4 de ago. de 2006

SANGUESSUGAS CURAM AMNÉSIA E CAUSAM HEMORRAGIA

Paulo G. M. de Moura, cientista político

Quanto mais avançam as investigações da CPI das Sanguessugas, mais vai ficando clara a razão pela qual o Palácio do Planalto tanto se empenhava para impedir sua instalação. Ao juntarem-se os nós dessa nova teia de corrupção, aos poucos vai ficando claro que, por trás de mais esse assalto aos cofres públicos, há petistas graúdos. Ninguém rouba dinheiro público sem a cumplicidade de gente do poder Executivo, pela simples razão de que o dinheiro roubado está nos cofres do governo e não do parlamento. E nunca antes a Planam faturou tanto como sob o governo do senhor Luiz Inácio Lula da Silva.

O desespero dos petistas é visível. Diga-se o que se disser dessa tal de Constituinte Exclusiva que Lula inventou, mas há uma e somente uma explicação óbvia para o lance: o molusco precisava urgentemente desviar as manchetes das sanguessugas para outro assunto, no exato momento em que os nomes de um membro da executiva nacional do PT e de dois ex-ministros de Lula aparecem ligados ao eixo da corrupção.

Esse escândalo não poderia vir em pior hora para o candidato Lula. As pesquisas ainda o apresentam como líder do ranking eleitoral, mas as respostas dadas às perguntas do miolo dos questionários apontam indicadores extremamente preocupantes para o petismo no poder. O que dizem os números do Ibope?

a) Alckmin é o candidato menos rejeitado e sua rejeição caiu de 34% para 28% desde junho;

b) A desaprovação do governo Lula no quesito Segurança Pública subiu de 61% para 71% desde junho;

c) O índice de confiança do eleitor em Lula, caiu de 56% para 52% desde junho, e o índice de desconfiança subiu de 39% para 43% no mesmo período;

d) O índice de aprovação do governo (Ótimo+Bom) caiu de 44% para 40% desde junho;

e) O índice de aprovação de Lula caiu de 60% para 55%, e o índice de desaprovação subiu de 34% para 36% desde junho;

f) A voto espontâneo em Alckmin cresceu de 4% para 14% desde junho;

Se, por um lado, os números de Lula ainda são bons, por outro, revelam que quanto mais avança a campanha eleitoral, pior fica a avaliação de Lula e de seu governo. E isso que o horário eleitoral nem começou.

Na prática, se considerado apenas o ranking, os números estão estáveis, tanto no Ibope quanto no Vox Populi, que também divulgou pesquisa similar. O suposto crescimento de Heloisa Helena no Ibope, que teria ocorrido sobre eleitores de Alckmin, se de fato ocorreu, não preocupa, pois esses eleitores, num eventual segundo turno, voltam para Alckmin, cujo voto espontâneo cresceu. Esse crescimento da manifestação espontânea de voto em Alckmin revela a consolidação de decisão de voto de uma parcela expressiva dos eleitores, num patamar superior ao da votação estimulada em Heloisa Helena.

Para efeito de análise, há dois indicadores importantes no cenário político. Um deles vem dessa pesquisa e o outro da CPI das Sanguessugas.

A queda dos índices de avaliação de Lula e do governo, muito expressiva especialmente no quesito Segurança Pública, oferece aos estrategistas da oposição a possibilidade de explorar essa temática como instrumento de propaganda negativa associada ao candidato do governo, o que, se bem feito, tende a acentuar a queda do molusco nas pesquisas. No momento o poder de fogo da oposição está restrito ao noticiário e às agendas regionais dos candidatos, mas quando o horário eleitoral começar a coisa muda de figura.

O fato de que Lula tenha sentido a necessidade de gerar um factóide (proposta de Constituinte para fazer reforma política), indica que nas suas pesquisas devem estar constando que o eleitorado está fazendo conexões entre o escândalo das ambulâncias e o PT e seu governo. Aliás, institutos sérios não poderiam se furtar de fazer essa avaliação e de expô-la à opinião pública.

Por que isso é importante? Porque, esse escândalo de corrupção envolvendo dirigentes nacionais do PT e ex-ministros de Lula é mais eficiente do que a simples retórica da oposição como fator ativador da memória do eleitor, para relembrar o escândalo do mensalão e as responsabilidades do petismo com a corrupção nesse governo. E, tudo indica, as investigações das CPI serão concluídas praticamente no início do horário de propaganda eleitoral gratuita.

Sob essas circunstâncias, vai ser muito difícil que os estrategistas de Lula consigam pautar o debate eleitoral com outro assunto que não seja corrupção. E, pior para Lula, se tentar recorrer à questão da Segurança Pública para desviar o foco do debate e para tentar responsabilizar Alckmin pela rebelião do PCC em SP, seu discurso entra num terreno perigoso, pois o Ibope aponta claramente a desaprovação de seu governo nessa área de atuação, em que sua avaliação negativa atinge a marca de 71%.

Realidade Brasileira - um comment do MP

Um sujeito vai visitar um amigo deputado e aproveita para lhe pedir um emprego para o seu filho que tinha acabado de completar o supletivo do 1º grau.
- Eu tenho uma vaga de assessor, só que o salário não é muito bom...
- Quanto doutor? -
- Pouco mais de dez mil reais.
- Dez mil???!!! Mas é muito dinheiro para o garoto! Ele não vai saber o que fazer com tudo isso não, doutor! Não tem uma vaguinha mais modesta?
- Só se for para trabalhar na Assembléia. Meio período e eles estão pagando só sete mil.
- Ainda é muito doutor! Isso vai acabar estragando o menino...
- Bom, então tenho uma de consultor. Estão pagando cinco mil reais por mês, serve?
- Isso tudo é muito ainda, doutor. O senhor não tem um emprego que pague uns mil e quinhentos ou até dois mil reais?
- Ter até tenho, mas aí é só por concurso e é para quem tem curso superior, pós-graduação ou mestrado, bons conhecimentos em informática, domínio da língua portuguesa e conhecimentos gerais. Além do mais ele terá que comparecer ao trabalho todos os dias.
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no MP

PF prende deputados, juízes e até desembargadores em Rondônia - do Claudio Humberto

A Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje, em Porto Velho, Rondônia, a Operação Dominó, que desbaratou uma quadrilha de altos funcionários do Estado que praticavam crimes como peculato, corrupção, extorsão, lavagem de dinheiro e venda de sentenças judiciais. Foram presos desembargadores, juízes, parlamentares, além de familiares de autoridades. Acusado de liderar a quadrilha, o presidente da Assembléia Legislativa, deputado estadual José Carlos de Oliveira (PL), conhecido como Carlão de Oliveira, foi levado algemado à Superintendência Regional da Polícia Federal em Rondônia. Foram presos também o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Sebastião Teixeira Chaves e sua mulher, a advogada Marilda Shirley Teixeira Chaves, o procurador-geral de Justiça, Abdiel Ramos Figueira, o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Edmilson de Souza Silva, e mais nove deputados, além de servidores do gabinete do presidente do TJ.
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Se o Efeito Dominó funcionasse pra valer, quem ficaria de pé?

Lula e o garçom francês - do CH

Até quando, Israel? Final - por - Heitor de Paola

Resumo: O cessar-fogo no Líbano serviria apenas para o Hezbollah se armar mais fortemente ainda e o ciclo recomeçar.

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A REAÇÃO “DESPROPORCIONAL” DE ISRAEL

O que significa, então, a tão propalada desproporção da reação israelense? O que faz com que as pessoas acreditem que exista esta desproporção? E que o governo do Líbano e a ONU não soubessem de nada do que se passava em seu território e hoje posem de vítimas coitadas de uma ação desmedida? Por que, enfim, Israel como primeira vítima da agressão à civilização?

Porque Israel é a pátria dos judeus, Eretz Israel, terra de um povo milenarmente execrado e perseguido, razão pela qual os inimigos da liberdade sabem muito bem que pouco farão os países ocidentais, as futuras vítimas burras e inconseqüentes. Nada ilustra melhor o anti-judaismo da “comunidade internacional” que esta obsessão com a “proporcionalidade da resposta israelense” ao sistemático ataque com mais de 2.500 mísseis contra suas cidades, ao norte, e o rapto de seus soldados e aos ataques do Hamas pelo sul. O Vaticano, a União Européia e a Rússia se calaram até que Israel respondeu. Aí, se desencadearam as fúrias contra a “desproporcionalidade da resposta” e começaram as exigências de cessar-fogo. Antes, enquanto morriam judeus, ninguém cogitou obrigar a ONU, o Líbano e o Hezbollah a aceitarem o acordo que firmaram. E lá virão as exigências de concessões por parte de Israel, garantindo fronteiras seguras para um país, o Líbano, que abrigou propositalmente o Hezbollah e permitiu seu suprimento de armas, e impedir ataques aos núcleos do terror, Síria e Irã. É só ouvir Hussein Massawi, líder terrorista, após o massacre das forças americanas e francesas 20 anos atrás: “O Hezbollah não combate para obter nada. Não estamos lutando para que vocês nos ofereçam coisa alguma. Estamos lutando para eliminar vocês!”.
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Íntegra no MSM

Está morto - por Reinaldo Azevedo

Por mais que esse episódio das fotos de hoje deponha contra a inteligência e, obviamente, contra certo tipo de jornalismo, não deixa de ser positivo que tenha acontecido. Expõe-se a farsa dos que se pretendem comprometidos apenas com os fatos. O que está em curso no país, e já faz tempo, é um tipo perverso de distribuição partidária de más notícias. Se o PT é atingido por uma onda de fatos — e não de mentiras — que não lhe é favorável, será forçoso pôr alguma coisa no outro prato da balança, tenha ela peso ou não. E o país que se dane. Assim procedendo, o jornalista e o veículo podem dizer que têm o rabo preso apenas com o leitor, com a verdade, com a história — ou que outra mistificação se ponha no lugar. Nada, no entanto, concorre mais para a injustiça e para privilegiar o banditismo do que igualar os desiguais. É um tipo de jornalismo que está em decadência, que seduziu alguns durante um bom tempo, que enganou outros tantos por mais algum. Mas a própria democratização da tecnologia da informação, com a Internet, veio tirar o monopólio tanto dos donos da verdade como dos donos da isenção. É um passado que se nega a passar, que esperneia, mas que já não rende mais frutos. Acabou.