14 de out. de 2006

Abaixo os Cagões! - por Glauco Fonseca

Não agüento mais o embate eleitoral por vários motivos. O principal é que o maldito fruto do ventre dos ilustres marqueteiros eleitorais é o famoso “candidato cagão”. Candidato cagão é aquele que entra na eleição com muito mais medo de perder do que com vontade de ganhar. Candidato cagão é aquele que fica com medo de indignar-se, com medo de dizer verdades, com medo de perguntar e com medo de responder.

Candidato cagão não é aquele que não vai a debate. É aquele que, indo ao debate, se torna um misógino parametrizado por grupelhos de pesquisa em tempo real, que acaba mudando de foco diante, não de suas crenças, mas pelo receio de perder, dele e de seus assessores.

Quero candidato que não tenha medo de perder! Quero candidato com candura na hora certa e efervescência na hora mais certa ainda. Que entre rachando, disputando a bola sem medo de se lesionar. Que desafie as métricas estatísticas sem medo de ser feliz ou infeliz.

Quero que o sujeito que vá me representar seja macho – ou fêmea – de verdade. Que não tenha medo, diante de uma mentira, de chamar o interlocutor de mentiroso. Quero um candidato que olhe no olho do oponente e pergunte as mais constrangedoras perguntas possíveis.

E como eu não sou eleitor cagão, quero saber de onde veio o dinheiro para pagar o dossiê. Quero saber como vai a vida de Stival sem a mão (será que amputou depois que descobriu que recebeu dinheiro do valerioduto?), se o PT pretende novamente encampar empresa de ônibus, se os bicheiros voltarão a “incentivar” os empreendimentos da “frente popular”.

Como não sou telespectador cagão, quero ver debates acirrados, indignados, inflamados. Quero que alguém me defenda de mensaleiros, sanguessugas, vampiros e petistas. Quero poder ouvir declarações corajosas, idéias polêmicas serem defendidas, alternativas heterodoxas serem expostas (pois que as ortodoxas já se esgotaram).

Como ouvinte e leitor que não é cagão, quero ouvir o Paulo Afonso Feijó dizer o que muita gente não quer ouvir, defendendo o direito dele de falar e o meu de discordar ou não. Quero imprensa livre, mas imparcial.

Quem mudar o tom e amedrontar-se, perderá o meu voto (que será anulado e jamais “aplicado” em organizações criminosas). Se meus candidatos aceitarem impropérios de desonestos e perdedores, apequenarem-se diante das falácias, de argumentos modorrentos e improváveis, então, também perderão o meu voto.

Chega de candidato que tem medo de perder. Se tem medo, que seja, pois, derrotado.

Quero governantes que jamais voltem a confundir falta de ética com desonestidade, que jamais voltem a “confundir” o público com o partidário, que jamais pensem que tudo podem, pois não podem.

Chega!
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...Alckmin tem que bater feio no Apedeuta. Chamá-lo de mentiroso à exaustão, pois é isso que ele é: um embuste. Quem sabe o fdp não nos dá um presente e se retira, foge, de um debate em Rede Nacional? Seria um grande presente.

Denise diz que sua aliança é com o povo

por Fernando Sampaio, da Tribuna da Imprensa

A candidata da coligação "Unir para Mudar" (PPS/PFL/PV) ao governo do estado, Denise Frossard, disse, ontem, que não se sente isolada e que os que dão apoio a Sérgio Cabral Filho "são os mesmos de Garotinho em 98". Frossard iniciou o segundo dia de campanha no segundo turno das eleições ao som de "Cidade Maravilhosa" e com muita arruda, sal grosso e água de cheiro para tirar o "olho grande" e "vencer os adversários". Ela foi homenageada pela tradicional e irreverente Confraria do Garoto, exatamente na sexta-feira 13, às 13h13, na Avenida 13 de Maio, no calçadão do prédio nº 13, no Centro do Rio.

A juíza aposentada disse que as adesões ao peemedebista não significam o seu isolamento na disputa eleitoral. "Se o isolamento é ficar longe do "toma-lá-dá-cá", eu estou isolada. "Toma-lá-dá-cá" comigo não, porque eu quero resgatar é isso aqui, a alegria do carioca, tirar a violência das ruas, fazer com que os hospitais e as emergências funcionem. Para isso, é preciso tirar a violência das ruas. Então, se o compromisso e a dependência com o povo é isolamento, então, eu estou isolada com o povo.

Mas, "toma-lá-dá-cá" não dá, porque isso é o que a gente viu nos últimos oito anos. Foi exatamente isso o que nós vimos em 98, se lembram? Quando todo mundo deu apoio a Garotinho. Os mesmos de hoje. Aí, você observa o que aconteceu no nosso estado", disse.

Sobre a homenagem da Confraria do Garoto, Frossard disse, em tom de brincadeira: "Pretendo afastar o mau olhado porque a nau capitânea do Cabral está cheia de gente". De acordo com Denise Frossard, o apoio de tucanos a Sérgio Cabral é uma decisão do partido e quem deve julgar isso são os eleitores.

"Eles (eleitores) falarão no momento oportuno. Não sou eu a julgar. Não sou eleitora de nenhum deles alí. Eu tenho uma aliança é com o povo. Nós temos aliança do lado de cá, o PFL, o PPS e o PV. O (Alfredo) Sirkis esteve comigo, é um sujeito importante, um bom quadro que será naturalmente do governo e tal. Agora, não sei, porque as pessoas podem tomar as decisões que quiserem", acrescentou.