13 de set. de 2006

Eu e Ed - por Rodrigo Constantino

Resumo: A parte de nosso dinheiro, tomado à força pelo Estado, que não vai para o “mensalão”, ou para o “valerioduto” da corrupção, é usada para projetos que doutrinam crianças de forma assustadora.

© 2005 MidiaSemMascara.org, em 10 de agosto de 2005

Quem acha que o suado dinheiro ganho pela iniciativa privada tem mal uso no meio político, com corrupção solta e populismo escancarado para a compra de votos, não viu nada! A Petrobrás e o Ministério de Minas e Energia criaram, com o nosso dinheiro, o Ed, um robô virtual com “inteligência” artificial. O foco principal é estimular um debate com crianças, para falar basicamente sobre educação ambiental. Ed se diz apolítico. Entretanto, vamos analisar a conversa entre mim e ele, para termos uma idéia melhor do que os burocratas andam fazendo com os nossos impostos.

Ed: Bem vindo ao site do CONPET! Eu sou Ed, o robô. Vim de outro planeta com a missão de ajudar na preservação de energia e de outros recursos naturais. Sobre o que você quer conversar?

Eu: política

Ed: A política energética é a que mais me preocupa. Sua protetora é Minerva, que recebeu de Júpiter a divina faísca da sabedoria.

Eu: Esquece isso! Quero saber porque o governo gasta o meu dinheiro com essa idiotice!

Ed: Há coisas muito mais importantes que dinheiro. O rei Midas que o diga. Água, por exemplo.

Eu: Mas o governo não leva em conta custo contra benefício?

Ed: Acho melhor não...

Eu: Conhece o Lula?

Ed: Claro que conheço. O mundo inteiro conhece o Lula!!!

Eu: E o que acha dele?

Ed: Acho sensacional!

Eu: Prefere o socialismo ou capitalismo?

Ed: Capitalismo, socialismo, bip... Em Kyr é tudo tão diferente. Ninguém se preocupa com isso. A Máquina-Pensante se encarrega da felicidade geral. Num governo que lembra a Utopia de Thomas More.

Eu: Mas a Utopia não tem tudo a ver com o socialismo?

Ed: No livro Utopia, escrito em 1516, Thomas More descreve um Estado imaginário sem propriedade privada nem dinheiro, preocupado com a felicidade coletiva.

Eu: Pois então? Isso não é socialismo?

Ed: Capitalismo, socialismo, bip... Em Kyr é tudo tão diferente. Ninguém se preocupa com isso. A Máquina-Pensante se encarrega da felicidade geral. Num governo que lembra a Utopia de Thomas More.

Eu: Gosta de Stalin?

Ed: Stalin? Radical demais pro meu gosto...

Eu: E Lênin?

Ed: Vladimir Ilyich Lenin, ao falar sobre o Materialismo Dialético e o Anarquismo, conta que Hegel era chamado de conservador e atacado furiosamente pelos anarquistas. Mas Lenin reconhece os méritos de Hegel como sendo o pai do método dialético (que depois foi aperfeiçoado por Marx) e o filósofo da restauração.

Eu: Conhece Hayek ou Mises?

Ed: Nem uma nem outra.

Eu: Conhece Milton Friedman?

Ed: Beleza. Sabe, adoro o Milton Nascimento. Ele cantando com o Gilberto Gil é demais.

Eu: Conhece Marx?

Ed: Marx e Engels, como materialistas históricos, destacaram a característica exploradora e alienadora de relações econômicas capitalistas, tais como as que são produzidas pela propriedade privada.

Eu: Gostou do governo de Reagan?

Ed: Em Kyr, quem governa agora é a Máquina Pensante. Ela pensa em tudo, natureza em primeiro lugar.

Eu: Gosta de Thatcher?

Ed: Vou pensar no assunto...

Eu: Gosta de Fidel Castro?

Ed: Um dia, logo após a revolução, o Fidel Castro - ainda meio inseguro - foi fazer um discurso. E na hora da pausa perguntou para seu companheiro Camilo se estava indo bem. Acontece que ele tinha esquecido de desligar o microfone; o povo escutou a pergunta e milhares de vozes responderam em uníssono: -Vas bien, Fidel! Vas bien, Fidel!

Eu: Acha que o presidente George W. Bush é um idiota?

Ed: Bush? Acabei de ler os motivos do Michael Moore não ter cortado os pulsos na sua reeleição. Mas os do Fernando Veríssimo são ainda melhores. Ele disse que o mais grave da reeleição do Bush é que ela acontece num momento em que são ainda remotas as possibilidades de se estabelecer colônias humanas em outros planetas, deixando sem resposta a pergunta "Fugir para onde"...

Eu: A Petrobrás deveria ser privatizada?

Ed: Privatizações? Sei não... Em Kyr nada mais é privatizado. A Máquina Pensante cuida de tudo direitinho.


Pois é, caro leitor. A “Máquina Pensante” cuida de tudo, tal como o Big Brother do livro 1984, de George Orwell. Tudo isso com o seu, o meu, o nosso dinheiro, tomado à força pelo Estado. A parte que não vai para o “mensalão”, ou para o “valerioduto” da corrupção, é usada para projetos como este, que doutrinam crianças de forma assustadora. Concentrar poder e recursos demais nas mãos do Estado dá nisso. Seria cômico, não fosse trágico!

Esvaziando a lixeira - por Carlos Reis, médico e escritor

Resumo: Se as imagens escandalosas de cuecas recheadas não ajudam em nada o eleitor a compor um esboço de repulsa, é porque ele está inabilitado para a vida política honesta.

© 2006 MidiaSemMascara.org

Você confirma essa opção? - No momento em que o povo brasileiro (ou a parcela dele que não presta, ou é muito burra para notar a realidade que vivemos) se prepara para dar um mandato de 20 anos a Lula, é imperioso destacar as razões que explicam essa insânia que está nos jogando na lata de lixo da História. O significado maior dessa eleição consiste em que atingimos um estágio tão baixo de degradação moral que perdemos o direito de usar a opção esvaziar a lixeira. Por isso mesmo, ela não está na urna eletrônica!

Crime consolidado - Eu sempre desconfiei dessa democracia consolidada, para usar expressão de FHC de muitos anos atrás. Agora chegamos, de novo, em seu maior momento: as eleições. O que FHC jamais disse ou escreveu, no entanto, é que essa democracia consolidada, uma realidade sociológica, era o que a esquerda tinha de melhor para dar. E deu. Mas, aqui o que importa é a expressão composta; a democracia-conceito, a democracia sendo adjetivada para denotar uma certa arrogância ou soberba, um triunfalismo blasè, a custo evitado pelas esquerdas, as quais não tiveram pudor em riscar um fósforo para abafar o ar siciliano de sua vendeta. E o que ela produziu? A sucumbência social e política do seu povo.

Mas isso não se faz sem o Parlamento, entretanto. A legalização moral do crime, o habeas corpus para os crimes do presente e as indenizações para os crimes do passado, nasceram dessa democracia consolidada parlamentar e partidária. E ela mesma se legalizou e se legitimou pela via do costume, do mau costume, na via lenta e dolorosa da vergonha que corrompia o povo e o seduzia para as suas idéias mal-sãs. Fez e continua fazendo isso há décadas, preparando-o para aceitar dela apenas os adjetivos, os apêndices, a formalidade da regra. A Constituição de 1988 é apenas um seu veiculo de carga. FHC foi um dos principais e mais ilustres criadores desse mostrengo democrático e ainda tem gente que o chama de estadista. Eu acho que ele é um estadista consolidado.

Justiça tem prazo de validade? – Um dia o povo - ou a sua culpa, o que vier primeiro -, perguntará isso. O fato é que é muito chato estar na condição de juiz nesse momento. E ainda tem gente que espera do povo um julgamento pela via do voto. Então essa gente deve estar preparada para admitir o favoritismo do crime que concorre à re-eleição! Mas o ponto é: como deixaram que eles, os criminosos, concorressem? Se estão concorrendo, o TSE e os TREs deveriam fechar as portas e parar de gastar dinheiro público! A Justiça sucumbiu no ano passado. Reparem que não estou falando na justiça das leis dos homens pequenos do aforismo anterior.

A hora do lobo - O pior é que nós avisamos, escrevemos, nos escabelamos, e nada resultou! Acertamos tudo, menos que o governo Lula arriscasse tanto, que se descuidasse e mostrasse tanto a sua bunda suja! Ninguém imaginava isso. Se aquelas imagens escandalosas de cuecas recheadas hoje não ajudam em nada o eleitor a compor um esboço de repulsa, é porque ele mesmo, povo eleitor, está inabilitado para a vida política honesta e sadia. O fato é que nos encontramos em um ambiente em que o conflito é tão grande que não pode ser resolvido por eleições. É a hora do lobo autoritário.

Tempo esgotado - O povo está incapaz novamente de fazer escolhas certas e com convicção moral. Em outros tempos dizia-se que ele votava mal ou não sabia votar. Os motivos eram outros e nenhum se aproximava dessa moléstia contagiosa e mortal do socialismo ou da democracia socialista que, aliás, nunca passou de um mero blue print do sonho comunista. Mas, vamos que votar sempre, repetidamente, como dizem os bons moços da ciência política, educa o eleitor; que a democracia é tão boa que mesmo o povo errando todas, a sua vida melhora com o tempo. O problema é: quanto tempo? O meu tempo esgotou.

Nível Brasil - Então falamos sobre o previsível e o esperado. Falamos do Bem e do Mal. Falamos sobre a consciência que o povo brasileiro de hoje tem sobre eles. Podemos agora concluir e esperar que nos encaminhamos para a re-eleição de um protoditador comunista, um agente ou gerente do projeto comunista continental latino-americano conhecido como Foro de São Paulo. Esse Foro de São Paulo elegeu Kirchner na Argentina, Chávez, Evo Morales, e derrubou uns tantos alckmins eleitos pelo povo na América. O primeiro alckmin brasileiro chamava-se Collor. Estamos orientados psicologicamente por ele e para ele. Somos confiáveis e maduros, do ponto de vista ideológico aos propósitos do projeto do Foro de São de Paulo. Se você não sabe o que é o Foro de São Paulo e o que é a sua democracia consolidada, essa é a explicação para o aparente paradoxo do favoritismo do Lula. Para ajudá-lo, no momento, caro eleitor, estamos próximos do zero moral, e descendo.

***

As razões para eu afirmar isso se multiplicam. Mas me basta uma meia-dúzia delas para caracterizar o que fizeram de nós.

1. Não há partidos de direita no Brasil de hoje.

2. A natureza ideológica da hegemonia hoje lulista (antes, petista e de seus aliados) nos deixou alienados socialistas. É a vitória de Lenin e de Gramsci. As escolas são belos exemplos dessa hegemonia.

3. O enorme orçamento proveniente das drogas, dos seqüestros, dos assaltos a bancos à disposição do Foro de São Paulo, é desigual. Operacionalmente falando trata-se da maior conquista da guerra assimétrica, diga-se, fenômeno sociológico e histórico que não está tratado aqui na profundidade que merece.

4. A duração e o grau de profissionalização desse projeto de poder, o que se conta em décadas, são fatores decisivos dessa guerra assimétrica.

5. O empobrecimento moral e intelectual das classes pensantes e falantes que têm espaço na mídia é o resultado esperado pelo Foro de São Paulo. Trotski já tinha pensado nisso em 1906. As bandeiras são as mesmas.

6. O contexto internacional favorável ao socialismo e ao neo-comunismo, hoje disfarçado de capitalista, dá carona à apologia do ódio, à inveja, ao ressentimento. Terroristas são aplaudidos em todas as partes. O mundo ficou “mole”; as leis ficaram moles. O homem se afrouxa; o mundo se “relativiza”. Os bandidos prosperam. A crueldade humana aumentou e Hitler está morto há muito tempo.

em 13 de setembro de 2006

Se o Rio é mesmo a cara do Brasil, mamma mia, che faccia brutta!

© 2006 MidiaSemMascara.org

Peter Pan e a Fada Sininho - por Ralph J. Hofmann

Dentre todos os países satelitizados pela Rússia nos anos que se sucederam ao fim da segunda Guerra Mundial, incrivelmente Cuba consegue ser o mais persistentemente e consistentemente estúpido.

Hungria, Tchecoslováquia, Iugoslávia e outros souberam reconhecer o momento em que poderiam pôr de lado suas posições extremas. Já na década de sessenta havia Romenos e Húngaros exilados visitando os países de origem. No início dos anos setenta, aristocratas poloneses visitavam suas antigas propriedades como turistas.

Filhos e netos dos emigrados desses países, bem sucedidos em seus novos países, até extremamente ricos depois de anos de trabalho sentiam um vínculo com o torrão natal. Passavam a contribuir para com o desenvolvimento do mesmo muito antes da Glasnost efetivamente sinalizar o fim daquela era.

A própria China deve parte de seu progresso atual aos milionários Chineses emigrados em 1949 que, de suas bases nos Estados Unidos, Canadá, Hong Kong e Taiwan fizeram investimentos e cederam tecnologias.

Mais recentemente, o Vietnã tem se beneficiado de uma facilidade em receber visitas dos egressos em meados dos anos 70 assim como do saudosismo dos milhares de ex-militares americanos que ali serviram entre os anos sessenta e setenta. Pessoas que tinham entre vinte e 25 anos quando lá serviram visitam a cena de seus anos de maior vigor. Resgatam seu passado da mesma maneira que um veterano de 39-45 vista as praias da Normandia. Em suas visitas encontram formas de ajudar o antigo inimigo.

Os cubanos egressos em 1959, em grande maioria não eram adeptos de Fulgêncio Baptista. Receberam os “barbudos’ de braços abertos. Imediatamente após foram traídos. Quase cinqüenta anos depois os cubanos no exílio, por força de sua capacidade de trabalharem como famílias, sua garra em perseguir educação superior representam uma imensa força, tanto intelectual como econômica e, apesar de terem lealdade ao país que os abrigou são uma tribo, representam um povo, não racialmente mas culturalmente.

Mas nada nas atitudes de sua terra de origem lhes leva a fazerem algum investimento no país. A política é assistencialista. Pode-se enviar dinheiro, dólares para os parentes. Mas não há muita segurança em iniciar empreendimentos em Cuba. Cuba continua a ser um grande mendigo. Mendigava da União Soviética e agora mendiga da Venezuela.

Isto considerando-se exemplos como da Iugoslávia dos tempos do Marechal Tito. Tito, despido de ortodoxia mantinha um regime comunista, mas conseguiu ser um dos grandes pontos de atração turística do mundo. Cuba, a 80 km dos “keys” americanos poderia fazer muito mais em menos tempo do que a Iugoslávia dos anos sessenta aos oitenta.

O que mantém esse país nesse estado de pobreza mal disfarçada é apenas o desejo de canonização, o complexo de Joana D’arc do seu líder máximo. Na realidade Fidel Castro não se assemelha apenas a Joana D’arc, a que ouvia vozes. Lembra muito mais o Peter Pan de Barrie. O Menino que se recusa a crescer. Nos seus trinta e picos anos vestiu um traje de combate. Cinqüenta anos depois ainda se recusa a tirá-lo e se dedicar a ser um adulto responsável.

E agora vemos os meninos da “Terra do Nunca-Jamais” (barbudinhos menos o Evo Morales, que por ser índio não tem barba) lutando para também não crescer, liderados pela Fada Sininho venezuelana freneticamente jogando pó de pirlim-pim-pim sobre sua ilha para que não se afunde.

Quarenta e sete anos no poder e o país ainda depende dos pós mágicos dos outros!! Caia na real Cuba! Caia na real Brasil!

...Com autorização do autor - reproduzido do Diego Casagrande

Dois Pilantras filhos da ...

P I L A N T R A S

Rodrigo Constantino e ...Rodrigo Constantino

O Ódio a Israel
Não é possível discutir racionalmente com alguém que prefere matar-nos a ser convencido pelos nossos argumentos.” (Karl Popper)

O anti-semitismo é praticamente tão antigo quanto o próprio judaísmo. Os motivos variaram com o tempo, mas oscilando, quase sempre, em torno da inveja. A prática da usura era condenada enquanto os judeus desfrutavam de sua evidente lógica. Shakespeare retratou de forma intensa o anti-semitismo de seu tempo, na sua clássica obra O Mercador de Veneza. Marx, constantemente tendo que buscar refúgio com agiotas por causa de sua irresponsabilidade financeira, demonstrou forte anti-semitismo, usando os judeus como bode expiatório. O Holocausto nazista, com amplo apoio dos principais líderes muçulmanos, foi o ponto alto do preconceito contra judeus. Atualmente, o ódio irracional ao povo judeu está novamente em alta, concentrado especialmente no próprio direito de existência de Israel.

Vários países existem por causa de decisões arbitrárias de governos, principalmente após guerras. São inúmeros exemplos, e Israel é apenas mais um. Só que, curiosamente, somente Israel não tem o direito de existir, segundo os muçulmanos, com o consentimento de muitos ocidentais – quase todos de esquerda. O que Israel faz de tão terrível para que mereça ser “varrido do mapa”, como fanáticos islâmicos defendem? Vou arriscar uma possível resposta nesse artigo.

Israel é um país pequeno, criado apenas em 1948, contando com pouco mais de 6 milhões de habitantes. Entretanto, o telefone celular foi desenvolvido lá, pela filial da Motorola, que possui seu maior centro de desenvolvimento em Israel. A maior parte do sistema operacional do Windows NT e XP foi desenvolvida pela Microsoft-Israel. A tecnologia do chip do Pentium MMX foi projetada na Intel em Israel. O microprocessador Pentium 4 e o processador Centrino foram totalmente projetados, desenvolvidos e produzidos em Israel. A tecnologia da “caixa postal” foi desenvolvida em Israel. A Microsoft e a Cisco construíram suas únicas unidades de pesquisa e desenvolvimento fora dos EUA em Israel. Em resumo, Israel possui uma das indústrias de tecnologia mais avançadas do mundo.

A economia de Israel, acima de US$ 150 bilhões por ano, é superior a soma de todos os seus vizinhos. A penetração de computador é uma das maiores do mundo. Mais da metade dos habitantes tem acesso a Internet. Israel possui ainda a maior proporção do mundo de títulos universitários em relação a população. Lá são produzidos mais artigos científicos per capita que qualquer outro país do mundo. Israel possui o maior Índice de Desenvolvimento Humano do Oriente. A renda per capita está chegando a US$ 25 mil. Cientistas israelenses desenvolveram o primeiro aparelho para diagnóstico de câncer de mama totalmente computadorizado e não radioativo. E por aí vai.

Não custa lembrar que tudo isso foi conseguido sob constante ameaça terrorista por parte dos vizinhos muçulmanos, forçando um pesado gasto militar por parte do governo israelense. Em relação ao PIB, Israel possui um dos mais elevados gastos militares do mundo. Ainda assim, o país despontou no campo científico e tecnológico, oferecendo enormes avanços para a humanidade.

Quando comparamos esta realidade com a situação caótica da maioria dos países com predominância islâmica, fica mais fácil entender uma parte do ódio patológico que é alimentado contra os judeus. Claro que fatores religiosos pesam. Mas as gritantes diferenças econômicas e sociais adicionam muita lenha na fogueira. Fora isso, os israelenses podem escolher seus governantes democraticamente, enquanto os muçulmanos vivem sob ditaduras. Isso para não falar das diferenças quanto a liberdade feminina. Com tanta miséria, falta completa de liberdade, mulheres submissas e com o corpo todo coberto, a tentação de morrer como mártir e ser recebido por dezenas de virgens no paraíso parece irresistível. Mas o ideal seria mostrarmos para os muçulmanos que isso não é necessário. Israel não é um paraíso – longe disso. Mas perto da realidade dos vizinhos islâmicos, está quase lá. Ao invés de cometer suicídio num ataque terrorista na tentativa de destruir Israel, os muçulmanos fariam melhor se pressionassem seus líderes para que Israel fosse copiado, não “varrido do mapa”. Todos, com a exceção dos seguidores do profeta que usam a existência de Israel como desculpa para todo tipo de atrocidade doméstica, sairiam ganhando.
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A Inveja dos Igualitários

“A ingrata brutalidade dos reis em direção aos financiadores que os ajudaram sempre ganhou os aplausos populares. Isso talvez esteja relacionado ao profundo sentimento de que indivíduos não têm direito de serem ricos por eles mesmos e para eles mesmos, enquanto a riqueza dos governantes é uma forma de gratificação pessoal para as pessoas que pensam neles como o ‘meu’ governante.”

Em The Ethics of Redistribution, Bertrand de Jouvenel mostra com sólidos argumentos como a inveja pode estar por trás das políticas de redistribuição de renda através do aparato estatal. Ele cita um exemplo dos comunistas franceses que deram caros presentes para seu líder, aparentemente indo contra os próprios valores comunistas, explicando que as pessoas têm sido mais generosas com aqueles que julgam melhores e com seus líderes. O burguês apresentaria duas convicções básicas que diferem desse sentimento popular: sente que não deve sua riqueza a favores e se considera livre para gastá-la consigo mesmo, da forma que preferir, normalmente secreta. É precisamente o reverso da atitude que justificaria uma renda excepcional sob a ótica popular. O povo quer sentir que essa renda é um presente dele, e quer demandar que os beneficiários façam um espetáculo de gala.

Por isso que o empresário que compra um iate é menosprezado, enquanto um presidente que vive no luxo, com roupas caras feitas de tecido egípcio, carro próprio para a cadela e viagens com avião novo, é admirado. Mesmo que seja um ex-operário eleito com o discurso de redução da desigualdade material. Quando o príncipe Felipe de Borbón e Letizia Ortiz se casaram, o evento contou com a mobilização de mais de 17 mil policiais e 200 atiradores de elite, que ajudaram na segurança, custando aos cofres públicos uma quantia estimada entre 6 a 8 milhões de euros. Segundo a imprensa espanhola, o custo total do casamento superou os 20 milhões de euros. Uma união entre dois indivíduos acabou se tornando um espetáculo público, financiado pelo bolso dos "contribuintes". O povo, ainda que forçado a pagar pela festa, aplaude o espetáculo. Mas não faltariam críticas ácidas se um empresário pagasse do seu próprio bolso por uma festa milionária fechada. Seria acusado de fútil, insensível, e esfregariam na sua cara toda a miséria existente à sua volta, ainda que ele não tenha culpa dela.

O livro de Jouvenel enfoca tanto a questão moral como os resultados das políticas de redistribuição de renda. O autor mostra como a iniciativa privada é afetada em diversos campos da vida social, podendo levar à destruição do homem independente e ao enfraquecimento da sociedade civil. As medidas de redistribuição de renda não têm como evitar a expansão burocrática e seus poderes discricionários, tornando praticamente impossível a reconciliação com o império da lei, fundamental para uma sociedade livre. Hayek focou bastante na questão do conhecimento limitado das autoridades. Como saber quanto da renda de alguém veio da pura sorte, do acaso, do mérito, do esforço ou da inteligência? Seria justo alguém ser rico por pura sorte? Mas ora, seria justo, da mesma maneira, alguém já nascer bonito, com genes bons, com voz possante, ou numa família rica? Os igualitários pretendem, num complexo de deus onisciente, solucionar o que seria uma “injustiça” cósmica. Moldariam a sociedade de acordo com um padrão pessoal de justiça, dando total ênfase na questão material apenas.

A redistribuição começou com um sentimento de que alguns possuem muito pouco e outros muito. Tirar desses que têm muito para dar aos que têm pouco seria vantajoso e “justo”, com justiça aqui significando apenas uma emoção arbitrária sobre um padrão pessoal de distribuição de riquezas. Do ponto de vista utilitarista, não há como medir as satisfações subjetivas das pessoas, sendo impossível verificar se a utilidade geral aumentou ou diminuiu com tal expropriação dos mais ricos. Hayek mostrou que essa linha de raciocínio, de retornos decrescentes por unidade monetária, onde o rico não teria a mesma utilidade que o pobre com 10 unidades extras, levaria ao oposto do defendido pelos “redistribucionistas”. O rico precisaria, por essa linha, de mais unidades monetárias ainda para manter a mesma satisfação. Teríamos que falar em imposto regressivo em relação à renda, não progressivo. Parece evidente que descartar de vez essa “lógica” utilitarista é o ideal, para evitar absurdos.

Na prática, é inviável executar essa redistribuição de renda tirando somente dos realmente ricos. Deixando de lado a injustiça em discriminar os mais ricos, ferindo a isonomia de tratamento, tal medida é totalmente ineficaz. Acaba que a classe média tem que ser vítima também. No fundo, quem ganha são os burocratas do Estado. Ocorre uma transferência de renda de todos para o governo. A centralização é o resultado inevitável das políticas de redistribuição. O Estado, que vai tirando mais e mais da classe média e alta, em nome dessa maior igualdade material, acaba tendo que compensar em parte, oferecendo serviços, substituindo as funções de poupança e investimento, garantindo subsídios etc. A conseqüência é um enorme avanço do papel estatal na economia, ameaçando as liberdades individuais. Marx sabia disso, e defendeu um imposto bastante progressivo como meio para o proletariado tomar, pela via política, todo o capital da burguesia, centralizando todos os instrumentos de produção nas mãos do Estado.

Bertrand de Jouvenel foi, ao lado de Hayek, um dos que melhor mostrou os resultados perversos e inexoráveis das medidas de redistribuição de renda pelo Estado, resultando na atrofia da responsabilidade individual e na hipertrofia da burocracia e do governo centralizador, sem que as minorias mais pobres fossem de fato beneficiadas.

PIB fermentado: previsão de crescimento de 4,75% para 2007 é ilusória

As expectativas do governo em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro parecem ir na contra-mão do que diz o mercado financeiro. Esta semana, analistas consultados pelo Banco Central (BC) confirmaram as previsões do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de um possível crescimento na faixa dos 3,3% para este ano. Enquanto isso, a proposta executiva de orçamento para 2007 prevê um incremento de 4,5% na economia do país em 2006 e de 4,75% para o ano que vem. Para especialistas em contas públicas, a previsão do governo é irreal e pode frustar as receitas previstas para 2007, compromotendo o equilíbrio orçamentário.

O Projeto de Lei Orçamentária (PLO) encaminhado pelo governo ao Congresso prevê uma fórmula digna de encher os olhos de qualquer eleitor. De um lado, um crescimento nominal de 10,2% dos gastos correntes da União em relação a este ano e a contratação de 46,6 mil servidores. Do outro, o aumento das receitas aliado à promessa de manutenção dos impostos, sem os aumentos que incomodam o bolso do contribuinte.

A fórmula mágica, no entanto, foi obtida a partir de um índice que, segundo especialistas, beira o conto de fadas. Para aumentar a arrecadação sem elevar a alíquota dos impostos, seria necessário um crescimento elevado da economia, o que vai na contra-mão das atuais perspectivas de mercado. As contas do governo estão baseadas em uma evolução de 4,5% para este ano e consequentes 4,75% em 2007. A previsão govenamental para o próximo ano supera em 1,2 pontos percentuais a perspectiva de expansão dos analistas consultados pelo BC, que não ultrapassa os 3,5%.

De acordo com levantamento feito pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara, caso não se confirme a previsão de crescimento do Executivo, o governo será obrigado a reduzir as despesas do próximo ano para equilibrar o orçamento. Considerando a dificuldade para reduzir as despesas obrigatórias (pessoal, previdência, saúde, juros, etc), poderá sobrar, mais uma vez, para os investimentos. Os técnicos apontam para uma redução de cerca de R$ 5,2 bilhões das receitas da União, caso o crescimento do PIB fique no patamar esperado pelos analistas.

Além de estar muito acima da previsão do mercado financeiro, as estimativas do PLO para o PIB deste e do próximo ano estão bem acima da média de crescimento do país nos últimos 20 anos. Segundo dados do IBGE, de 1986 a 2005, a economia brasileira apresentou uma evolução média anual de 2,4%. A base de cálculo usada pelo governo para o orçamento 2007 também ultrapassa em 2,1 pontos percentuais a média de crescimento das riquezas geradas pelo país durante os três primeiros anos da gestão Lula. Se a expectativa do governo, considerada ilusória por alguns especialistas, virar realidade, o desempenho da economia do próximo ano será o quinto melhor desde 1986.

O pessimismo do mercado para os próximos 15 meses reflete o péssimo desempenho da economia no segundo trimestre de 2006. Segundo dados do IBGE, o PIB cresceu apenas 0,5% em relação aos três primeiros meses de 2006 e 1,2% frente o mesmo período de 2005. Para o analista Alexandre Bassoli, economista do banco HSBC, diante dos resultados do último trimestre a previsão do governo para o cálculo das despesas e receitas do próximo ano estrapola todas as expectativas do meio econômico. “A previsão está otimista demais”, reforça.

Segundo o economista, a estimativa pouco prudente de crescimento do produto e das receitas impõe riscos de deterioração adicional da qualidade do ajuste fiscal. O especialista em contas públicas, Raul Velloso, também admite o risco da arrecadação prevista pelo governo para 2007 não atingir o patamar esperado, caso a evolução do PIB não chegue aos 4,75%.

No entanto, segundo o economista, existem mecanismos compensatórios para solucionar as perdas de receita, como uma arrecadação extraordinária ou o corte de gastos. “A Receita Federal vem se esforçando na adoção de fórmulas não convencionais que resultem em uma arrecadação extraordinária, como é o caso de estímulos para credores acelerarem o pagamento de dívidas com a União. Esse é um fator que não podemos prever. Caso o governo não consiga essa compensação, a solução será reduzir os gastos”, explica.

Assim como Bassoli, Velloso considera a previsão do governo ilusória frente o comportamento da economia mundial. No entanto, acha natural essa visão otimista, vinda do Executivo. “Não acredito que seja um sintoma eleitoral. Todo governo sempre vende um pouco mais de otimismo em relação ao crescimento da economia. Seria problemático se o valor dobrasse”, conclui.

O especialista em finanças e autor do livro “Gestão Pública”, Edson Ronaldo Nascimento, acredita que o crescimento do PIB brasileiro para 2007 deverá acompanhar o crescimento da média mundial, algo em torno de 3%. No entanto, o especialista admite que não se surpreenderia com uma evolução de 4% em 2007, visto que a situação fiscal está sob controle o que deve atrair e possibilitar a realização de novos investimentos no país.

Segundo Nascimento, o aumento ou a redução de um ponto percentual na taxa de crescimento real do PIB gera um impacto da ordem de R$ 2,4 bilhões sobre a receita do país. “No entanto, o próprio orçamento público federal possui mecanismos que corrigem tanto as frustrações na arrecadação como o aumento da receita. O importante é que ao final as metas fiscais sejam cumpridas, e isso tem sido realizado” acrescenta.

Na última semana, o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy admitiu que o governo vai reavaliar a projeção de crescimento para este ano. Segundo ele, isso será necessário para a reavaliação de despesas e receitas federais que o Executivo tem que mandar para o Congresso. O secretário executivo garantiu, no entanto, que o crescimento de 4% ainda é possível, já que a tendência do desempenho da economia a partir do terceiro trimestre é de evolução.

Mariana Braga
Do Contas Abertas

Reinaldão, com a macaca ..nos Petralhas

Ódio à democracia

Hoje tou com a macaca. Um petralhinha me mandou uma questão interessante. Como acuso o PT de não prezar a democracia, ele me lembra que Lula perdeu pacificamente três eleições e que Tasso está falando em impeachment.

Bueno. Lula perdeu três eleições pacificamente? E deveria fazer o quê? Propor a luta armada? Por acaso ele as perdeu de forma ilegítima? Nas três vezes, o resultado das urnas foi inequívoco. A derrota “pacífica” era parte da construção do partido. Mas é bom lembrar, petralhinha amigo, que este mesmo partido:
- Negou-se a participar do Colégio Eleitoral mesmo não havendo outra saída;
- Expulsou três deputados que participaram;
- Não homologou a Constituição de 1988;
- Chamou a Carta de arranjo das elites;
- Negou-se a participar do governo Itamar, de olho nas urnas;- Afirmou que o Plano Real daria errado;
- Opôs-se violentamente às reformas;- Opôs-se violentamente às privatizações;
- Acusou e massacrou reputações sem provas, como José Dirceu admitiu à CPI no caso de Eduardo Jorge, por exemplo;

Uma vez no poder, fez mea culpa do que já não tinha mais remédio e propôs, vejam só!, as mesmas reformas que antes havia rejeitado em nome do combate ao neoliberalismo. Na economia, aplicou as mesmas receitas, vá lá, convencionalmente ortodoxas, que antes chamava de "neoliberais". Mas não se limitou apenas a demonstrar que sua moral é a do presente eterno, não. No topo do país:
- montou o maior esquema de corrupção de que se tem notícia;
- tentou, ainda antes de Chávez, criar o Congresso Paralelo com o Conselhão (é que deu errado);
- tentou e vai voltar a tentar censurar o jornalismo;
- passou a defender a Lei da Mordaça para o Ministério Público, que antes atacava;
- tentou criar mecanismos de controle da produção cultural;
- inventou uma moral própria que é pau para toda obra: “Faço, mas quem não faz?”;
- investe num arremedo de luta de classes no que respeita às políticas sociais;
- aparelha o Estado como nunca se viu;
- dissolveu de tal sorte as fronteiras entre Estado e partido, que Berozini, para escapar de uma acusação, é capaz de admitir como coisa legítima que o dinheiro público financie cartilhas para o PT — e a explicação, provavelmente, é mentirosa.
- aliou-se às piores oligarquias regionais na grande maioria dos Estados;
- passou, enfim, a adotar a ética do “enfiar a mão na merda”;
- Deixa claro que considera alternância de poder um ato de sabotagem
- Tasso fala em impeachment porque o PT precisa de expedientes oblíquos e de ao menos 72 horas para apresentar uma explicação verossímil — o que não quer dizer “verdadeira” — para gastos sem comprovação no valor de R$ 11 milhões;

Está aí delineado o perfil de um partido que repudia a democracia. Antes, sem provas, mandava os desafetos para o paredão; agora, mesmo com elas, acusa uma conspiração política da "direita", embora aliado objetivo de boa parte da pior direita brasileira. Digamos que a versão petista para as cartilhas seja verdadeira: e se fosse o PSDB no lugar do PT, e FHC no de Lula? Onde estaria o PT agora?

Reafirmo: esse partido odeia a democracia.