9 de out. de 2006

Sobre delegados e bandidos - by RA

Lula escolheu o caminho da vítima. Espero que os tucanos não caiam na conversa. “Confesso a vocês que ontem foi o dia mais triste de político que vivi (...) Ontem achei que não estava na frente de um candidato, achei que estava na frente de um delegado de porta de cadeia.” Bom, se o Apedeuta levanta a bola, a gente corta, né? Márcio Thomaz Bastos, comentando o mensalão, disse que “caixa dois é coisa de bandido”. O próprio Lula, comentando o dossiê, afirmou que “quem negocia com bandido também é bandido”. Eu não acho que Alckmin se comportou como “delegado de porta de cadeia” — a expressão certa, diga-se, é “advogado de porta de cadeia”; um delegado, se estiver só na porta, estará matando o serviço... Voltando: eu não acho que foi assim. Mas, a julgar pela fala dos próprios petistas, se fosse, não seria despropositado. Uma política com tantos “bandidos” pede o quê: um delegado.
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A prioridade é apear Lula e o PT do poder — e, depois, despetizar o Estado. Essa gente não gosta de democracia e de republicanismo. É nisso que estou concentrado. As divergência entre os que têm a democracia como imperativo ficam para mais tarde.

Flores do Desespero ...Petralha

O Grandalhão Prevalecido - por Ralph J. Hofmann

Ontem à noite assisti uma cena que não via desde meus anos de ensino médio.

Em todas as escolas sempre havia o ‘prevalecido’. O sujeito que batia nos outros, às vezes pelas costas, freqüentemente cerrado de alguns amigos e, inclusive, concentrando seus ataques sobre os mais fracos ou até sobre estudantes considerados algo “esquisitos”, por estudarem mais, terem mais facilidade, serem pouco desportistas, enfim, por qualquer coisa que os distingüisse.

Durante quatro anos, o Sr. Lula foi o prevalecido. Passou por cima de todos. Era o Rei do Pátio. Apenas respondeu o que lhe interessava. Não aceitava entrevistas da imprensa sem cartas marcadas. Aliás, não dava entrevistas, dava audiências. Seus sátrapas garantiam este cordão sanitário a ele.

Antes de 2003 ele podia dizer o que quisesse. Como nunca tinha administrado nada, ninguém podia acusá-lo de algo mal feito.

Ao contrário de um primeiro ministro de país que seja parlamentarista, que antes de ser primeiro ministro é membro do Parlamento, e que pode ser convocado e interpelado pelos seus pares, não tem traquejo no debate. Aliás, nunca debateu coisa alguma. Teve algum treinamento (nos Estados Unidos, segundo consta) quanto a como debater e em que teclas bater num debate, mas esse treinamento, patrocinado pelos movimentos sindicais, nunca foi previsto para um Chefe de Estado. Apenas para um líder sindicalista na busca de vantagens para seus representados.

Ontem Lula teve de entrar na arena sozinho. Levava às costas uma mochila repleta com seus atos e omissões nos últimos anos. O seu oponente, além de ser uma pessoa com uma bagagem de realizações, é excepcionalmente preparado, quiçá pela educação, tão desprezada pelo Sr. Lula.

E principalmente, não havia nenhuma ameaça que pudesse calar a boca desse oponente. Podia perguntar o que quisesse e responder o que quisesse. Sem temor.

Alckmin nada tinha a perder. Lula tinha tudo a perder. Lula defendeu até o absurdo. Considera uma agressão prestar contas das despesas da presidência. Ofendeu-se ante a idéia de abrir mão do Aerolula, e outras artimanhas mais.

O debate espelhou claramente a visão do prevalecido de pátio de escola que, pela primeira vez, inesperadamente se defronta com um faixa-preta de luta oriental.

Nunca esperara ter de enfrentar seu opositor frente a frente, desarmado. Achava que levaria as eleições no primeiro turno.

Chegou o dia em que a cara de pau não foi o suficiente. Entre o fim de semana passado e este, seu semblante envelheceu pelo menos dez anos.

É o Dr. Faustus. Está a ponto de pagar o custo de ter vendido a alma.

Roseana deverá ser expulsa do PFL, diz Bornhausen

O apoio de Roseana Sarney ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno poderá custar a expulsão do PFL à candidata ao governo do Maranhão. Segundo afirmou nesta segunda-feira (09.10) o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), a executiva do partido vai se reunir no próximo dia 17 para “examinar a questão à luz da lei e do estatuto”.

“Evidentemente que, no mínimo, vai se iniciar um processo de punição, ou seja, de expulsão”, disse o senador. Ele participou de uma reunião com o candidato tucano a Presidência da República, Geraldo Alckmin, e o presidente do PPS, Roberto Freire.

Bornhausen também comentou sobre a possibilidade de a sigla abrir mão da candidata, mesmo ela tendo chances de ser eleita no Maranhão. Para o senador, a prioridade do PFL é com a candidatura de Geraldo Alckmin.

“Nós temos um compromisso com o Brasil e com a candidatura Geraldo Alckmin. Aqueles que querem divergir do PFL, é melhor saírem primeiro”, afirmou.

...Dê-nos esse presente, Senador Jorge Bornhausen