31 de ago. de 2008

Um crucifixo realmente "sagrado"

O Crucifixo e a Nudez Rodrigo Constantino
“Mesmo o homem supersticioso tem direitos inalienáveis. Ele tem o direito de defender suas imbecilidades tanto quanto quiser. Mas certamente não tem direito de exigir que elas sejam tratadas como sagradas.” (H. L. Mencken)

As fotos da atriz Carol Castro na revista "Playboy" geraram bastante polêmica. Pelo que ficou evidente, carolas também costumam verificar as fotos da revista de nudez. A Igreja Católica resolveu reclamar, condenando o ato como um "desrespeito com a fé de um povo". Com o mesmo tipo de "argumento", os muçulmanos fanáticos demonstraram toda a sua revolta com o dinamarquês que fez uma charge de Maomé com uma bomba no turbante. Esse autoritarismo religioso é um perigo! Se os crentes desejam tratar suas crenças como sagradas, que o façam. Mas não tentem impor que todos os outros tenham que tratar as mesmas crenças como sagradas também. Coisas como "heresia" e "blasfêmia" estão bem ultrapassadas, felizmente.
íntegra aqui

Pauleira da pesada


30 de ago. de 2008

O VOTO EM MIM MESMO


Quanto mais eu ouço falar em descrédito da classe política, mais eu me preocupo com a política e menos os políticos parecem se preocupar com seu descrédito. Os programas eleitorais parecem pílulas de ficção científica, quando não piadas surradas e de mau gosto, coisa que a gente já cansou há muito tempo. É o que temos e é o que somos, pois cada povo tem a nação que forma e que merece, cada povo tem uma democracia que é seu próprio reflexo no espelho e, por decorrência, cada povo tem a classe política que é a sua cara.

Se as assertivas acima continuam verdadeiras, com elas a triste verdade de se constatar que nós, o povo, somos iguais aos nossos políticos e somos, afinal, o que merecemos ser. Recebemos o que merecemos receber, temos o que merecemos ter. Culpamos a classe política como se ela não fosse nós mesmos. O político corrupto é parte de uma sociedade em que há um corruptor. É nesta mesma sociedade onde eu vivo, crio meus filhos e eles a meus netos. É desta sociedade que brotam os bons e os maus, os limpos e os sujos. Eu não sou apenas parte desta sociedade. Eu sou ela.

Vivo as contradições de minha sociedade todos os dias. Sinto-me tocaiado por ladrões e assassinos em meu próprio bairro. Minha praça está cheia de agulhas, seringas contaminadas e cacos de vidro. Meu filho tem a praça que merece, eu tenho a rua que mereço e a polícia que mereço, a lei que mereço. Eu sou o que mereço ser em meu país, minha cidade, meu bairro.

Viro o rosto e, sustentando meu queixo com os dedos polegar e indicador, chego à triste conclusão: Eu não acredito mais em mim. O descrédito não é apenas na classe política, nos juízes e na justiça, na polícia e na força do regramento social. Eu cheguei ao fundo de um poço que cavei e nem percebi. Chegamos ao final de um limite possível. Depois deste limite, resta-nos a barbárie.

Fragmentos da barbárie já nos são cotidianos. Há jovens carimbando seus passaportes para saírem do Brasil e não voltarem mais. “Ame-o MAS deixe-o”, decidem. De lá, mandam mensagens do tipo “posso caminhar à noite nas ruas sem me preocupar com a violência”. Ora vejam só! A Disneyworld da nossa juventude agora é andar nas ruas sem medo. E não são os velhos e cansados que estão em busca de uma nova nação. São os jovens. O tempora, O mores, Cícero.

Vou votar em quem, mesmo? Quem será o Chapolim Colorado (ou Gremista) que virá me salvar? É esta a minha democracia? É isto que eu sou?

Preciso de um motivo forte o suficiente para me demover da maldita e sedutora idéia de me transformar em um cidadão em Sidney ou em Toronto.

Inteligente

If men were angels, no government would be necessary

28 de ago. de 2008

Nada nele provoca pena


Mauro Covacich é o melhor romancista italiano. Ou um dos melhores. Algum tempo atrás, ele largou sua mulher por outra. E resolveu escrever um livro sobre o assunto, contando todos os detalhes do episódio. Inclusive usando o nome real dos protagonistas. Ele fez como aqueles ingleses que arrancam a roupa e, perseguidos por meia dúzia de policiais, correm pelados pelo gramado durante um jogo do Manchester United, com o estádio lotado, até conseguir agarrar Cristiano Ronaldo. Despir-se publicamente foi a maneira mais dolorosa que Mauro Covacich encontrou para expiar seu pecado. Cobrir-se de vergonha. Expor-se ao escárnio coletivo.

Alguém deveria editar os livros de Mauro Covacich no Brasil. Recomendo com entusiasmo. Este último se chama Prima di Sparire, e foi publicado pela Einaudi. Aqui, no podcast, pretendo tratar apenas de uma de suas páginas, a 165, que se refere diretamente a mim. Mauro Covacich é um grande amigo meu, dos tempos em que eu morava na Itália. Ele veio nos visitar no Rio de Janeiro em 2003, no Ano Novo. Fez uma matéria sobre a posse de Lula para o Corriere della Sera, que eu tentei contaminar com uma série de comentários debochados e preconceituosos. Numa das passagens do livro - e estou chegando onde eu pretendia chegar, só falta mais um tantinho -, Mauro Covacich recorda sua viagem ao Brasil. Em particular: os sanduíches de filé com queijo e meu filho mais velho, aquele que tem paralisia cerebral (Sim, eu também já corri pelado pelos campos de futebol, exibindo alegremente minha intimidade, embriagado de felicidade, ziguezagueando para escapar de meus perseguidores).

Na página 165, Mauro Covacich cita expressamente meu filho, Tito, e pergunta a sua mulher:

- Você se lembra da pena que sentíamos daquele menino?

Pena? Eu olho para minha mulher, e minha mulher olha para mim, e nós olhamos para nossos filhos, tanto um quanto o outro, o primeiro com paralisia cerebral e o segundo sem paralisia cerebral, e dizemos em perfeita sincronia:

- Como é que alguém pode sentir pena dele?

Esse é um dos aspectos mais espantosos de se ter um filho como o nosso. Nada nele provoca pena. Nada mesmo. Ele é um homenzinho seguro de si, contagiosamente alegre, independente, cheio de idéias próprias. Mas os sentimentos das pessoas acabam barateando a realidade. Eu sempre tratei os sentimentos, todos eles, com um certo desprezo. Os sentimentos tortos despertados por nosso filho só fortaleceram isso. Em meu caso, correr nu pelo gramado, com meu filho no cangote, à procura de Cristiano Ronaldo, teve esse efeito salutar: me treinou a ignorar o grito passional e confuso da arquibancada.

27 de ago. de 2008

Ezy Ryder



Pros And Cons Of Hitch Hiking



It's A Miracle



Miraculous you call it babe
You ain't seen nothing yet
They've got Pepsi in the Andes
Mcdonalds in Tibet
Yosemite's been turned into
A golf course for the Japs
The Dead Sea is alive with rap
Between the Tigris and Euphrates
There's a leisure centre now
They've got all kinds of sports
They've got Bermuda shorts
The had sex in Pennsylvania
A Brazilian grew a tree
A doctor in Manhattan
Saved a dying man for free
It's a miracle
Another miracle
By the grace of God Almighty
And pressures of marketplace
The human race has civilized itself
It's a miracle
We've got a warehouse of butter
We've got oceans of wine
We've got famine when we need it
Got a designer crime
We've got Mercedes
We've got Porsche
Ferrari and Rolls Royce
We've got a choice
She said meet me
In the Garden of Gethsemane my dear
The Lord said Peter I can see
Your house from here
An honest man
Finally reaped what he had sown
And farmer in Ohio has just repaid a loan
It's a miracle
Another miracle
By the grace of God Almighty
And pressures of marketplace
The human race has civilized itself
It's a miracle
We cower in our shelters
With our hands over our ears
Lloyd-Webber's awful stuff
Runs for years and years and years
An earthquake hits the theatre
But the operetta lingers
Then the piano lids comes down
And break his fucking fingers
It's a miracle

Three Wishes


==========================

Reached back for the bottle
And rubbed against the lamp
Genie came out
smiling
Like some Eastern tramp
He said hey boy what's happening
What is going on
You can have three wishes
If you don't take too
long
I said well
I wish they all were happy on the Lebanon
Wish
somebody'd help me write this song
I wish when I was young
My old
man
had not been gone
Genie said consider it done
There's something
in the
air
And you don't know what it is
You see someone through a
window
Who you've just learned to miss
And the road leads on to glory
but
You've used up your last wish
Your last wish
And you want her to
come home
Genie said I'm sorry
But that's the way it goes
Where
the
hell's lamp sucker
It's time for me to go
Bye
There's
something in
the air
And you don't know what it is
You see someone
through a window
Who you've just learned to miss
And the road leads on
to glory but
You've used up your last wish
Your last wish
And you
want her to
come home

23 de ago. de 2008

Inteligente

Prosperity is full of friends


Truth has no special time of its own. Its hour is now - always


Love and work are the cornerstones of our humanness


O poder absoluto corrompe absolutamente

Temperamento de rebanho

– Faz o quatro, Diego Hypólito!

Roubei o mote de um amigo meu. E acrescentei prontamente: o que a queda de Diego Hypólito tem a ver com nossa queda para o roubo? Qual é o ponto em comum entre a poltronice de nossos atletas e a poltronice dos brasileiros em geral? Como o fracasso de nossos esportistas se relaciona com nosso fracasso como país?

É o que analisarei a partir de agora, postado na frente do computador, com minha malha elástica dégradée, dando uma rápida pirueta antropológica, seguida por dois parafusos sociológicos e meia dúzia de cambalhotas etnológicas, com grande probabilidade de repetir o feito de Diego Hypólito e aterrissar bisonhamente com o traseiro no tablado.

– Faz o quatro, Diogo Mainardi!

Quem leu a última VEJA pode tentar acompanhar meus volteios. A reportagem apresenta dois dados. O primeiro repete aquilo que já sabíamos: temos os estudantes mais analfabetos do planeta. Ninguém compete conosco em matéria de analfabetismo. Somos mais analfabetos do que todos os outros analfabetos. O segundo dado da reportagem é mais espantoso. Uma pesquisa encomendada por VEJA revelou que, ao mesmo tempo em que temos os estudantes mais analfabetos do planeta, estamos plenamente satisfeitos com isso. Alunos, pais e professores aprovam nossas escolas.

Eu entendo os alunos. A escola, para mim, representou uma completa perda de tempo. As melhores escolas foram aquelas que menos me ensinaram, permitindo que eu pulasse o muro e fosse jogar pebolim no boteco da esquina. Tende-se a superestimar o valor da escola. Os estudantes sabem perfeitamente que, por mais que se empenhem, nada do que os professores lhes disserem terá utilidade prática. É natural que eles se contentem com uma escola que os desobriga de estudar.

Entendo também os professores. Se a escola fosse menos imprestável, boa parte deles seria posta na rua. O que de fato impressiona é o entorpecimento dos pais. É neste ponto que reintroduzo o tema inicial do artigo: o fracasso de nossos atletas. E é neste ponto que Diego Hypólito e eu aterrissamos com o traseiro no tablado. O Brasil fracassa no esporte pelo mesmo motivo por que fracassa como país: temos uma sociedade acovardada, fujona, avessa à luta. Tudo aqui é feito para desestimular a disputa, para reprimir o desafio pessoal, para amolecer o caráter: o parasitismo estatal, a política fundada no escambo, a cultura baseada no conchavo, a repulsa por idéias discordantes. Esse nosso temperamento de rebanho inibe qualquer forma de atrito, qualquer tipo de inconformismo, qualquer espécie de enfrentamento. Quando temos de competir, afinamos. Por isso aprovamos uma escola que produz analfabetos. Por isso aprovamos governantes que roubam. A gente se satisfaz com facilidade: basta fazer o quatro. E nem é preciso conseguir colocar o dedo na ponta do nariz.

O Direito só pode ser achado na Lei


Há a máxima do futebol segundo a qual árbitro bom aparece pouco. Depende. Se os jogadores ignorarem a bola e mirarem na canela dos adversários, então ele se torna protagonista da partida. Por que um embate com leis degenera em pancadaria? As razões são as mais diversas. Em que cultura se formaram os jogadores? Qual é o seu caráter? Eles respeitam as regras do jogo? Há reações duras e estridentes àquilo que alguns chamam "excesso de protagonismo" do Supremo Tribunal Federal (STF), tornado árbitro do jogo político. Os ministros são acusados de tolher prerrogativas do Executivo, de fazer leis em lugar do Legislativo, de imiscuir-se nas ações das polícias e de atropelar instâncias da própria Justiça.

A reportagem que precede este artigo retrata bem esse ambiente. O STF nada mais faz do que reagir à hipertrofia do Executivo, que tende a usar a popularidade do mandatário de turno para atropelar a lei; à hipotrofia do Legislativo, acanhado pelo fisiologismo e pelo vício da subordinação; e ao açodamento de juízes, promotores e policiais, que entendem que o excesso do que chamam "garantismo" da legislação impede a "verdadeira justiça". Ora, lei ruim tem de ser mudada, não atropelada. Também no jogo institucional, árbitro protagonista indica inadequação ou insuficiência dos jogadores. Entre os descontentamentos, o que rende mais desgastes ao STF tem origem em instâncias da própria Justiça, do Ministério Público e da Polícia Federal. Isso não acontece por acaso. Será preciso fazer um pouquinho de história das idéias para chegar ao núcleo do problema.

"O direito deve ser achado na lei, não na rua", afirmou, no dia 6 passado, o presidente do STF, Gilmar Mendes. Muitos distinguiram na frase apenas a oposição entre o vulgo e as lentes, entre o clamor público e o rigor judicioso. Era mais do que isso. Tenho cá comigo o Livro Vermelho, que é cinza, cujo conteúdo, se aplicado, representaria a desconstituição legal do Brasil. Trata-se de um conjunto de textos, de 1988, escritos pelos partidários do "Direito Achado na Rua", uma corrente do pensamento jurídico brasileiro. É a ela que Mendes alude em sua fala. O pai intelectual do estrupício é o advogado Roberto Lyra Filho (1926-1986), fundador do que ele proclamava ser a "Nova Escola Jurídica Brasileira" – nada menos...

Mas que diabos quer a tal corrente, mais viva do que nunca e muito influente (Tarso Genro e até um ministro do Supremo já escreveram textos para o grupo)? Sua missão é se opor ao "legalismo", que estaria vincado pelas desigualdades de classe. Esse combate se dá com o exercício do "verdadeiro direito", só encontrado nos movimentos sociais, na "rua" – daí o nome-fantasia escolhido por seus partidários... ou sicários. Um juiz, um promotor ou um policial identificados com esse pensamento mandam às favas o texto legal – "Lei é coisa só para país civilizado", dizem – e optam por atalhos em nome dos "humilhados da terra". Lyra Filho era amigo de jovens. Gostava de se cercar de efebos do pensamento; a grei de noviços intelectualmente imberbes o idolatrava, ativíssimos entusiastas das idéias daquele Sócrates da luta de classes. O culto produziu valores e militantes, que, mais de vinte anos depois, ocupam não as ruas, mas os aparelhos de estado.

Lyra Filho foi professor da Universidade de Brasília e é, hoje, um espectro a rondar o curso de direito da UnB, um verdadeiro celeiro do "jus-rueirismo", e de toda parte. Em 1982, ele escreveu o livrinho O que É Direito, da já mitológica coleção da Editora Brasiliense. Eram tempos em que só um esquerdista tinha autoridade intelectual para nos revelar o "é" da coisa – e, vocês sabem, ainda hoje não é muito diferente. Lembro que coube a Marilena Chaui, por exemplo, explicar O que É Ideologia. Ela fez uma glosa pobre do livro A Ideologia Alemã, de Karl Marx (1818-1883), e sentenciou que "ideologia" é coisa da direita. A esquerda, claro, tem só valores e verdades... Os dois livros continuam em catálogo. Lyra Filho é bibliografia obrigatória em muitos cursos de direito. Falar mal do seu pensamento é como chutar a santa...

Partidário assumido das idéias do teórico comunista Antonio Gramsci (1891-1937), Lyra Filho incitava seus sequazes a desmoralizar a tradição jurídica e seus doutores, que ele chamava "catedr’áulicos". Num texto-bula dirigido aos jovens, diz como devem se comportar seus partidários: "A pressão libertadora não se faz apenas de fora para dentro, mas, inclusive, de dentro para fora, isto é, ocupando todo espaço que se abre na rede institucional do statu quo e estabelecendo o mínimo viável para maximizá-lo evolutivamente". Mais adiante, ele exalta aqueles que exploram "as contradições e porosidades do sistema legal, recorrendo à ILEGALIDADE NÃO-SELVAGEM [as maiúsculas são minhas], com lucidez e comedimento, isto é, em condições de pressão dosada, que força a absorção de pontos positivos pelo sistema dominante". Quem é íntimo da teoria política sabe: é puro Gramsci, autor de uma estratégia de tomada do poder, não de uma filosofia do direito.

Haveria, então, uma espécie de "golpe jurídico" em curso, tramado pelo "jus-rueirismo"? Para alguns é agradável supor que estou aqui a exercitar teorias conspiratórias um tanto lunáticas. Não, não há – não da forma como convencionalmente se entende um golpe. O que temos é a atuação evidente de juízes, promotores e policiais, partidários do Direito Achado na Rua, incrustados na "rede institucional do statu quo", como queria Lyra Filho, para, "com lucidez e comedimento", praticar a "ilegalidade não-selvagem" em nome da "igualdade de classes".

O Supremo percebeu que era hora de reagir a essa investida e bateu o martelo: "O direito deve ser achado na lei, não na rua". Aplausos, então, para o árbitro!

21 de ago. de 2008

Tapar as vergonhas


Acabei de voltar da praia. Está sol. O mar, esverdeado, transparente, está com jeito de limpinho. Me estendi na cadeira de plástico e pedi, nesta ordem, um picolé de coco, um biscoito de polvilho e um suco de laranja com cenoura. Olhando para o horizonte, com ar satisfeito, pensei: preciso me mudar daqui.

Qual é o motivo? Aí é que está: eu nunca precisei de motivos para ir embora de onde quer que me encontrasse. Ir embora sempre me pareceu imensamente mais proveitoso do que permanecer. Ir embora de uma cidade. Ir embora de um jantar. Ir embora de um espetáculo. Ir embora da praia. Eu gosto da praia. Eu gosto de mergulhar no mar. Eu gosto de ter as costas suadas, grudadas na cadeira de plástico. Eu gosto de ter a pele queimada, naquele estado pré-cancerígeno. Mas muito melhor do que tudo isso é pagar os dez reais à barraqueira e voltar correndo para casa.

Compromissos familiares tornaram bem mais árdua a tarefa de ir embora. Tenho de arrastar um monte de gente comigo. Em geral, em meio a protestos. O fato de nunca ter precisado de motivos para ir embora de onde quer que me encontrasse constitui um grande empecilho, porque me faltam argumentos para persuadir os demais.

Eu digo: "Precisamos ir embora da praia".
Respondem: "Por que precisamos ir embora da praia?"
Eu digo: "Tenho de dar um motivo?"
Respondem: "Tem".
Eu tento ganhar alguns segundos: "Tem de ser um bom motivo?"
Respondem: "Qualquer motivo serve, até mesmo um mau motivo".
Eu arrisco: "Olhem esta mancha. Deve ser um carcinoma".

Assim como um crente dispensa argumentos terrenos para acreditar em Deus, eu também dispenso argumentos para acreditar na necessidade de ir embora. Ir embora é meu valor supremo, absoluto. Migrar é minha única fé. Sou uma espécie de padre Anchieta dos migrantes: tento converter o gentio a tapar as vergonhas, fazer as malas e ir embora. Em se tratando de brasileiros e brasileiras, essa é invariavelmente a parte mais difícil: tapar as vergonhas. Adeus.

20 de ago. de 2008

Samba de uma nota só


Poor Johnny one-note sang out with "gusto" And just overlorded the
place
Poor Johnny one-note yelled willy nilly Until he was bleu in the face
For holding one note was his ace – Rodgers & Hart – “Babes in Arms –
1937

A alegre canção acima sobre o Joãozinho que só conseguia cantar uma nota, e a mantinha por um tempo incrível, sufocando o som dos outros cantores, de todos os instrumentos da orquestra, do tráfego na rua e até do bombardino, “pois seu ás na manga era manter esta nota” é incrivelmente descritiva do desempenho do “Honorável Batráquio Hirsuto”. (O honorável fica por conta da viagem à Ásia).

Desde sua eleição, por quase seis anos, seja o que for que diga, seja o saque que se proponha a fazer sobre as riquezas do país, seja o plano para roubar a moeda número um do Patinhas ele sempre explica que é para ajudar os pobres e desvalidos desta e de outras nações.

Peguemos o exemplo das declarações sobre o petróleo do pré-sal. Eis que de repente Lula decide que este é um petróleo “filantrópico”. Pretende criar uma nova corporação para explorá-lo. Mais uma vez sente-se cheiro de enxofre no ar. Uma nova corporação, novos funcionários, novos diretores, o envio de cem ou duzentos aprendizes/afilhados para fazer cursos, investimentos públicos a fundo perdido, receitas remetidas diretamente ao tesouro para cumprir vagos objetivos sociais. Supomos que a Petrobrás, já amplamente aparelhada deverá contribuir magnanimamente com os bilhões gastos em pesquisa do pré-sal e do desenvolvimento de novas tecnologias, em detrimento de seus acionistas.

Evidentemente até a discussão, nas palavras de Lula, “quem vai ficar com o lucro?” é absurda. O acionista controlador da Petrobrás é o governo. Além de receber impostos o governo embolsa sua parte do lucro. As licenças para prospecção nas áreas do pré-sal devem estar em ordem. Então o governo que designe, num novo e fajuto engessamento de rendas, uma parcela de sua renda (lucros) para a finalidade que se fizer necessária.

O problema do cantor de uma nota só é que ele jamais deveria ser senão um pequeno elemento do conjunto musical. Ao sinal da batuta do regente se esgoela com aquela uma nota pelo tempo necessário. Participa da obra como os canhões e os sinos da Abertura 1812. Como não consegue executar, nem mesmo ouvir outras notas para cantar junto com o coral é um mero recurso de efeito limitado.

Mas na “Pátria amada, idolatrada, salve, salve” o Joãozinho conseguiu ser o maestro. Se não tem musicalidade como vai reger naipes e mais naipes de instrumentos? Sempre que pressionado com problemas reais recua para aquela única nota que consegue cantar com maestria barulhenta e demorada.

Não é por acaso que Celso Amorim citou Goebbels. Uma nota repetida muitas vezes vira música. Veja o que (Tom) Jobim fez com o “Samba de uma nota só”.

19 de ago. de 2008

Bóóóóótiiiiimoooooo!!!! - 3 x 0!!!!

A porrada que os tão aclamados jogadores brasileiros levaram ... principalmente por ter sido dos Argentinos.

Calou a IDIOTIA do Galvão Bueno. Políticos PETRALHAS não lograrão com o efeito morfínico que uma esperada vitória do bando de idiotas da seleção botocuda causaria nos brasileiros.

18 de ago. de 2008

O melhor sobre Beijing 2008 - por Reinaldão

TIO REI NA OLÍMPÍADA - SEJAMOS EGOÍSTAS; ESQUEÇAMOS O BRASIL! PARA O BEM DO BRASIL E DOS EGOÍSTAS

Ainda não parei para ler a respeito, confesso: não sei se o Brasil vai ter – ou está tendo – mais medalhas ou menos do que nos jogos passados. Meu esporte predileto é levantamento de xícara de café. Ouvi o escarcéu que Galvão Bueno fez por causa de uma medalha de ouro na natação. E como chorava o nadador! Ok. Estava emocionado. Agora vi Diego Hipólito cair de bunda no chão. chorou também. Lágrimas na vitória ou na derrota. Ele pediu desculpas aos brasileiros. Eu não aceito. Não aceito porque ele não me deve nada. A parte que me cabe, eu devolvo. Precisamos parar com essa frescura de achar que os atletas são representantes do povo. Não são! São representantes de si mesmos. E o “país” só vai ter alguma importância nessa área quando as ambições dos competidores forem estritamente egoístas. Se Diego Hipólito nos devesse desculpas, Michael Phelps nadaria em nome da América. Só que ele nada por si mesmo. A América que se dane. Mesmo ganhando os parabéns de Bush. Quem liga? Ele?

Ah, não me venham os especialistas falar sobre como se fazem campeões: sim, investimentos, patrocínio, seleção rigorosa dos pequeninos etc. Eu não entendo nada de esportes. Sei que ou brilham nessa área os Estados Unidos, com o culto ao individualismo — o sujeito se dedica a competir e considera inaceitável perder —, ou brilham as ditaduras: o perdedor é eliminado da história. Não se vive da adulação do esforço coletivo e piedoso, ainda que inútil. O Brasil parece dar pirueta “com a comunidade”; fazer ginástica “com a comunidade”, esforçando-se para levar ao pódio a, se me permitem o gracejo, "média mediocre". Não dá certo.

Há ainda algo a indagar: por que os brasileiros choram tanto quando ganham uma medalha? Você vê americano chorando? Acompanho os jogos de longe tanto quanto possível — e é quase impossível. Phelps está o tempo inteiro com aquela arcada dentária toda torta à mostra, um olhar meio perturbado pela obsessão. Choro? Nunca vi. Não só isso: é pôr o microfone na boca dos nossos atletas, a primeira coisa que fazem é agradecer à mamãe. Um jogador do vôlei teve um filho. Suas primeiras palavras: “Quero agradecer à minha mãe, e espero dar ao meu filho o mesmo que recebi...” Tá bom! Mas a parturiente do dia era outra, né? Sim, numa perspectiva psicanalítica, há quem diga que nós, os rapazes, sempre nos casamos com nossas mães (os casamentos bem-sucedidos), mas convém cortar esse aleitamento materno-espiritual dos esportes. Ou nem toda grana do mundo vai fabricar campeões.

Seja na política, seja nos esportes, seja nas artes, há um culto ao paternalismo e à desproteção sincera, emocionada e esforçada. Lembro do filme Central do Brasil, que fez um sucesso danado. Aquele garotinho em busca do pai era o país em busca da paternidade, como se fosse desprotegido e procurasse o demiurgo de suas fantasias. Ele acabou aparecendo. Agora, a “mãe” já começa a subir no palanque. É o pai do povo, a mãe do PAC, e a gente de bunda no chão.

Diego caiu! Não deve pedir desculpas a ninguém. Tivesse ganhado a medalha de ouro, os méritos, benefícios e honras da conquista seriam só seus. Como Phelps e sua penca de medalhas. Não há melhor receita de sucesso do que ser egoísta e esquecer o Brasil. Melhor para os egoístas e melhor para o Brasil.

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OITO VEZES RISO



A propósito do texto acima – e não retiro uma linha -, leitores me dizem que até Michael Phelps chorou e abraçou a mãe. É, vejam as fotos acima, da Reuters, cada uma referente a uma das medalhas. Ah, tá bom: há gente que só se emociona ouvindo Teixeirinha. Outros se comovem quando uma reta, de súbito, se transforma numa curva. Cada um na sua. Falo de choro como se fosse um método; falo desse negócio de “Ó, mãe, eu SE esforcei...” Ou da explosão diante do fato inédito, que remete ao triunfo do oprimido.

Banânia

"O Brasil é uma país de viciados em estado, de cultuadores da mediocridade. Qualquer defesa do individualismo aqui é mal visto. A vida de gado é que importa. Enquanto for assim seremos esse lixo que somos."

15 de ago. de 2008

Inteligente

Life is half spent before we know what it is

George Herbert

If you do what you've always done, you'll get what you've always gotten

Tony Robbins

There is nothing on this earth more to be prized than true friendship

Saint Thomas Aquinas

Ninety percent of the politicians give the other ten percent a bad reputation

Henry A. Kissinger

We are what we believe we are

C. S. Lewis

Laughter is America's most important export

Walt Disney

Since a politician never believes what he says, he is quite surprised to be taken at his word

Charles de Gaulle

14 de ago. de 2008

Quanto Vale um Indivíduo Chinês?

De que adianta uma abertura dos Jogos Olímpicos impressionante, se por trás dela consta o total desprezo pelo valor individual? Não obstante a impressão causada na abertura chinesa, de que homens mais parecem formigas organizadas de forma rigorosa como no Exército, eis que agora vem à tona a descoberta de que ...

Einstein dizia que o nacionalismo é a “doença infantil da humanidade”. O filósofo Schopenhauer chegou a afirmar que “a individualidade sobrepuja em muito a nacionalidade e, num determinado homem, aquela merece mil vezes mais consideração do que esta”. Infelizmente, nada disso é levado em conta por parte dos coletivistas.

13 de ago. de 2008

Algemas


Nos anos sessenta vi um excelente filme alemão “O Almirante Canaris”. Canaris, para quem não sabe, era o chefe da Abwehr, a espionagem militar (não ligada ao partido nazista e sim às forças armadas) alemã. É sabido que Canaris era oposição ao regime nazista e inclusive hoje se sabe que cooperava co...

Liberdade

“Em uma sociedade em avanço, qualquer restrição à liberdade reduz o número de coisas experimentadas e, portanto, reduz a taxa de progresso.”

H. B. Phillips

12 de ago. de 2008

A praga do coletivismo

"For only the third time in 72 years (Berlin 1936, Moscow 1980), the games are being hosted by a tyrannical regime, the mind of which was displayed in the opening ceremony featuring thousands of drummers, each face contorted with the same grotesquely frozen grin. It was a tableau of the miniaturization of the individual and the subordination of individuality to the collective. Not since the Nazi's 1934 Nuremberg rally, which Leni Riefenstahl turned into the film "Triumph of the Will," has tyranny been so brazenly tarted up as art."

11 de ago. de 2008

Beleza

Monica Bellucci



Inteligente

Millions saw the apple fall, but Newton was the one who asked why.

A Revolta das Minorias


Nessa época, onde a transitoriedade e a pressa se acentuam, a avalanche dos fatos não finca raízes, não se fixa na memória já curta dos homens. No caso brasileiro, não só o desconhecimento de nossa história, mas a indiferença ao que se passa no turbilhão de acontecimentos recentes faz de nós desmemoriados culturais. Entre uma semana e outra, entre uma Veja e a próxima, tudo é esquecido mesmo por aqueles que cultivam o raro hábito de ler jornais e revistas.

A amnésia coletiva que inclui letrados e iletrados aprofunda o individualismo, impede a formação de uma consciência cívica, favorece o poderio estatal e o surgimento de lideranças populistas, de demagogos que seduzem as massas sequiosas de direção e de esmolas públicas que acalmem suas aspirações.

A sensação que se tem no Brasil de hoje – diante de denúncias gravíssimas que pairam sobre membros do mais alto escalão do governo; da violência urbana, especialmente a relativa ao estado de guerra em que vive a população do Rio de Janeiro, e a do meio rural sob os ataques do MST e suas dissidências; do caos na área da Saúde; do baixo nível da Educação; da ausência de valores que norteiem o curso de cada vida – é que os indivíduos se deixam levar pela correnteza da submissão à manipulação que despersonaliza, massifica, torna todos semelhantes no anonimato, na insignificância, na mediocridade.

Faltam-nos minorias capazes de liderar, de se revoltar com o atual estado de coisas, de transformar a responsabilidade no fermento inovador de um novo patamar de progresso e, porque não, de fazer florescer o belo, o bom e o justo para assim quebrar a vulgaridade da existência atual. E as minorias a que me refiro nada têm a ver com riqueza ou pobreza, mas podem emergir em qualquer classe social, pois suas faculdades superiores de melhores residem no caráter, na essência que os aproxima mais da humanidade que da bestialidade que habita em cada criatura.

A sociedade brasileira fica estarrecida diante dos crimes atrozes devidamente “trabalhados” pela TV. Mas se queda indiferente perante os abusos cometidos pelos governantes. Afinal, os que deviam dar o bom exemplo e não dão são os piores.

Parafraseando Ortega y Gasset: infelizmente, existem algumas cabeças, muito poucas, mas o corpo vulgar do Brasil não quer pô-las sobre os ombros. Pior, o corpo vulgar insiste em manter sobre os ombros cabeças incompetentes, distantes do bem comum, articuladas por vezes com a ilegalidade.

Vários exemplos podem ser citados para confirmarem essa análise, pois se sempre houve escândalos na esfera do Poder Público, nunca se assistiu a tantos de 2003 para cá. Basta lembrar que poucos ministros restam do primeiro mandato do atual presidente da República, sendo que muitos já perderam o cargo nesse segundo mandato por conta da corrupção. Também o Poder Legislativo não se cansa de dar ao povo múltiplos exemplos de como não deve ser um parlamentar. E nem o Judiciário escapou do descumprimento da lei, o que é algo tragicamente irônico.

Entretanto, fiquemos com os fatos mais recentes, que na próxima semana já estarão esquecidos, para confirmar o que está sendo apresentado neste curto artigo:

Em matéria de incompetência governamental tivemos dois episódios marcantes. O primeiro foi relativo à atuação do chanceler Celso Amorim, que mais uma vez trabalhou com denodo para conduzir ao fracasso a Rodada de Doha. Pior, o Brasil saiu como traidor do Encontro, portanto, mal visto na esfera internacional.

O segundo está ligado à audiência pública convocada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro e pelo secretário Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, com o objetivo de pedir a condenação de militares que, segundo estes senhores, estariam envolvidos em práticas de tortura durante o governo militar e, assim, não poderiam ser beneficiados pela lei da anistia. Com sua atitude estes membros do governo causaram constrangimento até aos companheiros de seu próprio partido, o PT e, segundo consta, ao próprio presidente da República. Mas este não cogitou em dispensar o ministro e o secretário, como não pensou em destituir do cargo o colecionador de perdas, Celso Amorim.

Outro fato bastante grave foi a denúncia feita pela revista colombiana Cambio sobre as ligações de membros importantes do governo brasileiro e muito próximos ao presidente da República, com as Farc, bando composto por bestiais narcotraficantes, criminosos da pior espécie que estão sendo derrotados pelo presidente Álvaro Uribe.

Provavelmente tudo isso estará esquecido na semana que vem, pois com mostrou Ortega y Gasset, “a política se apressa em apagar as luzes para que todos os gatos fiquem pardos”. E isso não diz respeito só aos políticos. Sem a revolta das minorias todos nós ficamos pardos.

3 de ago. de 2008

O nome é Angela Maria Slongo

"O Palácio do Planalto contratou a mulher de
Olivério Medina, representante das Farc no Brasil.
Enquanto uma fatia do estado brasileiro prendia
um criminoso internacional, uma outra fatia o protegia,
oferecendo à sua mulher um salário de apaniguada"


A mulher de Olivério Medina, o representante das Farc no Brasil, foi contratada pelo governo Lula. Agora só falta arranjar um emprego para a mulher de Fernandinho Beira-Mar, outro criminoso ligado às Farc.

Em 29 de dezembro de 2006, Angela Maria Slongo foi nomeada pelo ministro da Pesca, Altemir Gregolin, para o cargo de oficial de gabinete II, com um salário de DAS 102.2. Angela Maria Slongo é mulher de Francisco Antonio Cadena Collazos, também conhecido como Olivério Medina, ou Padre Medina, ou Camilo López, ou El Cura Camilo. Quando Angela Maria Slongo foi nomeada pelo Palácio do Planalto – sim, o Ministério da Pesca é ligado diretamente ao gabinete do presidente da República –, Olivério Medina estava preso em Brasília, a pedido da Colômbia, seu país de origem, onde era acusado de atos terroristas e assassinatos.

Pausa. Respire fundo. É melhor repetir o que acabei de dizer. Pode ser que alguém tenha passado batido. É o seguinte: enquanto uma fatia do estado brasileiro cumpria a lei, prendendo um criminoso internacional, uma outra fatia – mais especificamente, Lula e seus ministros – o protegia, oferecendo à sua mulher um salário de apaniguada, a fim de que ela pudesse permanecer perto dele, numa chácara em Brasília, à espera do julgamento do STF, que iria decidir sobre sua extradição. Ele só saiu da prisão domiciliar no fim de março de 2007. Angela Maria Slongo até hoje continua aparelhada no Ministério da Pesca, recebendo seu salário de apaniguada, que acumula com o salário pago pelo governo do Paraná. VEJA pediu esclarecimentos sobre a escolha de seu nome para o cargo de confiança. O Ministério da Pesca informou que ela apenas mandou um currículo e foi selecionada por critérios profissionais. Simples? Simples.

Publicamente, Lula tenta se afastar da companhia das Farc. Às escondidas, seu governo dá cada vez mais sinais de irmandade com o grupo terrorista, como nesse caso da mulher de Olivério Medina. Nos computadores de Raúl Reyes, o terrorista morto pelos soldados colombianos, foi encontrada uma mensagem de Olivério Medina em que ele dizia poder contar com o apoio da "cúpula do governo" brasileiro, em particular com o ministro Celso Amorim. O papel de Olivério Medina no Brasil, de acordo com o jornal colombiano El Tiempo, era "trocar cocaína por armas e fazer o recrutamento de simpatizantes". O recrutamento de simpatizantes podia ser feito até mesmo no Ministério da Pesca. Já a troca de cocaína por armas passava por outros canais. Numa de suas mensagens sobre o tema, Olivério Medina referiu-se a um certo "Acácio", identificado como o Negro Acácio, sócio de Fernandinho Beira-Mar no narcotráfico.

Um relatório oficial da Abin acusou Olivério Medina de ter oferecido dinheiro das Farc à campanha eleitoral de candidatos petistas. Quando VEJA fez uma reportagem sobre o assunto, um monte de gente chiou. Para os agentes da Abin, os membros do PT que receberiam o dinheiro eram aqueles das correntes mais esquerdistas do partido, como a do ministro da Pesca, que contratou a mulher de Olivério Medina. Sempre que alguém morre no Brasil por um crime relacionado ao tráfico de drogas, pode-se dizer que há um dedo das Farc. O grupo terrorista está perdendo terreno na floresta colombiana. Mas chegou ao poder nos morros brasileiros e na Esplanada dos Ministérios.

2 de ago. de 2008

Atlantic City, New Jersey, USA




Para quem gosta de Copacabana, sem assaltos e sobressaltos, é claro. O ítem prostituição por lá, em Atlantic City, difere, e muito, do tupiniquim. Lá a coisa pega. E feio. Mas para um turismo de primeira é uma grande pedida.



Inteligente

"Sooner or later, those who win are those who think they can"

Paul Tournier