19 de ago. de 2006

Bob Jeff tem razão - por Francisco Marcos*

Em maio o criminalista Bob Jeff assegurava que Alckmin, Geraldo ou outro nome que os luas pretas queiram dar perambulava pelos aeroportos arrastando a sua própria mala. Hoje a coisa mudou um pouco o Geraldo é confundido com a mala. Chega a Tocantins e não encontra ninguém do PFL esperando por ele.Aécio lá nas Minas Gerais simplesmente esquece de colocar o nome de nosso anestesista em sua campanha pela televisão.Antonio Carlos Magalhães fica esbravejando contra os responsáveis por uma campanha anestesiada, tremendamente reprovada pelo morubixaba da Bahia. O caboclo é sábio: em casa que falta pão (voto) todo mundo palpita e ninguém tem razão. O único que tem razão é o Bob Jeff, pois sempre colocou que os parceiros (des)leais do homem de Pindamonhangaba estavam mais preocupados com 2010 do que com 2006. O hoje está abandonado, os caciques nordestinos estão nervosos, como explicar que os candidatos a governador pela oposição estão muitos bem e o suposto candidato destes mesmos caciques vai muito mal. A candidatura tucano-pefelista está na UTI, o anestesista está sedado, como fica o paciente anestesista?Os rompantes dos tucanos, o comando proveniente das estruturas uspianas se considera o máximo, repetem os mesmos erros de 1985, quando desprezaram o apoio de Quércia na eleição para a prefeitura de São Paulo. Está configurado o abandono total da candidatura Alckmin.Louvo o esforço da Lu Alckmin panfletando as ruas das cidades paulistas, pedindo os votos para o meu marido.A situação está mais para o salve-se quem puder do que buscar um rumo para esta campanha. O fanfarrão e bravateiro ganhará esta eleição muito mais pela incomPTência e falsidade da oposição do que pelo próprio trabalho da situação.O Tasso Jereissati, presidente nacional do PSDB, chamado de corruptasso pelo Hélio Fernandes, é o maior exemplo de indisciplina partidária, em seu feudo Ceará apóia Cid Gomes contra o candidato de seu próprio partido, o atual governador Lúcio Alcântara. O mau exemplo quando vem de cima tem um poder de irradiação avassalador. A campanha ´está em crise, crise é um fomentador da criatividade, coloquem uma pitada de humildade, atentem para os erros, é necessário um choque de seriedade e acima de tudo sinceridade e lealdade.Todas esta somatória representada por um engajamento na campanha, que se coloque os luas pretas em seu devido lugar, a sala de aula, pois de povo eles nada entendem. Infelizmente Bob Jeff tem razão.

fmarcosjunior@gmail.com *- Publicitário e cientista lato sensu.

Discordo completamente de uma coisa: Usar a humildade. Usem os cérebros.

Pesquisa e atraso - por Arthur Chagas Diniz*

Jaime Amorim, líder do MST em Pernambuco, anunciou que o movimento efetuará 135 novas invasões de terra. Diz isto com a mesma tranqüilidade com que o PCC (Primeiro Comando da Capital), organização criminosa de bandidos de São Paulo, seqüestra repórteres, mata carcereiros, incendeia ônibus e supermercados, bancos e outros estabelecimentos comerciais. Os criminosos do PCC correm, sempre, o risco de serem mortos ou presos porque estão cometendo ilegalidades. Para os invasores de propriedades rurais privadas, crime capitulado, não há preocupações. O pior que lhes pode ocorrer é, depois da invasão, da depredação da propriedade, do abate de animais e da quebra de tratores e equipamentos, serem obrigados a sair por força de mandados de reintegração de posse.

Diga-se de passagem que as polícias estaduais cumprem esses mandados com enorme má vontade. Se o proprietário resolver reagir e, para isso, contratar seguranças, ele, de imediato, se transforma em criminoso e é preso. A propriedade privada, embora não legalmente, deixou de ser um direito. A invasão de propriedade (urbana ou rural) que é textualmente criminosa não merece o uso da coerção. Diga-se, a bem da verdade, que o MST é financiado pelo Governo e por organizações estrangeiras que não acreditam no direito de propriedade.

Como no Brasil tudo conduz ao lobby e à rapinagem, fazendeiros espertos conseguem superavaliações de suas propriedades e vultosas desapropriações. O INCRA e o Banco do Brasil conhecem bem essa história. Mas o MST não é apenas uma organização criminosa, embora não recue diante do uso de meios que civilizadamente seriam chamados criminosos. O MST tem uma ideologia e recentemente seu líder nacional, João Pedro Stédile, a divulgou no recinto fechado da ESG (Escola Superior de Guerra), sem reação visível do corpo de alunos. O que pretendem Stédile e seus companheiros impor é o fim da propriedade privada e o retorno à era da chamada “agricultura familiar”. Abaixo os agronegócios!, enuncia o líder do MST.

O agronegócio, que tem sido fundamental às exportações brasileiras e motivo de orgulho, pela elevada produtividade, é o inimigo a vencer, pensa Stédile. E o que isto tem a ver com a pesquisa? A pesquisa no Brasil concentrou-se maciçamente na Universidade e em empresas estatais. Isso se deveu especialmente à falta de incentivos à aplicação de recursos em pesquisas nas empresas privadas, à burocrática demora no registro de novas descobertas e invenções e à baixa proteção ao direito de propriedade industrial.

O assunto vai longe, mas o que é pertinente à questão em exame é o sucesso que teve o campo brasileiro graças, em grande parte, às pesquisas desenvolvidas pela Embrapa. Elas permitiram o desenvolvimento de novas sementes, novas tecnologias de plantio, colheita e armazenamento. Transgênicos são resultado de pesquisas.

O MST é contrário ao desenvolvimento de pesquisas que beneficiem a produtividade nas grandes propriedades que são a base do agronegócio e o governo petista tem não apenas remanejado as verbas destinadas a pesquisas de técnicas de exploração de grandes extensões como, para fazê-lo, tem tripulado a direção da Embrapa com sindicalistas e petistas desclassificados para a função. Não é por mero acaso que, há menos de um ano, o MST destruiu laboratórios e plantações da Aracruz onde se desenvolviam, há 20 anos, estudos sobre a melhoria genética de sementes de eucalipto. A Monsanto teve igualmente destruídas sua plantação experimental de transgênicos.

É assim que caminha o atraso: organizações sustentadas pelo Estado, saudosas do período stalinista, querem rever agora as pesquisas porque o desenvolvimento trabalha contra as doutrinas exóticas como é o socialismo.

* Presidente do Instituto Liberal

O Legado de Walt Disney

"We are not trying to entertain the critics; I'll take my chances with the public.” (Walt Disney)

Filho de um fazendeiro pobre, Walt Disney começou a trabalhar muito cedo. Gostava de desenhar, e costumava antropomorfizar os animais. Tinha o espírito empreendedor americano em altíssimo grau, e com 20 anos já tinha sua própria empresa, que falira – o que não o impediu de tentar novamente. A história de Walt Disney mistura-se com o desenvolvimento da indústria de entretenimento americana. Seus valores pessoais, tais como o individualismo e a importância da família, revelaram-se ingredientes fundamentais para o sucesso da nação mais rica do planeta.

Disney chegou na Califórnia em 1923, levando apenas US$ 40 no bolso. Ele teve muita dificuldade para encontrar trabalho na indústria cinematográfica, chegando a ter que pegar dinheiro emprestado até mesmo para comer. Mas tratava-se da terra das oportunidades, e de um indivíduo persistente e batalhador. Com a ajuda do irmão e de uns poucos assistentes, e com parcos recursos no bolso, seus trabalhos foram conquistando espaço pouco a pouco, e agradando o público. Disney respeitava o que era demandado pela audiência, um princípio básico que muitos, ainda hoje, ignoram, achando que as preferências podem e devem ser criadas na marra, de cima para baixo. Disney teve que se adaptar e mudar sua maneira de fazer desenhos. Chegou também a afirmar que competiu sua vida inteira, não sabendo como se sairia sem ela. Novamente, mais um conceito básico do capitalismo liberal, tanto ignorado pelos que condenam a competição, não reconhecendo que é ela que possibilita o progresso constante e a satisfação dos consumidores.

O grande divisor de águas na carreira de Disney foi sua famosa criação, o Mickey Mouse. No auge de sua popularidade, em 1933, o camundongo recebeu 800 mil cartas de fãs, um recorde jamais alcançado. Observou-se que o Mickey era uma espécie de auto-retrato de Disney, e este, de fato, chegou a afirmar que o Mickey Mouse era um símbolo de independência. Em seguida ao sucesso de Mickey, para adicionar som às animações – algo que Disney considerava fundamental para o avanço da indústria – foi gasto todo o dinheiro que os irmãos Disney tinham juntado até então, e tiveram ainda que vender o carro do pai. O primeiro desenho de Mickey com som sincronizado foi exibido no início de 1928. O desenho animado sonoro havia sido inventado, um exemplo fantástico de criatividade, além do nascimento de uma nova forma de arte. O mundo não seria mais o mesmo.

Walt Disney colocava a excelência antes de qualquer outra consideração e o estúdio gerava poucos lucros, apesar do sucesso retumbante, já que eram automaticamente reinvestidos no negócio – em novas tecnologias e na contratação dos melhores artistas. Além dos desenhos, Disney concebeu a idéia de um parque, desenvolvido em torno de um tema. A primeira Disneylândia foi inaugurada em 1955, na Califórnia. Fora isso tudo, o próprio Walt Disney treinou pessoalmente mais de mil artistas.

Como no meio artístico a ideologia comunista sempre fez mais vítimas, a empresa de Disney não ficou imune a tal pressão. Entretanto, ele recusou-se de forma obstinada a permitir que sua empresa promovesse o coletivismo ou os valores socialistas. A tensão surgiu, culminando numa greve em 1940 cujo objetivo era forçar Disney a fazer desenhos com propaganda pró-comunista ou fechar o estúdio. Por sorte dos espectadores em particular e do mundo em geral, os comunistas não tiveram sucesso. Mas o resultado disso foi o lamentável fato de escritores de esquerda tentarem demonizar a figura de Walt Disney, tanto em vida como postumamente. Mas como o próprio disse na frase da epígrafe acima, não eram os críticos o alvo para entretenimento da Disney, e sim o público. Este agradece!

Atualmente, a Disney segue sua trajetória de sucesso, com vendas anuais perto dos US$ 30 bilhões e empregando milhares de funcionários, além de levar a fantasia para milhões de lares no mundo. A obra teve começo pelas mãos de um empreendedor individualista, que encontrou um ambiente de razoável liberdade para poder lutar pelos seus ideais. Disney e América, uma combinação fantástica entre criatividade e liberdade. Eis o legado de Walt Disney.]

Com autorização do Rodrigo Constantino

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"Prepotência? Não. Eu me disse “amigo da verdade”, mas não da verdade universal. Apenas da minha. Do que enxergo. Não penso em bloco. Não pertenço a clube. Tenho horror ao espírito de manada. Não acredito nem em artigo escrito a quatro mãos. Se notarem bem, nem mesmo busco dar sotaque científico, sociológico que seja, ao que penso. Quando cito alguém ou alguma teoria, é para dizer a referência com a qual estou lidando. Um instrumento a mais para o leitor." - Reinaldo Azevedo.

É bom e saudável, para qualquer homo sapiens, ter seus Direitos de Escolha, suas opiniões. Os lobos não são domesticáveis. Sua natureza fala mais alto.

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O que destrói mais rápido do que trabalhar, sentir, pensar, sem uma necessidade íntima, sem uma escolha pessoal profunda, sem prazer? como um autômato do "dever"? Exatamente a receita para a decadência, para o próprio idiotismo..."

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O "crente" não se pertence, só sabe ser um meio, tem de ser consumido, precisa de alguém que o consuma. Seu instinto fornece a honra mais alta à moral do auto-esvaziamento: tudo o persuade para isso. sua inteligência, sua experiência, sua vaidade. Toda forma de crença é em si mesma uma expressão de auto-esvaziamento, de auto-afastamento...!"

Um professor, um "tucanófilo" e dois tumores - por RA

Muita gente não gostou da minha reação a Paulo Moura, que me chamou de “tucanófilo” num texto. Cito o nome, o que não havia feito no texto original, porque ele próprio se identificou. E há também quem tenha aprovado. Bem, vou dizer o quê? “Tucanófilo” quer dizer, no mínimo, “amigo dos tucanos”, para ser simplesinho. No ambiente do debate político e ideológico, implica estar a serviço de alguém e ser um articulista cujo viés sempre interessa aos tucanos. E eu sou amigo da verdade, não de tucanos. Até porque, quando vocês conseguirem identificar o que é o pensamento tucano, me avisem. Basta ver o que escrevi sobre a tática de Aécio Neves.

Prepotência? Não. Eu me disse “amigo da verdade”, mas não da verdade universal. Apenas da minha. Do que enxergo. Não penso em bloco. Não pertenço a clube. Tenho horror ao espírito de manada. Não acredito nem em artigo escrito a quatro mãos. Se notarem bem, nem mesmo busco dar sotaque científico, sociológico que seja, ao que penso. Quando cito alguém ou alguma teoria, é para dizer a referência com a qual estou lidando. Um instrumento a mais para o leitor.

Uma das razões por que Primeira Leitura fechou as portas era a sua fama, pespegada pelo PT, de “tucanófila”. Fosse mesmo, talvez não tivesse fechado. O e-mail de Paulo Moura é simpático, mais até do que o de alguns de seus fãs. Ele é professor? Então sabe que as palavras têm sentido. Quando mete lá o adjetivo “tucanófilo” em mim, qualquer reprodução do que penso sai alterada por esse filtro. É impossível que não saiba disso. Leandro Vilas, por exemplo, não gostou do que escrevi e aponta até um “recalque trotskista” na minha reação. E é peremptório: “estrilou, sim”. Embora seja discutível que se possa falar em “recalque” só porque fui trotskista, prefiro isso a tucanófilo. Recomenda-me que leia outras análises de Moura. No que me diz respeito — e reagi ao que me diz respeito —, não muda nada.

Pois bem: pensando o que penso, sou tucanófilo; Moura, pensando o que pensa, é o quê? O meu ponto de vista estaria comprometido pelas minhas simpatias; o dele não? Como é que o professor Paulo Moura vai fazer para tirar do seu texto a evidência de que uma das razões por que ele diz que estou errado deriva de minhas afinidades eletivas? Há ainda quem tenha me criticado porque vivo chamando este ou aquele de “petralha”, o que me impediria de reagir, entende-se, à qualificação de tucanófilo. Errado. Chamo, sim, quando acho que é o caso. Daqui a pouco, vou comprar uma nova briga, vocês vão ver. Mas nunca disse que a pessoa não pode reagir. Cada um faça o que achar melhor.

Olhem aqui. A minha independência me é muito cara. Sou trabalhador, posso escrever caminhões de texto por dia e, se minha pena estivesse aí para quem desse mais, certamente teria feito até escolhas econômicas mais sensatas. Sem assinar, posso lhes garantir que consigo defender Lula muito melhor do que alguns sabujos que vivem lhe lambendo as botas. Mas prefiro fazer como faço. E, se for o caso, quebro o pau também com meus potenciais aliados. Foi assim quando escrevi 40 textos (não um, dois ou dez, mas 40) defendendo a candidatura de Serra à Presidência. E enfrentei patrulha de todo lado, a começar dos entusiastas da candidatura de Alckmin, que acharam que seria mel na sopa fazer dois trabalhos que consideraram simples e corriqueiro: 1) tornar Alckmin conhecido; 2) mudar a opção de uma larga fatia do eleitorado. Leandro me diz que Paulo Moura não é nenhum Chalita. Ainda bem. Um já basta. Penso o que penso sozinho, eu com os meus gibis do Tio Patinhas.

PS: Em seu e-mail, Paulo Moura deixa claro que não tentou ser doloso e que vai continuar a ler os meus escritos. Poderia ter continuado a ser sutil, mas não resistiu. Eu entendo. Fazendo referência aos tumores que extraí da cabeça, escreve: “Cuide-se, pois dizem que uma das causas do câncer e outras doenças da alma, é a raiva e a agressividade, dentre outras emoções negativas da mesma natureza.” Bem, Paulo. Não tive câncer. Os tumores eram benignos. Fossem malignos, não seriam uma “doença da alma”. Renego as teses que culpam o doente por sua doença. Isso, pra mim, é coisa da Igreja Universal do Reino de Deus. Costumo dar pouca bola a sujeitos indeterminados — “dizem”. Respondo a pessoas, quando têm nome e sobrenome, como você. Não entendi por que você insiste em falar da minha doença. Será que também ela compromete o meu pensamento, a exemplo da minha "tucanofilia"?

PS2 - De resto, Moura, hoje, consta, tem Ibope na Rede Globo. Estou torcendo, acredite, para que você esteja certo sobre o programa de Alckmin, e eu, errado. Leandro pode não acreditar, mas, às vezes, prefiro errar. É raro, mas acontece.

...Gosto do Paulo Moura. Só não engoli sua cruzada pró Alckmin. Respeito o seu Direito a ter suas opiniões, e a fazer suas opções.