3 de ago. de 2006

Changement de Rythme



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O Gabinete de Brasília - por André Plácido*

*André Arruda Plácido nasceu em Pirajuí (SP) e é cidadão português. Graduou-se em Relações Públicas pela Universidade Estadual de Londrina, estudou teologia e fez especialização em Comunicação e Liderança em Missões Mundiais pelo Haggai Institute, em Cingapura. É professor de Comunicação I, escritor, crítico de cinema e jornalista pela Universidade do Sagrado Coração, em Bauru/SP.
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“O Gabinete do Dr. Caligari” filme mudo, em preto e branco e dirigido por Robert Wiene é um marco no cinema expressionista alemão. Caligari domina, por meio de hipnose, um rapaz chamado Cesare, quem jazia sonâmbulo havia 23 anos. A comparação entre Caligari e Hitler é evidente. Assim como aquele controlava a mente de Cesare, este dominava milhões de alemães. Caligari usava Cesare por ter a certeza de que a mente de um sonâmbulo poderia ser facilmente dominada. Para mostrar a confusão mental de Caligari os cenários são pintados em planos e linhas tortuosos, distorcidos, com forte contraste em claro-escuro, deixando o ambiente ainda mais macabro.

No Brasil o cenário eleitoral é muito parecido. Lula, aos moradores da periferia de Olinda, dizendo que a oposição faz jogo rasteiro e não possui caráter: “Todo dia aparece alguém para me agredir. Essas pessoas estão pensando: puxa vida, nós estamos governando o Brasil desde que Cabral pôs os pés aqui e não conseguimos fazer nada. Por que esse metalúrgico está fazendo?” O próprio “pai dos pobres” respondeu: “Este metalúrgico está fazendo porque tem uma coisa que eles não têm: este metalúrgico tem caráter.”

O metalúrgico deve ter esquecido o caráter em casa quando se confraternizou, no evento em que seu partido homologou as candidaturas de petistas mensaleiros, com aqueles que o “traíram” em um outro famoso filme de terror. A lista de atores candidatos ao Oscar, categoria “Valerioduto”: José Genoino, Antônio Palocci, João Paulo Cunha, Professor Luizinho, José Mentor e a deputada dançarina Ângela Guadagnin.

O problema é que na refilmagem do épico Ali-Babá e os 40 ladrões, o procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza, denunciou uma quadrilha de 40 criminosos, entre eles, o ex-capitão do time José Dirceu, Anderson Adauto, Luiz Gushiken, José Genoino, Delúbio Soares, Silvio Pereira, Marcos Valério e Duda Mendonça.

Pior: na cena mais assustadora do encontro petista, Aloízio Mercadante, candidato ao governo paulista, defendeu a presença dos mensaleiros. “A população terá o direito de julgar, nas urnas, se a biografia dos protagonistas do escândalo é mais importante que seus erros”. Quais biografias? Ser ex-guerrilheiro conta? Não foram apenas erros; foram crimes. Ao menos uma palavra do roteiro Mercadante decorou: “protagonistas”.

Muitas cenas de banditismo explícito do maior filme de 5ª categoria da “história desse País” foram exibidas em horário impróprio nas tevês de todo o Brasil sem que os adultos fossem alertados a tirarem as crianças da sala: a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo, os dólares na cueca e em caixa de uísque, os milhões da Telemar na empresa do filho de Lula, os R$ 55 milhões repassados por Marcos Valério ao PT e aliados do governo Lula que, segundo o relatório da CPI dos Correios, a origem de quase R$ 31 milhões veio da Brasil Telecom, Banco do Brasil, Usiminas e Visanet, além de inúmeras outras perversidades. Já no remake de “Sexo, mentiras e vídeo tape” vieram a cafetina de Brasília e a “República de Ribeirão”, os depoimentos às CPIs e o vídeo flagrando o funcionário dos Correios recebendo propina.

Hoje as pesquisas apontam Lula como o preferido do eleitor Cesare, o sonâmbulo, cuja mente é facilmente dominada pelo “quadrado mágico” da propaganda. Em “De Caligari a Hitler, uma história psicológica do cinema alemão”, Siegfried Kracauer afirma: “Os filmes de uma nação refletem a mentalidade desta, de uma maneira mais direta do que qualquer outro meio artístico”.

Como a vida imita a arte, em 2002 o jingle para o thriller do PT era: “Por um Brasil decente”. Mas como em seu romance inacabado Lula disse que “Sarney foi um parceiro extraordinário” e ainda assistiu ao jogo da seleção ao lado de Jader Barbalho, na campanha à reeleição uma frase do novo jingle é ainda mais horripilante: “São milhões de Lulas povoando este Brasil”. Kracauer está coberto pelo manto sagrado da razão.


fonte: RATIO PRO LIBERTAS

Israel destruirá toda a infra-estrutura do Líbano se Tel Aviv for atacada.

Da France Presse

03/08/2006
17h05-JERUSALÉM (Israel) - Israel destruirá toda a infra-estrutura do Líbano se Tel Aviv for atingida por um ataque de foguetes do Hezbollah, informou nesta quinta-feira a televisão pública israelense, citando um oficial militar de alta patente, sob anonimato.

A televisão pública não deu mais detalhes, limitando-se a indicar que ele respondia a uma ameaça do líder do Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah. Nasrallah ameaçou atacar Tel Aviv se Israel bombardear Beirute, numa declaração feita nesta quinta-feira pela TV.

"Se vocês bombardearem nossa capital, nós bombardearemos a capital de sua agressiva entidade", em alusão a Tel Aviv, considerada por Nasrallah a capital de Israel, numa mensagem difundida pelas principais redes libanesas.

"A resistência islâmica é capaz de lutar com a força e a profundidade necessária e no momento em que for necessário", acrescentou Nasrallah, que se comprometeu no dia 29 de julho, em sua última intervenção, a direcionar os ataques para o centro do Estado hebraico, se civis libaneses continuarem a morrer.

Fazendo referência explícita às declarações do chefe do Estado Maior israelense, Dan Haloutz, que afirmou na quarta-feira planejar novos ataques na região de Beirute, o chefe do Hezbollah declarou: "Todo o território libanês já é alvo de bombardeios israelenses, mas esta ameaça visa a capital do Líbano.

"A potência militar israelense só se mostrou capaz de bombardear civis, mulheres e crianças", acrescentou Hassan Nasrallah numa longa intervenção durante a qual ele assegurou que os israelenses não haviam feito nenhum progresso em sua ofensiva no sul do Líbano, iniciada no dia 12 de julho.

"A resistência mostrou sua capacidade de destruir um grande número de tanques e de blindados israelenses que estão entre os mais modernos (...) Os mujahedines são combatentes determinados e prontos para o sacrifício. Isto foi uma surpresa para o adversário", sublinhou Nasrallah.

Israel tem que fazer o "Serviço Completo. Aquele para o qual o Esquadrão 69 foi treinado e está praparado.


Correio Braziliense Online

Alckmin pode vencer no primeiro turno, insisto. - por Paulo G.M. Moura

Tenho afirmado, aqui nesse espaço, que Alckmin vencerá Lula e presidirá o Brasil. Muito antes de as pesquisas apontarem o cenário atual, afirmei com todas as letras no título de um artigo publicado, em 26/06/2006: “Haverá segundo turno!”. Hoje, tenho dúvidas se haverá segundo turno, mas por razões opostas às da mídia e dos analistas do óbvio. Talvez não haja segundo turno porque Alckmin, possivelmente, derrote Lula no primeiro turno.

No dia 25 de abril passado, publiquei aqui um artigo no qual, pela primeira vez, abordei a hipótese de vitória de Alckmin em primeiro turno. O título daquele artigo era quase igual ao deste, somente que, com uma interrogação ao final. Naquela oportunidade, amparei minhas especulações na análise do comportamento dos eleitores brasileiros nas eleições municipais de 2004 e do referendo das armas de 2005, assim como em informações publicadas sobre pesquisas qualitativas encomendadas pelo PFL, sobre o comportamento eleitoral dos nordestinos.

Voltei ao assunto em 18/07 passado, afirmando que, se os estrategistas de Alckmin fizerem um estudo consistente sobre os resultados das urnas de votação do referendo das armas, e desenvolverem ações de marketing dirigidas aos segmentos do eleitorado que votaram no NÃO, terão em mãos um precioso mapa para a construção da vitória de Alckmin em primeiro turno.

Nas primeiras vezes em que fiz esse tipo de afirmação, ninguém me levou a sério. O contexto era de supremacia total de Lula nas pesquisas e na mídia. A euforia contaminava os petistas e o pessimismo os alquimistas. As manchetes prenunciavam a vitória de Lula em primeiro turno. O triunfalismo do petismo era tal que até aquele tipo de e-mail desaforado que eles costumam nos dirigir quando estão com o rei na barriga, e que eu não recebia desde a eclosão do escândalo do mensalão, voltei a receber.

Hoje o cenário é outro. Os comícios de Lula são vergonhosos na comparação com as praças lotadas que o petismo patrocinava no passado. A mídia lulista fecha o enquadramento das fotos de capa nos caciques empoleirados nos palanques ao lado de Lula, para esconder o vexame de público que o PT reúne para ouvi-lo. Lula está tenso. Arrogante. Bravateiro. Os petistas estão calados outra vez e, quando converso com políticos e cabos eleitorais experientes que estão percorrendo o interior do país em campanha, no contato direto com o povo, a hipótese de vitória de Alckmin em primeiro turno já não é desdenhada com tanta facilidade. Os mais ousados arriscam-se a concordar.

Estão errados aqueles que dizem que o povo não tem memória. Duvido que o povo tenha esquecido a avalanche de lama que adentrou nossos lares pela telinha eletrônica por seis meses seguidos. Por vezes chegam às minhas mãos relatórios de pesquisas localizadas, quantitativas e qualitativas, feitas por candidatos ao parlamento em suas regiões, e, em todos os casos, sem exceção, confirmam-se as informações que vêm das ruas trazidas por gente que percorre o interior e as periferias urbanas em campanha.

Obviamente há responsabilização aos deputados pela corrupção. Quem está em campanha precisa gastar muito tempo e conversa para dar explicações e provas de idoneidade antes de conseguir pedir votos aos eleitores. Mas a situação de Lula não é nada boa. O povo não esqueceu a corrupção e faz sim a conexão com Lula na hora de responsabilizar os autores dos crimes noticiados.

Há um efeito ilusório provocado pelas pesquisas publicadas que permite Lula liderar nas manchetes, mesmo com a realidade das ruas mostrando a situação que descrevo acima. Os institutos precisam reavaliar a forma como divulgam seus relatórios, sob pena de terem suas imagens ainda mais desacreditadas, como já vem ocorrendo. A mídia idem. A facilidade com que se lançam manchetes levianas apoiadas em leituras superficiais das pesquisas é impressionante, e o descrédito também se abaterá sobre a imprensa se esses procedimentos não forem revistos.

Quem se debruça sobre os relatórios dessas pesquisas encontra sobrados indicadores de que a memória da corrupção e as conexões que o povo faz dela, com Lula e o PT, estão lá, a espera de que o estímulo da propaganda negativa de Alckmin às traga à tona, provocando um abrupto tombo do molusco nas pesquisas, logo na primeira fase do horário eleitoral gratuito. Basta que o marketing de Alckmin saiba construir a alquimia perfeita entre a batida no molusco e a projeção da imagem positiva do tucano.

Essa alquimia já foi testada e deu certo. A combinação entre a propaganda do PFL e do PSDB na TV em junho permitiu alteração em curso no cenário eleitoral. O movimento de gangorra só não se acelerou em função desse gap de tempo sem propaganda política na TV. Minha expectativa é de que, logo na primeira fase do horário gratuito de propaganda eleitoral (HGPE), depois de uns dez dias de campanha na mídia, o efeito gangorra volte a produzir novos movimentos nas pesquisas. Mas, dessa vez, devem acontecer deslocamentos rápidos de grandes contingentes de eleitores de Lula para Alckmin, e é nesse contexto, se minha análise se confirmar, que avento a hipótese de vitória de Alckmin em primeiro turno.

Óbvio; o petismo não está morto e deve estar se preparando para reagir. Alckmin já recebeu dois golpes, mas sobreviveu. Primeiro foram as denúncias de controvérsias com verbas publicitárias no governo paulista e os vestidos da Dona Lu. Depois as insurreições do PCC em São Paulo. Esses e outros fatos serão esgrimidos contra o tucano. Mas a forma de neutralizar já está concebida, a meu ver. A vida pregressa e o recall dos fatos favorecem o tucano na guerra de imagens. O mercado eleitoral demanda alguém com o perfil de Alckmin. Trata-se, apenas, de resistir bem à carga do petismo e saber apresentar Alckmin com seus atributos naturais. Alckmin será presidente. Talvez no primeiro turno.

A Derrocada da Rodada de Doha - por Rodrigo Constantino

Quanto mais indivíduos e empresas participando do livre comércio, melhor. Cada um pode focar em sua vantagem comparativa e obter, através de trocas voluntárias, muito mais do que iria obter por conta própria. A globalização enriquece, enquanto o fechamento das fronteiras prejudica os consumidores. Basta observar países como Taiwan, Cingapura e Hong Kong e compará-los a países como Cuba e Coréia do Norte. Com este fato em mente, não há como deixar de lamentar o fracasso das negociações em Doha.

Vale antes um caveat: o ideal do livre comércio não passa por dezenas de burocratas de um lado negociando documentos com milhares de páginas com burocratas do outro lado. Por si só, isso já representa muita intervenção estatal no que deveria ser o livre comércio entre empresas do mundo todo. Afinal, falar em comércio entre países já é uma espécie de ranço nacionalista, posto que o comércio se dá mesmo entre empresas de diferentes países.

Feita esta observação, podemos retornar à realidade do mundo existente, onde minimizar as barreiras erguidas pelo Estado é o objetivo principal. A abertura comercial é sempre vantajosa para os consumidores, mesmo que seja unilateral. Basta pensar no sol, que “trabalha” de graça, enquanto todos podem importar seu serviço sem custo algum. Os fabricantes de velas ou lampiões podem não gostar dessa competição “desleal”, mas seria ilógico falar que ela prejudica os consumidores, o que seria equivalente a dizer que criar um imposto para o uso da luz solar seria benéfico para eles. Logo, um produto mais barato vindo de fora é sempre algo desejável do ponto de vista do consumidor de um país – e todos são consumidores.

Historicamente, as cidades situadas na beira dos rios, onde era mais fácil importar produtos do exterior, prosperaram bem mais que as localizadas em regiões montanhosas, mais “protegidas” da competição externa. É uma herança maldita do mercantilismo considerar a importação algo ruim e a exportação algo bom. Como reconhece a revista The Economist, “os benefícios do livre comércio vêm mais das importações que das exportações”. As importações de bens mais baratos deixam os consumidores com mais dinheiro sobrando e, através da competição, aumentam a produtividade doméstica. A retórica de que abrir o mercado doméstico é uma “concessão” aos países que querem exportar mais não faz sentido econômico. Pode ser útil na disputa por maior abertura geral, mas é uma alegação falsa, já que abrir a economia doméstica é sempre uma vantagem para o próprio país. Na verdade, aqueles que se colocam contra tal abertura são membros da oligarquia local, que usam o poder sobre o governo para evitar maior concorrência, prejudicando os consumidores. Defender maior protecionismo comercial é defender tais oligarquias, em detrimento do resto do povo.

O fracasso das negociações em Doha representa um passo atrás na maior liberalização comercial que o mundo vem experimentando. O retrocesso é preocupante, e não existe apenas um culpado. Os representantes da Índia e do Brasil fizeram pouco caso da rodada, e mostraram-se inflexíveis quanto à demanda por maior abertura para bens industrializados. São países que ainda protegem demais os produtores locais. O Banco Mundial reporta que a média ponderada das tarifas brasileiras chega a 8%, contra apenas 1,8% dos Estados Unidos ou zero para Hong Kong. Um computador coreano, insumo básico para várias empresas, custa quase o dobro no Brasil se comparado aos EUA. Não vamos esquecer que a Lei da Informática não tem tanto tempo assim, criando uma absurda reserva de mercado e condenando os consumidores brasileiros ao atraso tecnológico. Os países emergentes ainda têm um longo caminho a percorrer por uma maior abertura comercial.

Por outro lado, os países mais ricos também foram inflexíveis quando o tema era agricultura. Os diplomatas americanos desejavam um grande negócio ou então negócio algum. Ficaram com a última opção. Susan Schwab, a representante americana, decidiu que a União Européia e os emergentes não estavam oferecendo liberalização suficiente para justificar os grandes cortes propostos nos subsídios agrícolas americanos. Os europeus, que são os que mais praticam subsídio agrícola, não estavam dispostos a enfrentar o forte lobby doméstico, com figuras como Bovè, que paradoxalmente é bem recebido pela esquerda brasileira, ainda que seja o ícone desse protecionismo que tanto nos prejudica. Em 2005, a União Européia transferiu em subsídios agrícolas US$ 134 bilhões, contra US$ 43 bilhões dos Estados Unidos. Os pagadores de impostos sustentam poucos e poderosos agricultores, prejudicando ainda os produtores dos países emergentes.

Enfim, as negociações fracassaram, as oligarquias de cada um desses países saíram ganhando e os consumidores do mundo todo pagaram a conta. Como a economia global está crescendo muito, a derrocada em Doha pode ser tolerada. Caso a economia global entre em recessão, o protecionismo tende a aumentar, prejudicando ainda mais os países e aumentando os riscos de guerras e crises econômicas. Barreiras comerciais devem sempre ser encaradas como maléficas ao desenvolvimento das nações. Se o grande acordo em Doha falhou, a solução deve ser a busca de acordos bilaterais. O governo Bush já assinou 14 acordos de livre comércio e está negociando outros 11. Enquanto isso, o Brasil se volta para o natimorto Mercosul, que agora abriga a Venezuela e Cuba também, com claro uso geopolítico. A Alca continua sendo fortemente atacada por membros do governo Lula, por fatores ideológicos apenas. Este é o caminho da desgraça! A Rodada de Doha pode ter fracassado. Mas o país não precisa fracassar junto. Basta entender que qualquer redução das barreiras comerciais é desejável, e que as oligarquias locais devem ser enfrentadas. Tanto os pagadores de impostos como os consumidores brasileiros agradecem.

Com autorização do Rodrigo

AMEAÇAS DIFUSAS

O General José Benedito de Barros Moreira, comandante da Escola Superior de Guerra (ESG), era um cidadão praticamente anônimo até convidar o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João P. Stédile, para fazer uma palestra sobre reforma agrária para os alunos daquela escola. Se a intensão do General era ganhar notoriedade, seja lá porque motivo fosse, ele conseguiu. Agradou a uns e desagradou a outros. Mas, isto é de se esperar de quem se posiciona - já que quem a todos quer agradar acaba não agradando a ninguém. O General fez suas apostas e o jogo ainda não acabou. O que interessa, entretanto, é que agora o que o Comandante da ESG faz e diz passou a ser notícia, pelo menos por um tempo, quer ele goste disso ou não.

Na semana passada (25/07), o General Benedito de Barros Moreira esteve na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para dar uma palestra para 54 empresários do setor da indústria de materiais de defesa, na abertura de um curso de "Gestão de Recursos de Defesa", que é ministrado pela ESG, fora do âmbito das Forças Armadas e dos ministérios em Brasília.

Para o General Barros Moreira, a transformação da sociedade brasileira depende da implementação de uma profunda reforma legislativa e de uma justiça ágil que priorize o fim da impunidade. Na avaliação do general, essa transformação seria consolidada com investimentos em educação, inserção social e, principalmente, com o aumento da classe média consumidora, "o que resolveria em grande parte o problema da segurança pública". Essa foi uma das coisas que ele disse em sua palestra.

O discurso é conhecido: a pobreza é uma das grandes responsáveis pelos problemas de segurança pública; por isso, o Estado deve promover a educação e a inserção social dos pobres, criando, assim, o crescimento daquilo que se classifica como classe média. Traduzindo: um Estado intervencionista, abdicando de sua responsabilidade embrionária de garantir a segurança dos cidadãos, assume a responsabilidade de distribuir as riquezas produzidas, extorquindo aqueles que trabalham e produzem, através da cobrança de impostos, para promover o crescimento de uma classe média artificial – formada pela decadência dos que são roubados e pela ascensão dos que passam a usufruir de parte daquilo que foi roubado (uma pequena parte, já que “o grosso” mesmo fica com o Estado – com a nomenklatura governante – que cria a necessidade do assistencialismo, iludindo os miseráveis com a figura do salvador que promove a justiça social, para viver, nababescamente, às custas do trabalho de uns e da miserabilidade de outros).

Fim da impunidade? Stédile, convidado pelo próprio General Comandante da ESG a dar palestra naquela escola, é um dos símbolos da impunidade da qual se beneficiam os amigos do poder. O líder nacional do MST já foi processado por ter defendido a invasão de terrenos nas cidades e por fazer acampamentos na porta de supermercados, no Rio de Janeiro, onde pregava uma aliança entre os excluídos do campo e da cidade. Stédile, em diversas oportunidades, definiu como "inimigos" os produtores rurais com mais de 2.000 hectares e convoca os sem-terra a se unirem para tirá-los da terra: "Na luta camponesa, há hoje 23 milhões de pessoas que precisariam ver a terra melhor dividida. Do outro lado, têm 27 mil fazendeiros. Essa é a disputa que tem na nossa sociedade: 23 milhões contra 27 mil. Dá mil trabalhadores rurais contra um. E aqui começa a primeira reflexão. Será que mil conseguem perder para um? É muito difícil. É ou não é? Então o que está faltando para nós? Está faltando para nós juntar os mil para cada mil pegar um".


A coisa aqui tá preta!

El Comandante Fidel Castro está com um (ou dois) pé na cova e estão tramando coisa vermelhas na terra Brazilis.

Alerta Vermelho, literalmente.