17 de jul. de 2006

PROFISSIONAIS - por Raph J. Hofmann

“A pena é mais forte que a espada” (Vamos instituir o porte de pena)

Mais uma vez se tenta revogar a Lei da Gravidade no Brasil. E com dois pesos e duas medidas.

Temos uma Lei Amarildo. Segundo ela, a não ser pelo fato de que escrevo em Blogs, que são algo como uma coleção de idéias compartilhadas por alguns amigos, mas que ficam acessíveis a quem quiser ler, eu, ao escrever e compartilhar minhas idéias e os resultados da minha experiência de vida estaria cometendo um crime. Se os meus “causos” fossem publicados em jornal, este, e eu, estaríamos cometendo um crime. Apenas jornalistas com diploma teriam esse direito. Não sei se me será cassado o direito de escrever livros.

Ao fazerem vestibular para jornalismo em nenhum lugar se examina a capacidade de efetivamente escrever bem do candidato. As redações devem ser corretas e competentes, mas de forma alguma espelham qualquer centelha de olho clínico e golpe de vista analítico. Podemos admitir, muito vagamente, que o jornalista formado deva ter exclusividade na coleta de notícias policiais e outras na rua, mas para que? Qualquer pessoa com certa habilidade pode aprender a fazer esse trabalho. Já a qualidade com que isso é feito depende de algo como talento e inspiração.

A prova está no fato de que a maior parte dos grandes jornalistas do passado deste país iniciaram como focas, não raro como emprego para custearem seus estudos de direito ou qualquer outra coisa. Outros jornalistas brasileiros do passado iniciaram como linotipistas, profissão hoje no ocaso com o advento da informática.

A verdade é que no mundo inteiro há cursos de jornalismo, e ainda assim provavelmente dos rostos conhecidos que aparecem nas grandes redes de notícias nem a metade é jornalista.

Deixe que eu entenda. Afora uma informação sistemática sobre o funcionamento da mídia, pergunto, em termos de texto, no que um jornalista formado escreve melhor do que um indivíduo qualquer que escreve bem? Poderá escrever bem, mas não há qualquer garantia. O que me garante que uma crítica de teatro ou de literatura ou de arte será melhor escrita por um jornalista do que por um sujeito que curte teatro ou livros ou música? Quem escreveu crônicas de ópera mais simpáticas do que o engenheiro / economista Simonsen? Jornalistas ungidos por um curso?

Quantos jornalistas terão lido tudo que pessoas interessadas leram ou lêem? O diploma de jornalismo lhes deu algum interesse especial em ler? Não tem sido isto minha observação. Em muitos casos o estudante escolhe o jornalismo pela quantidade de vagas, dificuldade maior ou menor do vestibular, ou interesse em comunicações no que se aplica à publicidade ou relações públicas. Quantos jornalistas realmente entendem de mídia como geradores comentaristas de matérias?

O diploma não faz o profissional!

Grande parte dos economistas começa como matemático, advogado ou engenheiro. Idem os administradores. O Joelmir Betting, que eu saiba iniciou-se no jornalismo estudando Ciências Sociais. Vamos barrar o surgimento de novos Joelmir Bettings? Mário Henrique Simonsen era engenheiro. Vamos proibir os futuros Simonsens de trabalhar como economistas? E o Bulhões e o Eugênio Gudin? Os primeiros cursos de Economia do Brasil foram fundados por advogados. Assim como os primeiros cursos de jornalismo.

Na verdade de que maneira o jornalista pode causar danos por não ter diploma? Por veicular informações erradas ou não comprovadas. Não vejo como um curso possa eliminar este risco. Cabe a um administrador do veículo de mídia detectar a possibilidade de ocorrerem tais problemas. Mas o perfil desse administrador é mais de natureza administrativa/legal do que jornalística.

Mas vamos ao que representa dois pesos, duas medidas na aprovação dessa lei. Já vimos que a reserva de mercado do exercício do jornalismo por diplomados não traz vantagens à coletividade. Em outras ocasiões analisamos a responsabilidade real de farmacêuticos, médicos, engenheiros civis, arquitetos e outros cujos produtos ou atividades podem ameaçar a saúde ou a vida de pessoas. Naturalmente, deve haver uma comprovação de currículo e um exame para liberar essas pessoas.

No entanto, as mesmas pessoas que tentam manietar as profissões que influenciem os meios de comunicação são aquelas que dão um título de Médico a um sujeito que passa três ou quatro anos de estudos em Cuba, analisando raios-x de arquivo e fichas sobre o doente sem terem cliente/raio-x à sua frente, dando lhes igualdade a nossos médicos, com seis anos de curso de graduação e dois de residência.

A pena realmente deve ser mais forte que a espada. Pode portar pena apenas quem tenha diploma, Porque o escritor não raro pode cortar a jugular dos prepotentes.

UNIVERSIDADE, NEM TAMPOUCO "DIPROMA", NÃO DÁ TALENTO A NINGUÉM.

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“São como casais que se ligam por atrações inevitáveis”

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Quando Joseph Stalin tramou em dezembro de 1934 o assassinato de Serguei Kirov – secretário do Comitê Central do Partido Comunista em Leningrado e o segundo membro na escala de importância dentro do Politburo -, deu início, na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a URSS, o que veio a ser conhecido como a era do Grande Terror, uma reedição em tamanho gigante do Terror de Estado implantado por Lênin nos primórdios da revolução bolchevique, em 1917.

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