27 de jul. de 2006

O Babalorixá de Banânia em entrevista

Política de crescimento – “Se nós pegarmos o milagre brasileiro, na década de 70, vamos perceber que o Brasil chegou a crescer a 10%. No entanto, quando chegamos na década de 1980, ocasião em que tivemos que pagar a dívida, o povo estava mais pobre e o Brasil mais endividado". Não! Chegou a crescer 13%. Os 3% de diferença estão acima do crescimento médio de sua gestão até agora. O povo estava mais pobre em 1980 na comparação com que ano? Certamente, não com 1964. Diz que o Brasil está pronto para crescer 5%, 6%, de forma sustentada e integrar o grupo dos países desenvolvidos. Não com os investimentos pífios que temos, tanto públicos como privados. Ok. A Lula cabe vender seu peixe. Compra quem não sabe avaliar a qualidade do produto.

Reinaldo Azevedo não dá colher de chá ao ao Supremo Apedeuta.

Esquerda Festiva Carioca - por Rodrigo Constantino

Pelos cariocas, o segundo turno das próximas eleições se daria entre Lula e Heloísa Helena. É o que mostra a última pesquisa do Ibope, onde a senadora fica à frente de Alckmin, com 19% das intenções de voto. E isso não é o mais estarrecedor! A candidata pelo PSOL tem o melhor desempenho entre os eleitores cariocas com maior renda e escolaridade. Heloísa Helena, que adora Che Guevara e gostaria de transformar o Brasil em uma Cuba gigante, tem 26% dos votos entre os eleitores com ensino superior! Lula, o presidente do “mensalão” e camarada de Chávez, obtém 29% dos votos. PT ou PSOL, eis as escolhas do carioca que estudou. Falam em educação como uma verdadeira panacéia. Seria o caso de perguntar: essa educação?

Não se improvisa um absurdo desses. Isso é obra de décadas de lavagem cerebral, de mentalidade deformada e de idolatria do fracasso. Os ícones dessa esquerda festiva são figuras como Chico Buarque, o cantor que adora o ditador Fidel Castro – do conforto de sua mansão, claro. Ou então Oscar Niemeyer, o rico arquiteto que ainda prega o comunismo – mas não recusa um projeto milionário do Estado nem distribui sua fortuna em nome da “igualdade social”. Foi Roberto Campos quem melhor diagnosticou a coisa: “É divertidíssima a esquizofrenia de nossos artistas e intelectuais de esquerda: admiram o socialismo de Fidel Castro, mas adoram também três coisas que só o capitalismo sabe dar - bons cachês em moeda forte, ausência de censura e consumismo burguês; trata-se de filhos de Marx numa transa adúltera com a Coca-Cola...”

Pois é. O carioca padrão, esse que faz com que uma dinossauro raivosa como Heloísa Helena tenha mais de um quarto dos votos, é aquele que normalmente mora bem, não entende absolutamente nada de política ou economia, mas adora esbravejar contra o “capitalismo selvagem” durante seu porre no barzinho da esquina. Ele acredita que basta condenar Bush por todos os males do mundo e vociferar contra o egoísmo dos capitalistas – como se ele fosse a Madre Teresa de Calcutá – que um “novo mundo” será possível. “Se ao menos esses ricos fossem menos gananciosos e distribuíssem suas fortunas...” – eles pensam, comprando a paz de espírito enquanto guardam para si suas próprias poupanças (ninguém é de ferro). E seguem adiante, com a consciência tranqüila de quem fez muito pelos pobres: “garçom, mais uma cerveja!”.

Os cariocas se acham malandros, espertos e adoram colocar as emoções acima da razão. Depois não entendem porque os empregos estão migrando para São Paulo... É lamentável que certas pessoas jamais aprendam com os próprios erros ou com a experiência passada. O Rio sofreu uma barbaridade com figuras como Brizola, que tornou as favelas intocáveis, permitindo as fortalezas do crime que são atualmente. Depois tivemos o casal Garotinho. O carioca foi capaz de eleger Saturnino Braga como senador ao invés de Roberto Campos! Não é preciso falar muito mais. Racionalidade não parece ser um dos fortes aqui.

A cidade maravilhosa está infestada pela esquerda festiva. Seus representantes estão por todos os lugares. Os professores são marxistas, os jornalistas chamam o ditador Fidel Castro de presidente e os padres defendem o MST. Os vereadores votam centenas de leis inconstitucionais. Isso para não falar que somos a cidade dos funcionários públicos, herança dos tempos de capital. Não é justo generalizar, pois tem muita gente séria nesse meio. Mas basta lembrar que o cão não morde a mão que o alimenta, e dificilmente um funcionário público prega a redução do Estado e dos privilégios por ele concedido para sua categoria. Há que ser muito honesto, qualidade em falta na capital da malandragem. Aqui vale mais o brocardo “se a farinha é pouca, meu pirão primeiro”.

Enquanto o casal Garotinho dominar a cena política; enquanto Lula for visto como o bastião da honestidade; enquanto a “lei de Gérson” for mais respeitada que o trabalho honesto; e enquanto Heloísa Helena tiver 26% dos votos entre aqueles com ensino superior, resta mesmo a pessimista – porém realista – previsão do saudoso Roberto Campos: “não corremos o menor risco de dar certo”.

Com autorização do Rodrigo Constantino

Quando a Justiça se recusa a enxergar

Blog do Noblat

Por mais respeito que a Justiça mereça, há decisões dela que devem ser qualificadas de no mínimo absurdas. Uma dessas foi anunciada na semana passada e só ganhou destaque em poucos jornais - e mesmo assim por um ou dois dias.

O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10a. Vara Federal, mandou soltar os 32 integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) que restavam presos em Brasília desde a depredação da Câmara dos Deputados no dia 6 de junho.

Soares Leite amparou sua decisão no seguinte argumento: por meio do seu desarvorado líder Bruno Maranhão, o MLST havia pedido audiência ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), para discutir uma "pauta de reivindicações".

Logo, Rebelo poderia ter desconfiado de "que se instalaria um clima de tensão no Congresso, sendo necessário o reforço da segurança ou a presença de agentes especializados na condução das reivindicações de movimentos de massa".

Concluiu o juiz: "Essa situação de prévio agendamento da manifestação a ser realizada no Congresso enfraquece a tese de que os representantes do MLST foram à Casa Legislativa com o intuito de cometer crimes".

Examinado por qualquer ângulo, seria risível se não fosse primário, estapafúrdio e perigoso o raciocínio do juiz que devolveu a liberdade aos responsáveis pelo mais grave episódio de vandalismo da história do Congresso.

Se tivesse se dado ao trabalho de consultar o presidente da Câmara, Soares Leite saberia que ele não agendara audiência alguma com Maranhão e sua turma. Logo, como poderia ter previsto que "um clima de tensão" tomaria conta do Congresso?

Se tivesse cobrado informações à polícia, saberia também que fitas de vídeo provam que a invasão da Câmara foi planejada em detalhes e com larga antecedência. O MLST se deu ao luxo, inclusive, de filmar às escondidas o interior do prédio.

Câmeras de segurança do Anexo 2 da Câmara registraram que os manifestantes gastaram menos de um minuto entre sua chegada à portaria do prédio e o início dos atos de violência. Logo viraram um carro e o arremessaram contra a porta de entrada.

Uma vez lá dentro, foi o que se viu na televisão: agentes de segurança sendo agredidos e feridos, e homens e mulheres, alguns armados com paus e pedras, a destruírem o que encontravam pela frente - até mesmo caixas eletrônicos.

Foi o Ouvidor Agrário Nacional, Gercino José da Silva Filho, subordinado ao ministro do Desenvolvimento Agrário, o autor da falsa informação remetida ao juiz Soares Leite a cerca da audiência do MLST com o presidente da Câmara.

Ao interferir em favor dos presos, o Ouvidor desrespeitou o Código de Processo Penal. É impensável que tenha procedido assim à revelia dos seus superiores. De resto, o líder do MLST é amigo e já foi hóspede de Lula na Granja do Torto.

Os seis procuradores federais que haviam denunciado à Justiça os baderneiros do MLST avaliam agora a possibilidade de processar a União dada ao comportamento irregular do Ouvidor. É claro que o processo não dará em nada.

A qualquer momento, outra instância da Justiça pode revogar a decisão de Soares Leite e mandar prender quem ele soltou. Ocorre que a maioria dos militantes do MLST vive em assentamentos onde é difícil encontrá-los.

O grave crime cometido contra um dos três poderes da República tende, pois, a ficar impune. Nada demais em um país cujo presidente é capaz de ignorar pequenos e grandes crimes tramados a poucos metros do seu gabinete.

fonte: Diego Casagrande

País de MERDA. Merda Pura!

OAB anuncia faxina contra advogados envolvidos em crimes

Agência Estado - fonte: Diego Casagrande

A OAB nacional anunciou que pretende fazer uma faxina rigorosa contra advogados que praticam atos criminosos. O anúncio foi feito pelo presidente da Ordem, Roberto Busato. No próximo dia 6, o Conselho Federal deve se reunir em Brasília para discutir as punições aos profissionais que se envolvem com facções criminosas como o PCC.

"Eles são uma minoria barulhenta que está dando uma conotação muito ruim à grande maioria da advocacia brasileira, que é uma maioria silenciosa, ética, que vem cumprindo com sua função perante a sociedade", considerou Busato.

"A posição da Ordem é muito clara: hoje, não estamos mais lidando com o advogado antiético, com o advogado que cometeu deslizes junto à criminalidade, mas com o verdadeiro criminoso travestido de advogado", sustentou o presidente nacional da OAB.

Há vários advogados na mira da Polícia em razão da suspeita de participarem de organizações criminosas. No mês de junho e julho foram presos Eduardo Diamante, Valéria Dammous e Libânia Catarina Fernandes Costa. O advogado Nelson Roberto Vinha também foi detido sob acusação de entrar com seis celulares e carregadores de bateria no Centro de Detenção Provisória de Mauá, em São Paulo. Ele foi autuado em flagrante.

Ainda foi presa Maria Cristina Rachado, responsável pela defesa de Marcos Camacho, o Marcola, apontado como líder do PCC por policiais do Deic, o Departamento de Investigações Criminais da Polícia Civil de São Paulo. A advogada foi detida em meio a uma operação para cumprir vários mandados de prisão contra pessoas supostamente ligadas ao crime organizado.

O advogado Mário Sérgio Mungioli já foi condenado a sete anos e seis meses, em regime inicial fechado, pelo crime de formação de quadrilha ou bando. O advogado está preso desde setembro de 2003. Ele foi surpreendido por policiais depois de visitar Marcola no Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes. Com o advogado, foram encontrados bilhetes que revelariam um esquema de comunicação entre presos. Mungioli, por ter acesso aos presídios, teria a função de visitar as lideranças criminosas e transmitir os recados.

Condenado pela juíza Márcia Helena Bosch, da 5ª Vara Criminal da Capital, o advogado foi proibido de recorrer da decisão em liberdade. Mungioli já entrou com recurso na 6ª Câmara Criminal do TJ paulista, representado pela advogada Mônica Wadt Miranda.

Já o advogado Sergio Weslei da Cunha, que defende um suposto integrante do PCC, é acusado de pagar R$ 200 a um funcionário terceirizado da Câmara dos Deputados, junto com Maria Cristina Rachado, para obter gravação de sessão sigilosa da CPI do Tráfico de Armas.

Assiti mais uma vez a "Os Intocáveis". Al Capone foi preso por fraude, sonegação ao fisco americano. Quantos Advogados no Brasil passariam por um crivo do Imposto de Renda? ...do IR americano.

Ah! Quantos Fiscais do Imposto de Renda, no Brasil, passariam incólumes ao fisco da Alemanha?

Fiscais corruptos, com sinais exteriores de riquezas imcompatíveis com seus ganhos, vão pra cadeia mais rápido que um homicida. Na Alemanha, é claro.

Questão de matemática simples: Roubou 1 (mísero) centavo!

DESOBEDIÊNCIA CIVIL: “FUI!

por Christina Fontenelle - reproduzido do Diego Casagrande

Na última sexta-feira, 21 de julho, eu estava assistindo a um dos noticiários que passam na TV, na hora do almoço, e uma reportagem chamou a minha atenção. Um motorista do Rio de Janeiro havia sido detido pela polícia, após ter enganado algumas vezes os famigerados radares eletrônicos espalhados pela Linha Vermelha. Todas as vezes que cruzava com um destes radares, o motorista acionava um dispositivo que fazia a placa verdadeira do carro levantar (como um daqueles portões eletrônicos de garagem) e mostrava uma outra placa, onde estava escrito o seguinte: "Fui!" Assim, ele passava pelos radares sem ter que frear como fazem todos os outros motoristas e evitava as pesadas multas sobre quem ultrapassa os limites de velocidade.

O fato em si é engraçado pela criatividade, pela ousadia e pela engenhosidade do dono do carro. Na hora em que ouvi a notícia, eu ri. Mas, pensando um pouco melhor sobre o ocorrido, eu pude verificar que se tratava de um dos mais emblemáticos atos de desobediência civil que tenho visto ultimamente - coisa que vem me chamando muito a atenção, na medida em que venho notando um crescimento acelerado deste tipo de atitude extrema, levada a cabo por indivíduos que não suportam mais a vigilância física e psicológica, cada vez mais acirrada, por parte da sociedade e dos órgãos de repressão do Estado, muitas vezes com imposições que fogem à lógica da natureza humana e não permitido que nenhuma voz de oposição a elas seja ouvida.

Resolvi pesquisar o que de fato havia acontecido. Adeilson Felix de Brito (30 anos) era o nome do motorista do carro – uma Parati cinza, placa LCA-1455. Ele foi o primeiro infrator a ser flagrado pelo novo esquema de blitz integrado que passou a fiscalizar, desde 20 de julho, a movimentação nas principais rodovias e vias expressas do Rio, através de 90 pardais (que é como os cariocas chamam os radares fixos) e de 120 lombadas eletrônicas – transformando-os, além de detectores de excesso de velocidade, também em detectores de veículos roubados, clonados e com multas e IPVA vencidos.

A partir de agora, os bancos de dados do Detran-RJ, do DER, do Detro e da Polícia Civil estão integrados. A informação captada por radares e lombadas chega até o centro de monitoramento do DER, onde a situação do veículo é checada em segundos. Depois, é repassada via rádio para a blitz mais próxima da mesma via. Vale ressaltar que as 41 lombadas e os 31 radares instalados pela Prefeitura do Rio não fazem parte do esquema.

Na verdade, então, o motorista não foi pego pelo dispositivo instalado na placa, como havia dado a entender a rápida reportagem televisiva, e muito menos por estar trafegando acima da velocidade permitida (90 km/h - muito baixo, diga-se de passagem, para uma via expressa como a Linha Vermelha). Diferentemente do que está descrito no parágrafo anterior, ao que parece, as câmeras filmaram a placa verdadeira (portanto, fora das zonas de radar, onde o dispositivo era acionado e a placa levantava) e, com a rapidez do sistema de informações, detectou que o veículo estava com o IPVA atrasado e o sistema de placa adulterado.

A Parati foi parada pelos policiais que, então, ao revistarem o carro, descobriram o dispositivo que levantava a placa. Adeilson - o motorista - disse que não sabia da artimanha, já que o veículo está em nome de seu cunhado, Renato Gonçalves Montes. O carro foi apreendido por policiais e ficou no posto do DER, perto de Duque de Caxias, na Linha Vermelha, à espera de perícia da Corregedoria do Detran. A punição irá para o proprietário, que vai receber multas por ter dispositivo anti-radar e por estar circulando sem o IPVA em dia - R$ 191,54 cada uma. Ele ainda vai receber 14 pontos negativos na carteira. Adeilson foi liberado, mas os documentos do carro ficaram retidos. A fraude infringe o artigo 230, inciso 3, do Código Nacional de Trânsito e o acusado poderá responder a inquérito por crime de adulteração de característica de propriedade (3 a 6 meses de prisão mais multas).

Enfim, se antes já havia muita polêmica em relação à eficiência dos radares para evitar acidentes no trânsito – que é o objetivo oficialmente declarado pelos Estados para a instalação dos mesmos – agora vai haver muito mais. Radar, agora, também servirá para perseguir endividados. Em futuro próximo, poderemos inclusive estar sendo monitorados em função de nossas preferências políticas, para que sejamos cada vez mais extorquidos financeiramente, até que chegue o momento em que não tenhamos mais tempo nem condições de reagir ao sistema.

Sobre evitar, ou diminuir o número de acidentes, há inclusive uma tese de mestrado apresentada na USP (Universidade de São Paulo) por um engenheiro, que, baseado numa pesquisa realizada na rodovia Washington Luís (SP), indica que o número de acidentes e de vítimas é maior nas proximidades dos radares de controle de velocidade do que em locais não monitorados por eles. Há os que dizem que, se as empresas que instalam os radares recebem uma percentagem sobre as multas, somente isso já seria suficiente para levantar suspeitas quanto aos objetivos da instalação dos mesmos. E ainda há os que defendam a idéia de que os tais radares provoquem mais estresse nos motoristas do que evitem acidentes.

É o caso da Avenida das Américas, no Rio de Janeiro - uma larga avenida que atravessa dois bairros inteiros (Barra e Recreio) e possui, em quase toda a sua extensão, três vias paralelas – a do meio com 4 pistas e as duas laterais com 3 cada uma. Só não é uma via expressa por causa dos sinais de trânsito e dos cruzamentos, que, aliás, são bem espaçados uns dos outros. Pois bem, os limites de velocidade estabelecidos são de 80 Km/h, para a pista do meio, e de 60 Km/h, para as laterais – totalmente fora da realidade. É impossível respeitá-los, a não ser em frente aos radares, local onde todos freiam e onde já houve acidentes, justamente por causa disso. Na verdade, os limites deveriam ser de 100 km/h, no meio, e de 80 km/h, nas laterais. Então, fica parecendo que o objetivo dos radares nesta avenida são os de irritar os motoristas e de angariar fundos para o Detran e não o de educar ou de punir os que circulem pelo local, fora dos limites do bom senso.

A própria Linha Vermelha, onde a Parati foi apreendida, já foi citada como exemplo de via onde o sistema de aplicação de multas visa mais a arrecadação do que a segurança dos motoristas ou a sua educação. As câmeras ficam escondidas e a sinalização de alerta da fiscalização eletrônica - exigida pelo código de trânsito - não é colocada de maneira correta (há câmeras onde não tem sinalização e esta onde não há câmeras). Os limites de velocidade permitidos são inferiores a velocidade média típica da via, aumentando a incidência das multas e, conseqüentemente, a arrecadação. Entretanto, isso é mais um dos fatores de aumento do risco de acidentes, uma vez que faz com que os motoristas desviem com freqüência os olhos da estrada, para conferir o velocímetro, ainda que todos saibam que exista uma tolerância – mas que também é ínfima e, por isso, insuficiente. A bem da verdade, há os que defendem que essa tolerância devesse ser de 30% sobre o limite sinalizado para a aplicação das multas. Isto permitiria que o trânsito fluísse com muito mais segurança, já que os motoristas ficariam mais concentrados no trânsito do que no velocímetro.

A Linha Vermelha (LV) é recordista de multas no RJ. Em seguida vêm a Av. das Américas, a Av. Brasil e a Av. Ayrton Sena. A diferença entre o volume de multas da Linha Vermelha e da Av. das Américas é de 167%. Segundo dados do Departamento de Estadas de Rodagem do RJ (DER/RJ), isso se explica pelas características da LV e por uma diferença básica: nas vias fiscalizadas pela prefeitura, uma sinalização branca nas pistas indica os radares, na LV não.

Há ainda o problema de os radares serem operados por empresas particulares, que são generosamente remuneradas com valores que giram em torno de 20% da arrecadação com as multas, quando deveriam ser bem menores. Mas, não são só as empresas que dão problemas, os Estados arrecadadores dão mais trabalho. Isto porque tais recursos, vindos do bolso dos pretensos maus motoristas, entram nos cofres dos municípios sob o título contábil de "receitas extra-orçamentárias" e, por causa disso, não ficam passíveis de fiscalização direta pelos conselhos ou "tribunais" de contas. O dinheiro deveria ser utilizado para desenvolver atividades de educação no trânsito e em sinalizadores. "Tribunais" ou conselhos de contas espalhados pelo Brasil investigam se o dinheiro das multas está servindo a esquemas paralelos de lavagem de dinheiro, em operações que envolvem fornecedores de prefeituras que, por coincidência, se transformam em financiadores legais e ocultos de campanhas eleitorais.

As propostas em estudo pela Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados para a reforma do Código de Trânsito Brasileiro atacam problemas importantes observados desde a sua promulgação em 1998. As mais importantes destinam-se a criar mecanismos para forçar as prefeituras a aplicar corretamente os recursos obtidos com a sua aplicação, obedecendo ao artigo 320 do Código, segundo o qual 95% dos recursos obtidos com as multas têm de ser gastos em "sinalização, engenharia de tráfego, de campo, de policiamento, fiscalização e educação de trânsito". Os prefeitos resistem a essa regra, porque sabem que, se os recursos das multas obedecerem à finalidade educativa, elas tenderão naturalmente a diminuir a médio e a longo prazos, atingido assim o objetivo do Código, mas diminuindo a "receita" extra das prefeituras. Isto é Brasil.

A verdade é que ninguém mais agüenta ser extorquido por todos os lados e de todas as maneiras sem que se tenha o menor retorno, nem prático nem psicológico, dos "investimentos" forçados. O cidadão não tem voz como indivíduo, ele só é visto como cidadão-coletivo, coisa que vai diretamente de encontro à mais elementar das característica humanas: a individualidade. É claro que não se poderia ouvir todos os cidadãos individualmente sobre todos os assuntos. Entretanto essa parece ser uma boa desculpa para justificar a imposição de leis e regras que se sabe muito bem servir a minorias, em detrimento das liberdades e dos direitos da maioria, como se fizessem parte do senso comum da última. Se não se pode ouvir a maioria individualmente, que se ouçam os que se manifestam – que, apesar de serem minoria dentro da maioria, são também em maior número do que a minoria para qual muitas das leis e regras são estabelecidas.

No Brasil, as leis parecem surgir do nada, repentinamente, e quase sempre para extorquir o cidadão. De repente, por exemplo, você não pode mais fumar em nenhum lugar público, mas os programas de ajuda a quem está sendo obrigado a deixar de fumar são ministrados em pouquíssimos lugares, às vezes a duas horas do local da residência ou do trabalho do "maldito" fumante. Os remédios e o tratamento são caríssimos. Ou seja, a Lei agora é essa e dane-se. Ficou decidido que fumar polui o ar, mesmo em ambientes abertos, e que se danem os viciados e os que pensem em contrário, mesmo que estejam baseados em estudos estatísticos e científicos que digam exatamente o contrário do que os que foram utilizados para embasar a nova lei.

Ficou decidido também, que todos os consumidores das grandes cidades do país estão obrigados a pagar uma taxa extra pelo direito de consumir. São os famigerados estacionamentos pagos em shoppings, desde os minúsculos aos mega deles. O sujeito, se quiser consumir num shopping, tem que pagar para estacionar, mesmo que, se não houvesse onde parar, o mesmo sujeito talvez jamais aparecesse por lá. Quem vem primeiro? O ovo ou a galinha? Nesse caso, com certeza os shoppings vieram primeiro; os estacionamentos pagos, depois. Aliás, quando começaram a se espalhar pelo país, um dos apelos dos shoppings, para tirar os clientes do comércio de rua, era justamente em relação às facilidades de estacionamento. Alguns destes, mesmo depois de terem passado a cobrar, ainda exibem uma placa dizendo que não se responsabilizam por roubos de objetos deixados dentro dos veículos e alguns até mesmo pelos danos que o veículo possa sofrer durante a permanência no estacionamento.

Querem mais? Lá vai. O Governo do Presidente Lula decidiu que a segunda língua que todos os brasileirinhos das escolas públicas do país serão obrigados a aprender é o espanhol. Por decreto, o Governo brasileiro resolveu que o espanhol é mais importante do que o inglês, quando todo mundo sabe que, sem saber inglês hoje em dia, uma pessoa fica extremamente limitada, principalmente no que se refere à sua capacidade de obter uma diversidade maior de informações.

Outro exemplo. A gente paga CPMF para que o dinheiro se destine à melhoria do sistema de saúde e, ao contrário, cada vez mais temos que recorrer aos planos de saúde para não vir a ter que morrer nos corredores dos hospitais públicos caso precisemos de atendimento hospitalar.

Cansado de esperar anos a fio para que o país tome os rumos do desenvolvimento e do respeito ao cidadão – além das fronteiras do politicamente correto e dos direitos humanos dos criminosos - , o indivíduo começa a tomar consciência de que a desobediência civil é a última arma que lhe restou para defender seus direitos e para que seus pontos de vista sejam levados em consideração. É a natureza humana falando mais alto dentro das pessoas. São essas reações que acabam não podendo ser previstas pelos instituidores da nova ordem mundial. Mas, percebendo o fenômeno, seus agentes agem no sentido de incrementar cada vez mais os sistemas de vigilância e de punição.

A jogada é a seguinte: cria-se uma determinada situação incômoda (os assaltos, por exemplo); depois, começam os estudos e as estatísticas – muitas delas falsas – a respeito do tema; em seguida, começam as medidas para "controlar" o problema – jamais para resolvê-lo de vez, já que isso implicaria, a longo prazo, na não mais necessidade de tais medidas (que são para o controle das pessoas comuns e não apenas dos criminosos, na verdade); até que finalmente se chegue ao ponto no qual as pessoas passarão uma "procuração" aos "solucionadores do problema" para que eles possam vigiá-las, em nome da sua própria segurança (ou da solução do problema). É a nova ordem mundial.

Chegará ao ponto em que pagaremos imposto ao Estado por permitir que vivamos sob sua vigilância e cuidados. Pagaremos pelo direito de viver – e muito mal, diga-se de passagem.

Com autorização da Christina Fontenelle

¿Brasil enfermo? Ministro Mello, corrupción gubernamental y apatía.

A pocos meses de las elecciones presidenciales, aclarar el enigma de la apatía en la sociedad brasileña es de fundamental importancia no sólo para los rumbos de esa grande y querida nación que es Brasil, sino para los de toda América Latina
1. Brasil vive "tiempos muy extraños", en los que se tornaron "casi banales" las noticias diarias de "encuadramiento judicial de autoridades de diversos rangos", no sólo "por un crimen, sino por varios", dejando a la luz del día una "rutina de desfachatez y de indignidad" que "parece no tener límites". Lo anterior estaría trayendo una grave e inesperada consecuencia psicológica y moral en vastos sectores de brasileños: en lugar de una proporcionada indignación de las personas, inclusive de un clamor contra esa corrupción generalizada, se va produciendo "una apatía cada vez más sorprendente", como si "todo eso fuese muy natural y las cosas debiesen ser así", con los ciudadanos aplicando la "táctica del avestruz" y pasando a vivir "como si nada grave estuviese ocurriendo".
Este análisis de la realidad brasileña, que se ha tratado de sintetizar respetando el contexto en que fue formulado, pertenece al presidente del Tribunal Superior Electoral del Brasil, ministro Marco Aurélio Mello, en reciente discurso al asumir ese alto cargo, a pocos meses de las elecciones nacionales. Que nos conste, dicho diagnóstico no recibió la atención que merecía, no sólo por provenir de tan alto magistrado, sino por la importante e inesperada relación de causa y efecto que él establece entre el aluvión de denuncias de corrupción y la creciente apatía en sectores importantes de la población brasileña.
2. El destape de la corrupción se produjo a mediados de 2005 cuando el diputado Roberto Jefferson, del partido PTB, hizo pública la existencia de una gigantesca red de recaudación ilegal de dinero organizada por el gobernante Partido de los Trabajadores (PT), desviando sumas millonarias de empresas públicas, privadas e instituciones financieras para sustentar un sistema de compra de votos de diputados de diversos partidos -el llamado "mensalón", consistente en una generosa propina mensual- con el objetivo de obtener la aprobación legislativa de los proyectos del PT y asegurar su continuidad en el poder por los próximos 10 a 15 años. A pesar de que ese esquema fue organizado por figuras entre las más cercanas al presidente Lula, éste, hasta hoy, afirma que no sabía de nada.
Es delante de esa situación que el presidente del Tribunal Superior Electoral del Brasil constata esa enigmática indiferencia, en vez de una natural reacción de repudio, de sectores importantes de la población.
3. Los síntomas de que la sociedad brasileña parece estar enferma, con su propio instinto de conservación debilitado, son múltiples. En ese sentido, la revista brasileña "Observatorio de la Prensa" destaca el diagnóstico hecho por Silvio de Abreu, guionista de varias novelas estelares de la TV Globo, basado en pesquisas efectuadas por la emisora, de que "la moral de Brasil está en pedazos". El Sr. Abreu da, entre otras pruebas, la de que hasta hace un tiempo atrás los telespectadores se identificaban con los personajes buenos, pero que hoy muchos se identifican con los deshonestos y los moralmente reprobables. Abreu observa que esa mayor tolerancia de los telespectadores "en relación a los desvíos morales de conducta está directamente relacionada con los escándalos recientes de la política", y concluye que "el simple hecho de que el presidente Lula diga que no sabía nada de nada y que no había visto nada de lo que fue denunciado en el Parlamento y en la prensa, parece ser una explicación suficiente para aquellas personas que fingen que creen en lo que él dice porque les parece más conveniente que todo quede como está".
4. A ese respecto, "Observatorio de la Prensa" observa que la minoría que percibe ese deterioro moral no encuentra medios adecuados para realizar el alerta, y está en una situación análoga a la de "centinelas que percibiesen el avance de los bárbaros en las puertas de Roma y no pudiesen alertar a la ciudad sobre el peligro", entre otras razones, "porque los destinatarios del aviso no quieren saber de ningún tipo de alerta".
5. Cuando en 1992 trascendieron noticias de corrupción en el seno del gobierno del entonces presidente Fernando Collor, el país comenzó a vivir un clima de efervescencia, que se reflejó inclusive en protestas pacíficas callejeras que llevaron a la Cámara de Diputados y al Senado a votar el "impeachment" del presidente y a suspender sus derechos políticos por 8 años. Esto parece ser un efecto contrario a lo que hoy se estaría produciendo en sectores de la población brasileña, a propósito de la corrupción en el gobierno del actual presidente Lula.
6. Colocados estos elementos de juicio, son nuestros lectores brasileños quienes están en condiciones de analizar si dichos elementos son objetivos y, en este caso, detectar y explicar los mecanismos psicológicos por los cuales la natural indignación se ha ido transformando en apatía psicológica y en parálisis del raciocinio moral.
A pocos meses de las elecciones presidenciales, aclarar ese enigma en el seno de la sociedad brasileña es de fundamental importancia no sólo para los rumbos de esa grande y querida nación que es Brasil, sino para los de toda América Latina.

RUGBY - por Ralph J. Hofmann

Pois o Sr. William José Carlos Drews , brasileiro de São Paulo foi enviado para a terra dos seus avós, a Inglaterra, para estudar. Fez o ensino médio lá, entrou para Cambridge, graduou-se com excelentes notas, fez mestrado e doutorou-se em marketing. Seu esporte ao longo dos anos sempre foi o rugby.

Voltando ao Brasil, após alguns empregos tornou-se consultor, tendo desenvolvido uma brilhante carreira e enriquecido. Em São Paulo conseguiu juntar um grupo de jogadores de rugby que disputavam modestamente partidas com as pequenas equipes locais, meros clubes de aficionados.

Mas por volta de 2004 por obra do destino conseguiu reunir um time excepcional, e um excelente patrocinador. Com este time começou a participar de torneios internacionais, de início na Argentina e no Uruguai, depois no mundo inteiro, e eis que seu time estava cotado como um dos melhores times amadores do mundo.

Sempre a procura de jogadores talentosos, uma noite ao ver o noticiário internacional na CNN reparou num combate entre tropas do atual exército iraquiano se defendendo de um ataque terrorista. A câmara acompanhou um sargento iraquiano em especial. O sujeito era excepcional, num entrevero em que ficara sem munição, mano-a-mano, enfrentou 15 inimigos. Ele esmurrou alguns bloqueou outros, e finalmente pegou uma rocha de uns 20 centímetros de diâmetro e acertou o último inimigo na cabeça a 30 jardas de distância.

Imediatamente sentiu que tinha descoberto um grande jogador em potencial. Entrou em contato com a CNN em Atlanta, comunicou-se com o Sargento Ali no Iraque e trouxe-o rapidamente para o Brasil, onde conseguiu colocá-lo como executivo numa empresa de segurança.

Nos fins de semana Ali aprendia Rugby. Com o tempo tornou-se um jogador maravilhoso. O time do Sr. William aquele ano venceu o campeonato mundial de times amadores de rugby, com atuação destacada do Ali. .

Após a final do jogo, que foi em Tóquio o Sr. William procurou o Ali, dando-lhe os parabéns e perguntou se havia algo de especial que desejava fazer naquele momento.

Ali respondeu: “Bom, se me emprestas o celular quero falar com minha mãe”. Prontamente William estendeu o telefone e o Ali ligou para a mãe. “Mãe! Ganhamos o mundial! Tô cercado de amigos e admiradores. Nunca me senti melhor na minha vida! “

Ah é filho. Pois aqui nada de bom. Destruíram a frente de nossa casa. Teus dois irmãos levaram tiros e estão no hospital, tua irmã foi estuprada e tu aí celebrando! Eu nunca vou te perdoar por nos fazer morar em São Paulo!

Com autorização do Ralph J. Hofmann
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Negrito é ingerência minha.

Kapaz recebeu R$ 100 mil dos 'sanguessugas', diz Vedoin - do Estadão

A pedido do ex-deputado e empresário Emerson Kapaz, a Planam, principal empresa da máfia das ambulâncias, depositou R$ 100 mil na conta da Paulo Octávio Investimentos. A informação foi dada por Luiz Antônio Trevisan Vedoin, um dos sócios da Planam, à Justiça Federal de Mato Grosso. Segundo ele, o ex-deputado indicou cinco contas para que a Planam depositasse a comissão pela liberação das emendas. Kapaz foi deputado entre 1999 e 2002 pelo PPS e presidiu, até anteontem, o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco). Também é conselheiro licenciado da ONG Transparência Brasil.

Ontem, o ex-deputado divulgou nota na qual "desmente qualquer intermediação com prefeitos em troca de benefícios ou negociações com a empresa citada" e se diz "com a consciência tranqüila". Ele informou que só se pronunciará após ter acesso ao processo. O ex-deputado reclama do que classifica como "impossibilidade de defesa, pois o processo corre em sigilo de Justiça".

Além dos R$ 100 mil para a Paulo Octávio Investimentos, Kapaz teria indicado a conta bancária de sua ex-mulher Laura Hosiasson para receber depósito da Planam. Segundo o depoimento de Vedoin, o ex-deputado também indicou as contas de Odilon Duarte, Jefferson de Castro e Cledel Chaves para receber depósitos da empresa.

O senador Paulo Octávio (PFL-DF), dono da Paulo Octávio Investimentos, uma das maiores construtoras de Brasília, disse que desconhece "qualquer negócio do Emerson Kapaz com suas empresas". O senador havia levantado a hipótese de o depósito ser proveniente de compra de imóvel, mas depois informou que não há registros de imóvel vendido para Kapaz. Segundo a assessoria do ex-deputado, ele "não tem nem nunca teve" imóvel em Brasília.

Kapaz teria apresentado emendas para compra de ambulâncias em 2002. Segundo a revista Veja, Vedoin disse em depoimento que Kapaz apresentava emendas para a compra e pedia em troca 10% do valor do negócio.

Reproduzido do Diego Caagrande

Em 1987... Nascia assim o PNBE, iniciando assim uma trajetória de lutas. Entre outros, participaram da fundação os empresários Oded Grajew, Emerson Kapaz, Salo Seibel, Joseph Couri, Paulo Butori, Adauto Ponte, Eduardo Capobianco e outras lideranças da indústria paulista.

No Way In Hell

Sem Saída

por Marcel Solimeo

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Receita Federal está transferindo suas obrigações para os contribuintes, generalizando a retenção na fonte e transformando empresas em coletorias de impostos, além de fiscais de seus fornecedores, com o agravante de, assim, ameaçá-las com elevadas multas. São obrigadas a enviar mensalmente planilhas, formulários e demonstrativos de toda natureza, sujeitando-se a uma informatização do Fisco cujos ônus e riscos são todos do contribuinte. Será que vale a pena ser empresário no Brasil? Ou, para quem pode escolher outra alternativa, não é melhor buscar um emprego, de preferência público, para ter estabilidade? Ou, ainda, para quem tem recursos, aplicá-los no mercado financeiro e "viver de rendas", aproveitando os juros generosos garantidos pelo governo?

Patrimônio da Humanidade - por Rodrigo Constantino


Se o indivíduo busca satisfazer seu próprio interesse num contexto de respeito à propriedade privada e às trocas efetuadas no mercado, estará fazendo o que a sociedade espera que ele faça.” (Mises)

Por que os tubarões podem estar ameaçados de extinção, mas as vacas dificilmente correm tal risco? Por que é absurdamente raro que uma pessoa lave um carro alugado antes de devolvê-lo? Por que a floresta amazônica anda sendo devastada em ritmo acelerado e sem responsabilidade? Apesar de aparentarem desconexas, essas perguntas estão intimamente ligadas, pois a resposta é a mesma para todas: direito de propriedade privada.

Os tubarões, no meio do oceano, não possuem donos, diferente das vacas, com proprietários bem definidos. O carro alugado, apesar de ter um dono, não está sendo utilizado por este quando está alugado. E o cliente não lava o carro justamente porque o carro não é dele. Da mesma forma, a floresta amazônica é tão mal tratada e explorada justamente pela ausência de uma propriedade privada bem definida.

Os indivíduos reagem à incentivos. Isso é um fato, uma característica intrínseca da natureza humana. E obviamente há muito mais incentivos ao cuidado daquilo que é nosso. Basta pensar em como os pais cuidam dos seus filhos, e imaginar se agem da mesma forma com crianças desconhecidas. Portanto, parece bastante lógico que a propriedade privada é o maior incentivo para a preocupação com o bem em questão.

Tendo isso em mente, podemos entender melhor porque as coisas consideradas “patrimônio da humanidade” acabam sendo cuidadas de forma pior que os bens com propriedade individual. O que é de todos, não é de ninguém. Quem trabalha em uma empresa grande sabe exatamente o que é isso. Aquele serviço sem dono, sem um responsável direto, acaba mal feito, se feito. Afinal, não há como cobrar de alguém especificamente. Um passa a culpar o outro pelo desleixo. É exatamente o que acontece com um “patrimônio da humanidade”.

Logo, a solução para os problemas do desmatamento desenfreado na Amazônia passa longe do decreto de que a região é o “pulmão” do mundo, um bem da humanidade. Muito menos será resolvido dando uma área rica em minerais, do tamanho de Portugal, para uns 3 mil índios ianomânis. Acaba gerando o que vemos, como crimes, corrupção e exploração ilegal, enquanto alguns índios andam em suas picapes importadas. Esse é o caminho certo do caos. Tampouco adianta apelar para o Curupira.

Para resolver de verdade o problema, precisamos delimitar propriedades privadas. Empresas com foco no lucro precisam ser responsáveis com seus ativos. Basta pensar nas grandes empresas de petróleo. Elas não detonam o máximo de produção possível ignorando a capacidade produtiva futura. Sabem que isso seria sua morte súbita, e por isso cuidam bem do seu mais valioso ativo. O mesmo vale para as empresas de celulose. As enormes florestas da Aracruz, Klabin, Suzano e Votorantim não enfrentam os problemas típicos da Amazônia. As empresas cuidam bem dos ativos, plantam novos eucaliptos, praticam o reflorestamento, tudo isso objetivando o lucro. No site da própria Aracruz, encontramos: “Por ser uma empresa de base florestal, a Aracruz sabe que a própria sobrevivência do empreendimento depende do uso renovável dos recursos naturais, assegurando que estejam disponíveis para as futuras gerações”. As atividades delas precisam ser sustentáveis, e o principal insumo tem que ser bem utilizado.

Espero que a mensagem tenha ficado bastante clara. É a propriedade privada que faz florescer um tratamento adequado aos recursos naturais, com base na racionalidade e busca de lucro. Não vamos tratar a Amazônia como um mico-leão dourado. Vamos tratá-la como uma vaca. Quando as coisas têm dono, a própria lei de oferta e demanda, através do preço de mercado, força um tratamento mais racional por parte do proprietário. Ou alguém acha que um criador de vaca iria matar todo seu rebanho pensando apenas no lucro imediato, ignorando o futuro do seu negócio?

Com autorização do Rodrigo Constantino

USUCAPIÃO - por Ralph J. Hofmann

Em 1970 a Jordânia expulsou a FLP de seu território. Fez isto pelas armas. Previa que com a quantidade de armamento em mão desse movimento estava prestes a surgir uma situação em que as forças armadas desse movimento superariam o contingente do exército jordaniano.

O governo jordaniano seria subjugado por forças até então hóspedes no seu território. Não teria mais a autonomia para decidir sua política externa no que diz respeito a atacar a vizinha Israel. Qualquer represália israelense afetaria cidadãos jordanianos e projetos industriais e agrícolas do Jordão.

As organizações expulsas, em grande parte se deslocaram para o Líbano. Grande parte dos ataques a Israel passaram a se originar direta ou indiretamente no Líbano. O Vale do Bekaa tornou-se uma grande área praticamente administrada pelo Hezbolah.

O equilíbrio e o auto respeito para com os vizinhos dentro do Líbano sumiram. Antigamente, se não havia necessariamente grandes laços de afeto entre cristão coptas, católicos e islâmicos no país, havia uma sociedade multifacetada funcional.

A posterior invasão e ocupação síria veio a finalizar o desequilíbrio da situação. Os movimentos islâmicos ficaram livres para armar-se e dominar o que quisessem onde quisessem, salvo áreas em que as falanges cristãs conseguiram se armar suficientemente para permanecer autônomas.

O Líbano passou a não ser dos libaneses. Se fossem libaneses comandando as forças em armas, como donos de sua pátria pensariam maduramente antes de desferir ataques com foguetes sobre as cidades de Israel.

Mas para quem cooptou o país tanto faz quanto fez. Não há o menor interesse em poupar o país de um bombardeio. Não é deles! Não são seus compatriotas! Usucapiaram um país inteiro.

Com autorização do Ralph J. Hofmann

SUI GENERIS - do Google

Recuso-me terminantemente
A usar um rótulo
Uma etiqueta de identificação
Ser um robô
Um símbolo
Neste complô
De massificação...

Saí da linha de montagem
Não sou um modelo
Um tipo, um produto, um protótipo
Não aceito número, nem tatuagem
Nem imagem
Nem estereótipo...

Sou matéria-prima
E continuarei a sê-lo
Não obstante a sanha assassina
Da propaganda que me quer
Modelo
Produto feito
E acabado
Manufaturado
Sem nenhum defeito
A qualquer custo...

Não quero status quo
Nem estatística
Muito menos triagem
Seleção, ensaio, roteiro...

No catálogo de amostragem
Estou omissa, estou ausente
No índice geral
Podem me procurar em vão
DE A a Z...

Contrariando Aristóteles
Não sou um ser social
Sou um bicho-do-mato
Um marginal
Sou um desvio, um atalho
Tortuoso, uma picada sem pavimento!

Qual deusa Isis, tiro os sete véus
Fico sem parâmetro
Removo a mortalha
Fico sem munição, sem suprimento
E vou em frente
Nesta lida:

Um aprendiz, um artífice
Um artezão somente!
A esculpir a pedra angular da vida!!!

King's College Chapel



Arquiteto desconhecido. Talvez, por falta de 'diproma', não teve seu nome divulgado.