30 de set. de 2006

Militantes de Aluguel - por Nivaldo Cordeiro, economista

Só quem, como eu, um dia foi militante do PT pode ter a noção exata do abismo que separa os dias de hoje, das glórias cessantes do poder petista, daqueles tempos épicos do final dos anos setenta e começo do anos oitenta. Todo mundo então dava o sangue para viabilizar o partido. Fiz da minha casa núcleo do PT, saindo de porta em porta dos vizinhos a cadastrar títulos de eleitor para viabilizar o partido. Dei muitas festas em casa para arrecadar fundos para o partido. Era puro entusiasmo de uma idéia que parecia a salvação nacional.

No comício memorável pelas Diretas Já, realizado na Praça da Sé, tive participação intensa. Era do grupo do Eduardo Jorge, antigo secretário de Saúde da gestão Luiza Erundina. Levamos uma grande bandeira vermelha com o pentagrama estampado. Foi memorável. Nós, do PT, vaiávamos o que entendíamos por “direita”: Tancredo, Montoro e toda a social democracia. Vaia especial para Leonel Brizola, um traidor, sonora.

Quando chegava os tempos de eleições estávamos lá, panfletando cedo nas filas de ônibus e portas de fábrica. Fazíamos corpo-a-corpo. No dia do pleito fazíamos boca-de-urna. E, encerradas as eleições, revezávamos como fiscais de apuração, noite a dentro, que não havia essa de urna eletrônica e sempre suspeitávamos que poderiam roubar os nossos preciosos votos. Bons tempos, românticos. Era um auto-engano delicioso. Mal sabíamos que estávamos a construir esse governo safado, ladrão e descarado que tem sido Lula Lá.

Enquanto professor universitário induzi muitos jovens alunos a votar no PT. Terá sido esse o meu maior pecado, desencaminhar a juventude que a mim estava confiada enquanto professor. Fui desonesto e malicioso, mas o fazia em absoluta inocência, aquela dos desinformados cheios de boas intenções. Minha geração pagou o preço de ser vítima da revolução gramsciana posta em marcha nos anos sessenta e acabei por desempenhar um papel nessa farsa grotesca. Faço minha penitência por isso, embora tenha consciência de que fui usado, jovem e desinformado que era.

Lembrei de tudo isso ontem na Avenida Paulista. Por ela caminhei algumas quadras, da Rua Augusta até a Joaquim Eugênio de Lima. Vi alguns “militantes” do PT. Pareciam em luto, com o mastro das bandeiras a meio pau. Todos militantes de aluguel. Ninguém ali como nos velhos tempos, trabalhando gratuita e voluntariamente em favor da causa socialista, tão cara a todos nós outrora. Ficou provado que não se pode enganar a todos por todo o tempo.

Por isso que o PT vai perder em São Paulo, em Pernambuco, no Rio Grande do Sul, locais em que teve momentos de esplendor eleitoral. Os eleitores, assim como os antigos militantes, deram-se conta da farsa. Lula é uma farsa, Olívio Dutra é uma farsa, Mercadante é uma farsa e Humberto Costa é uma farsa. Todo o PT é uma farsa. E é por isso que Geraldo Alckmin está no segundo turno. Espero que os paulistas enxotem esse sonso e tonto Suplicy, que não é digno de representar São Paulo no Senado da República, consagrando Guilherme Afif Domingos, valoroso combatente da causa da liberdade.

Em penitência pelos meus erros do passado faço do meu palanque eletrônico uma tribuna para gritar em alto e bom som: Fora, Lula! E leve junto seus sicários, isto é, se a polícia não os pegar antes. Acabou a farsa, acabou a festa. Alckmin vem aí.

leia mais no.....Diego Casagrande

Geraldo - 45 - Alckmin
José Serra
Guilherme Afif Domingos

LIBERDADE: O ESPÍRITO DA COISA

Por Paulo G. M. Moura, cientista político

Entramos na reta final do primeiro turno. É a fase decisiva dessa eleição. Uma grande quantidade de eleitores começa a processar sua decisão de voto. Cresce o interesse pela propaganda política. Se as pesquisas estão certas, a possibilidade de um segundo turno é real. Serra surpreendeu indo ao segundo turno em 2002 quando muita gente já dava a vitória de Lula como certa no primeiro turno.

Nesse momento, todos os brasileiros que temem pelo futuro da democracia têm o dever de agir para evitar o mal maior. Está em jogo mais do que eleição de um candidato da oposição. Está em jogo o futuro da nação que queremos para nossos filhos. Desde 2002 estamos sendo governados por gente que, segundo o Ministério Público Federal, constitui uma quadrilha para assaltar os cofres públicos. A cada dia novos escândalos emergem. Os cidadãos de bem e com algum nível de educação e informação foram levados da indignação à perplexidade e da perplexidade à paralisia e à falsa sensação de impotência. A saturação da mídia com uma avalanche de escândalos foi o artifício usado para levar-nos à letargia entorpecente. A garantia da impunidade e o poder de dar continuidade aos crimes contra o patrimônio público é o prêmio dos corruptos.

Por mais de uma vez os inquilinos do poder tentaram calar seus críticos. Projetos de controle da produção cultural e cerceamento da liberdade de imprensa foram ensaiados e somente contidos pela reação da opinião pública. Está em curso nesse momento, a primeira fase de outra escalada autoritária já utilizada pelo governo dessas mesmas forças no RS. Trata-se da manipulação deliberada da Justiça, através do patrocínio de uma verdadeira indústria de processos contra jornalistas e intelectuais críticos do governo, na tentativa de calar as vozes discordantes e que ousam se levantar contra descalabro político e administrativo vigente.

A cultura do “rouba mas faz” não é novidade na política brasileira. Mas, até então, confinava-se numa dimensão menor e localizada do sistema político. A novidade é o tamanho da roubalheira e a auto-anistia aplicada pelo sindicato da corrupção, que, recorrendo a artifícios da processualística parlamentar e a acordos imorais entre governistas e oposicionistas de rabo preso, patrocinaram o escândalo de todos os escândalos: a impunidade do mais hediondo dos crimes; o roubo do dinheiro público cujo destino seria a educação, a segurança e a saúde da população carente desse país, a qual o governo populista e autoritário corrompe com a distribuição de esmolas.

A vitória eleitoral do comandante mor de todo esse processo de corrupção moral da nação, embute um prejuízo de implicações históricas incalculáveis. Trata-se do aval político, concedido pelo povo, nas urnas, à continuidade e ampliação do processo de degeneração moral das instituições, patrocinado pelas forças políticas no poder.

Por mais que se defenda a tese, correta, de que as urnas não substituem a Justiça - não nos iludamos - a força com que um governante autoritário e populista emerge das urnas, se ungido com uma vitória em primeiro turno, será usada com o aval para a perpetuação no poder e a legitimação fraudulenta da corrupção, tornada sustentáculo oficial do governo.

Boa parte do resultado das pesquisas que se observa desde o início da campanha eleitoral na mídia se deveu à ilusão convincente da propaganda do projeto “bolsa-família” ao qual, por razões auto-evidentes, chamo de “bolsa-esmola”. Corremos o risco real, fruto da manipulação da opinião pública pelos inquilinos do poder, auxiliados por seus aliados na imprensa e pela incompetência e conivência das forças que deveriam lhes opor resistência e oposição, de ver perpetuarem-se no governo, indivíduos amorais e descomprometidos com a defesa da liberdade e da democracia.

Sinto-me um órfão sem representação política em quaisquer dos partidos existentes no país. Meu voto para presidente será destinado a um dos concorrentes da oposição, por falta de opção melhor. Considero-me um cidadão relativamente bem informado. Até onde sei, esse senhor em quem vou votar é moralmente íntegro; administrador competente e defensor da liberdade, da democracia e da redução dos impostos que alimentam a máquina de clientelismo e da corrupção que se instalou de forma generalizada na gestão pública brasileira.

Mas esse á uma decisão que cada um deve tomar segundo sua consciência. Não escrevo essas linhas para convencer meus leitores a votar no candidato que me parece o melhor ante as circunstâncias. Escrevo para apelar aos cidadãos de bem desse país. Falo para todos aqueles que desejam uma nação na qual a corrupção seja punida com a mesma Justiça que se devem punir os crimes hediondos. Na qual a manipulação da ignorância seja punida pelo voto. Na qual os patrocinadores de gerações de escravos políticos (miseráveis e eternos dependentes de esmola governamental), e vilipendiadores da liberdade e dos melhores valores morais sobre os quais se erigiu e civilização ocidental, sejam alijados do poder pelos mecanismos legais da democracia.

Parem para pensar! Será a perpetuação no poder desse descalabro o que desejamos para nós e para nossos filhos? Não posso acreditar que a nossa passividade se tornará co-responsável por isso tudo. Se você ainda tem alguma dúvida, dê a si mesmo a oportunidade de refletir. Ofereça-se a oportunidade de um segundo turno nessa eleição presidencial. Não anule seu voto. As cadeiras do poder que os corruptos, amorais e autoritários ocupam, não ficarão vagas por causa de sua atitude. Vote em alguém. Em qualquer um, menos em mensaleiros; menos em sanguessugas. Menos no chefe de todos eles!

Se você, como eu, sente-se órfão de representação política, saiba que nada me atormenta mais nesse momento que esse sentimento de indignação e quase impotência ante uma realidade tão adversa. Olho para meus filhos inocentes - um deles já é eleitor - e tenho vontade de chorar. Mas eu disse quase impotência.


No dia 1º de outubro, no sagrado momento da democracia em que todo o poder e a liberdade de escolha repousam nas mãos de cada um de nós, no silêncio solitário da urna, a decisão de tentar mudar tudo o que aí está, ou de deixar tudo com está, estará ao alcance das mãos e da consciência de cada um de nós.

Acorda! Levanta! Vai para rua! Lembre-se dos valores morais que você aprendeu com seus pais e que ensina a seus filhos. Defenda a liberdade e a democracia. Vale a pena!

Se você encontrar pela frente um eleitor dele, peça-lhe para mudar o voto. Se for o caso, diga-lhe que ele pode confirmar a intenção de voto no segundo turno. Convença seus amigos; colegas de trabalho; vizinhos, a acreditar que é possível mudar. Nós fizemos isso no referendo das armas. Contra todas as pesquisas, nós votamos em defesa da liberdade de escolha! E vencemos! Convença todos que você puder, a votar pela garantia de um segundo turno. Nem que seja apenas para termos a oportunidade de refletir e avaliar melhor, se a continuidade do que está aí é o que realmente queremos para nossa nação. Vale votar em qualquer um; repito, menos neles! Menos nele!

Véspera - por RA

No dia 18 de setembro, estive na Casa Mário Quintana, em Porto Alegre, para participar de um bate-papo com o cientista político Francisco Weffort e com o escritor Moacyr Scliar. A propósito: já havia um certo quê pró-Yeda Crusius no ar. Estávamos ali para falar sobre a política e o Brasil contemporâneo, uma das atividades do Projeto Brasil Copesul Cultural, organizado pelo professor Fernando Schüler. Faziam parte do conjunto de eventos, além de dois debates, uma exposição, mostra de cinema e show. Impressionante o grau de mobilização dos porto-alegrenses. Há ainda um livro de ensaios, chamado Brasil Contemporâneo – Crônicas de Um País Incógnito (editora Artes e Ofícios), que integra o projeto. Assino um dos textos. Lembrei-me disso porque Scliar, numa palestra doce e douta, falou que a perplexidade era a marca do nosso tempo.

Concordei com ele, mas observei — e é o gancho deste texto — que, não sabendo jamais ser neutro, repudiando sempre a torre de marfim dos isentos, até a minha perplexidade tem lado. Penso nisso ao constatar que estamos na véspera da eleição presidencial, e só cabe uma postura aos democratas e aos que defendem o Estado de Direito: o voto contra Lula. E isso é ter lado. Mesmo que o voto contra Lula não seja um voto a favor de Alckmin, Heloísa Helena ou Cristovam. E aí está a perplexidade. É um tanto assustador nos darmos conta de que, no prazo de 15 meses, dois grandes escândalos puseram a nu o governo, revelaram a sua essência autoritária, expuseram a carranca de um projeto de poder que é a negação da democracia representativa, da tolerância, da alternância de poder, da convivência com o outro.

O cinismo, a desfaçatez, a trapaça política assumem dimensões inéditas. O Brasil já teve o “rouba, mas faz” — mas ainda não havia conjugado esses dois verbos na primeira pessoa: “Roubo, mas faço”. O Brasil já teve gente sem nenhuma vergonha no poder. Os sem-vergonhas, no entanto, tinham vergonha de não ter vergonha. Hoje, a sem-vergonhice se jacta de sua esperteza, é vista como ato de resistência. Antes, acuados por denúncias, muitos inocentes, talvez por isso mesmo, se deixavam intimidar. Hoje, os culpados, flagrados, saem acusando, com o dedo em riste. Olhem o caso da divulgação das fotos da dinheirama. Submetida a investigação ao descarado e confesso interesse eleitoral, o ministro Tarso Genro não se vexa de vir a público para denunciar uma conspiração dos adversários.

Sim, estamos todos perplexos. Uma perplexidade que já é longa. Que já voltou a sua face indignada contra a própria oposição para indagar: “A aí? Por que vocês são tão lentos? Por que não se mexem? Por que não fazem política com mais clareza, unidade, determinação? Por que permitiram que chegássemos aqui e não denunciaram antes que o rei estava nu?” Sim, todas essas são perguntas pertinentes, são indignações justas. Mas nada supera o fato de sabermos que as instituições estão se vergando sob o peso da baixa esperteza, da malandragem, do sofisma, do mau-caratismo. Nada supera o asco de sabermos que a miséria, mantida cativa do assistencialismo e do eleitoralismo, é o combustível da máquina que tentou e tenta assaltar o Estado de Direito.

Os golpistas denunciam o golpe.
Os conspiradores denunciam a conspiração.
Os ladrões das esperanças alheias (também delas) denunciam o roubo da esperança.
Os trapaceiros denunciam a trapaça.
Os imorais denunciam a imoralidade.
Os vigaristas denunciam a vigarice.

Estamos perplexos, todos nós. Mas, nessa disputa, é preciso ter lado.Tentaram governar sem oposição. Tentaram fraudar a vontade das urnas. Tentaram transformar inocentes em culpados. Tentam agora transformar os culpados em vítimas de injustiças que seriam históricas, só reparadas com a intervenção de um demiurgo, no comando de um partido redentor. Digam a si mesmos e a todo mundo: quem deu anuência à operação do dossiê fajuto é capaz de qualquer coisa. As instituições são hoje reféns do autoritarismo, da irresponsabilidade, da vilania. Por perplexos que somos, certamente pensamos coisas distintas. E nem sempre são minudências, detalhes desprezíveis. Mas isso fica, com efeito, para depois.

Agora, interessa constatar: a sr. Luiz Inácio não deveria ter sido candidato. Candidato, não deve ser eleito. Eleito, que tome posse se a lei permitir. Empossado, devemos recorrer às instâncias legais para impedi-lo de governar. Não, a gente não é Carlos Lacerda. Nem Lula é Getúlio Vargas. Essa farsa histórica também não vai vingar.

29 de set. de 2006

Triste Papel - por Paulo Leite, de Washington, DC

Até mesmo a chamada “grande” imprensa brasileira tem escrito freqüentemente nos últimos tempos sobre a carga tributária que se aproxima dos 40%, colocando nosso país na contramão, numa época em que muitas das nações que mais crescem estão justamente cortando impostos.

Perdidos em meio à excitação – preocupação? – gerada pelas eleições, dois importantes estudos foram divulgados recentemente sem que a maior parte da imprensa brasileira notasse. Estou falando de dois trabalhos gerados pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, que mostram que a carga tributária potencial em nosso país está próxima não dos 40%, mas dos 60%!

O que impede que essa brutal taxação se concretize são a sonegação, a informalidade e a inadimplência.

Um dos estudos, “Carga Tributária Potencial – O Efetivo Ônus da Economia Formal Brasileira”, os pesquisadores do IBPT mostram quanto realmente custa manter uma empresa na legalidade. Em resumo, o estudo mostra que para cada R$ 100,00 de riqueza líquida produzida, uma empresa tem que pagar R$ 60,00 em tributos.

Outros pontos importantes: a inadimplência tributária – quer dizer, as empresas sem condições de pagar os tributos que devem – cresceu 59% em três anos, assim como a sonegação fiscal, que teria atingido R$ 287 bilhões em 2005. Caso não houvesse sonegação, inadimplência e o compreensível recurso à informalidade, a carga tributária efetiva no Brasil seria de 59,30% do PIB.

Depois, tem gente que pergunta por que o Brasil tem dificuldade tão grande para gerar empregos, a ponto de que nem num ano eleitoral seja possível produzir números positivos de forma consistente (são cada vez mais comuns manchetes mostrando a queda no emprego).

O segundo trabalho divulgado nos últimos dias pelo IBPT estudou a questão salarial. Outra vez, as equivocadas políticas tributárias aplicadas não apenas pelo governo atual mas por todos os governos brasileiros das últimas décadas atuam como freio à criação de mais postos de trabalho e ao crescimento da economia.

O estudo “Carga Tributária Sobre os Salários” concluiu que o Brasil tem a segunda maior carga tributária sobre salários em todo o mundo, uma façanha nada desprezível, convenhamos.

A tributação sobre o salário do trabalhador brasileiro atinge 42,5% (números de 2005), sem incluir o Fundo de Garantia, que não foi considerado um tributo por ser um dinheiro que pertence ao trabalhador. Em 2002, a carga era de 41,71%. Quer dizer, ao invés de diminuir, a tributação só faz aumentar.

Como a tributação varia de acordo com o nível salarial, os pesquisadores do IBPT descobriram que a carga tributária mínima é de 39,15% e a máxima de 60,79% do salário bruto, o que significa que o governo – em seus vários níveis – abocanha de 42% a 82% daquilo que um trabalhador teoricamente ganha.

Uma vez mais, o tamanho descomunal dessa taxação só serve para empurrar mais e mais trabalhadores para a informalidade, só serve para incentivar ainda mais o pagamento “por fora”.

A julgar pelo que se escutou na campanha eleitoral, os políticos brasileiros fingem que desconhecem essa realidade tão claramente apontada pelos estudos do IBPT. As promessas de revisão do panorama tributário foram vazias, formais, só para “cumprir tabela”.

Parece que ainda vai demorar muito para o Brasil perceber que, sem uma verdadeira revolução no campo tributário, estaremos condenados eternamente ao triste papel de “país do futuro”.

25 de set. de 2006

Mídia Sem Mácara.org - em 25/09/2006

Ou o Geraldo e o Serra dão um soco na mesa ou eu vou votar no Zidane

por Neil Ferreira

Resumo: Bandidos não merecem tratamento elevado. Muito menas o maioral do bando, que põe as mãos nos bolsos (os nossos), olha para o lado, assobia distraído, declara que num viu nada nem çabe di nada, pega o avião e some.
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por João Luiz Mauad

Resumo: Para os iniciantes, algumas dicas importantes para identificar um esquerdista, principalmente os dissimulados e mal intencionados
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por Percival Puggina

Resumo: É díficil acreditar que todas as falcatruas cometidas pela elástica e criativa rede de ação petista tenham sido descobertas pela imprensa, pelas CPIs e pela Polícia Federal. Muitas, por certo, foram levadas a “bom termo” e produziram seus efeitos. E tudo isso é golpe.

24 de set. de 2006

A quadrilha antidemocrática - por Orlando Tambosi

Conspiradores, mafiosos e intelectuais pelegos.

Em editorial com o título "Degradação", a edição deste domingo da Folha de S. Paulo reflete com clareza sobre a situação a que o lulo-petismo conduziu o país. Falta-lhe, porém, a altivez que teve em outras épocas de perigo institucional. Falta-lhe estampar na capa um editorial como este e dizer, sem meios termos, que toma a defesa do Estado de Direito e, por isso, é contra a continuidade de um governo degradado. Falta-lhe alertar que a reeleição de um governo que vê a imprensa como inimiga e tolera a existência de uma quadrilha que trama contra a democracia é uma desgraça para a nação. A Folha se declara apartidária, e isto é correto: nenhum jornal deve ser subserviente a interesses partidários. Mas isto não a exime - e a imprensa em geral - de tomar partido pela democracia e a preservação das instituições. É um ato de grandeza a que, miseravelmente, nossos jornais têm fugido. Transcrevo abaixo um trecho do editorial.

Conspiradores sem escrúpulo se dizem vítimas de conspiração. Mafiosos acusam quem os indicia. Intelectuais se tornam militantes da mentira. Como nos tempos de Stálin, setores de esquerda se esfalfam em condenar os que não ficam cegos aos desmandos do tirano.
Lula não é nenhum tirano. Mas, se ele próprio é levado a condenar a felonia de seus companheiros, sua candidatura representa a tolerância com toda uma quadrilha.
Uma quadrilha que vê, na ilegalidade, a volta ao charme romântico de uma época em que havia méritos em ser clandestino. Uma quadrilha que aproveita, do messianismo ideológico de outros tempos, os argumentos de que a elite quer apeá-la do poder. Uma quadrilha que, por fidelidade ao chefe, por submissão ao chefe, imagina agradá-lo quando mergulha na prepotência, no autoritarismo, na chantagem e na corrupção.Talvez o chefe goste disso. Talvez premie, num futuro mandato, asseclas menos desastrados.
Tudo depende do aval que lhe derem as urnas. Esta Folha mantém, como sempre, o compromisso de apartidarismo que está entre as razões de ser de sua atividade jornalística.
Nas eleições que opuseram Fernando Collor de Mello, de um lado, e Luiz Inácio Lula da Silva, de outro, este jornal não tomou partido. Os asseclas de Collor promoveram uma patética invasão da Folha uma semana depois da posse. Os asseclas de Lula por ora se limitam a reclamar de supostas malevolências oposicionistas.
Não há malevolência, porém, diante do fato consumado. Não há inocência tampouco. No âmago do governo Lula, age uma organização disposta a quase tudo para se manter no poder. De seu sucesso -ou não- depende o futuro da democracia brasileira

Blog do Professor Orlando Tambosi

ELEIÇÕES: CONTRA A CORRUPÇÃO

Pouco adianta descobrir se a crise moral por que passamos é maior ou menor do que as do passado. O fato é que ela é gigantesca. A corrupção atingiu os três poderes do governo: Executivo, Legislativo e Judiciário. É uma crise avassaladora e que não pára de crescer.

O espaço deste artigo seria insuficiente para enumerar todos os órgãos envolvidos em falcatruas com o dinheiro público. A corrupção tornou-se sistêmica e atingiu toda a máquina pública, com honrosas exceções.

Pouco adianta, tampouco, salientar os prejuízos que isso causa à nação, ao corroer os parcos recursos do governo e comprometer os investimentos mais essenciais. A crise moral extrapolou a dimensão econômica.

O que mais me preocupa nos dias atuais é a deterioração de valores que pode ocorrer em nossa juventude. Sim, porque é ela que vai carregar esta nação amanhã. Nada pior do que destruir o idealismo dos jovens. Uma nação sem jovens é uma nação morta. Nossos jovens estão sendo submetidos a uma acachapante contradição.

Eles vêem uma realidade que não tem nada a ver com os valores que seus pais lhes ensinaram. Essa contradição se repete a cada dia, com novos personagens que entram em cena com o mesmo pleito de inocência depois de cometerem as maiores barbaridades. Logo depois vêm outros, que tiram de cena os primeiros, numa sucessão de corruptos e corruptores que parece não ter mais fim.

Será que, de tanto ver essa tragédia nacional, os jovens de hoje vão ensinar os valores da realidade aos seus filhos? Ou transmitirão a eles os valores que aprenderam de seus pais?

Não podemos brincar com fogo. Estamos submetendo nossos jovens às mais absurdas frustrações e criando neles a nefasta filosofia do ceticismo, da descrença e da desilusão.

Isso os leva ao individualismo extremado, à prática da Lei de Gerson e ao salve-se-quem-puder.

Caro leitor. Temos de reagir. Não podemos apagar a chama da nossa juventude. Vamos fazer uma cruzada em favor da moralização dos costumes elegendo em outubro próximo apenas os que têm um programa claro de combate à corrupção.

Mais do que isso, vamos nos preparar para cobrar dos eleitos, de todas as formas possíveis, a concretização de seus compromissos de campanha.

Democracia é isso: é o melhor regime, mas, também, o mais trabalhoso.

Por isso, caro leitor-eleitor, prepare-se para votar bem e, sobretudo, para enviar cartas, fax, e-mails aos eleitos. O tempo todo. Durante quatro anos. Até que limpemos este país dessa gangue de destruidores de valores e de jovens.

Antonio Ermírio de Moraes, Empresário

Surrupiado da Amiga Saramar

PORQUE VOTO EM ALCKMIN - Percival Puggina

Revista Voto, edição de setembro de 2006

Percival Puggina

Vários leitores me pediram para escrever sobre as razões pelas quais não votarei em Lula. Tarefa complicada. Se fosse relacionar todos os motivos para não cometer essa loucura seria necessário escrever um livro inteiro. E para isso me falta tempo e disposição.

A saída me veio através de um amigo com quem conversava sobre o assunto. Disse-me ele: "Puggina, existem políticos da direita que às vezes pensam que eu sou bobo. Mas os da esquerda me tomam por bobo todos os dias". Quanta lucidez nessas palavras! De fato, o que estamos assistindo no Brasil é o sucesso eleitoral de um discurso que pressupõe platéia em estado mental letárgico. De fato, quanto mais eufórico eu vejo o presidente Lula, quanto mais seus índices flutuam sobre esse líquido espesso e pestilento onde teima em não afundar, mais me convenço de o quanto seria higiênica uma troca de comando na política brasileira. A essas alturas, um governo não petista passa pelas narinas e chega aos pulmões com jeito de ar aspirado entre as orquídeas da montanha.

A democracia nos concede uma oportunidade singular. Com raras, raríssimas exceções, o joio da política brasileira foi atraído para o governo Lula e para sua base parlamentar como limalhas de ferro são capturadas por um imã. Se você erguer esse imã, que está localizado no Palácio do Planalto, os folículos da limalha se erguerão junto, presos uns aos outros em longos filamentos. Já pensou? Depois, é só jogar tudo fora e pronto!

Não, caro leitor, não estou exagerando. No governo, no Congresso, espalhando-se pelos estados da Federação, numa infindável seqüência de escândalos e denúncias, as figuras que sempre se vê ocupando as constrangedoras manchetes são membros do governo, dos partidos que o compõem e de sua sustentação parlamentar. A grande vantagem que estes últimos quatro anos nos proporcionaram foi que o destemido trabalho da imprensa tornou conhecidos, pelos nomes próprios, praticamente todos os pintados e barrosos dessa até então anônima boiada.

Nos últimos dias, assistindo tanto os debates entre os candidatos a governador quanto os programas de tevê da dona Heloísa Helena, fiquei pensando que o partido da senadora está proporcionando ao do presidente Lula miligramas daquilo que o PT durante décadas e às toneladas jogou para cima de quem se antepusesse aos seus projetos políticos. Mas isso não faz da senadora e de seus candidatos uma alternativa melhor. Para que também não nos tomem por bobos todos os dias como vêm tentando fazer, é bom lembrar: os parlamentares líderes do PSOL não pediram para sair do PT porque não quisessem andar em más companhias ou por rejeitarem o que febrilmente transitava pelas vísceras do partido desde antes da eleição de 2002 e se tornou ainda mais grave na composição da sua maioria parlamentar. Não, a senadora e os deputados do PSOL foram expulsos por discordarem da reforma da Previdência. E a expulsão os contrariou. Fizeram o que podiam para permanecer no PT.

Uma coisa é uma coisa. Outra coisa, sabem todos, é outra coisa. Uma coisa é divergir da forma como se chega ao poder, do modo como o poder se estrutura, reparte e exerce. Outra é a dissidência de base ideológica. E os pupilos da senhora senadora deixaram o ninho antigo por motivos que em nada me sensibilizam, na medida em que o fizeram para preservar a pureza de uma ideologia de péssimo passado e, por isso mesmo, mais nenhum futuro. Essa ideologia não pode apresentar um caso bem sucedido, uma democracia construída ou um único estadista nascido em suas entranhas.

Por isso, voto em Geraldo Alckmin.

23 de set. de 2006

Quando a fraude e a mentira são éticas - Carlos Chagas

BRASÍLIA - Pelo menos trezentos mil filósofos escreveram sobre ética, nenhum concordando com o antecessor e todos justificando seus motivos de por que o indivíduo utiliza a sua liberdade para atingir determinada finalidade.
"Para sentir-me bem comigo mesmo", dizia Aristóteles. "Para alcançar o reino dos céus", sustentava São Paulo. "Por egoísmo, para que meu vizinho seja ético comigo", retrucava Thomas Hobbes. "Ético é o mais forte, aquele que vence, antiético quem perde", defendeu Nietzsche. E assim por diante, até hoje, quando Noah Chomnski nega ser a ética universal e, como Marx, admite a ética do patrão e a ética do assalariado, totalmente diferenciadas.

Bandalheira justificada
Um dos mais singulares autores dedicados à exegese da ética foi Maquiavel, para o qual somos éticos para que o regime político funcione bem. Acrescentou ironicamente, com base em sua premissa, que a fraude e a mentira podem ser éticos, desde que contribuam para o funcionamento do regime. Eis que o PT volta no tempo para concordar com Maquiavel.

Para o partido de Lula, foi ético comprar deputados através do mensalão, desde que se comprometessem a votar com o governo. Agora, persiste o raciocínio, pelo oferecimento de R$ 1,7 milhão a uma quadrilha de assaltantes dos cofres públicos em troca de dossiê que prejudique a eleição de José Serra ao governo de São Paulo. Para o PT, justifica-se a bandalheira se é para evitar a vitória do adversário.

Convenhamos, democracia consiste em cada um pensar e agir como quer, desde que dentro da lei, defendendo suas idéias com toda liberdade. Não dá é para, com base na liberdade, praticar crimes. Valer-se da fraude e da mentira para viabilizar visões particulares sobre o funcionamento do regime. Nem tudo pode ser permitido, mesmo em função de interpretações específicas a respeito do que é o bem comum - em nossa opinião o verdadeiro objetivo da ética. Jamais será ética uma eleição vencida através de instrumentos fornecidos por bandidos.

Ao Príncipe tudo é dado, desde que seja um Príncipe esclarecido, mesmo déspota, escreveu Maquiavel. Será esse modelo que pretendem vestir em Lula?

Diferença
Para continuar evoluindo em torno do PT, vale ressaltar não ter sido com o intuito de enriquecer que parte de seus filiados envereda pelo caminho do crime. Justiça se faça, com uma ou outra exceção, o objetivo dos petistas vem sendo de preservar o poder, se possível ampliando seus limites.

Para isso, o partido não hesita em corromper quem se dispuser a ser corrompido. Jamais se acusará José Dirceu e José Genoíno de terem se beneficiado pessoalmente da roubalheira promovida por Delúbio Soares, que pode ter usufruído de pequenas facilidades ensejadas pelo uso do poder, mas não se transformou num milionário, mesmo podendo.

Sempre existirão Valdomiros e Silvinhos cedendo à tentação de pequenas comissões, mas são exceções. Vale o mesmo para os implicados no escândalo do dossiê Serra. Nem Ricardo Berzoini, nem Freud Godoy, sequer Jorge Lorenzetti, Waldebran Padilha da Silva, Gedimar Passos, Osvaldo Bargas e Expedito Veloso agiram como criminosos para valer-se pessoalmente das vantagens do crime.

É o que os diferencia de bandidos comuns, mas torna as coisas piores. São fundamentalistas. Cultivam o radicalismo do princípio de que o fim justifica os meios. Conquistaram o poder e não admitem perdê-lo. Confundiram-se com o Estado. Imaginaram-se não um governo eleito e sujeito a eleições, mas a essência do poder público. Tornaram-se uma coisa só, poder público e governo, por cuja integração sentem-se liberados para praticar ilícitos. Foi por aí que adoradores de Hitler e Stalin chegaram onde chegaram.

Collor
De Alagoas chegam números apontando Fernando Collor como favorito para o Senado. Não deixa de ser fascinante ver o ex-presidente enfrentar seus adversários da tribuna parlamentar, mesmo se estiver disposto a transformar-se no "Fernandinho, Paz e Amor". Porque contestado ele será. Será o PT, apesar de suas recentes intervenções em favor do presidente Lula? É falsa a impressão de que todos buscarão hostilizar Collor. Ao contrário, não haverá quem deixe de tentar cooptá-lo. A política tem dessas coisas.

V E J A

A capa da VEJA, em que Lula aparece com os olhos vendados pela faixa presidencial tem no ministro da Justiça um outro parentesco simbólico: a Justiça também tem os olhos tapados. Na simbologia original, quer-se mostrar que ela não discrimina ninguém. No petismo, é metáfora de seu entendimento do mundo. No petismo, afinal de contas, tudo sempre concorre para o avesso da civilização e do Estado de Direito. ...by RA.

Governados pelo Crime Organizado - por Paulo Moura

A fraude do Freud reascendeu as esperanças de quem já dava a eleição presidencial por liquidada. Mas, não obstante a obviedade dos fatos, as forças do mal, incrustadas no poder e na mídia, lutam para impor a mentira usando as armas que melhor lhes servem aos interesses: a manipulação da ignorância e da desinformação dos eleitores do Brasil arcaico e a hipocrisia dos eleitores de classe média do Brasil moderno.

Há vários aspectos desse episódio que precisam ser corretamente dimensionados para que os ignorantes e desinformados sejam salvos das trevas da manipulação dos marqueteiros de Lula; e para que os eleitores hipócritas, adeptos do “rouba mas faz pelos pobres”, percebam o que têm a perder com a reeleição do PT.

Íntegra no Diego Casagrande

O Vespeiro Petista - por Luiz Leitão da Cunha


O imbroglio policialesco-eleitoral em que membros do PT se meteram é tão grande que fica difícil saber por onde começar o artigo. É verdade que para os cidadãos de um país onde delinqüentes de todos os matizes e vieses ideológicos nem sequer se pejam de praticar escuta clandestina do Judiciário, chegando sua audácia à bisbilhotice de ministros do Supremo, já que um dos grampeados, Marco Aurélio Mello, ora presidente do TSE, é também membro daquela outra corte, nada mais há de causar espanto.

A trama, por sua extensão, não pode estar restrita apenas a atores menores do deplorável espetáculo que toma conta do cenário político já faz mais de ano. No caso, as suspeitas podem atingir, ao menos, também o PMDB, já que o ex-governador Orestes Quércia, que disputa sem grandes chances um novo mandato, após um longo jejum eleitoral, é aliado do PT e veiculou imagens do tal dossiê em seu programa de campanha na TV.

Se os novos fregueses do empresário-sanguessuga Luis Antonio Vedoin, que lhes vendeu o tal dossiê contra o candidato líder nas pesquisas de intenção de voto para o governo de São Paulo, José Serra, soubessem que, além de comprar gato por lebre – aliás, compraram vento, como dizia o falecido ministro Sérgio Motta, mas acabaram levando, por R$1,7 milhão, um furacão-, iriam parar atrás das grades, hóspedes da Polícia Federal, teriam pensado duas vezes antes de se lançarem à temerária empreitada. Um deles, Gedimar Passos, trabalha no Diretório Nacional do PT.

A cada dia um novo nome é acrescentado ao rol dos protagonistas, por assim dizer, da presente confusão. Ricardo Berzoini, presidente nacional do PT, acaba de se juntar ao elenco, segundo a revista Época, que publicou um comunicado informando ter sido procurada por Oswaldo Bargas e Jorge Lorenzetti, integrantes da campanha de Lula da Silva, que disseram que Bezoini sabia que estavam procurando a revista, porém, o PT não estaria envolvido. Seriam os dois intermediários de alguém que teria material para sustentar denúncias fortes o suficiente para desmoralizar o candidato do PSDB ao governo do Estado de São Paulo, José Serra, e o ex-ministro da Saúde Barjas Negri, prefeito de Piracicaba (SP).

A Época não publicou, como anteriormente fez, no episódio de violação do sigilo bancário do caseiro Nildo, que denunciou o ex-ministro Antonio Palocci Filho - já indiciado pela Polícia Civil de Ribeirão Preto (SP). Mas outra revista acabou dando publicidade à palavra dos sanguessugas e companhia.

Faltou cuidado dos editores, que não se empenharam o suficiente em verificar a autenticidade e a procedência das denúncias divulgadas. Ainda mais tratando-se os acusadores de gente com certa tradição em negócios escusos.

Sendo um dos investigados um ex-auxiliar direto de Lula, Freud Godoy, e outros, membros do partido do presidente, um deles amigo de Lula, e já estando o Tribunal Superior Eleitoral começando a investigar o presidente Lula e seu ministro, Márcio Thomaz Bastos, avizinham-se momentos conturbados, a menos de duas semanas das eleições.

Questiona-se de onde teria vindo o dinheiro, dólares e reais; aliás, dólares novinhos em folha, rastreáveis, dizem.

Ingredientes variadíssimos não faltam à trama: um auxiliar próximo de Lula, casado com a dona de uma empresa de segurança que trabalha para o PT; outro homem do presidente, coordenador de sua campanha, tido como um dos intermediadores da negociata; Marcelo Barbieri, ex-subsecretário da Casa Civil (que foi chefiada por José Dirceu), hoje coordenador da campanha de Quércia e investigado pela PF; e uma revista semanal.

É claro que tudo, autoria do dossiê, acusações, tentativas de ligar o caso a Lula, etc, não passa, como sempre, de um grande complô das “elites”...

Preparando as condições para o desastre - Caroline Glick

Resumo: Nenhum país do mundo permite que estranhos ditem suas políticas em questões fundamentais de segurança nacional. Israel não deve ser o primeiro a fazer isto.

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Na terça feira, o chefe do Shin Bet, Yuval Diskin, advertiu sobre as crescentes ameaças à segurança de Israel, que emanam da Faixa de Gaza e do norte de Samária, logo após a última guerra. Se as medidas adequadas não forem tomadas, para interromper as transferências maciças de modernos armamentos para Gaza, ele advertiu, em apenas alguns anos, a região se tornará um segundo sul do Líbano.

No próprio sul do Líbano, o Hezbollah está criando uma ilusão de cooperação com o exército libanês, de modo a nos deixar todos anestesiados, enquanto ele calmamente reconstrói suas forças, se antecipando a uma ordem iraniana para renovar a guerra contra Israel. As declarações do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, na semana passada, de que sua organização não tinha intenção de começar uma segunda guerra e que ele não imaginava de forma alguma que Israel responderia de forma tão intensa ao rapto de Ehud Goldwasser e Eldad Regev, em 12 de julho, objetivaram confundir Israel e acalmar o Líbano. Pelo menos no que se refere a Israel, o objetivo foi atingido. O Primeiro Ministro Ehud Olmert e a mídia israelense se agarraram às declarações de Nasrallah como uma "prova" de que Israel vencera a guerra.

Enquanto isso, a República dos Aiatolás está prosseguindo firmemente na direção de obter capacidades nucleares. As reações conciliatórias internacionais ao anúncio do Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, na quinta feira, de que o Irã rejeitava as exigências do Conselho de Segurança da ONU para que parasse com todo o enriquecimento de urânio, na verdade precederam a declaração insolente de Ahmadinejad. Na quarta feira, o chefe de política externa da UE, Javier Solana, já estava empenhado tentando renovar as conversas com o Irã.

Por enquanto, a ONU está se comportando não como uma polícia internacional, mas, ao contrário, como o advogado de defesa do Irã. Durante sua visita a Israel, na quarta feira, o Secretário Geral da ONU, Kofi Annan, dava a impressão de ser um líder árabe, com suas condenações irrestritas e ofensivamente arrogantes de Israel, por cada ato de autodefesa que tenha tomado em Gaza e no Líbano, por um lado, e sua tolerância aparentemente infinita pelas ameaças iranianas de um genocídio nuclear contra Israel, por outro.

Durante sua coletiva de imprensa com Olmert, Annan sugeriu que, de sua perspectiva, o problema com as ameaças do Irã para aniquilar Israel não é porque elas são ilegais ou moralmente indesculpáveis. O motivo pelo qual as ameaças são erradas é simplesmente porque Israel é um membro da ONU. Surrealisticamente, ignorando tanto os esforços do Irã para adquirir bombas atômicas, quanto seu comando sobre as últimas guerras no Líbano e em Gaza, Annan declarou de modo bizarro, "Ninguém pode varrer Israel do mapa apenas com declarações".

Hoje, sem conhecimento do público israelense, o governo Olmert-Livni-Peretz está guiando Israel por um caminho que, se não for rapidamente abandonado, tornará nosso direito à autodefesa – e, por extensão, nossa independência – condicional. A proliferação de ameaças à segurança está ficando exacerbada pela facilitação do governo de uma oferta diplomática ONU-UE para retirar gradualmente o direito de Israel de se defender contra o Hezbollah, os palestinos e o Irã.

O presente perigo está enraizado no texto da Resolução do Conselho de Segurança da ONU 1701, que determina as diretrizes para o cessar fogo no Líbano. Aquela decisão constituiu uma vitória sem precedentes para o Hezbollah, por colocar a milícia ilegal, sub-nacional, jihadista, no mesmo patamar que Israel.

Além disso, a Resolução 1701 estabelece os termos para o reforço das forças da UNIFIL, de tal forma que permite que o Hezbollah continue a reforçar suas forças no sul do Líbano, ao mesmo tempo em que impede Israel de exercer seu direito de se defender contra a crescente ameaça.

A Resolução 1701 restringe a liberdade de ação de Israel de mais três formas. Primeiro, a resolução nomeia o advogado de Ahmadinejad, Kofi Annan, como árbitro do cumprimento da mesma por ambos os lados. Annan revelou como ele usará esta autoridade, duas semanas atrás, quando ele condenou a incursão do comando das FDI (Forças de Defesa de Israel) em Baalbek, já começando seus apelos a Israel para que suspendesse seu bloqueio aéreo e marítimo ao Líbano e assim permitisse que o Hezbollah se rearmasse, não somente por via terrestre, como também por vias aérea e marítima.

Segundo, embora Olmert e Livni ruidosamente defendam que as forças européias, que estão se posicionando no Líbano, são uma importante realização diplomática, o fato é que esta decisão de dar poder à UE para dominar a UNIFIL é desastrosa para Israel. Ao mesmo tempo em que declaram seu "amor" por Israel, os europeus não escondem o fato de que sua decisão de liderar a UNIFIL é motivada por sua intenção de evitar que Israel se defenda.

O Ministro das Relações Exteriores comunista da Itália, Massimo D'Alema, falou claramente sobre esta questão em sua entrevista, na última sexta feira, ao Ha'aretz. Ele explicou que o objetivo da UE no Líbano, é "provar a Israel que pode garantir melhor sua segurança através de políticas de paz do que através de guerras".

D'Alema então insultou os EUA, acrescentando, "A política americana, que Israel também apóia, criou uma situação impossível... O pensamento de que é possível controlar o mundo pelo poder de uma potência liberal hegemônica. Esta filosofia tem criado sérios estragos, e agora os EUA estão procurando uma saída racional".

Portanto, dispondo suas tropas junto com as da UNIFIL, os europeus nos demonstrarão que a única maneira de conter inimigos que queiram nos destruir é por apaziguamento e mais apaziguamento.

Os europeus e Annan, também não escondem o fato de que planejam usar este posicionamento no Líbano, como um trampolim, para conseguir maior influência sobre Israel, em suas negociações com os palestinos. Nesta linha de ação, D'Alema declarou, "Eu acho que se as coisas forem bem no Líbano, um processo positivo similar pode começar também na Faixa de Gaza: a soltura do [refém israelense Cabo Gilad] Shalit, um governo de unidade palestino, que atenda aos critérios estabelecidos pela comunidade internacional, e a presença de uma força da ONU, para dar suporte ao governo palestino".

Neste caso, a UE está abertamente unindo forças com os mentores de políticas esquerdistas radicais israelenses, liderados pelo líder do Meretz, membro da Knesset Yossi Beilin, que nos últimos dois anos tem disfarçadamente prosseguido com a idéia de internacionalizar o conflito. Após ambas as negociações de Israel e sua rendição unilateral de terra aos palestinos terem levado à guerra, o pensamento agora é que os palestinos aceitarão Israel depois que a ONU despir o estado judeu de sua capacidade de se defender.

Se o que está exposto acima for insuficiente para nos convencer de que a tropa da UNIFIL, cuja chegada é tão ansiosamente aguardada por Olmert-Livni-Peretz, não é uma coisa boa para Israel, tem ainda o elemento islâmico da tropa proposta. Tanto Annan quanto os europeus estão insistindo para que uma tropa, de até 7.000 soldados de países muçulmanos, seja incluída na tropa da UNIFIL. Estes soldados estão designados para serem enviados por Bangladesh, Indonésia, Malásia e Turquia. Todos estes países são normalmente citados como "países muçulmanos moderados". Esta afirmação dá margem a um questionamento.

O partido jihadista (que apóia a guerra santa islâmica), Jamaat-e-Islami, faz parte do governo de coalisão de Bangladesh. Seus ativistas estudantes recentemente mandaram ameaças de morte a dois importantes intelectuais por ensinar à juventude de seu país os valores do secularismo, da democracia e da ciência.

Além disso, em novembro de 2003, o jornalista bengalês Salah Uddin Shoaib Choudhury foi preso, enquanto ele esperava para embarcar em um vôo para Bangkok, com continuação para Tel Aviv. Choudhury, que ia participar de uma conferência em Israel, sobre como a mídia pode promover a paz, foi acusado de rebelião e de espionar para Israel. Durante os 17 meses que passou na prisão, ele foi repetidamente torturado. Bangladesh planeja enviar 2.000 soldados ao Líbano.

Então tem a Indonésia, o maior estado muçulmano. Como punição por incitar bombardeios terroristas em Bali, em 2002, que mataram 202 pessoas, o judiciário não especialmente independente da Indonésia sentenciou o líder do Jemaah Islamiyah, Abu Bakar Bashir, a 30 meses na prisão, sendo que os últimos cinco da pena foram comutados em junho.

Em maio, Ahmadinejad foi recebido por multidões rugindo durante uma visita a Jacarta. Em uma entrevista com o The Wall Street Journal, na terça feira, o Ministro da Defesa da Indonésia, Juwono Sudarsono, disse que ele acredita que a melhor maneira de manter o sul do Líbano seguro é ter as tropas do Hezbollah "absorvidas" pelo exército libanês.

Quando a guerra do Líbano ferveu, o governo da Malásia conclamou todas as nações do mundo a romper relações diplomáticas com Israel. Esta semana, autoridades importantes da Malásia disseram que não há justificativa para a oposição do ocidente ao programa nuclear do Irã.

De todos os países muçulmanos, que estão planejando contribuir com forças para a UNIFIL, a Turquia é a única que mantém relações diplomáticas com Israel. Deste modo, suas tropas são as únicas que o governo Olmert-Livni-Peretz estão querendo ver posicionadas no Líbano. Duas semanas atrás, durante uma visita com o Ministro das Relações Exteriores turco, Abdullah Gul, Olmert disse, "a Turquia desempenha um papel importante no Oriente Médio e vai continuar a fazê-lo". Ele acrescentou, "Israel confia na Turquia".

Embora até a formação do governo islâmico do AKP (N.T. Adalet ve Kalkinma Partisi, Partido da Justiça e do Desenvolvimento) em 2002, fizesse sentido para primeiros ministros israelenses dizerem tais coisas, hoje em dia, tais declarações são injustificadas. Durante os últimos quatro anos, a Turquia se transformou, de um firme aliado dos EUA e Israel, em um dos estados mais abertamente anti-americanos e anti-semitas do mundo. Pela mesma moeda, a Turquia fez todo o possível para aquecer suas relações com o mundo árabe e o Irã.

Durante a guerra, a inteligência militar das FDI (Forças de Defesa de Israel) descobriu que o Irã estava embarcando armas para o Hezbollah através da Turquia. Após a vitória eleitoral do Hamas em janeiro, o Primeiro Ministro da Turquia, Recip Erdogan, foi o primeiro líder internacional a recepcionar os líderes terroristas do Hamas em uma visita oficial. Durante a guerra, Erdogan anunciou o apoio da Turquia ao Hezbollah, dizendo que "ninguém deve esperar que sejamos neutros e imparciais".

De tudo isto, conclui-se que é evidente que a participação dos exércitos muçulmanos na tropa da UNIFIL – ainda que somente da Turquia – poderia facilmente levar a uma situação em que as FDI se encontrem lutando contra as forças da UNIFIL.

Alternativamente, como a ONU e a UE prevêem, intimidado pela "comunidade internacional", o governo Olmert-Livni-Peretz pode simplesmente abrir mão do direito de Israel à auto-defesa, apesar das crescentes ameaças do Hezbollah, dos palestinos e do Irã.

Quanto aos Estados Unidos, preocupantemente a administração Bush, da mesma forma que o governo Olmert-Livni-Peretz, está mostrando sinais agudos de colapso em sua política. Em uma mudança quase inexplicável, o Departamento de Estado emitiu um visto para o ex-presidente iraniano Muhammad Khatami. Indecentemente, o ex-líder e propagandista do regime para os Aiatolás supremacistas islâmicos, foi convidado para falar na Catedral Nacional em Washington.

Da mesma forma que fez no início da guerra no Líbano, o governo Olmert-Livni-Peretz estabeleceu os objetivos adequados para administrar o cessar fogo. Mas, da mesma forma que fez durante a guerra, ele continuou a tomar todas as medidas possíveis para garantir que estes objetivos não sejam alcançados.

Agora, a troika (N.T. termo russo, grupo de três membros agindo em uníssono para exercer influência, controle, etc.) espera que, através da UNIFIL, Israel irá rapidamente formar uma coalisão contra o Hezbollah, enquanto, na verdade, estará facilitando a formação de uma coalisão que protegerá o Hezbollah contra Israel. Eles falharam em reconhecer que, para garantir seus interesses de segurança nacional, Israel não necessita negociar, necessita agir. A única razão pela qual a UE e a ONU se sentem tão confortáveis dando ordens a Israel é porque o governo Olmert-Livni-Peretz as obedece.

As coisas não tem que ser desta forma. Nenhum país do mundo permite que estranhos ditem suas políticas em questões fundamentais de segurança nacional. Israel não deve ser o primeiro a fazer isto.

22 de set. de 2006

El Diablo - por Rodrigo Constantino




O Chávez que falou na ONU não é o mesmo que apanhava do “seu” Madruga, mas é um grande comediante também – e merecia uns bons cascudos, sem dúvida. De tempos em tempos, o presidente venezuelano garante a diversão dos que estão longe de seu país – pois lá resta apenas o sofrimento do povo miserável, não obstante todo o “ouro negro”. Chávez é um palhaço. Mas um palhaço cheio de petróleo, com forte ranço autoritário, e por isso um palhaço muito perigoso.

Dessa vez Chávez usou o seu espaço na ONU para atacar uma vez mais o presidente Bush, seu bode expiatório predileto para justificar as suas atrocidades domésticas. Disse que ainda sentia o cheiro de enxofre, pois “um diabo” havia estado ali. Chávez foi, depois de se reunir com o Satã em pessoa, o líder da teocracia do Irã, usar a liberdade que existe nos Estados para atacar o presidente daquele país. Na Venezuela, pobre do coitado que ousar chamar o presidente daquilo que é. Eu, que não gosto de Bush, não consigo deixar de sentir mais simpatia por ele quando essas figuras pitorescas atacam-no dessa maneira. Quem tem Chávez e Mahmoud Ahmadinejad como inimigos já é, em parte, meu amigo. Talvez um colega, vai.

Chávez disparou suas estultices segurando na mão um livro do “guru” da esquerda, o lingüista Noam Chomsky. Seu trabalho sobre a linguagem é elogiado por muita gente séria, mas infelizmente Chomsky há muito abandonou os estudos sobre a sintaxe, preferindo reproduzir chavões idiotas para virar celebridade entre rebanhos bovinos. Trocou a ciência pelo Fórum Social Mundial, em resumo. E foi agraciado com o reconhecimento, pela turma do rebanho, de ser o maior “intelectual” do mundo. Pois é. O maior “intelectual” do mundo está apoiando a candidatura de Heloísa Helena no Brasil, aquela que garante que um país não pode ter inflação sozinho, sem que o resto do mundo tenha também. Ela nunca ouviu falar em Zimbábue, onde Robert Mugabe colocou em prática boa parte das baboseiras que ela prega, levando o país a 80% de desemprego e mais de 1.000% de inflação!

Tais são os ícones da esquerda mundial, que prega um “novo mundo” possível, um mundo diametralmente oposto ao capitalismo. O novo mundo possível é rejeitar o modelo americano, que criou a nação mais próspera do globo, e seguir no rumo de Zimbábue. Chomsky acha isso maravilhoso na teoria, mas na prática ainda prefere continuar nos Estados Unidos, país do demo. Aqueles milhões de imigrantes que saem dos países adorados pela esquerda e tentam a vida, ainda que de forma ilegal, no “antro” capitalista, são apenas egoístas e vítimas da alienação. Ainda não descobriram que o paraíso é a ilha-presídio do ditador Fidel Castro, camarada de Chávez e Lula. Precisam da sabedoria dos iluminados intelectuais de esquerda, ainda que na marra. Os ingratos mal agradecidos que morram no paredón! Tudo pela igualdade, mantendo as gritantes diferenças de poder e dinheiro tanto dos governantes populistas como dos intelectuais de esquerda. A simbiose perfeita dos pérfidos. Chomsky estudou a fundo a linguagem, mas desconhece a palavra “escrúpulo”.

Lênin, outro ídolo da esquerda, que conseguiu matar em poucos meses o que os czares levaram anos, dizia que o importante era os comunistas acusarem os inimigos daquilo que eles mesmos eram. Inverter a realidade, eis o objetivo. Desde então, os comunistas imaginam um espelho, e ligam a metralhadora giratória, cuspindo agressões toscas. Chávez fez exatamente isso, quando chamou Bush de “el diablo”. Se Lúcifer tem de fato filhos no planeta Terra, eles estão agrupados no Foro de São Paulo, que o PT de Lula ajudou a criar, ao lado das FARC e de Fidel Castro. Um novo mundo é possível. Um mundo onde Belzebu em pessoa dá as cartas, através desses ditadores adorados pelos intelectuais de esquerda. Se esse mundo de fato um dia chegar, parem-no que eu vou saltar!

Apedeutas & Toscos - por Márcio C. Coimbra

Em muitos países, os mandatários já são cientes de suas funções, responsabilidades e limites. Estes sabem que, enquanto governantes, servem ao povo, portanto, devem colocar-se a um patamar inferior a este. O povo está acima dos funcionários públicos, inclusive do Presidente, que está ali para servir. Devem atuar com transparência, lisura, bom senso, limites, responsabilidade, certos de estarem cumprindo um dever cívico com honradez perante seu país e povo. É só lembrar que foi possível Nixon se proteger mais como cidadão comum do que como Presidente.

O governo Lula é a maior expressão desta inversão de valores. Alojados nas benesses do Estado, atuam como se fossem donos da coisa pública, sem limites, locupletando-se com as vantagens que o poder pode proporcionar. Usam o poder público como se privado fosse, simbolizado na estrela vermelha nos jardins presidenciais.

Os casos de corrupção se avolumam de forma assustadora e remontam as administrações petistas municipais e estaduais do PT. Com o beneplácito de Lula, foi criada uma máfia, onde a corrupção segue e a dissimulação é sempre a saída encontrada. Assim foi desde os achaques de Waldomiro Diniz até a tentativa de compra de dossiês por Freud Godoy, passando por tantos escândalos que não caberiam neste artigo, como o pagamento das despesas de campanha de Lula em Caixa Dois para Duda Mendonça nas ilhas Cayman e a violação do sigilo bancário de um caseiro, ordenada pelo então Ministro da Fazenda, Antônio Palocci. O mais novo atingido pela mais recente das negociatas, operações e trapalhadas petistas é o seu presidente atual, Ricardo Berzoini, afastado da coordenação da campanha a reeleição.

Mesmo assim Lula continua com chances de vencer no primeiro turno.

Se Lula realmente for reeleito, especialmente no primeiro turno, terei certeza que existe algo de errado conosco, como povo. Acreditar na pirotecnia, nas promessas vagas, em bordões desconexos, emotivos e delirantes, como os de Heloísa Helena, por exemplo, é até natural em terras latino americanas, pois muitos políticos, em especial os de esquerda, sabem muito bem manipular a opinião alheia, em especial a tupiniquim. Entretanto, o fato é outro. O povo foi confrontado com desvios de conduta moral tão sérios, uma espécie de corrupção tão explícita, explicações tão inverossímeis e esfarrapadas, que ao reconduzirmos o principal beneficiário do esquema, Lula, estaremos sendo coniventes com seus crimes.

Alguns alegarão que as instituições assegurarão o cumprimento da lei. Não sejam ingênuos. Depois da chancela do povo para um segundo mandato, qualquer tentativa de retirar Lula do Planalto, mesmo que amparada pelo Direito Constitucional, emanada do Poder Judiciário e calcada em robustas provas, será chamada de golpe. Se isto acontecer, estaria aberto o caminho de uma séria ruptura institucional.

No livro “Viagens com o Presidente” dos jornalistas Eduardo Scolese e Leonencio Nossa pode-se encontrar a verdadeira personalidade de Lula. Ele realizou 423 viagens desde a posse até abril de 2006 – talvez por isso nunca saiba coisa alguma que se passa a sua volta. No relato percebe-se que Lula é uma pessoa sem instrução, ignorante que sente orgulho de sua falta de estudo e apresenta-se completamente deslumbrado com os encantos e benesses do cargo que ocupa, um apedeuta. Ao mesmo tempo vemos um homem grosseiro, rude, bronco, que humilha assessores, dirige-se aos ministros usando palavrões e, depois de uns goles a mais de álcool, é capaz de ofender outros chefes de Estado na frente de jornalistas, um tosco.

Lula acredita estar acima do povo. Falta-lhe honradez, espírito público, transparência e liderança. Estamos entre duas opções: aceitar que Lula é idiota e inepto ou é corrupto e safado. A organização criminosa sindical-partidária que aparelhou o Estado e chegou ao poder com Lula deve achar que o povo também é formado por apedeutas e toscos. Infelizmente terei que concordar, se nosso país reelegê-lo no dia primeiro de outubro. E para aqueles que votarão no próximo pleito, fica uma frase para reflexão: Deve-se lembrar que a política deve ser feita para servir, nunca para servir-se dela. A democracia brasileira está sendo esgarçada até o limite pela sujeira que Lula deixou entrar no coração do poder e pelo autoritarismo e a soberba petista.

Polícia corta luz em ato de Chávez em Nova York

A polícia de Nova York cortou a energia elétrica para interromper a transmissão por satélite de um ato do presidente venezuelano Hugo Chávez nesta quinta-feira no bairro do Harlem e agrediu um oficial da comitiva presidencial, informou o ministro venezuelano Willian Lara.

Chávez se transforma no inimigo número um dos EUA

Com seus violentos ataques a George W. Bush, o presidente venezuelano Hugo Chávez superou todas as expectativas e desbancou de vez o iraniano Mahmud Ahmadinejad como o inimigo número um dos Estados Unidos, segundo a imprensa americana.
"Irã? A Venezuela assume a liderança na batalha dos discursos", diz o título de um artigo do jornal The New York Times sobre o discurso de Chávez na quarta-feira, durante o debate da 61ª Assembléia Geral da ONU.

"No final, o presidente Mahmud Ahmadinejad perdeu a tão disputada guerra verbal lançada contra o presidente Bush na Assembléia Geral. Um inimigo sigiloso chegou e levou o prêmio", afirmou o autor do artigo do Times, depois que Chávez chamou o presidente americano de "demônio" e "tirano" e denunciou o "imperialismo" de Washington.

No dia seguinte, Chávez voltou a insultar Bush, chamando-o de "alcoólatra" e "doente" durante uma visita ao bairro do Harlem nova-iorquino.

"Bush é um alcoólatra, um homem doente e complexado", afirmou Chávez durante um discurso na igreja batista Monte das Oliveiras, onde foi anunciar a expansão do programa de combustível mais barato para calefação que a Venezuela patrocina para as comunidades americanas menos favorecidas.

"Ele não tem a menor idéia do que é política", acrescentou.

"Como um pesadelo recorrente para a administração Bush, o presidente venezuelano Hugo Chávez está se tornando um dos líderes mais antiamericanos do mundo", comentou o San Francisco Chronicle. "El loco" (em espanhol, no original) esquerdista vocifera contra Bush", afirmou o The New York Post, que incluiu um quadro com as frases mais importantes dos discursos de Bush, Ahmadinejad e Chávez.

O jornal The Daily News publicou sua "mensagem para o líder venezuelano: Hasta la vista, baby e leve a ONU contigo".

"Os rompantes de Chávez chegaram um dia depois dos de Ahmadinejad, mas os do iraniano eram diplomacia franca comparados com os de Chávez", acrescentou.

"Até para os padrões das Nações Unidas", onde os Estados Unidos são freqüentemente criticados como o superpoder mundial, as palavras antiamericanas de Chávez foram excepcionalmente chocantes", disse o Washington Post.

A edição americana do jornal financeiro britânico Financial Times disse que Chávez, com seu discurso, assegurou sua vaga na história da ONU.

Na mesma linha, o USA Today comparou a apresentação de Chávez com outros momentos históricos da ONU, como a pisada na mesa do líder soviético Nikita Kruschev, em 1960, ou o discurso do palestino Yasser Arafat em 1974, com um ramo de oliveira e uma pistola.

O ex-presidente Bill Clinton, numa entrevista ao programa de Larry King na CNN, disse ser contra o tipo de demonização pessoal praticada por Chávez e advertiu sobre suas conseqüências funestas.

"Acredito que morre muita gente no mundo por causa das palavras imprudentes de pessoas que acreditam que estão fazendo um favor ao vilipendiar outras pessoas. Não acredito que isto seja bom para a Venezuela", expressou Bush. "Poderia dizer que está em desacordo com o presidente Bush, ao invés chamá-lo de ''demônio''", acrescentou o ex-presidente.

"O problema com este tipo de política confrontacionista é que nunca se sabe onde acaba", disse.
Do Portal Terra

E esse pilantra vem aqui na Banânia e, como Chefe de Estado, participa de Programa em rede nacional da Tv Cultura. Um banho de cultura, com certeza!

20 de set. de 2006

Administradores de Projeto - por Ralph J. Hofmann

Há uma forte indicação de que o exame da OAB não é suficiente para garantir a lisura e bom funcionamento das leis neste país. Bacharéis que não passam no exame ainda assim são portadores de úteis informações que poderiam facilitar o criar ou contornar as leis do país. Imaginem o que poderiam fazer ao decidir-se por carreiras na política.

Contudo até o presente momento esses milhares e milhares de bacharéis não tiveram uso para seus conhecimentos. A percepção de impunidade os leva a simplesmente atropelarem as leis, nem se preocupando com contorná-las.

Ao mesmo tempo percebemos que a ciência da administração e a competência em criar projetos tampouco atraiu essa categoria. Certamente haverá bacharéis em administração, pública ou de empresas, entre os postulantes a cargos e entre os administradores de campanha.

Mas, ao menos no que diz respeito ao PT há um notável descaso com procedimentos de planejamento. Um administrador de empresas, confrontado com uma empreitada montaria um grupo multidisciplinar que examinaria todos os aspectos físicos e legais do projeto. Depois criaria um manual do projeto, um cronograma e um organograma. E passaria a aplicá-lo com correções dos eventuais desvios que viesse a encontrar.

O descompasso administrativo leva a eventos como os desta semana. Quando conspirações absolutamente toscas vem a público percebemos que os altos escalões sabiam da empreitada. Contudo em sua ânsia de manter a possibilidade de negar esse conhecimento colocam sua execução na mão de quadros absolutamente primitivos. Assim não examinam custo benefício, procedimento, alternativas para correção de rumos, natureza do projeto, enfim todos os aspectos que poderiam afetar um projeto.

Evidentemente já tivemos amplas demonstrações desta incompetência para examinar em profundidade os efeitos de medidas tomadas sem uma análise fria das conseqüências.

Haja visto o “affaire” Evo Morales, o contingenciamento de fundos previstos em orçamento, o afundamento da Varig e tantas outras ações do governo.

Decididamente a ciência da administração neste momento se restringe à indústria privada. E o poder público não consegue projetar eficazmente nenhuma conseqüência dos possíveis percalços que venha a encontrar pela frente, por óbvios que sejam para quem aplique processos de tomada de decisão de forma racional.

Num mundo em que se pilota aviões a Mach 3 estão preparados para, no máximo, pilotar um biplano de 45 HP.

17 de set. de 2006

Eu sou zelite - por Neil Ferreira

Resumo: O presidente Lulla e sua gang afirmam que a zelite não quer que ele seja reeleito porque governa para os pobres. Só se for para os pobres banqueiros, que em menas de quatro anos de Lulla tiveram o dobro do lucro que tiveram em oito anos de FHC.

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O presidente Lulla e sua gang afirmam que a zelite não quer que ele seja reeleito porque é ex-nordestino, ex-migrante, ex-metalúrgico, ex-homem do povo, ex-pobre e que governa para os pobres. (Para os pobres banqueiros, digo eu, que em menas de quatro anos de Lulla tiveram o dobro do lucro que tiveram em oito anos de FHC).

Sem nenhum pudor de classe e como elemento confesso da zelite, eu não quero que ele seja reeleito. Não pelos motivos que elle e seus asseclas ficam falando, mas apenas porque chefia o governo mais corrupto da história recente "desse país".

Não estou aqui falando em nome da zelite. Ninguém me autorizou a isso. Falo em meu nome pessoal. Mas quem me indigitou integrante da zelite ? Foi elle mesmo, foi o Lulla.

Eu não sou sindicalista, o que nesse "governo" já me coloca como suspeitíssimo de ser inimigo do povo. Eu sei ler, não sou analfabeto e entendo o que leio, não sou analfabeto funcional, o que nesse "governo" me coloca como inimigo do Estado. Eu trabalho, pago uma fortuna de impostos, dou empregos formais com carteira assinada e direitos da CLT, o que nesse "governo" me coloca como parte da minoria a ser extinta.

Diferente da maioria do povo brasileiro, tenho memória, lembro-me de tudo. Não esqueci os escândalos dos Correios, nem do Roberto Jefferson, Marcos Valério, José Capitão do Time Dirceu, Nosso Delúbio, Silvinho Land Rover , Marcelo Sereno, Genoino, João Paulo Cunha, a dançarina da pizza, a quadrilha dos 40 acusados pelo Procurador-Geral da República, o irmão do Genoino e seu assessor com a cueca cheia de dólares, os milhões dos fundos de pensões, Gushiken, Okamotto Trem Pagador , os mensaleiros, o esquecido caseiro Nildo, Meu Irmão Palocci com oito indiciamentos na Polícia Federal, quatro por corrupção, e candidatura a deputado federal, PT/SP, registrada com dois CPFs diferentes, fotografados pela imprensa, o Lullinha e seus milhões da Telemar, pode escrever aí uma lista telefônica de cumpanhêros que as lembranças não se esgotam.

Mais grave, sei ler nas entrelinhas dos noticiários. Três vezes o Geraldo subiu nas pesquisas, três vezes, por coincidência, o PCC atacou. Três vezes depois dos ataques, por outra coincidência, o Geraldo caiu nas pesquisas. Ter memória e saber somar dois mais dois, PT mais PCC noves fora PTCC, coloca você na zelite, candidatíssimo ao paredón .

Mas a condenação final, fatal, irrecorrível, é exarada quando o zelitista toma consciência de que os impostos escorchantes servem para o bolsa-esmola, que está comprando 25 milhões de votos para a reeleição du ômi . Isto é, a zelite é forçada a pagar a compra dos votos para a reeleição de um cara cujo maior serviço que poderia prestar a "esse país" seria voltar voando para casa dele no ABC -- no AeroLulla, que nos custou quase 180 milhões de reais. É aí que o zelitista é chamado de golpista.

Nunca "nesse país" foi tão perigoso pensar, ler, entender e lembrar. No tempo dos milicos por esse mesmo motivo você era chamado de subversivo. Agora, é zelite. Quem nos chama de zelite são os cumpanhêros no pudê, os "trabalhadores" no pudê. O cumpanhêro Lulla, a bordo do luxo do AeroLulla, cortando "esse país" do nordeste ao norte e do norte ao nordeste. O "Capitão do Time" viajando em jatinho particular fretado ninguém sabe por quem, bebendo Romanée Conti e fumando charuto cubano. Nosso Delúbio prevendo que "tudo isso vai virar piada" e virou mesmo. E os incontáveis mensaleiros e sanguessugas com eleição garantida.

Penso, leio, entendo, lembro. Logo, sou perigoso. Logo, sou zelite.

15 de set. de 2006

Petralhas Pilantras!

Freud e o Apedeuta Freud Explica - por Rodrigo Constantino



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Armação contra José Serra



Episódio prova quem é quem na imprensa; sim, é preciso ter lado: o da democracia.

Este episódio da IstoÉ e da tramóia petista está servindo para uma coisa: prova-se a necessidade de ter lado. É claro que não se trata de ser tucano, petista, pefelista ou o que seja. Trata-se de reconhecer ou não a democracia como valor universal e inegociável. Se você a reconhece como tal, então não flerta com bruxarias, como fizeram alguns blogs sob o pretexto de apenas “relatar” o que estava acontecendo.

E aqui eu lhes digo uma coisa: é pura perda de tempo, queridos, vocês entrarem nas áreas de comentários dessas publicações. Serão sempre derrotados: porque há uma militância organizada do lado de lá. E acabam contribuindo para que notórias irrelevâncias passem por produtos influentes. Boa parte daquele leitorado é militante remunerada. A maioria está pendurada em alguma sinecura garantida pelo partido, paga com dinheiro público. A cada vez que vocês tentam fazer o contraponto, o que fazem é dar munição para que eles se reúnam, como moscas em torno do objeto de culto de Frei Betti.

A melhor coisa é deixar que falem sozinhos. Vai ser uma chatice só e um espetáculo ímpar de burrice. Vejam vocês: ontem, este blog recebeu 1.291 comentários. Pode ter escapado um petralha ou outro, mas vocês sabem que eu os trato a pontapés. E, no entanto, a gente é animado pra caramba, não é? E sabem por quê? Como não somos um deles, quer dizer que somos um monte de coisa; temos a diversidade, a diferença. E isso rende uma convivência e tanto: animação, inteligência, graça, humor etc.

Já “eles”, coitadinhos, são bem aborrecidos. Eles são iguais. Um bando de justificadores da ética da merda. Sim, chegou a hora de deixar claro de que lado estamos. Ou estamos com a democracia ou estamos contra ela. Se estamos com a democracia, é preciso ter esperteza para combater especialmente as formas sutis de boicotá-la: uma delas consiste em se dizer apenas amigo dos fatos.

A questão é muito simples: e se a polícia não tivesse prendido os petistas? A esta altura, os “isentos” estariam se lambuzando na substância “béttica”, dizendo que são todos iguais; que não há diferença entre a acusação que os Vedoin fizeram a Serra e as demais. A máscara caiu. A melhor coisa a fazer é deixar os petralhas abandonados a si mesmos. Assim como eles não entram aqui — porque não deixo —, a minha sugestão é que vocês fiquem longe dos cafofos em que eles babam seu rancor. Com o beneplácito e, mais do que isso, o incentivo dos isentos profissionais. Ler, vá lá. Deixar postado comentário? Pra quê? Pra servir de saco de pancada de arruaceiros e delinqüientes intelectuais e morais?

14 de set. de 2006

Da fantasia deprimente à realidade temível

por Olavo de Carvalho em 14 de setembro de 2006

Resumo: Uma corrente política capaz de rebaixar a inteligência e a capacidade de discernimento de um povo a níveis impensáveis, como fez a esquerda brasileira, não hesitará em destruir o país inteiro para conquistar mais poder e realizar os planos concebidos em encontros semi-secretos com movimentos revolucionários e organizações criminosas do exterior.

© 2006 MidiaSemMascara.org

A sentença de Hugo von Hofmannsthal já citada nesta coluna – “Nada está na realidade política de um país se não estiver primeiro na sua literatura” – é tão verdadeira e profunda, que pode ser aplicada à análise das situações políticas desde vários ângulos diferentes, sempre rendendo algum conhecimento.

Vejam, por exemplo, o que aconteceu na Rússia entre a metade do século XIX e a queda da URSS. Por volta de 1860-70 a cultura russa, até então raquítica em comparação com as da Europa ocidental, começava a tomar impulso para lançar-se a grandes realizações. A inspiração que a movia era sobretudo a confiança mística no destino da nação como portadora de uma importante mensagem espiritual a um Velho Mundo debilitado pelo materialismo cientificista. Preservada da corrosão revolucionária por um regime político fortemente teocrático em que as crenças oficiais da côrte e a religiosidade popular se confirmavam e se reforçavam mutuamente, a Rússia contrastava de maneira dramática com as nações ocidentais onde a elite e as massas viviam num divórcio ideológico permanente e que por isso só se modernizavam à custa de reprimir e marginalizar os sentimentos religiosos da população. O regime tzarista, não obstante o peso da sua burocracia emperrada, havia conseguido encontrar o caminho para reformas que não iam contra os ensinamentos da igreja ortodoxa, mas, bem ao contrário, nasciam deles. O futuro da Rússia parecia emergir diretamente do messianismo cristão das duas figuras máximas da intelectualidade russa, o romancista F. M. Dostoiévski e o filósofo Vladimir Soloviev.

Em comparação com a grande cultura nacional do período, a contribuição do movimento comunista russo consistiu sumariamente em rebaixar tudo ao nível de um automatismo dialético miserável, quando não da pura literatura de propaganda. A redução da cultura superior a instrumento de formação da militância neutralizou os efeitos benéficos das reformas universitárias empreendidas pelo governo e transformou grande parte da juventude letrada russa naquela multidão de tagarelas alucinados que povoam os romances de Dostoiévski, especialmente Crime e Castigo e Os Demônios. Experimentem ler qualquer página de Vladimir Soloviev ou do próprio Dostoiévski, depois comparem com as platitudes revolucionárias de George Plekhanov – tido na ocasião como o mais capacitado intelectual comunista russo – ou com as filosofices grotescas de V. I. Lênin em Materialismo e Empiriocriticismo, e saberão do que estou falando. Os comunistas começaram por destruir a inteligência superior de uma grande nação antes de criar o regime político mais estúpido e animalesco de que se tivera notícia na História. Quem, na época, quisesse prever o futuro da economia russa sob os comunistas poderia fazê-lo facilmente por meio da simples avaliação da literatura que eles produziam. Mesmo o mais talentoso ficcionista nas hostes revolucionárias, Maxim Gorki, estava formidavelmente abaixo da geração anterior. Hoje em dia já não se pode lê-lo senão como documento histórico. Nem é preciso dizer que o mesmo se aplica à literatura produzida sob os governos de Lênin, Stálin, Kruschev e tutti quanti. Até os melhores romances do período – os de Sholokhov – se tornaram ilegíveis por excesso de babaquice revolucionária. Nem falo dos filósofos e ensaístas, uma multidão subsidiada que o tempo de encarregou de jogar na lata de lixo. O pensamento russo só sobreviveu no exterior, integrado na cultura européia ou americana, com Berdiaev, Chestov, Sorokin. A imaginação literária só veio a se recuperar a partir anos 50, mas no subterrâneo, longe da cultura oficial, com Soljenítsin, Bukovski, Zinoviev. E não é preciso dizer que a inspiração para isso veio principalmente do antigo messianismo de Dostoiévski e Soloviev.

O que sucedeu na cultura literária e filosófica reproduziu-se, com exatidão milimétrica, na economia. Aqueles que se acostumaram a imaginar o tzarismo sob o aspecto estereotipado da “repressão”, do “atraso” e da “decadência” ignoram solenemente os fatos principais do período: a progressiva abertura da burocracia para elementos vindos de fora da camada aristocrática (inclusive judeus) e a industrialização acelerada. Nos cinqüenta anos que antecederam a revolução comunista, a economia russa foi a que mais cresceu na Europa, deixando longe a Inglaterra e a Alemanha que então pareciam ser as encarnações mesmas do progresso e das luzes, e só encontrando rival do outro lado do oceano, nos Estados Unidos da América. Se o regime tzarista não tivesse sido destruído pela I Guerra Mundial e pela subseqüente ascensão dos comunistas, o simples crescimento vegetativo da economia teria acabado por dar aos russos, por volta de 1940, um padrão de vida comparável ao dos americanos. Em contraste com isso, na União Soviética dos anos 80 o cidadão médio consumia menos carne do que um súdito pobre do tzar um século antes e tinha menos acesso a automóveis, assistência médica e serviços públicos em geral do que os negros sul-africanos vivendo sob o regime humilhante do apartheid. Nada está na realidade política de um país que não esteja primeiro na sua literatura.

O exemplo russo é só um entre muitos. O utopismo abstrato da Revolução Francesa, que num choque de realidade acabou levando a resultados tão paradoxais quanto o terror, a ditadura napoleônica e a restauração monárquica, foi antecedido de pelo menos meio século de linguagem abstratista, forçada, artificial e artificiosa, que sufocava a experiência direta sob toneladas de construções idealísticas sem pé nem cabeça. O processo foi descrito e analisado com muita acuidade por Hyppolite Taine em Les Origines de la France Contemporaine (6 vols, 1888-1894), uma das obras históricas mais notáveis de todos os tempos. Na Alemanha e na Áustria, a longa degradação da linguagem pública, contra a qual em vão reagiram Karl Kraus e Stefan George, é hoje reconhecida como um dos fatores que tornaram possível a ascensão do irracionalismo nazista. De modo geral, a explosão de cacofonias na literatura modernista anunciou e preparou o caminho para a invasão dos totalitarismos: já não há como negar isso depois desse tour de force historiográfico que é Rites of Spring. The Great War and the Birth of the Modern Age, de Modris Eksteins (Boston, Houghton Mifflin, 1989). Não, Hofmannsthal não deu um palpite a esmo: se nada está na política que não esteja antes na literatura, é pela simples razão de que a imaginação vem antes da ação. Se há uma “lei histórica” que funcione, é essa. Digo-o entre aspas porque não é uma lei histórica, é um dado estrutural da ação humana que nenhuma mutação histórica pode alterar.

Se o leitor compreendeu isso, com muita facilidade perceberá a loucura suicida que foi confiar os destinos do Brasil a uma corrente político-ideológica que, dos anos 70 até hoje, se empenhou sistematicamente em destruir a cultura superior do país e de modo especial a sua literatura, mediante a submissão de tudo às exigências estratégicas e táticas da “revolução cultural” de Antonio Gramsci.

O entorpecente gramsciano penetrou no cérebro nacional a partir da publicação das obras do ideólogo italiano pelo editor comunista Ênio Silveira logo depois do golpe de 1964. Na confusão geral que se apossou das esquerdas ante o fracasso de suas esperanças de cubanização rápida e indolor da sociedade brasileira, uma ala mergulhou na leitura das idiotices de Régis Débray e Che Guevara, torrando suas energias na “revolução impossível” das guerrilhas. Outra, mais esperta, recuou e apostou na estratégia de longo prazo que propunha ir conquistando o universo inteiro das artes, do ensino, da cultura, do jornalismo – discretamente, como quem não quer nada – antes de arriscar a sorte na luta direta contra o inimigo político. O governo militar, obsediado pelo empenho de reprimir as guerrilhas, não ligou a mínima para esses emprendimentos pacíficos, aparentemente inofensivos. Fez vista grossa e até os apoiou como derivativo e alternativa aceitável à oposição violenta. A idéia gramsciana foi tão bem sucedida que, já em plena ditadura militar, a esquerda mandava nas redações, marginalizando os direitistas mais salientes -- Gustavo Corção, Lenildo Tabosa Pessoa -- até excluí-los totalmente das colunas de jornais. O esquerdismo controlava tão eficazmente o sistema de ensino, que a própria disciplina de Educação Moral e Cívica, timidamente instituída por um governo que se abstinha de estender ao campo cultural a autoridade de que desfrutava na área policial-militar, acabou fornecendo uma tribuna para a disseminação das concepções “politicamente corretas” que vieram a forjar a mentalidade das gerações seguintes. No teatro, no cinema e na TV, a autoridade da esquerda pode ser medida pelo poder inconteste de veto ideológico exercido, na seleção das novelas da Globo -- o mais vasto aparato de formação do imaginário popular -- pelo casal de militantes comunistas Dias Gomes e Janete Clair. Idêntica filtragem aconteceu no movimento editorial. Aos poucos, todos os autores não aprovados pelo Partido Comunista desapareceram das livrarias, das bibliotecas escolares, dos programas universitários, e isto ainda na vigência de um regime cuja fama de anticomunista intolerante era apregoada aos quatro ventos pelos próprios comunistas que se beneficiavam de sua sonsa tolerância e omissão ideológica. Em toda a esfera cultural, artística, escolar e jornalística, a única diferença que se viu, com o fim da ditadura, foi a passagem da hegemonia tácita da esquerda ao domínio explícito e, agora sim, intolerante. A confortável hospitalidade com que, no tempo dos militares, esquerdistas notórios eram aceitos nos mais altos postos do jornalismo, do ensino e do show business contrasta de tal modo com a exclusão radical dos direitistas hoje em dia, que a aplicação do termo “ditadura” à primeira dessas épocas e “democracia” à segunda acaba soando singularmente irônica. Na época havia, é claro, o jornalismo “nanico”, soi disant alternativo à grande mídia. Mas esta última estava quase que inteiramente nas mãos de esquerdistas como Cláudio Abramo, Luiz Alberto Bahia, Alberto Dines, Luiz Garcia e outros tantos, de modo que a diferença com os nanicos era antes de estilo que de conteúdo. Hoje, os jornalistas “de direita” estão todos na mídia nanica. Os poucos que ainda aparecem nas páginas dos grandes jornais são apenas colaboradores contratados. Nem entram nas redações.

O total domínio da cultura por uma corrente política, qualquer que seja, constitui já um mal em si. Mas o que aconteceu no Brasil foi muito mais grave:

1 -Aquele domínio implicava, desde logo, o rebaixamento proposital do nível de exigência, em vista da ampliação semântica do termo “intelectual”, que no contexto gramsciano abrange a totalidade dos indivíduos, com qualquer nível de instrução ou QI, que possam atuar na propaganda ideológica. Daí derivou a promoção de sambistas, roqueiros, publicitários e strip-teasers ao estatuto de “intelectuais”, que resultou em última análise nesse descalabro da promoção do sr. Gilberto Gil ao cargo de ministro “da cultura”.

2 -O próprio termo “cultura” perdeu toda acepção qualitativa e pedagógica, reduzindo-se ao seu uso antropológico como denominação neutra e geral das “formas de expressão” populares. Nesse sentido, o samba-de-roda do Recôncavo Baiano deve ser incluído, segundo aquele ministro, entre os grandes tesouros culturais da humanidade, junto com a filosofia de Aristóteles, a Catedral de Chartres e a mecânica quântica. Todo es igual, nada es mejor.

3 -De maneira mais genérica, toda diferenciação do melhor e do pior, do mais alto e do mais baixo acabou sendo condenada como discriminatória e até racista. Milhares de livros e teses universitárias foram produzidos para consagrar como fundamento da cultura brasileira a proibição de distinguir (que não obstante continuou sendo usada contra “a direita”).

4 -Para legitimar o estado de total confusão mental daí decorrente, introduziram-se os princípios do relativismo e do desconstrucionismo, que, a pretexto de promover um pensamento supralógico, destroem nos estudantes até mesmo a capacidade de raciocínio lógico elementar, substituída por uma verborréia presunçosa que lhes dá uma ilusão de superioridade justamente no momento em que mergulham no mais fundo da estupidez.

5 -Uma vez amortecida a capacidade de distinção, foi fácil disseminar por toda a sociedade os contravalores que deram forma ao Estatuto da Criança e a outros instrumentos legais que protegem os criminosos contra a sociedade, criando propositadamente o estado de violência, terror e anomia em que hoje vivemos, e do qual a própria esquerda se aproveita como atmosfera propícia para o comércio de novas propostas salvadoras.

Uma corrente política capaz de rebaixar a esse ponto a inteligência e a capacidade de discernimento de um povo não hesitará em destruir o país inteiro para conquistar mais poder e realizar os planos concebidos em encontros semi-secretos com movimentos revolucionários e organizações criminosas do exterior.

A esquerda brasileira -- toda ela -- é um bando de patifes ambiciosos, amorais, maquiavélicos, mentirosos e absolutamente incapazes de responder por seus atos ante o tribunal de uma consciência que não têm.

Está na hora de o país retirar de uma vez o voto de confiança que deu a essa gente num momento de fraqueza fabricado por ela própria.
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Negritos do Steve

Claudio Humberto

Cadeia aguarda o dono do Santander

O empresário brasileiro Roberto Amaral anda preocupado com o amigo Emilio Botín, presidente do Banco Santander, o maior da Espanha. A Fiscalía Anticorrupção daquele país (espécie de Ministério Público Federal com superpoderes) pediu seis anos de cadeira para Botín, acusado de crimes financeiros e fiscais. Ele é considerado o homem mais poderoso da Espanha. No Brasil, ele controla o Santander Banespa. A Fiscalía Anticorrupción espanhola tem sido implacável. Recentemente, conseguiu colocar atrás das graves cerca de sessenta dos políticos e empresários mais influentes da região de Marbella, inclusive pessoas muito ligadas à família real.
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Inveja dos Espanhóis, é o que nos resta.

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INSS: rombo vai a 350 bi

O governo Lula deixará um rombo de R$ 350 bilhões na Previdência, segundo levantamento do Data-Anasps, instituto de pesquisas da Associação Nacional dos Servidores da Previdência Social. O rombo é decorrente de sonegação, renúncia e déficit e equivale a 15,2% do PIB brasileiro de 2007. O rombo se registra depois de o governo aprovar, no Congresso, a segunda reforma da Previdência. E se prepara para a terceira.
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Se Descontarem o Roubo talvez não fique rombo.

A pirataria e o Estado - por Arthur Chagas Diniz*

O consumidor de produtos pirateados é, sem dúvida, um elo essencial à realização do crime. O presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria informa que estes consumidores serão alvos de uma campanha caracterizando sua responsabilidade. Vão correr o risco de perder as mercadorias adquiridas dos ambulantes.

Os fabricantes brasileiros que têm suas vendas reduzidas querem mais ação nas fronteiras, diminuindo o interminável fluxo de entrada de contrabandeados. Entram no Brasil desde brinquedos até remédios em quantidades crescentes. No Rio e em São Paulo esse comércio ilegal cresce a taxas assustadoras.

Creio que o Conselho de Combate à Pirataria, junto com a campanha, deveria atentar para dois pontos:

1) - O que estimula fortemente a pirataria são as elevadíssimas taxas e impostos que recaem sobre os produtos e as empresas regulares e

2) - A taxa de corrupção da polícia, que precisa ser reduzida a níveis mais toleráveis. No Rio, por exemplo, e não há por que suspeitar que seja melhor em outras unidades da Federação, cerca de um terço da Polícia Militar e da Polícia Federal está envolvido em crimes e processos criminais. Em outras palavras, boa parte de quem deveria combater o crime é dele aliado.

Se não reduzirmos os impostos e se as polícias continuarem a ser, em boa parte, coniventes, a propaganda pode fazer muito pouco. Quando Giuliani, prefeito de Nova York, implantou o “Tolerância Zero”, ele começou pelos crimes pequenos, entendendo, corretamente, que o criminoso vai crescendo na escala na medida em que tem sucesso, ou seja, não é punido por pequenos crimes. Os pequenos criminosos se transformam, via bem sucedidas carreiras, nos grandes vilões. Advertir os cidadãos é bom, mas em nada resultará se o Estado não fizer a sua parte.

* Presidente do Instituto Liberal

Em Primeiro lugar vamos aos Pilantras Políticos, uns Piratas, a meu ver...

A primeira coisa a ser vista é o primeiro (1º) ponto. Logo em seguida, o segundo(2º) ponto. Depois vamos Pedir ao Bill Gates para que faça um preço para país de Quinto Mundo de seus produtos.

O Professor Alberto Oliva, um Filósofo, aborda o tema com uma eloqüência extraordinária em "O Brasil Legal e o Ilegal".

TV Record e adultério homossexual - por Júlio Severo

Resumo: Faria muito bem aos bispos da Record pensar mais em Deus do que em dinheiro.

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A novela Cidadão Brasileiro, da TV Record, está testando para ver até onde vai o nível de tolerância do povo brasileiro. Segundo a revista Veja de 13 de setembro de 2006 , Cidadão Brasileiro está apresentando "um triângulo amoroso bem arrojado para os padrões" das novelas: "Nilo ama Julieta, que ama Agnaldo, que ama Nilo…"

Veja nota que o "homossexualismo é um tema difícil na televisão" e que "ainda choca boa parte dos espectadores, e qualquer deslize na abordagem acarreta rejeição, como ocorreu em várias novelas".

Contudo, o autor da novela introduziu o tema gay de um modo sutil, sem ver nenhuma oposição dos bispos da Record. Ele confessa, na matéria da Veja: "Eu me soltei mesmo. Até porque a emissora está aberta a novas experiências".

Não é errado introduzir o tema gay numa programação de TV, desde que o conteúdo ofereça uma mensagem clara de esperança, libertação e restauração para as pessoas que estão no homossexualismo. Para quem diz ter compromisso com os valores da Palavra de Deus, é essencial acrescentar que Jesus Cristo é a única esperança para quem quer sair do homossexualismo.

Parece, porém, que Cidadão Brasileiro não tem compromisso com esses valores. Nem a Record e seus bispos.

É impróprio até para uma emissora secular abraçar a causa gay como normal. Mas é difícil entender como a TV Record (que pertence à Igreja Universal do Reino de Deus) pretende — para usar uma expressão sem rodeios — trabalhar ao mesmo tempo para Deus e o diabo. Nunca se poderia imaginar uma emissora que se diz evangélica tratando da questão homossexual numa mensagem de adultério que nenhum benefício trará às famílias.

Falta à Record e aos bispos que a controlam abrirem-se para novas experiências — com Aquele sobre quem eles tanto pregam. Outros até poderiam dizer que lhes falta vergonha.

Faria muito bem aos bispos da Record pensar mais em Deus do que em dinheiro. Do contrário, a programação de sua televisão testará a paciência não só do povo do Brasil e do povo de Deus, mas também do próprio Deus.
...
...Morro de amores pela Igreja Universal do Roubo Divino e seus Bispos.
...Também pelos outros Pastores, Obreiros e afins Brasil afora.