27 de fev. de 2006

Pão e Circo - por Rodrigo Constantino

com autorização do autor, no Diego Casagrande

Bons tempos aqueles onde o carnaval era apenas o pão e circo das massas. Isso, por si só, já era detestável, tal como o Coliseu romano, usado para desviar a atenção do povo das questões políticas. Políticos realmente usam e abusam de ópio para embriagar as massas. Sejam os tradicionais futebol e carnaval, passando pela religião e chegando ao “piscinão” ou restaurantes e farmácias populares, o que vale é ludibriar os inocentes úteis. E como funciona!

Mas eu vinha dizendo que esses, pasmem!, eram bons tempos. Sim, a coisa piorou, e muito. Não basta mais que o fulano esqueça do “mensalão” torcendo para o Flamengo ou que ignore o Marcos Valério livre, leve e solto, quando vê a Mangueira entrar. Na Sapucaí, evidentemente. Não, isso não é mais suficiente para os políticos. Agora, eles querem mais! Querem usar o famoso pão e circo para a doutrinação ideológica das massas.

É nesse contexto que a Vila Isabel traz esse ano seu enredo carnavalesco enaltecendo figuras pitorescas como Hugo Chávez, quem inclusive contribuiu financeiramente para o desfile da escola. A “Vila Isabel Libertadora” vem com imagens de Simon Bolívar, Che Guevara e Fidel Castro, conclamando a formação de um só povo na América Latina. Ou seria Latrina? Parece mais adequado, lembrando que os políticos aqui fazem na vida pública o que fazem na privada. Mas voltando aos homenageados da Vila, dá até para entender porque tanta gente da esquerda defende o abrandamento dos crimes hediondos. Ora, o que é um assassino comum perto de Fidel Castro? Faz sentido defender um sursis para o “pobre coitado”.

Pois é, se muita gente mais esclarecida já tinha motivos de sobra para ter certa implicância com o carnaval, devido ao fator entorpecente para as massas, agora não dá mais para segurar. Carnaval virou sinônimo de revolução socialista. Até nisso essa gente se infiltrou! Não ficaram satisfeitos em dominar universidades, escolas, a mídia e a Igreja. Tinham que atrapalhar até mesmo o carnaval. Foi o limite. Para mim chega! Vou embora curtir meu carnaval... bem longe da Sapucaí.

26 de fev. de 2006

Mais federais e docentes, menos alunos

Paulo Renato Souza, O Estado de S. Paulo (26/02/06)

O presidente Lula anunciou na última semana que o governo investirá quase R$ 600 milhões na construção de 40 novos campi de universidades federais, sendo seis em novas instituições. Sem dúvida, trata-se de iniciativa louvável. Entretanto é preciso levar em consideração que na educação, como nas demais áreas sociais, o custo maior não é o investimento de instalação, mas a manutenção ao longo dos anos, e nenhuma palavra foi dita a este respeito. Não deixa de ser curioso que ele faça esse anúncio no último ano de seu governo, deixando a conta para ser paga pelos próximos, sendo seu apenas o bônus de um anúncio que soa eleitoreiro. O mais grave, porém, é que, ao mesmo tempo que anuncia novas instituições, seu governo deixa de cuidar da expansão das matrículas nas universidades federais existentes, num total desrespeito ao povo que as mantém com o dinheiro dos impostos.

No final do ano passado, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação, divulgou os dados do Censo do Ensino Superior referentes ao ano de 2004. Os dados do censo são recolhidos nos primeiros meses de cada ano e refletem, portanto, o resultado das medidas e políticas adotadas no ano anterior. Assim, os números de 2003 refletem as políticas adotadas até o final de 2002 (último ano do governo FHC) e os de 2004, as medidas adotadas em 2003, ou seja, o primeiro ano do governo do PT. Dessa forma, o período correto para avaliar as políticas do governo anterior em relação às universidades federais é o compreendido pelos censos de 1995 a 2003.

No governo FHC, a matrícula nas universidades federais passou de 353 mil para 567 mil alunos, o que corresponde a uma expansão total de 61% ou de 6,1% por ano, em média, durante os 8 anos. No primeiro ano do governo Lula, a matrícula total cresceu apenas 1,2%. O mais grave e sintomático foi o que ocorreu com as matrículas nos cursos noturnos: em 1995 eram menos de 70 mil, passando a 145 mil em 2003, numa expansão total de 110% no período. Para que se tenha uma idéia, apenas no último ano do governo FHC conseguimos elevar em mais de 13 mil o número de alunos em cursos noturnos. Pasmem os leitores: o número de alunos noturnos nas instituições federais de ensino superior diminuiu, em termos absolutos, em cerca de 400 alunos no primeiro ano do governo Lula! Não é preciso lembrar que os universitários que estudam à noite são, em geral, os mais carentes, porque necessitam trabalhar durante o dia. Olhando objetivamente, para eles o governo Lula reduziu as oportunidades de estudar numa universidade pública.

Em contrapartida, o número de professores continuou a crescer significativamente. O censo de 2004 registra 2.333 professores ativos a mais do que em 2003. Durante o período do governo FHC, o número de professores também cresceu, porém numa proporção menor do que a expansão dos alunos. Como conseqüência, a relação aluno/professor nas federais subiu de 8,2 para 10,9 no período. No primeiro ano do governo Lula, essa relação, pela primeira vez desde 1995, diminuiu para 10,5 alunos por professor. Para que se tenha uma idéia comparativa, nas melhores universidades americanas essa relação é de, no mínimo, 16. Em outras palavras, poderíamos ter mais alunos nas federais com o mesmo número de professores, melhorando a eficiência no uso de recursos públicos. Em vez de continuar o caminho nessa direção que nosso país vinha trilhando, o atual governo permitiu o retrocesso.

Durante o governo FHC, autorizamos a realização de mais de 11 mil concursos públicos para docentes nas federais. O presidente Lula afirma que contratou cerca de 9 mil professores. A diferença é que no período anterior, com a expansão, conseguimos elevar o nível médio de qualificação dos docentes, o que não ocorreu no primeiro ano do governo atual. Pela primeira vez nos últimos 5 anos, piorou a qualificação média dos docentes das universidades federais: a proporção de professores com a titulação de mestrado ou doutorado diminuiu de 72% para 71% entre 2003 e 2004. Em 1995 tínhamos apenas 63% nessa condição.

O que explica comportamentos tão díspares de um governo para outro? No meu entender, são basicamente três políticas que foram alteradas ou abandonadas. Em primeiro lugar, a remuneração dos docentes estava parcialmente baseada no seu desempenho, avaliado segundo critérios fixados por cada universidade. Em muitos casos, por exemplo, dar aulas à noite contava pontos. Essa prática foi abandonada e a gratificação passou a ser igual para todos. Em segundo, a distribuição de recursos de custeio para as universidades estava baseada numa matriz de desempenho na qual tinha peso elevado o número de alunos e os cursos noturnos. Essa matriz também foi abandonada. Finalmente, exigíamos que os concursos fossem abertos apenas para professores-doutores. Essa norma foi relaxada recentemente, sob a alegação de que não havia doutores interessados nos cargos em algumas universidades federais mais distantes.

Na justificativa para a abortada reforma universitária, o anterior ministro da Educação deste governo afirmava sua política de elevar a participação da matrícula pública sobre o total de alunos do ensino superior. A julgar pelas evidências empíricas produzidas pelo próprio MEC, o atual governo caminha na direção oposta à intenção do ex-ministro, aumentando ainda mais o que eles chamaram na campanha presidencial de "privatização do ensino superior" (sic).

Paulo Renato Souza, economista, foi ministro da Educação no governo FHC, gerente de Operações do BID, reitor da Unicamp e secretário de Educação do Estado de São Paulo no governo Montoro. E-mail: paulo.renato@isd.org.br

Reproduzido do e-agora

O drama humano do emprego sem futuro

José de Souza Martins, caderno Aliás, O Estado de S. Paulo (26/02/06)

Os nossos janeiros e fevereiros são sempre anunciadores de taxas maiores de desemprego. Mas somos logo acalmados pelas análises que nos dizem que é assim mesmo. Há maior desemprego agora porque os excepcionalmente contratados em dezembro, devido ao movimento comercial maior do período natalino, estão sendo demitidos. Portanto, não nos alarmemos: estamos voltando à normalidade da anomalia do desemprego duradouro.

Analisar o desemprego é complicado. Os artifícios conceituais ajudam a pôr um pouco de ordem no entendimento que se tem do que para o desempregado é um drama, é muito mais do que um jogo de recursos explicativos. Sejamos otimistas, porém: o desemprego deste janeiro é melhor do que o desemprego de janeiro de 2005: caiu de 10,2% para 9,2%.

O desemprego, pelos níveis crescentes de sua duração, deixa de ser uma situação ocasional, rara e transitória e passa a ser uma situação duradoura e reiterada. Dados do Dieese mostram que em São Paulo o tempo médio de procura de emprego, em relação aos dois sexos, passou de 8 meses, em 1998, para 13 meses, em 2004, e assim se manteve ao longo de 2005. De modo geral, é esse o cenário em várias regiões do Brasil. O desemprego atual é expressão de uma ocupação rotativa dos trabalhadores, que acaba atenuando a sua capacidade de reivindicação social, especialmente salarial. Hoje o desemprego cíclico é parte da biografia prospectiva do trabalhador, desde o seu primeiro emprego. Ele se emprega já como candidato ao desemprego. Com o passar dos anos, a reinserção no trabalho vai ficando mais demorada, até o completo desalento.

No grupo de referência mais importante de cada um, que é a família, a maior probabilidade é a de que haverá nela permanentemente ao menos um desempregado. Os trabalhadores já estão mergulhados num universo de revigoramento de mecanismos de dependência material que afeta a organização da família, afeta autonomias pessoais e projetos de vida, distanciando as pessoas dos valores de classe média da sociedade de consumo sem propor alternativas. Não só o trabalhador que perde seu emprego é afetado e não só a sua família é alcançada pelos efeitos do desemprego. São afetados também os marcos de referência da inserção social e da ascensão social que dominavam o imaginário popular.

O desemprego desencadeia um refluxo nesse imaginário, uma redução nas expectativas sociais e econômicas, uma inversão da biografia imaginária do homem comum em relação ao que era essa biografia nos tempos do desenvolvimento industrial mais intenso e das intensas migrações em direção às grandes cidades, especialmente São Paulo e sua área metropolitana. Pode-se dizer que há uma sociabilidade do trabalho, gestada pelo trabalho. Esta é uma sociedade marcada pela valorização social do trabalho. Integrado é quem se orienta por ela, o que dá bem a medida do drama do desempregado e da angústia de quem vive na perspectiva de perder o emprego.

Boa parte da crise social e pessoal que resulta do desemprego decorre do fato de que o trabalho no mundo contemporâneo foi separado da casa: o lugar de viver é diferente do lugar de trabalhar. Criou-se um mundo social que depende do emprego para se reproduzir, criar identidades, definir referências. O desemprego restitui o desempregado ao predomínio da vida familiar e da casa, às relações de dependência que lhe são próprias. Mas, um mundo familiar que já não dispõe da autonomia econômica que fundava um modo de produzir próprio do âmbito doméstico. Um mundo familiar que está agora mutilado pela dependência em relação a uma fonte de sustentação e de regeneração econômica incerta e descontínua. O desemprego o restitui, portanto, a um mundo que é o da vida e do trabalho domésticos, um mundo que, em decorrência da expulsão do trabalho para fora da casa, se tornou feminino. Nesse sentido, o desemprego lança o homem desempregado num universo que ele próprio ajudou a estigmatizar e que agora o estigmatiza.

Dramas imensos e até tragédias volta e meia são noticiados pelos jornais envolvendo essas situações. A mulher que foi socializada para o trabalho e para a independência pessoal que dele decorre, no desemprego sofre dramas semelhantes, que se diferenciam quando muito pelo enredo. Seria até cruel supor que o problema se resolveria com uma educação que tornasse aceitável essa dialética do retorno cíclico ao mundo doméstico como um fato natural da modernidade.

O cenário pode estar se complicando nesta sociedade de valorações rígidas, se levarmos em conta que a entrada no mercado de trabalho vem sendo retardada tanto pela exigência de maior qualificação quanto pelo encolhimento geral das oportunidades de trabalho. O jovem corre o sério risco de entrar no rol dos preguiçosos e indolentes, sobretudo pela dependência material além da idade que a história passada fixou para isso. Concepções semelhantes cercam quem perde o emprego e demora para encontrar outro. O desempregado, sobretudo o homem, entra facilmente no universo das avaliações negativas, tratado como quem vive à custa de outrem, pior ainda se à custa da mulher.

Essas valorações mediatizam o conjunto das relações sociais e regulam, portanto, a própria construção dos relacionamentos, a admissão em certos ambientes e grupos, a circulação social, as possibilidades de integração e participação nas relações cotidianas. Há uma certa morte social no desemprego.

A mera ocupação substitutiva do emprego, como as do ciclo natalino e de outros ciclos de euforia econômica, pode se expressar na consciência do trabalhador nessa condição, que ele é quem faz apenas o supérfluo, irrelevante e desqualificado, no limiar da condição de descartável. Os trabalhadores rurais e urbanos falam muito em assegurar o “futuro para os filhos”, que não ter profissão não dá futuro, que tal trabalho não tem futuro. Portanto, só é legitimamente emprego o trabalho que, além de assegurar o presente, assegure o futuro e assegure o futuro da família e não de uma só pessoa.

José de Souza Martins é professor titular de Sociologia da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo

Reproduzido do e-agora

25 de fev. de 2006

Democracia e linguagem

por Pedro Sette Câmara no Instituto Millenium

Lembro de um pronunciamento em que o então sempiterno candidato Lula dizia que “democracia é as pessoas terem comida na mesa”. Numa taba de índios as pessoas têm comida (talvez não na mesa, mas creio que nem Lula diria que a mesa é essencial para sua tese) e não vivem num regime vagamente democrático, e sim coletivista-aristocrático. Ninguém discordará que é desejável que todas as pessoas tenham comida na mesa, mas Lula foi original ao associar isto à democracia. Ele até poderia dizer que a boa alimentação dos cidadãos é importante para a democracia, mas esta nunca seria definida por aquela. A democracia diz respeito à vida social, política; não à vida nutritiva, biológica. Talvez a maneira mais eficaz de colocar comida na mesa de todos os habitantes de um país seja até a menos democrática. Mas não sei quantas pessoas, abordadas a esmo na rua, nas melhores partes das maiores cidades, responderiam que democracia é um sistema político que prevê igualdade de direitos entre os cidadãos, com um governo eleito, em vez de dizer que democracia é a realização de seus desejos pessoais.

É que um dos traços mais misteriosos da cultura brasileira é a facilidade com que palavras e expressões são adotadas sem que seu sentido tenha sido compreendido. As oportunidades, por aqui, são fartas para quem deseja abusar da linguagem; não é à toa que a imagem arquetípica do político brasileiro é a do personagem Odorico Paraguaçú, que sem medo de ser feliz fazia dos verbos substantivos (hoje vício acadêmico consagrado), dos adjetivos advérbios, e dos advérbios duplos advérbios. Sua linguagem convoluta e vazia era pomposa e produzia emoções nas platéias caricaturalmente imbecis e/ou interessadas em favores do prefeito de Sucupira. A indefinição dos discursos do político verdadeiro e do fictício são irmãs; certamente também irmãs – ou equivalentes sintomas da mesma doença cultural – de letras de música sem o menor sentido como “açaí guardiã / zum de besouro / um ímã” (sendo que na última palavra até a sílaba tônica é mudada de lugar): em que pese o fato de a letra de música ser subtexto musical e não texto propriamente dito, ainda assim a total ausência de significado em nome da sonoridade é tão Paraguacesca quanto a “democracia” de Lula. Isto é, feita para os ouvidos, não para a inteligência.

Porém, assim como o leitor não pode aceitar-se semelhante e irmão destas figuras, rir ingenuamente de Odorico e aceitar a indecorosa cosquinha no tímpano de Djavan, também não deve facilmente perdoar o abuso de linguagem como uso retórico pelo então candidato, porque o risco que uma população rica de mente fraca e condescendente corre é o de se tornar tão fácil de ser subjugada e tornada dependente por uma cleptocracia quanto um bando de indigentes e esfomeados.

23 de fev. de 2006

O BAND-AID DO ASTRONAUTA

por Ralph J. Hofmann - com autorização do autor - Diego Casagrande

“Senhor presidente, o senhor aqui? Quanta honra!”

“Pois é, eu estava passando e o prefeito me avisou que o senhor estava dando uma festa de cumeeira para sua casa. Achei que isto era motivo para celebrar.”

“Verdade, senhor presidente. Aqui, a gente dá festa de cumeeira. Senão der uma churrascada para os operários, ele pregam uma vassoura no cume da casa.”

Ah, precisa celebrar, precisa celebrar. Aliás, nós viemos participar da sua festa, e gesticula aos assessores e duas vans começam a descarregar churrasqueiras, carvão, barril de chope, chopeiras, bonés do partido e outras tralhas. Carros de transmissão de TV montam seus equipamentos de transmissão por microondas. Em pouco tempo, os vizinhos começam a chegar porque se espalhou a notícia da festa. Numa das vans, o presidente está sendo maquiado e escolhendo a jaqueta do dia.

De repente, o dono da residência em construção é chamado, suas roupas de classe média são trocadas por um jeans esfarrapado, adiciona-se sombra escura no seu rosto bem barbeado. Levam-no para o portão onde um fitilho verde amarelo foi estendido.

O presidente sai de sua van, caminha solenemente para o fitilho, toma uma tesoura das mãos do assessor, corta o fitilho e passa a falar para os microfones.

“Para mim, é uma honra ter sido chamado para inaugurar essa obra por este jovem batalhador que, com as próprias mãos e o financiamento dado pelo governo federal, construiu esta belíssima residência .”

“Mas, presidente... a construtora...”

É este espírito que resolverá... E, para finalizar, devo anunciar que, na viagem ao espaço de nosso astronauta, os seus anfitriões russos optaram por dotar a caixa de primeiros socorros da nave com band-aid e mertiolate de fabricação brasileira, demonstrando, assim, a pujança da tecnologia nacional" (seguem-se cinco minutos de aplauso gravado).

“Apesar de resistir até agora à compra de um DVD, acho que vou precisar de um nos próximos oito meses. Devia compartilhar com os vizinhos. Quem sabe com um pequeno transmissor de TV com alcance de 50 metros. Com filmes antigos, garanto que faço o melhor Ibope do bairro.”

20 de fev. de 2006

Melancolia, a minha, a nossa!

O jogo é para Lula brilhar e marcar
por Liliana Pinheiro
Lula tem um coordenador de campanha, que é legião. O PT suspendeu a luta interna, como faz em anos eleitorais. O treino acabou. A oposição não entendeu.
...Enquanto isso, a oposição tucana, com um material de campanha nas mãos que valeria ouro em qualquer eleição do planeta, resolve fazer no ano eleitoral a luta interna que não fez durante os três anos em que isso não teria a menor importância. Em vez de brigar no treino, briga no jogo. A torcida vibra. A de Lula, claro.

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Paz, amor e chuchuzinho
por Reinaldo Azevedo
Alckmin aceita qualquer critério de escolha desde que ele vença. É um jeito de ver o mundo. Já no confronto com o neo-Lulinha Paz e Amor, faz no diminutivo metáforas curcubitáceas. Talvez tenhamos também um Germano Rigotto mais faceiro que guri em bombachas novas. É a era Brokeback Mountain da ideologia: um western eleitoral em que se trocam mais beijos (metafóricos) do que balas.
...O que mais impressiona é que, com efeito, o PT não precisou mover uma palha para que as oposições entrassem em transe. Elas fizeram isso absolutamente sozinhas. A política brasileira é mesmo um chuchuzinho.
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19 de fev. de 2006

AO JUIZ JULIER - por Adriana Vandoni, economista.

Senhor Juiz Julier, há sete meses escrevi um artigo com o mesmo nome que este, dando meu apoio à sua intenção de reabrir a CPMI do Banestado. Na época, eu disse que o Brasil não tinha ficado satisfeito com o fim sem fim dos trabalhos, o Brasil merecia uma resposta e precisava saber o porquê do relator José Mentor, hoje na lista de cassáveis, ter poupado nomes reconhecidamente criminosos como Paulo Maluf, Marcos Valério e outros.

Não foi por acaso que o apoiei. Fiz isso por acreditar que fazia parte da leva de jovens representantes da Justiça do Brasil que foram responsáveis pelo renascimento da esperança de que no Brasil teríamos uma Justiça real. Por diversas vezes, acreditei que não era verdade que seus sonhos ou ideais políticos da juventude pudessem orientar suas ações profissionais. Sempre imaginei que, em um confronto entre o justo e as suas convicções políticas, o primeiro prevalecesse. Comecei a desconfiar, doutor Julier, quando as suas ações bravas e guerreiras passaram a acompanhar as pesquisas eleitorais. Por coincidência, suas atitudes se tornavam ainda mais valentes, proporcionalmente inversas às pesquisas de intenção de votos ao PT e ao seu amigo Alexandre Cesar. Nessa hora, percebi que tinha algo estranho. Seu comportamento em uma entrevista a uma rede de televisão local foi degradante, por desmoralizá-lo e também a instituição à qual pertence.

Hoje, doutor Julier, tive a tristeza de ter que explicar ao meu filho, um garoto aspirante a advogado, que a justiça não é aquilo que ele acompanhou na CPMI dos Bingos na quinta-feira passada. Que aquele comportamento foi apenas um deslize de conduta ou um caso isolado dentre vários jovens que, como ele e o senhor, um dia sonharam com um país mais justo, sem ranços ideológicos, partidários ou seja lá o que for. Na ânsia de incentivar uma vocação, o usei como exemplo, naquele tempo em que, de forma vigorosa e brilhante, ajudou a demolir os castelos do comendador Arcanjo. Não tiro o seu grande mérito nesse caso, mas creio que o senhor não pode mais ser usado como exemplo.

Quando passei a observar que estava extrapolando seus poderes e sua função de neutralidade, que até então eu considerava uma conduta, como diria o ex-ministro Magri, “imexivel” e irrepreensível, eu o alertei em um outro artigo quando cobrei uma atitude condizente à sua postura em relação aos indícios de crime eleitoral na campanha do PT à prefeitura, que tinha como candidato seu amigo Alexandre Cesar. Eu vi, doutor Julier, notas e mais notas fiscais de empresas teoricamente diferentes preenchidas com a mesma letra, na mesma data, dando a impressão de que foram escritas pela mesma mão. Sei que a função de um juiz é inerte e que ele só age quando provocado, mas sei que qualquer juiz de bom senso busca a provocação quando a corrupção é ostensiva e se torna uma afronta à população digna.

Lastimável! Foi deplorável o vê-lo na CPMI dos Bingos. Senti vergonha, não de ser mato-grossense, mas pelo senhor, pelo vexame que estava passando ao vivo e a cores. Quanto ao fato de ser de Mato Grosso, me senti honrada pela atuação do seu desafeto político. Senti, doutor Julier, ao ver o senador Antero, que não estou sozinha ao falar até a rouquidão, que devemos, acima de tudo, ser leais e fiéis aos nossos princípios e convicções e que, ao assumirmos uma função, em especial uma profissão da qual vários dependem, devemos exercê-la com dignidade. Em tempos de crise moral, onde homens públicos foram cooptados a participar da institucionalização do crime, organizado pelo partido do governo, ver a contundência com que o senador Antero se defendeu é algo para nos sentirmos orgulhosos.

Identifiquei-me com aquela garra na defesa do nome, porque penso e ajo da mesma forma. Ninguém pode mexer desajuizadamente com a dignidade de uma pessoa que possui nome, família, princípios e honra.

Entendo que se a sua vocação política sobrepõe à sua atual função de juiz, deve ter a coragem de escolher uma delas, já que são incompatíveis. Pois com a postura que vem assumindo, o senhor deixa margem para pensarmos que, se um médico fosse, possivelmente deixaria a míngua um moribundo não-petista. O senhor partidarizou a justiça da forma mais deplorável que poderia fazer. Incorreu no erro de achar verídico um relatório apenas por ser de um companheiro do seu ex-partido.

Apesar do comportamento de alguns políticos, continuo acreditando na política e na existência de homens de bem. Apesar do senhor, continuo acreditando que um dia teremos uma Justiça imparcial, igualitária, que contribua para o aprimoramento da nossa democracia e para o bem estar do nosso povo.

Com autorização da autora, no Blog Argumento & Prosa

Sobre obstinação e democracia tucana

Falo hoje sobre a diferença entre a obstinação virtuosa e a viciosa, entre o apego a uma idéia e a pura e simples teimosia contraproducente. E, por que não?, sobra um pouco do meu mel a certo jornalismo que cobra “democracia interna” no tucanato, mas se cala diante do descalabro clepto-stalinista. São batedores de carteira intelectuais e morais, lobos da lógica, vestindo a pele de carneirinhos sofisticados.

Por Reinaldo Azevedo - clique aqui para ler o texto no Primeira Leitura

Do Blog: Às favas o País, o Povo e a Democracia. Ao Governador Alckmin, só interessa Geraldo Alckmin. Mas, a meu ver, é muita moleza do PSDB.
Essa "birra" chamada Alckmin, só representa 1 voto. Só tem um Título de Eleitor.

Notinhas do Primeira Leitura - por Reinaldo Azevedo

Mulheres que mudaram o mundo: num dia, Chaui descasca a moral; no outro, Marta recomenda ao PT a fuga do debate ético

Marta Suplicy, pré-candidata do PT ao governo de São Paulo, discursou ontem na Câmara dos Vereadores de São Paulo para 90 correligionários e fez um forte ataque ao governador Geraldo Alckmin (PSDB). No momento mais emblemático de sua fala, mandou brasa: “A oposição vai tentar falar da crise sem parar. Não vamos cair na armadilha de discutir ética na campanha”. Depois sugeriu que se usasse muito a imagem de Lula para conquistar os votos dos mais pobres. É isso aí: para esta nova pensadora da política, “debater ética” se tornou uma “armadilha”. Convenhamos: a mulher está certa. Afinal, só é possível falar com propriedade daquilo que se conhece... O PT falando a fazer digressões sobre ética cheiraria a “moralismo”, como disse Madame Marilena Chaui. Eis aí duas das minhas candidatas ao rol das “mulheres que mudaram o mundo”. Uma matou a moral, e a outra deixou órfã a ética. Admiro a coragem de ambas. Bem poucas pessoas não teriam vergonha de dizer o que elas dizem. Estão entre aquelas que não têm.

18 de fev. de 2006

Chaui e outro momento nada raro do pensamento asqueroso

7h53 - Vocês estão vendo? Aí eu proponho a internação de Marilena Chaui por uma questão de segurança pública — afinal, ela dá aulas... — e me chamam de representante da “nova direita”. Vejam numa nota abaixo o que disse Madame. Ela não quer avaliar os governos “por meio da pessoa dos governantes”... Ah, não isso seria moralista e pequeno burguês! Ela quer criar uma “ética pública” para servir de metro e critério. Aí, obviamente, desde que o sujeito a siga, ainda que seja pessoalmente um amoral, tudo bem. Madame acredita que os indivíduos não têm importância na história. Vocês entenderam, queridos, por que o stalinismo foi tão violento e durou tanto tempo? Por isso. E depois ela se diz, claro, uma spinoziana... De fato, tentou ser uma seqüestradora do filósofo para atribuir a ele as suas próprias perturbações. Dá para entender por que os petistas querem banir Kant da universidade. Em trecho tão curto, Marilena justifica as ditaduras: afinal, elas são a definição de uma ética pública. Uma vez definida, não cumpre interrogar o sujeito. Ele apenas cumpre a sua função. Como Eichmann. Como o olhar de Hannah Arendt em Eichmann em Jerusalém. O pensamento de Madame é asqueroso. — Reinaldo Azevedo

17 de fev. de 2006

A Cura Capitalista

por Rodrigo Constantino, com autorização - Diego Casagrande

“It is not from the benevolence of the butcher, the brewer, or the baker, that we expect our dinner, but from their regard to their own interest…”(Adam Smith)

Muitas pessoas observam os avanços medicinais da humanidade e não entendem o que possibilitou tamanho progresso. Há poucos séculos atrás, a população na Terra não conseguia ultrapassar a marca de 2 bilhões de habitantes, que tinham uma expectativa média de vida bastante inferior a atual. Crianças morriam como moscas, e doenças hoje tidas como banais ainda levavam muitos para o cemitério. Muito melhorou, e ainda vai melhorar bem mais. Nada disso é possível pela reza dos crentes ou pelos desejos dos românticos, mas sim pela lógica capitalista.

O acúmulo de capital e a incessante busca por lucro é que permitiram tanto avanço na área medicinal, assim como na tecnológica. Os laboratórios farmacêuticos, com acionistas objetivando o lucro, e competindo em um ambiente de livre mercado, com garantia de direito de propriedade, criaram o grosso desse avanço. Não é preciso muito esforço para enxergar isso. Basta ir a uma farmácia e pesquisar a lista de remédios existentes, checando seus respectivos produtores. Não veremos lá seitas religiosas, tampouco o carimbo de governos socialistas. Teremos uma lista como Pfizer, Merck, Eli Lilly, Novartis, GlaxoSmithKline etc. Todos laboratórios em busca do lucro, atuando em países capitalistas.

Sei que não falo absolutamente nada novo ou espantoso. Pelo contrário, é até evidente demais. Logo, o espantoso mesmo é a quantidade de gente que ignora isso. São os românticos que criam um falso dilema, entre o lucro e as vidas a serem salvas, como se não fosse justamente a busca do lucro que tivesse salvo tantas vidas. Ou os que odeiam patologicamente o livre mercado e pregam sempre mais controle estatal, como se a URSS tivesse trazido grandes avanços para a humanidade. Não creio que uma dor de cabeça possa ser combatida com um fuzil AK-47. Se bem que pela lógica comunista até pode, com um tiro na nuca. Mas com certeza não será uma cura adotada voluntariamente, como ocorre nas trocas livres entre consumidores e laboratórios.

Como exemplo do sucesso capitalista no negócio medicinal, temos agora que o Viagra foi o remédio mais vendido no Brasil em 2005, com cerca de 700 mil comprimidos por mês. Vários consumidores agradecem a constante busca de lucratividade da Pfizer, que hoje possibilita a ereção de muitos que sofriam de impotência. Tal cura não é milagrosa, no sentido de cair do céu, e muito menos depende de um decreto estatal. É fruto de pesados investimentos em pesquisa por parte da Pfizer, que precisa competir com vários concorrentes no mercado. Os investimentos em P&D da Pfizer passam dos US$ 7 bilhões por ano, mais que o dobro do que a empresa gasta em adição de máquinas e equipamentos. Ela compete no ramo das idéias, do capital intelectual, e sabe que as curas demandadas, que trarão excelentes retornos aos seus acionistas, custam caro. Mas compensam, por sorte dos consumidores.

A Pfizer gera um lucro em torno de US$ 10 bilhões por ano, com receita acima de US$ 50 bilhões. Desta forma, pode atender aos anseios dos clientes, emprega cerca de 115 mil funcionários, paga pesados impostos e ainda vale quase US$ 200 bilhões na bolsa, para a alegria dos seus milhares de acionistas. Eis a beleza da lógica capitalista. Não deixa de ser um milagre!

Do Blog: Socialismo, Comunismo, Esquerda, Centro-Esquerda, Meia-Esquerda. Tudo dá no mesmo. É pura porcaria.

O INEVITÁVEL

por Ralph J. Hofmann - com autorização do autor - Diego Casagrande
(Cunhado não é parente! – Leonel Brizola)
(Ante o inevitável relaxe e goze. – Autor desconhecido)

Ante a repulsa que despertou até o momento a tentativa de eliminar o fator nepotismo da distribuição de cargos e empregos em vários níveis da administração pública acreditamos seja importante tecer algumas considerações inovadoras, revolucionárias, talvez decisões que façam do Brasil um farol para o mundo quando se trata destas questões.

Ao registrarem suas candidaturas antes das eleições o candidato a cargo público deverá registrar uma lista das pessoas de seu parentesco por consangüinidade ou não, que pretende empregar, assim como o nível salarial pretendido por cada um. Esta lista deverá estar apensa a todo e qualquer material publicitário usado pelo candidato. Haverá um limite numérico de parentes por tipo de cargo ocupado pelo eleito.

Certamente esta lista garantirá uma redução no nepotismo, considerando que os parentes não agraciados terão uma de duas reações. Eliminar outros parentes para que fique vago um cargo ou eliminar o candidato por ser parente ingrato. (Seu filha-da-mãe depois de todos os jantares que filou lá em casa! Tome isso!)

Após a eleição haverá também a quota dos favores a colega. Um certo número definido de cargos para acomodar indicações de colegas com carga nepótica (belo silogismo não?) esgotada deverá ser concedido, contudo à medida que preencher as vagas desta lista o candidato deve indicar o Q.I. (quem indica) e o favor concedido pelo colega.

Evidentemente à primeira vista poderão considerar haver dificuldade em gerir o país com tal carga “nepótica”. Até poderão existir dificuldades em achar lugar para acomodá-los.

Mas num país-continente como o Brasil isto é um problema menor. Basta criar cargos em duas áreas. A FUNAI poderá designar uns 10.000 nepotes para servirem nas Sibérias brasileiras da Região Norte. O Ministério de Minas e Energia poderá designar outros tantos para contar pepitas de ouro e diamantes (com todas as oportunidades de desvio das mesmas), nos garimpos do Norte. O Ministério da Saúde contribuirá adquirindo os remédios e inseticidas pela cotação mais conveniente para estes postos avançados do Império, além de contratar curandeiros do Togo e do Benin para operar os postos de saúde. Acreditamos que a ação das tribos indígenas, periodicamente insatisfeitas com os agentes da FUNAI, óbitos devido à malária e o dengue além de capturas de contrabandistas de pedras preciosas dentre os nepotes pela Polícia Federal reduza em 60% o número de ocupantes deste cargo em um quadriênio.

Acreditamos que em oito anos a sofreguidão por cargos nepotisticamente distribuídos se reduza a um contingente administrável.

Estamos aguardando sugestões para dispositivos similares no judiciário.

Titãs vão atacar políticos “corruptos” em show dos Stones

19h04 — A crise do mensalão não estará de fora do show dos Rolling Stones neste sábado, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. O grupo paulista Titãs, que fará um dos shows de abertura para a banda inglesa, promete tocar Vossa Excelência, única música composta no ano passado em referência clara ao escândalo que sacudiu o governo e o Congresso. “Nem sei como vai ser lá em Copacabana. Acho que vai dar pra ouvir em Brasília”, disse o guitarrista Tony Bellotto, em entrevista ao site Congresso em Foco. A música foi composta pela banda logo quando as denúncias de compra de parlamentares estouraram. “Não conseguimos ficar sem reação, não tínhamos como ficar parados diante de tanta indignação”, disse Bellotto. Na letra de Vossa Excelência não há menção a nenhum político específico. “Não estamos dizendo que todo político é ladrão, todo político é corrupto. Você pode notar que os xingamentos são no singular: ‘Corrupto’, ‘ladrão’. Isso porque nos referimos a políticos individuais, a quem efetivamente roubou, enganou o povo”, explicou o músico. Mas Bellotto não esconde a decepção com o presidente Lula. “Pra mim, o Lula não é mais o mesmo. Acho que ele tinha uma postura quando era de oposição e foi obrigado a adotar uma outra postura na Presidência, por força de várias circunstâncias. Sempre gostei muito dele e acho que toda essa lama não destrói o cara brilhante que ele era, que ele é. Mas ele deixou a desejar com essa atitude dele”, argumentou.
Fonte: Primeira Leitura

Desembargadora avisa: demito parentes e contrato amigos

18h18 – Vem de Alagoas as reações mais pesadas à medida antinepotismo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Nesta quinta-feira, 150 parentes de desembargadores e juízes foram demitidos de Tribunal de Justiça (TJ) do Estado, mas a estimativa é de que o total de parentes contratados chegue a 400. A vice-presidente do TJ, desembargadora Elizabete Carvalho não teve problema em admitir publicamente que vai demitir dez pessoas de sua família e substituí-las por amigos. “Eu tenho dez pessoas nessa situação. Então vou tirar pessoas da minha família, que são pessoas da minha confiança, e colocarei pessoas amigas, mas que sejam dignas e honestas. Porque, evidentemente, que inimigo é que eu não vou colocar”, avisou.

Do Blog: Moro em outro Estado, distante da Desembargadora, mas sabe como é que é, aqui é Brasil. Ela pode pedir a um colega seu, de meu Estado. ...Comentei sobre alguma bandalheira em um post anterior. Tudo normal.

16 de fev. de 2006

Fui... Assistir aos Rolling Stones e ao U2. Gosto, e muito, de MPB.

Talvez seja - "A Bigger Bang Tour" - a última grande tournée dos Rolling Stones. Como o país vai continuar do mesmo jeito que está, e piorando, não vou perder esta oportunidade única, talvez a última.

Midnight Rambler

Beast of Burden

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No embalo, assistirei Vertigo 2006, em Sampa, dos fabulosos irlandeses.

Spanish Eyes

It May Be Only Rock 'n' Roll, but I Like It.

As oposições têm de bater mais

Alguns analistas tiraram da cartola — já que não têm em mãos nem fato nem teoria política — a tese de que é prejudicial à oposição bater em Lula. É mentira. Serra tem uma boa experiência. Marta Suplicy era considerada invencível em SP. Perdeu feio. Serra bateu. Não com histeria, mas com competência. Ah, sim: política é como boxe. Vence quem joga melhor segundo as regras. E bater faz parte do jogo. ....
......
...E digo mais, crianças. Nem chego a achar o PT do valerioduto e dos mensaleiros o mais perigoso. O que se esconde nas dobras do aparelho de Estado; o que posa de limpo e civilizado; o que tenta se mostrar boa-praça e de companhia — Antonio Palocci é um bom exemplo — é o pior deles. Porque tenta aliar as práticas consagradas no partido (“todo mundo erra”, disse o Apedeuta) ao bom-mocismo para encantar incautos.

Por Reinaldo Azevedo - leia o texto completo no Primeira Leitura


---- No Site Movimento Serra Presidente ----
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"LEMBRETE: A massa está ligada ao Líder Carismático Simbiótico por laços de amor ( e de medo) que refletem a relação da massa com a sua própria grandiosidade infantil, desejo de poder, desejo de vingança, inveja e até um senso de onipotência, da qual o Líder Carismático Simbiótico é apenas a personificação ou espelho. Na medida em que personificar as projeções grandiosas da massa, esta o seguirá. Já que a sugestão substitui a evidência, a lógica e a verdade pela autoridade ( das afirmativas) do Líder, seu efeito é desencorajar o pensamento e aumentar a negação da realidade, encobrir ou evadir os problemas ao invés de enfrentá-los. As idéias que os seguidores aceitam nao se baseiam na própria experiencia, mas na qualidade de sua relação com o Líder. As afirmativas do Líder, enquanto a relação emocional positiva perdurar, são imunes ao julgamento crítico. A massa está sob o domínio de uma idealização. MAS, se o Líder cessar de personificar essas projeções da massa, sua influência fracassará e ele será simplesmente ignorado, ridicularizado, desprezado e eventualmente substituido.
RESUMO: Lula só será destruído eleitoralmente por piadas, gozações, exposição ao ridículo, risos, etc. Qualquer tentativa lógica - racional fracassará. É aí que mora o perigo: o PSDB é educado, lógico, racional, sério, punhos de renda. Por aí, perderá!"
---Nelson Prado Rocchi
, médico - psiquiatra (Campinas - SP )

United States of America (um paisinho vagabundo)

Construção de casas nos EUA cresce 14,5% em janeiro - FolhaNews - reproduzido do CorreioWeb

A construção de residências nos EUA teve crescimento de 14,5% em janeiro, em sinal que contraria as expectativas de que a atividade de construção no país estivesse em desaceleração, informou nesta quinta-feira o Departamento do Comércio.

O dado referente a janeiro corresponde à taxa anualizada de construção de 2,276 milhões de unidades - maior ritmo desde março de 1973. A boa notícia, no entanto, é compensada pelo inverno menos intenso que o normal e o clima mais ameno verificado no mês passado. Para o ano todo, a expectativa ainda é de desaceleração no mercado imobiliário, segundo analistas.

O número de licenças para construção teve alta de 6,8%. O indicador, que não é afetado pelas variações climáticas do país, foi visto como sinal de que a desaceleração será menos intensa.

Em dezembro, a construção de residências havia registrado queda de 6,9%. para janeiro era esperada uma recuperação, mas a atividade no mês passado ultrapassou as expectativas..

As vendas de imóveis novos e usados no país têm registrado recordes por cinco anos consecutivos, como efeito das baixas taxas das hipotecas. Com os aumentos de juros efetuados pelo Federal Reserve (Fed, o BC americano), as taxas devem subir, o que pode conter a atividade no mercado imobiliário.

O temor entre os analistas é de se a demanda cair, os preços possam despencar causando assim o estouro da bolha formada nos últimos anos. O efeito poderia ser uma recessão no país.

O presidente do Fed, Ben Bernanke, disse ontem em seu testemunho diante do Congresso que o mercado imobiliário deve registrar um "pouso suave", e não uma queda brusca neste ano.

Do Blogueiro: Em 1983, conversando com um americano, amigo meu, o mesmo disse-me que eram construídas 1,5 milhão de novas casas por ano, no território da Grande Nação Americana. O país continua crescendo. E nós, sempre ficando cada vez mais, no fim da fila de tudo. Ah, estamos em primeiro lugar em muitos índices, que não cabe aqui enumerá-los.

STF decide que fim de nepotismo na Justiça é constitucional

19h17 — O plenário do Supremo Tribunal Federal considerou, por nove votos a um, constitucional da resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que vedou a contratação de parentes de magistrados, até o terceiro grau, para cargos de chefia, direção e assessoramento no Poder Judiciário. O único voto contrário foi do ministro Marco Aurélio de Mello, que considerou que a resolução estaria regulando um dispositivo constitucional, algo que CNJ não tem competência legal para fazer. O julgamento do STF respondeu a uma ação declaratória de constitucionalidade movida pela Associação dos Magistrados Brasileiros. Com a decisão, todas as liminares concedidas em instâncias inferiores a favor de parentes de juízes perdem validade. Mas o Supremo ainda precisa definir um prazo os tribunais cumprirem a resolução. A resolução do CNJ deu 90 dias para a adequação, limite que venceu na terça-feira. Mas como havia a expectativa do julgamento STF, o Conselho e os tribunais não se manifestaram. Os presidentes dos tribunais que descumprirem a determinação do CNJ podem ser processados por impobridade administrativa. A proibição não atinge os parentes aprovados em concurso. Depois que ela foi editada, o conselho abriu outras exceções, como o ex-cônjuge que obteve o cargo durante o casamento, ou o que já ocupava o cargo quando se casou.

Do Blog: --Vamos ver as Maracutaias que vão usar para burlar a Lei. Já há precedentes.

Diretor de fundo de pensão diz que teve azar em aplicações

14h36 — O diretor de aplicação do fundo de pensão dos funcionários do Banco Central (Centrus), Ricardo Monteiro de Castro, afirmou nesta quinta-feira que teve azar nas aplicações feitas no Banco Santos. Em depoimento à sub-relatoria de fundos de pensão da CPI dos Correios, o executivo disse que dos R$32 milhões aplicados em certificados de depósito bancário (CDB) do Banco Santos, apenas R$ 20 mil foram recuperados. As aplicações foram feitas em maio, julho e setembro de 2004. Em novembro do mesmo ano a instituição sofreu intervenção do Banco Central. “Fiz uma opção que se revelou azarada, e o Centrus acabou fazendo [um] mau investimento”, disse o diretor. Apesar de admitir o erro, Castro disse que não tinha como saber da real situação do Banco Santos. “O próprio Banco Central só conseguiu apurar as irregularidades [praticadas pelo Banco Santos] após a intervenção”, justificou o diretor do Centrus.

Fonte: Primeira Leitura

Do Blog: Nick Leeson pegou Cadeia por levar o Barings Bank(Queen's bank) à bancarrota, o Banco da Rainha da Inglaterra.

O CORTEJO DAS ALMAS PENADAS

por Augusto Nunes, no Jornal do Brasil - no Diego Casagrande

Aos olhos do presidente da República e dos mandarins do partido, nenhum companheiro cometeu pecados mortais. Nenhum praticou ações criminosas. No PT não há bandidos. Se tanto, existe meia dúzia de pecadores veniais. E ponto final, pareceu ordenar o orador da festa. Ponto e vírgula, replica o também teimoso Brasil decente. Então só houve erros, nenhum dos quais execrável? Conta outra, companheiro. E tente tratar com menos cinismo a performance da quadrilha formada pelo governo e seus aliados no Congresso...

Pensamentos do Castelo

"O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER OUVIR STEVIE WONDER"

"ANTES ERA O DUDA. E AGORA, QUEM PRESIDE O PRESIDENTE?"

"SE A MONTANHA NÃO VAI A MAOMÉ, A CARICATURA DE MAOMÉ VAI À MONTANHA"

"SE MARX VISSE O PC DO B HOJE DIRIA: "FOI-SE O MARTELO" "

"UM PETISTA É UM TUCANO QUE ROUBOU UM POUCO MAIS"

"NO BRASIL, A JUSTIÇA TARDA MAS FALHA"

No Blog Aboboral

Catatonia?

por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa, do Blog do Noblat

Ando estarrecida com a capacidade de nossas autoridades, em todos os níveis, de permanecerem incólumes apesar de tudo que lhes tem caído em cima! As notícias são assombrosas: corrupção, injustiça, incompetência, descaso, conchavos, promessas não cumpridas, abuso de autoridade, insensibilidade, enfim, não se passa um dia sem uma nota no jornal que não indique um descaminho, um descalabro, uma inverdade, uma violência cometida contra o Brasil e os brasileiros.

Parecemos catatônicos. Não é que o povo esteja desatento, ou que faça como nossas autoridades, que nunca sabem de nada. Não, sabem de tudo, tanto assim que, numa das últimas pesquisas, 82% do universo pesquisado diz saber que há corrupção; 85% crê que o Presidente está envolvido, mas assim mesmo os índices de aprovação do Executivo, ou seja, do Presidente Lula, já voltaram a patamares de antes da crise. Isso não é de estranhar, dada a rica campanha eleitoral desenvolvida pelo presidente-candidato.

Mas o que dizer dos inacreditáveis índices de aprovação do Congresso, apesar da fantástica colônia de férias remuneradas que Suas Excelências gozaram neste início de ano? Alguns comentaristas comemoram o fato de que afinal o Congresso se rendeu ao clamor público e acabou com a farra. Já chegamos ao ponto em que reconhecemos e agradecemos as migalhas...

O Supremo Tribunal Federal tem colaborado com nossas trevas: hoje mesmo foi depor na CPI o senhor Dimas Toledo, suposto responsável de uma suposta lista de favorecidos enquanto ele era diretor de Furnas. Alega que a lista é falsa, que é tudo uma armação, mas fez questão de comparecer perante a CPI com uma nada suposta liminar que lhe foi concedida pelo STF. Por quê?

Em São Paulo, o coronel Ubiratan Guimarães foi absolvido por 20 votos contra 2, pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do estado. Lembram da estranha figura? É o responsável pelo massacre do Carandiru. O jurista Flávio Konder Comparato criticou veemente essa decisão. Mas suas palavras encontrarão eco?

Numa capital nordestina, uma juíza diz que não vai demitir seus parentes porque, segundo ela, não é por serem seus parentes que “devem viver numa caverna como leprosos”.

Os partidos políticos, que deveriam ser o celeiro de pessoas de qualidade dispostas a dedicar sua vida ao exercício da nobre atividade de servir ao país, dão exemplos assustadores. O presidente do PT, Ricardo Berzoini, disse, no programa ‘Roda Viva' desta semana, que os deputados beneficiados com dinheiro do que ele mesmo chamou de "esquema do mensalão", não devem ser satanizados. E aqueles mais amigos do rei, que não foram expulsos ou cassados, quer dizer, os que não foram escolhidos para bodes expiatórios, esses até compareceram à festa dos 26 anos do PT, onde foram acolhidos pelo presidente da República.

E os partidos de oposição? Têm ou não têm candidato? A vaidade e a covardia são tamanhas que estão deixando o new Lula sozinho na arena. Quando derem por si, adeus, viola!

Não escapa nem mesmo a língua portuguesa, agredida diariamente pelo Presidente da República, embolada por ninguém menos que o Ministro da Cultura, ciciada pelo Ministro da Fazenda e enriquecida, se é que podemos nos referir assim ao novo vocabulário, por expressões inusitadas tais como ‘recursos não contabilizados’, para se referir ao velho caixa 2, e recentemente outra maravilha: ‘imprecisão terminológica’, i.e. informação inexata, ou seja, mentira.

Os exemplos são inúmeros e dos mais variados matizes. Enumerá-los daria uma lista bem maior que a tal Lista de Furnas. Mas já estamos no carnaval, os Rolling Stones vão fechar a Avenida Atlântica, o U2 vai parar São Paulo, o que mais a gente quer?

Serristas reagem à pressão e cobram iniciativa do PSDB

04h56 — Na Folha, por Catia Seabra e Fabio Schivartche: "Temendo que o prefeito José Serra seja encurralado hoje pela cúpula do partido, a tropa serrista decidiu inverter o jogo e cobrar do PSDB condições para que ele venha a concorrer à Presidência. Hoje, o comando do PSDB se reúne em São Paulo para um seminário sobre política econômica, e a expectativa é de que Serra seja pressionado a se manifestar. Defensor assumido da candidatura Serra, o novo líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA), disse ontem estar convencido de que o prefeito será candidato, desde que atendendo a 'um chamamento do partido e do país'. 'O partido é que tem de dizer [se ele é candidato ou não]. Sou amigo do Serra. Acha que vou dizer "vá" com o partido dividido? Só se eu for doido', disse Jutahy. 'Só dá para ir a uma luta dessa magnitude se for com o partido unido. Se o partido achar que deve ser ele, que crie condições. Tenho certeza de que, criadas as condições, ele não fugirá da luta'. A persistência do governador Geraldo Alckmin (SP) — que ontem viajou a Joinville (SC) em campanha —, é apontada como um dos obstáculos à candidatura de Serra. Contrariado com a pressão partidária, Serra já avisou a tucanos que não pretende tomar uma decisão antes do Carnaval."

Fonte: Primeira Leitura

15 de fev. de 2006

AÍ PT: NÓS VAMOS INVADIR SUA PRAIA...

por Paulo G. M. de Moura, cientista político - íntegra aqui

A segunda queda do Muro de Berlim, representada pelo fracasso do governo petista – como modelo de referência programático-ideológico e não como projeto de poder – abre uma avenida de oportunidades para os defensores da liberdade disputarem a guerra de valores (leia-se: ideologia; visão de mundo) com a esquerda reacionária, nos territórios sociais sobre os quais o petismo reinou sozinho nesse país nos últimos 25 anos. Há significativos contingentes de vida inteligente se desprendendo do petismo nesse momento. A onda de mobilização eleitoral em torno da oposição ao poder do petismo favorece a criação dessa dinâmica, que deverá se articular com os demais instrumentos da disputa eleitoral com o petismo na mídia de massas. Como dizia o filósofo Roger Rocha Moreira, da banda Ultraje a Rigor...

Câncer burocrático

por Rodrigo Constantino, com autorização - no Instituto Millenium

A informalidade é o ar rarefeito que indivíduos e empresas respiram devido à asfixia causada pela hipertrofia estatal.” (Rodrigo Constantino)

Nem mesmo a cegueira ideológica permite mais que os olhos não vejam o estrago que o excesso de burocracia estatal faz com o país. Não há indivíduo ou empresa que não prefira estar na legalidade. Se esta não é a situação da maioria das empresas brasileiras, isto deve-se somente ao lamentável fato do custo de tal legalidade ser proibitivo. Seguir todas as absurdas leis do país e pagar todos os impostos é simplesmente uma tarefa impossível para a maciça maioria.

Algumas reformas de cunho mais liberal realmente foram executadas no âmbito macro, como a Lei de Responsabilidade Fiscal e a flexibilização do câmbio. Ainda assim, questões como o rombo previdenciário ou uma maior abertura comercial continuam faltando. E na esfera micro, o Brasil deixou muito a desejar. O empreendedorismo é tarefa para heróis por aqui, com tantas barreiras artificiais plantadas pelo governo no caminho. Sem uma drástica reforma nessa área, perderemos de vez o bonde do progresso.

O ambiente para a criação de negócios deve ser o mais amigável possível se um país pretende reduzir a miséria. É preciso, para tanto, uma certa quantidade de características básicas que estão longe da nossa realidade. Em um estudo com mais de 130 países, o IFC enfatizou os pontos micro necessários para o avanço econômico. São eles: facilidade em iniciar um negócio, em contratar e despedir funcionários, em fazer valer os contratos, em obter crédito e em encerrar a empresa em caso de falência. Tais critérios foram inspirados na excelente obra de Hernando de Soto, O Mistério do Capital, que deveria ser leitura obrigatória para nossos políticos e “intelectuais”. Sem essas condições, não adiantam as reformas macro, nem os investimentos em infra-estrutura e educação. Tais medidas macro são necessárias, porém não suficientes.

Nos países emergentes que estão ficando para trás no trem da prosperidade, faltam por completo essas condições necessárias ao florescimento dos negócios. Enquanto bastam dois dias para se abrir um negócio na Austrália, levam-se mais de 200 dias no Haiti ou Congo. Enquanto em Hong Kong e Cingapura não há exigência de capital mínimo, na Síria é obrigado um capital equivalente a 56 vezes a renda per capita. Enquanto na Dinamarca uma empresa pode contratar trabalhadores com contratos de tempo parcial, as leis trabalhistas são super rígidas no Brasil. Enquanto são necessários menos de seis meses para completar o procedimento de falência na Irlanda ou Japão, este processo se estende por cerca de dez anos no Brasil. Nos Estados Unidos, as hipotecas representam a maior fonte de crédito, enquanto no Brasil sequer há direito de propriedade bem definido para milhões de residências. E por aí vai.

Tudo isso, fora a astronômica carga tributária, faz com que os custos de ser um empresário no Brasil fiquem proibitivos. E para piorar a situação, esses custos prejudicam ainda mais os pobres, já que os ricos utilizam o suborno ou a influência para driblar as normas onerosas. Desta forma, fica praticamente inviável começar um próspero negócio do zero. As barreiras são infinitas. O empreendedor irá deparar-se com uma gama absurda de dificuldades, todas criadas pelo próprio governo. Levará meses para atravessar a fase de licenciamento do negócio. Terá que enfrentar uma custosa burocracia. Estará sujeito a todo tipo de norma que impede o funcionamento adequado da empresa. Não terá acesso à boa infra-estrutura, como estradas e rede de telecomunicações. Terá que contratar mão-de-obra desqualificada, ainda por cima pagando o dobro do salário acordado, por causa dos encargos. Enfrentará uma Justiça do Trabalho morosa e parcial, fruto de ranço ideológico que o enxerga como explorador. Não terá facilidade alguma em levantar capital, pelo baixo desenvolvimento do mercado de crédito e capitais no país. Não terá como obter insumos importados baratos, pelas elevadas tarifas protecionistas. Pagará quase 40% em impostos. E ainda por cima, se o negócio der errado, cuja probabilidade é enorme por conta do peso estatal e entraves burocráticos, levará dez anos para fechar a empresa, atravessando todo tipo de aporrinhação.

Com tal quadro, infelizmente a realidade nacional, somente um mentecapto não entende o fato de mais da metade da mão-de-obra estar na informalidade, assim como milhões de empresas. E apenas um doido varrido não vê que a solução passa por reformas liberais, com significativa redução do tamanho do Estado e de sua burocracia, para que o custo da legalidade seja menor. A culpa não é do informal, mas do modelo estatal. Sem um ambiente favorável aos negócios, o câncer burocrático, máquina de fazer miseráveis e concentrar injustamente a riqueza, se alastra ainda mais. No caso brasileiro, já está em metástase. Melhor agirmos rápido. Caso contrário, veremos, de longe, o bonde passar…

14 de fev. de 2006

Uma Constituição do Povo para o Povo

por Ralph J. Hofmann, com autorização do autor - publicado no Diego Casagrande

Qual é o desejo do povo do Brasil? O que ele aprova? O que não aprova? Qual o conteúdo de uma constituição neste país? Tem alguma coisa a ver com as pessoas que aqui vivem.

O Brasil está marcado pela falta de um movimento popular que lhe desse a independência como monarquia, e tampouco realmente escolheu se queria ser uma república.

Ambas as condições foram decididas por pessoas que na verdade não haviam desbravado florestas, aberto picadas na mata, ou até mesmo garimpado ouro e esmeraldas.

A independência veio do capricho de um príncipe que sabia que se voltasse a Portugal teria de viver um protocolo que não lhe agradava. Melhor ter um Império nas Américas.

A república veio da ambição de dois generais. Novamente não houve milícias monarquistas enfrentando outras milícias republicanas.

Poderíamos dizer que as discussões de forma de governo foram destinadas a resolver quem exerceria o poder. A liberdade ou ausência dessa, e o direito de ir e vir foram concessões ou não de poucos para muitos.

E isto está refletido nas muitas e muitas constituições brasileiras. Não são constituições que se desenvolveram a partir de ajustes necessários à boa convivência entre as pessoas que habitam uma certa região.

São mais como um concurso para ver quem faz a melhor constituição. Querem mostrar como o país é sofisticado. Como adere a princípios de justiça social e outros chavões. As pessoas que elaboram constituições parecem um administrador de empresas que cria um manual de organização e métodos para uma empresa, sentado com sua equipe, numa imensa sala, apenas de olho na lista de funcionários e nas listas de tarefas a executar. Jamais vai ao mercado perguntar como funciona, jamais vai à indústria ver como se fabrica, enfim, age completamente dentro de conceitos de livros ou conceitos que estejam na sua imaginação. Ao final de determinado tempo entrega um calhamaço detalhando organograma, cronograma, descrição de cargos e o que mais for, sem questionar o que se passa no mundo real.

A constituição brasileira hoje ignora por exemplo a realidade do aborto. Enquanto médicos se recusam a cumprir ordens judiciais quanto ao aborto, toda cidade de mais de 150 mil habitantes provavelmente tem uma clínica limpa e eficiente de propriedade de um médico onde por um preço as jovens que tenham recursos razoáveis podem resolver seus problemas sem ordens judiciais. Certamente muitas das pessoas que embargam uma liberalização das condições para aborto no congresso ou que fazem declarações chocadas à imprensa sobre este assunto já lançaram mãos dos bons préstimos dessas clínicas quase oficiais.

Tenho absoluta certeza de que uma grande parte das pessoas que pretenderam criminalizar completamente o porte de armas, lá no íntimo, se tivesse coragem e convicção, favoreceriam até uma lei menos draconiana do que a que existe. Sabem essencialmente que o uso de uma arma pode ser regulamentado e a maneira de portar e armazenar pode ser colocada dentro de parâmetros estritos sem que se chegue a absurdos como a legislação atual que transforma o país em três povos. Os que podem ter arma, os que não podem ter arma e os que não podem ter armas mas as têm e até armas automáticas pesadas, as quais ninguém cogita que um civil possa ter, e as usam corriqueiramente submetendo populações a fogo cruzado. Pois bem, essas pessoas se convencem de que seria politicamente inadequado reconhecer esta realidade.

A realidade é que até os populares entrevistados na rua pela televisão raramente externam sua opinião verdadeira sobre penas prisionais, porte de armas ou aborto. Tendem a dar a opinião da moda.

Perguntem a opinião da população, das pessoas que são assaltadas por ladrões que estão em condicional. Dos larápios que são soltos uma hora depois de serem flagrados roubando. Horas depois o promotor diz na televisão: “Dentro da lei não podemos fazer nada.”

Mas por que não podem fazer nada? Porque começou com constituições concedidas, passou a constituições em que os constituintes tentavam ser perfeitos idealistas libertários, engajados em diferentes teorias que abrem mão da má índole implícita num sujeito que não apenas assalta e rouba como desnecessariamente mata e estupra. Por que um sujeito claramente nefasto como o “Bandido da Luz Vermelha” teve de ser libertado após 30 anos? Porque é um dos dogmas do sistema. O máximo são 30 anos. Uma semana depois esse “Bandido...” ameaçava de morte seus vizinhos.Progressões de pena.

Se um juiz fosse preso para cada preso beneficiado por progressão de pena que comete um crime não haveria juizes soltos no país.

O pior é que o problema vai subindo. Em lugar da Suprema Corte se dedicar tempo integral a considerar matéria constitucional, a firmar jurisprudência para orientar os juizes de todas as outras alçadas, fica definindo se um sigilo pode ou não ser quebrado. E o faz sem isenção, sem enquadramento. Naturalmente! Ser juiz do supremo, para alguns, é degrau em carreira política.

A constituição atual praticamente decidiu se as estátuas nos parques devem ser em bronze ou alumínio, ou seja, é uma constituição que deveria exigir uma árdua labuta para julgar casos de apelações que contenham novidades, onde se deva formar jurisprudência.

Deixo aqui uma sugestão quase impossível. Se uma pessoa tiver sido chamada a depor por uma comissão do congresso, se já existirem evidências admissíveis de seu provável envolvimento, considerando que em alguns casos semelhantes já ocorreu a liberação dos sigilos, não é da alçada do supremo tratar do caso.

Francamente, no melhor de todos os mundos um juiz distrital qualquer deveria poder autorizar a devassa dos telefonemas efetuados, desde que se castigasse rigorosamente os responsáveis pela guarda das informações obtidas caso fossem infiéis depositários das mesmas. As aberturas de informações econômicas deveriam ser discutidas com possibilidade de defesa, também ante um juiz distrital antes de serem liberadas do sigilo. Indicações sólidas de que existisse uma lavagem de dinheiro ou pagamentos ilegais deveriam ser suficientes para determinar essas varreduras.

Estamos passando por uma época de profunda frustração ante o comportamento do poder civil, após passarmos vinte e poucos anos dizendo que a fonte de todos os males era a ditadura. Agora vemos que um poder civil desregrado, numa democracia de verdade pode ter características tão frustrantes quanto uma ditadura. Cabe ao poder civil provar que pode corrigir seus rumos, castigar seus malfeitores. Na verdade o quarto poder de uma forma geral tem sido uma luz ao fundo do túnel. A imprensa, apesar de facciosa, essencialmente de esquerda não tem deixado de romper os véus que encobrem a corrupção.

Estamos passando por uma época de profunda frustração ante o comportamento do poder civil, após passarmos vinte e poucos anos dizendo que a fonte de todos os males era a ditadura. Agora vemos que um poder civil desregrado, numa democracia de verdade pode ter características tão frustrantes quanto uma ditadura.

Cabe ao poder civil provar que pode corrigir seus rumos, castigar seus malfeitores. Na verdade o quarto poder de uma forma geral tem sido uma luz ao fundo do túnel. A imprensa, apesar de facciosa, essencialmente de esquerda não tem deixado de romper os véus que encobrem a corrupção.

13 de fev. de 2006

Impostos e desenvolvimento econômico

Por Rodrigo Constantino, publicado no Instituto Millenium

Existem inúmeras formas de intervenção estatal na economia, e analisar apenas os gastos públicos seria uma maneira muito limitada do cálculo de sua magnitude. Temos ainda regulações, restrições, controles diretos, vários outros mecanismos de extensão dos tentáculos estatais. Mas ainda assim é relevante analisarmos os gastos públicos como indicativo, ainda que subestimado, da expansão do Estado na economia. Nos Estados Unidos, por exemplo, eles representavam cerca de 10% do PIB no começo do século XX, e atualmente ficam em torno de 35%.

O grosso do salto se deu na época posterior a grande depressão e no período da guerra, com forte influência keynesiana na esfera econômica. No estado inicial de seu desenvolvimento, o “framework” keynesiano ignorava as conseqüências inflacionárias das políticas governamentais. No pós-guerra, as taxas de inflação aumentaram e passaram a ser um foco importante do governo. Os keynesianos tiveram muita dificuldade em explicar o crescimento persistente da inflação através de suas teorias de demanda agregada, e muitos chegaram a propor controle de preços como arma no combate da inflação. Atacavam os efeitos, não as causas.

Os incentivos individuais não representam um papel significativo nas análises da demanda agregada, ao menos no curto prazo. Os macroeconomistas adeptos das teorias do lado da demanda acabam sem conexão com as teorias de comportamento individual, em contraste com os economistas clássicos. Estes entendem que as pessoas alteram seu comportamento quando os incentivos econômicos mudam. Assim, firmas decidem quantos empregados contratar ou investimentos fazer de acordo com o custo total dessas alternativas, sempre buscando a maximização do valor dos acionistas. Os poupadores não poupam pela consciência social, mas para receberem um retorno atrativo com sua poupança.

Como exemplos distintos de posturas keynesiana e clássica, podemos comparar os anos de Nixon e Kennedy. Este adotou políticas de incentivos privados para o progresso econômico, enquanto aquele utilizou claramente uma intervenção explícita do governo. A administração de Kennedy manteve a conversibilidade do ouro, enquanto Nixon apelou para controle de preços e salários. O crescimento da base monetária na era Nixon foi cerca de 60% superior ao da fase Kennedy. Durante o período de Kennedy, os gastos públicos e o déficit caíram em relação ao PIB, enquanto explodiram nos anos de Nixon. A taxa marginal de impostos sobre o capital foi reduzida na gestão Kennedy, e aumentada por Nixon. Kennedy reduziu tarifas, abraçando mais o livre comércio. Em contraste, Nixon subiu os impostos sobre ganhos de capital de 27,5% para 36,5%. Os resultados falam por si só. De 1961 a 1966, na era Kennedy, o crescimento médio do PIB ficou em 5,2%, comparado a 1,8% de 1969 a 1975, os anos de Nixon. A inflação média ficou em 2,1% na era Kennedy, contra 6,4% na era Nixon. O desemprego caiu bem na fase Kennedy, enquanto cresceu bastante nos anos de Nixon. As diferenças são gritantes.

O economista Arthur Laffer mostrou como as políticas governamentais, especialmente os impostos, produzem resultados muitas vezes distintos do inicialmente esperado pelos governantes. Infelizmente, muitos economistas ainda ignoram essas conseqüências perversas de medidas aparentemente bem intencionadas. Um aumento nos encargos trabalhistas, por exemplo, irá resultar em um menor crescimento econômico, salário e retorno do capital. Maiores impostos, por exemplo, levam a maior evasão fiscal. Justamente por causa dessas reações, a relação entre nível dos impostos e receita tributária está longe de ser óbvia. Muitas vezes, o aumento das taxas irá gerar menos receita. Desta forma, Laffer desenhou sua elipse que ficou famosa como “curva de Laffer”, mostrando que existe um ponto máximo de receita tributária o qual não pode ser ultrapassado. Se as taxas forem aumentadas ou reduzidas, deste ponto, teremos menos receita. O único problema que vejo nisso é a busca da maximização da receita tributária, que não deveria ser um objetivo. O Estado deveria arrecadar o mínimo necessário para executar suas funções precípuas. Mas fica ao menos o alerta de que nem sempre o aumento dos impostos irá produzir maior receita tributária. Vários governantes e economistas ignoram este fato.

Fora isso, não é tão previsível assim o efeito final de mudanças em diferentes tipos de impostos. Taxar o capital para poupar o trabalho irá provavelmente deixar o trabalho em uma situação pior que a inicial. De forma similar, taxar os ricos muitas vezes é o caminho certo para aumentar ainda mais a miséria dos miseráveis. Os lucros e salários não são substitutos, mas complementares, e os trabalhadores e investidores estão juntos em um jogo de soma positiva. O motorista de caminhão precisa de caminhões para sobreviver, e a produção dos caminhões depende do retorno dos investimentos. Poupar deve ser rentável o suficiente para que as pessoas deixem de consumir no presente. Se há uma sobretaxa ao capital, haverá menos capital para o investimento na produção de caminhões, e o salário do motorista de caminhões será menor.

Laffer conclui que tanto capitalistas como trabalhadores são ajudados por menores impostos, seja sobre o capital ou o lucro. Infelizmente, tudo isso é bastante ignorado por diversos economistas e políticos. E assim, o entendimento sobre os reais impactos dos impostos no desenvolvimento econômico fica prejudicado, fazendo com que a criação de riqueza de um país fique infinitamente aquém do seu verdadeiro potencial.

11 de fev. de 2006

"De tucanos e asnos", com o talendo de Reinaldo Azevedo

Escrevi isto há dois meses e reitero: os tucanos só perdem a eleição presidencial para si mesmos. É grande o esforço para isso aconteça. De um episódio envolvendo um site à entrevista de um deputado estadual a um jornal de Bauru, passando pela atuação na Câmara, o que se vê é o cálculo de jerico tomar o lugar da alta política. Se Lula vencer, o PSDB deveria renunciar ao tucaninho e adotar como símbolo o Asno de Buridan.

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Se for assim...
Todos sabem o que penso e já declarei que considero Serra a melhor saída para o país. Nutro grandes esperanças, mas estou taciturno. Se for esta a decisão do PSDB, onde estará Tobias? Fazendo campanha? Na hipótese de Serra disparar e se mostrar imbatível, não tenho dúvida. Mas estaria ele entre aqueles que topam o desafio de encarar dificuldade para construir uma vitória? Sinceramente, não é essa a impressão que ele passa. Guardadas as devidas proporções, é claro, Tobias me parece mais para Chamberlain e Daladier do que para Churchill, entendem? Ele certamente se acha um fino calculista. Mas é só alguém que entrega a rapadura diante da primeira dificuldade porque acredita que será melhor depois.

Ora, dirão: “Pare, Reinaldo, de dar importância a quem não tem”. Ocorre que tem, sim. Tobias não vocaliza só um momento de criatividade da análise política. Ele acena com o fantasma do cálculo de jerico. Prefere uma revoada de pássaros a alguns na mão.
Clique aqui para ler o artigo completo
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Leiam outros textos de Reinaldo Azevedo, em sua maratona incansável, no Primeira Leitura, tentando mostrar aos Tucanos (ou asnos?) o que os mesmos não querem enxergar: Serra é melhor para o Brasil.
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Não facilitarei a vida do PT apontado aqui os pontos vulneráveis do governador. Se o senhor exigir, poderei fazê-lo. ...Reinaldo Azevedo, em Diálogo com um deputado pró-Alckmin

O menor "garotinho" não vale NADA mesmo. É um pilantra. A próxima COISA PODRE a ser combatida.

Garotinho propõe terceira opção no PMDB: apoio a Lula
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O ex-governador do Rio Anthony Garotinho sugeriu aos senadores Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP), notórios aliados do governo no Congresso, que incluam nas cédulas das prévias do partido uma terceira opção: a de o PMDB indicar o vice em uma possível candidatura à reeleição do presidente Lula.
Garotinho, que disputa com o governador Germano Rigotto (RS) a indicação do PMDB à sucessão presidencial, apresentou a proposta após ser perguntado sobre o que achava da possibilidade de Calheiros e Sarney apoiarem uma aliança entre PT e PMDB. "Em respeito aos dois, há muito tempo no PMDB, acho que a melhor posição para eles neste momento seria a de propor ao partido que coloquem na cédula uma terceira opção, de o PMDB não lançar candidato e indicar o vice de Lula".
O ex-governador disse que a base partidária ficaria "arrepiada" só de pensar na possibilidade de apoiar Lula. "Não tem o menor clima na base do PMDB de apoio ao Lula", afirmou.

POPULISTAS RACISTAS

por Rodrigo Constantino, com autorização do autor - Diego Casagrande

O governo tenta arrombar a porta de entrada das universidades através do peso da lei, instituindo o absurdo regime de cotas. A meritocracia não mais importa, assim como o princípio de isonomia constitucional. Para se conseguir alguns votos a mais, vale tudo. Afinal, privilégios concentram benefícios e dispersam os custos, receita fantástica para os populistas de plantão.

Existem infinitos argumentos lógicos e empíricos para contestar as ações afirmativas. Thomas Sowell, da Universidade de Chicago, focou com mestria no lado experimental, mostrando em seu livro Ação Afirmativa ao Redor do Mundo, vários resultados nefastos dessas medidas, incluindo o acirramento da tensão entre grupos que levou até a uma guerra civil no Sri Lanka.

As cotas representam a fomentação do racismo. O grande líder negro Martin Luther King, em seu famoso discurso "My Dream", deixa claro que gostaria de viver em um mundo onde seus filhos fossem julgados não pela cor da pele, mas pelo conteúdo do caráter. É justamente o que o regime de cotas não faz. Ao priorizar critérios como cor da pele, "raça" ou mesmo renda, ele anula os verdadeiros valores de um indivíduo, que tornam essas outras características totalmente irrelevantes ou secundárias.

Essa demagogia toda não passa de uma fábrica de mediocridade. O governo reconhece sua total incapacidade de investir no ensino básico, e prefere atacar o efeito em vez da causa. Assim, teremos diplomados despreparados, e uma tamanha injustiça no sistema que irá alimentar a revolta entre os indivíduos. Qual será o próximo passo? Criar cotas de 50% para o emprego também? É o assassinato do livre mercado, da justa concorrência, necessária para o incremento da produtividade econômica. Seremos como Cuba, com taxistas engenheiros ou mesmo prostitutas formadas.

Falam em "dívida histórica", mas isso é apenas fruto de um ranço coletivista. Ora, onde um branco hoje pode ser culpado pela escravidão no passado? Não é com uma nova escravidão que vamos remediar a escravidão passada. Nem mesmo um filho herda a dívida de um pai. Por que então inocentes hoje iriam herdar uma dívida de desconhecidos de um longínquo passado? Não faz sentido algum. E os políticos e defensores de cotas sabem disso, no fundo. Mas apelam para tal retórica sensacionalista objetivando interesses pérfidos.

Não há justificativa alguma para o regime de cotas. Ele é racista, ineficiente, perigoso e imoral. Além de inconstitucional, é claro. Estamos diante de uma política claramente populista e racista. Qualquer brasileiro sensato deveria ter medo do rumo que o país está tomando. O futuro irá cobrar um elevado preço por esta demagogia podre. A liberdade individual encontra-se ameaçada, mais que nunca. Chega desses populistas racistas!

Do Blog: O que vale mesmo, é Mérito e Talento.

Serra espera união em torno de seu nome para ser candidato

Por Paulo Sotero, correspondente do Estadão em Washington, em texto divulgado na tarde deste sábado:
Se o PSDB quiser que o prefeito José Serra seja o candidato do partido à Presidência, terá que decidir-se a respeito, comunicar a todos os interessados e unir-se claramente em torno de seu nome. Foi o que Serra disse a amigos em Washington, onde passou parte da semana para explicar seu silêncio público sobre a contenda eleitoral. A mais de uma pessoa, o líder tucano, que desembarca amanhã em São Paulo, disse que está ciente do alto preço de sua saída da prefeitura e que ainda não fez a cabeça sobre se irá revanche com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro próximo. O fato de ter incluído o vice-prefeito Gilberto Kassab em sua comitiva, e não perdido oportunidade para apresentá-lo aos demais prefeitos de vários países com quem se reuniu na sede do Banco Mundial, bem como a altos funcionários das agências multilaterais de crédito, foi interpretado por amigos de Serra como um sinal seguro de que, a despeito da recuperação de Lula nas pesquisa, ele aceitará a candidatura, se ela lhe for apresentada como o desejo do partido. Ainda segundo o relato do correspondente do Estado, Serra disse a um interlocutor que ‘sair ou não candidato não depende de articular, depende sim de uma posição conjunta do partido’. ‘A questão é se querem ou não querem que eu seja candidato’, acrescentou, transferindo o ônus da decisão ao comando tucano.
---do Primeira Leitura

Do Blogueiro:
Agora só falta você... PSDB. Nós, eleitores, queremos.

10 de fev. de 2006

Não foi pizza, foi erro. E grave - por Fábio Santos, no Primeira Leitura

Não foram poucos os que reagiram aos gritos de pizza!, pizza! à absolvição de Pedro Henry (PP-MT) pelo Conselho de Ética da Câmara nesta quinta. Não vejo aí um acordão, como entenderam muitos. Vejo erro político e também jurídico. Não apenas daqueles deputados que votaram pela rejeição do parecer de Orlando Fantazzini (PSOL-SP), que pedia a cassação, mas também do próprio relator e, de maneira mais ampla, de todos os membros do Conselho. São erros que terão conseqüências graves e indesejáveis. Antes de prosseguir, uma palavrinha sobre a possibilidade de que esteja em curso um grande acerto para livrar a cara de vários acusados.

Leia o texto completo clicando aqui

Do Blog:

Cassem o Roberto Brant (PFL-MG) e o Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
Não cassem nossa cidadania, nem tampouco, o País e a Democracia.

CONVICÇÕES... CONVICTOS

"Quando iniciam as convicções, terminam as incertezas e por conseqüência, o próprio raciocínio."

Flavinho Medeiros, poeta.

Do Blog:
Tenho HORROR a esse vocábulo.

Jefferson, o Tomaso Buscheta do Mensalão

Não vejo nobreza no deputado do PTB. Vejo, isto sim, uma grande utilidade no papel que ele desempenha. Que não se perca isso de vista.
Clique aqui e leia o artigo completo do Fábio Santos, no Primeira Leitura de 07/08/2005

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Vrrruuuummmm por Jackson Busato

Jeferson disse apenas: “se isso aqui é um baile de putas, eu vou usar o batom mais vermelho, vou ser a mais rampeira e vou faturar mais”.
Ele não é mais imoral do que a maioria. Só é mais competente dentro da imoralidade.

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Afinal, quem é Roberto Jefferson?, por NAT no Que a Indignação leve à Ação em 09/02/2006

Pois é... este é nosso herói sem nenhum caráter. Roberto Jerfferson pensa apenas em Roberto Jefferson. E o que é melhor para Roberto Jefferson, agora? Enfraquecer os dois partidos (PT e PSDB), que provavelmente polarizarão as eleições presidenciais, e garantir o próximo mensalão para si e para seu partido.

Uma saga que (infelizmente) é a cara do Brasil!

FHC TEM RAZÃO... por João Mellão Neto, no Estadão

A "Revolução de Outubro" vem aí! Mas nada de entusiasmo. Ela não será como a Russa, de 1917. Outubro, no Brasil, é mês de eleições. Os bravos revolucionários não vão, desta vez, tomar o Palácio de Inverno. O que eles vão tomar, isto sim, é o caminho do Inferno.

O texto completo está no Diego Casagrande

Eu bebo, sim

Gente íntima do presidente Lula garante que o ministro Luiz Furlan está desinformado: Lula não parou de beber. Ele eliminou bebidas fermentadas (cerveja, vinho), por causa da dieta de carboidratos, mas não as destiladas

A PINGA QUE ATRAPALHA – por Villas-Bôas Corrêa

A quinta viagem do presidente Lula à África emplacou, no primeiro dia, pelo desvio de uma indiscrição intencional, uma das grandes notícias da campanha do candidato à reeleição. Coube ao ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, o privilégio da comunicação da boa nova aos repórteres: há 40 dias Lula não bebe um mísero gole da cachacinha dos seus confessados hábitos de muitos anos.

O porta-voz da Presidência, André Singer, quebrou o mutismo para enriquecer a abstemia do presidente com pormenores de esfuziante otimismo: a dieta de proteínas recomendada pelos médicos enxugou a elegância do perfil presidencial de 12 quilos e seus reflexos no humor foram confirmados por todos os membros da garbosa comitiva. A forma física de atleta pronto a voltar ao gramado da Granja do Torto é o assunto recorrente das suas conversas.

Lula está no ponto para acelerar a campanha na maratona de viagens domésticas e internacionais dos próximos meses, antes da vigência das restrições legais que o igualam aos outros candidatos.

Clique aqui para ler o texto completo em No Mínimo

ISTO É UMA AFRONTA - por Adriana Vandoni Curvo

Sinto vergonha por ser brasileira e mais ainda por ser o "salvo Pedro Henry" um representante do meu estado. Este Congresso Nacional precisa ser revisado. É uma afronta ao povo brasileiro.

Adrina Vandoni, do Argumento & Prosa

Cota de equívocos

Cotas em universidades é desrespeito ao mérito. Mas, se a coisa pegar, vou aderir: sou meio branco, um quarto árabe, um oitavo negro, uma pitada de índio... Por Fábio Santos, no Primeira Leitura

9 de fev. de 2006

UM HOMEM PROBO - por Ralph J. Hofmann

com autorização do autor - publicado no Diego Casagrande

O Homem probo a que se refere o título acima, não é o Ministro Jobim. Pena que não seja, poderia ter sido. Para tanto bastava que ao se formar em direito tivesse se concentrado na sua profissão escolhida, tivesse dedicado sua inteligência e seu carisma a ser o melhor magistrado que pudesse, ensinando a seus alunos e membros equipe os melhores preceitos legais, o espírito das leis, e a justiça acima da lei.

Não teria se deixado atrair pelo poder e pelas maquinações da vida política. Teria feito história como jurista, e no melhor dos mundos, teria atingido a suprema corte com o passar dos anos.

Nesse caso o tradicional e respeitado clã dos Jobim teria marcado mais um tento, certamente o Ministro tem a combinação necessária de capacidade intelectual e persistência para ter gerado pareceres marcantes, até históricos. De que vale uma presidência ou vice-presidência improvável contra a fama de ser um jurista notável. Um homem cujas palavras afetariam a vida dos brasileiros muitos anos depois de ter ido ao seu descanso final.

Mas a prática da política é má para o caráter da maioria dos seres humanos, senão para todos. E o Sr. Jobim, tendo passado boa parte de sua vida nos corredores e ante-salas onde se exerce a política, aparentemente deve considerar que qualquer moeda de troca é aceitável para remover obstáculos à sua ambição. Inclusive a indiscutível honradez do nome que carrega.

Mas o pior é que as maquinações do Sr. Jobim estão ocorrendo abertamente, com desprezo total, como se acreditasse que não interessa o que o povo pensa. Que suas trampas não custarão votos à chapa presidencial em que se apresentar nas eleições. Denotam o pouco valor que dá não apenas à instituição onde ocupa o primeiro cargo, senão presume que a partir de março a população passará a esquecer seus serviços à causa dos rapinantes do país.

Lembro o primeiro princípio da justiça talmúdica:

Infeliz daquele país que tiver de julgar seus juizes.

Apostando na ignorância - por Christina Fontenelle

Na Rede Globo a crise política passa longe, substituída por horas diárias de apologia ao politicamente correto, estatísticas positivas, opiniões de ditadores esquerdistas, e, claro, carnaval e Copa do Mundo. Uma beleza mesmo!
----- Leia a íntegra no MSM.org -----
A autora é formada em Comunicação Social - Jornalismo, pela PUC-RJ, tendo ainda cursado três períodos de Economia, a título de especialização, na mesma Universidade, além de 4 períodos do curso de Telecomunicações, na Estácio - RJ.

APARELHAMENTO DO ESTADO - (Mais uma herança maldita*)

por Ipojuca Pontes, no Estadão - reproduzido do Diego Casagrande

Sim, parece irônico, mas aos poucos, com uma vontade inédita na história do País, Lula da Silva vai criando os 10 milhões de empregos prometidos na campanha de 2002. No entanto, é bom esclarecer: dentro do setor público e nas hostes empresariais do governo. De início, com o apelo estratégico à terceirização, o grande esquema manipulado pelos políticos (e tecnocratas) para atingir o Nirvana sem que aparentemente os índices estatísticos tornem mais alarmante o frenético inchaço da máquina estatal.

Senão, vejamos: só na Petrobrás, a empresa está somando hoje mais de 40 mil empregos terceirizados. Um pouco menos no Banco do Brasil, com a invenção do Banco Popular do Brasil (destinado a "empréstimos para o público de baixa renda", com um prejuízo, segundo declarações recentes do sr. Robson Rocha, seu presidente, de R$ 47,6 milhões), e na Caixa Econômica Federal, ambos com cerca de 30 mil funcionários terceirizados, estagiários ou empregados "temporários". A terceirização é significativa até mesmo num obscuro Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional. Por sua vez, a empresa estatal Furnas Centrais Elétricas está sendo investigada pelo Ministério Público do Trabalho pela terceirização irregular de 2 mil funcionários, com negócios que se avolumam em mais de R$ 800 milhões com o grupo Bauruense, denunciado por Roberto Jefferson, na CPI dos Correios, como um dos financiadores do propinoduto formado pela dupla Marcos Valério e Delúbio Soares - este, corrupto, mas diligente ex-tesoureiro do PT. Um vastíssimo contingente de terceirizados também integra a folha salarial dos Correios e Telégrafos, dos 31 ministérios e das 34 empresas estatais criadas pelo governo Lula para atender à permanente "demanda" de setores voltados para energia, bancos, petróleo, gás, etc.

Não há por que fazer cara de espanto. Logo em 2003, quando chegou ao Palácio do Planalto, Lula da Silva afirmou que o seu objetivo no governo era recriar um Estado forte, pois - garantia - "uma máquina pública bem profissionalizada e bem formada arrecada mais, presta serviços de melhor qualidade, combate o desvio de recursos, produz mais e transforma os serviços prestados pelo Estado em serviços competitivos com qualquer outro país do mundo". Em cima de tal falácia, de imediato o ex-operário preencheu com os necessitados companheiros do PT cerca de 19 mil cargos de confiança, de custo médio em torno de R$ 3 mil. Nos anos seguintes, o presidente ampliou em mais 18 mil o número de apaniguados do partido dentro dos variados espaços oficiais, incluindo o próprio Palácio do Planalto. Tudo sem falar nas centenas de ONGs mantidas pelo dinheiro público, em geral verdadeiros cabides de emprego e muitas delas nicho do pior parasitismo "politicamente correto".

Não satisfeito com o grande número de empregos terceirizados, que ocupam hoje no Brasil mais de 2 milhões de funcionários distribuídos entre empresas privadas e setor público, e mesmo considerando os "concursos públicos um privilégio para os que estão mais bem preparados", Lula da Silva anuncia neste revigorado ano de campanha presidencial a realização de concursos públicos que objetivam incorporar 10 mil funcionários à já saturada máquina do Estado, sem falar em milhares de vagas abertas na Petrobrás e de outras tantas na malfadada Furnas. A última jóia, por ato de Medida Provisória, ficou por conta da criação de 2.558 "vagas" na Fiocruz e em outras preciosidades da Coroa, com destaque para 400 cargos no Itamaraty, com salários compensadores.

O Brasil de Lula está gastando R$ 105 bilhões com pagamento do funcionalismo e R$ 250 bilhões com os aposentados, dos quais 42% do numerário contempla o setor público - o que acarreta um déficit anual crescente da Previdência na ordem de R$ 38 bilhões. No orçamento de 2005, por exemplo, mais de 96% das receitas estavam comprometidas com o pagamento de pessoal, Previdência, transferência para Estados e municípios, saúde e educação, sem falar no custeio da máquina pública, que é assunto tabu. Resultado: embora o produto interno bruto esteja sendo avaliado em R$ 1,94 trilhão, o governo monopolizador se apossou de cerca de 40% dessa cifra - o que resulta numa das maiores cargas tributárias da nossa história, ainda assim considerada insuficiente: por força de gastos, endividamento e pagamento de juros, o Banco Central acaba de revelar um estoque da dívida pública mobiliária interna que ultrapassa a espantosa soma de R$ 1 trilhão.

Diante de um quadro de perfil insolvente a denunciar o espectro da estagnação, a própria ONU prevê para o Brasil, em 2006, a pior taxa de crescimento da América Latina: algo entre 2,6% e 3%. Por outro lado, um estudo da New Economics Foundation, instituição de pesquisa londrina, calcula que neste ritmo o Brasil levará mais de três séculos para se equiparar aos países desenvolvidos, em que pese o inquestionável crescimento da econômica mundial.

Uma das mais árduas tarefas para quem substituir a "experiência Lula" será, sem sombra de dúvida, a de desaparelhar o Estado "forte" montado na esteira do pensamento estatizante preconizado pelos ideólogos do petismo. Ela implica desmontar todo um sistema ineficiente e corrupto comprometido com a visão da riqueza social como uma cornucópia do poder público a ser espoliada em proveito próprio, sob pretexto mendaz de combater as desigualdades e buscar a justiça social.

De fato, será uma tarefa muito difícil e que muitos consideram uma missão impossível.

Do Blog:
* Mais uma herança maldita. Se mais quatro anos, como é que vai ficar este país?