitos, o Magnífico Reitor é tão brasileiro quanto o Presidente da República... Timothy é Doutor pela Universidade de Pittsburgh e está na UnB desde 1976, quando ajudou na implantação do curso de mestrado em psicologia.. Timothy era um brasileiro no poder e, como todo brasileiro no poder, adorava gastar o dinheiro dos outros, no caso os contribuintes "naturais" do Brasil. Foi denunciado por desvio de verbas para pesquisa acadêmica. O dinheiro – R$ 470 mil - foi usado para decorar, com móveis de luxo, o apartamento funcional do reitor. Entre os itens, havia uma lixeira de mil reais. Uma lixeira, hum..., o que tem mesmo a ver a esquerda brasileira com o lixo? E o cara é mestre em psicologia. Hum... Ele se "licenciou" e depois renunciou para que os estudantes – também brasileiros – suspendessem a ocupação do prédio da reitoria, depois que todos os demais brasileiros deste país descobriram a gastança. Segundo o movimento, a assembléia reuniu 1.600 alunos (desocupados, segundo Lula, o Natural do Brasil). A UnB não soube dizer o total de participantes e a PM não estava presente. Claro que não estava presente. Não se faz mais presidente da republica nem reitor nem estudante universitário como antigamente neste país. Presidente gasta demais, reitor gasta demais e estudante, em vez de protestar como protestava antigamente, agora fica arrumando bode expiatório. Timothy Mulholland é um gastador como Lula. Ambos torram dinheiro público das formas mais escabrosas. Timothy e Lula são a prova cabal de que diploma não é requisito nem para a prudência nem para a imprudência. Eles são absolutamente iguais, um dos EUA, outro de Garanhuns. Quanto aos estudantes brasileiros, outra triste distorção. Antigamente, iam às ruas para protestar contra a corrupção de outros que não os seus ídolos. Bradavam palavras de ordem contra a violência, a repressão, as mazelas brasileiras e a corrupção. Agora gritam "Timothy, go home!". Tornaram-se mais sofisticados, mas nem solidários entre eles são mais. Não se viu movimentos em universidades brasileiras de apoio aos colegas brasilienses. Eles hoje são incapazes até mesmo de gerar solidariedade entre si. São hoje um bando de "caras-desbotadas". "Coração de estudante, há que se cuidar da vida", como cantava Milton Nascimento, hoje discreto como Caetano, distante como Gil, inerte como Chico, todos cansados e mais ricos, como Jaguar e Ziraldo. "Há que se cuidar do mundo". Mas os nossos estudantes, cada vez mais parecidos com Da Silvas e Mulhollands, preferem mesmo é "tomar conta da amizade".

Robson Crusoé e a Liberdade