20 de fev. de 2008

Está sendo aberta a caixa-preta da Universal

Edir Macedo, o assaltante da crença - por Helio Fernandes no Tribuna da Imprensa

Passando de pobretão a bilionário, de desconhecido a todo-poderoso, monopolizando canais de rádio e televisão, Edir Macedo cometeu um erro terrível ao querer tripudiar sobre a liberdade de imprensa, e processando a todos que fazem qualquer restrição a ele e ao seu enriquecimento, explorando a fé (a boa fé) dos que acreditam nele.

Há 4 meses está processando este repórter, isoladamente. Não me intimida, não me assusta, não impede que continue a mostrar o seu caráter, sua descrença, sua delirante e abusiva determinação de enriquecer, TOMANDO (a palavra exata é essa) o dinheiro dos que estão desesperados, e pretendem ajuda divina.

Na Record (propriedade do falso "bispo" Macedo) e nos horários comprados em outras televisões, Macedo e seus acólitos dizem abertamente: "Nós somos o caminho entre vocês e Deus". Quem traçou esse caminho para eles? E na "ajuda" para chegar a Deus, vão enriquecendo com o dinheiro dos crentes.

No processo contra este repórter, pedindo indenização moral, Edir Macedo, digamos, até tinha direito. Deveria ter utilizado a Lei de Imprensa, embora seja incapaz de desmentir qualquer coisa que eu tenha dito. Quanto à sua honra, qualquer juiz reconhecerá que não se pode atingir o que não existe. Condenado, Macedo é que terá que pagar indenização. Não se incomoda, o dinheiro não foi ganho com trabalho e sim roubado de crentes ou fiéis, usando essa força que é a televisão.

Já no caso dos processos contra a Folha, Edir Macedo afrontou ou enfrentou a própria Justiça, e terá que pagar por isso. Não se apresenta como autor das ações, APELOU aos crentes para que processassem o jornal. Muitos deles, mais de 50, obedeceram ao mago, mestre e manda chuva da Universal (IURD) e entraram na Justiça, nos lugares mais distantes.

Dois dias depois de publicada a excelente reportagem de Elvira Lobato, e revelada a decisão de Edir Macedo, expliquei aqui: "Nenhum juiz receberá uma ação dessas. Os ouvintes, crentes ou fiéis, não são partes na questão. Se desligarem a televisão, acabou a ligação com a IURD".

Agora surge o primeiro caso, confirmando minha análise: a juíza Zenair Ferreira Bueno, de Xapuri, no Acre (vejam até onde chega o braço longo de Macedo), recusou a ação, textual: "Fiéis da Igreja Universal não podem se considerar ofendidos por jornalistas". E concluindo: "O Poder Judiciário não pode admitir que seja usado por quem quer que seja que pretenda atingir objetivo ilegal".

Todas as outras ações terão o mesmo destino. E a Folha poderá entrar com ação de RECONVENÇÃO para que Edir Macedo pague com o dinheiro roubado. A Folha pode destinar essas indenizações para fins humanitários. Um deles já terá sido atingido: ajudar a abrir a caixa-preta dessa Universal que enriqueceu o "bispo" sem fé, sem caráter e sem esperança. Apenas conta bancária.

Quanto vale apenas a Record? Mais de 2 bilhões de dólares e pertence ao "bispo" e sua mulher, Ester Bezerra. (Isso está na biografia autorizada do próprio Macedo, "A história revelada"). Tem quase 30 estações de TV e mais de 40 de rádio, conforme revelação dele mesmo. De onde veio o dinheiro para acumular tudo isso?

PS - Aqui o começo da caixa-preta de Edir Macedo e da Universal. O supersônico de Edir Macedo foi derrubado há muito tempo, só agora encontraram essa caixa reveladora. DESVENDEMO-LA.
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O lugar desse Pilantrão é na CADEIA.

Tapioca na cara


Sujeito apresenta cartão para pagar a conta no restaurante e o garçom diz:

- O senhor por acaso não teria um outro? Não se trata de problema nem na tarja, nem no chip nem na maquininha. O problema é de ordem ética mesmo. É que lamentavelmente não poderemos aceitar este cartão. Sua despesa não configura urgência e relevância para o Estado brasileiro.

No supermercado, a moça do caixa olha com desdém para o cartão corporativo e diz ironicamente ao cliente:

- O moço encontrou tudo que precisa? Não quer aproveitar para comprar produto para proteção de madeira contra cupim? Não quer aproveitar para comprar lixa de madeira, pregos e verniz? Sim, porque nunca vi tamanha cara-de-pau comprar uísque, picanha argentina e vinho importado com um cartão pago por mim que ganho salário mínimo. Eu, hein?

No posto de gasolina, diz o frentista com as mãos na cintura para o descolado dono do carro particular em pleno sábado à tarde:

- Num sábado, amigão? Indo pra praia, meu chapa? Não aceito. Ou paga com outro cartão ou vou tirar a gasolina. Leva a mal não, cidadão, mas essa gasolina aí ta sendo paga por mim também, né? E eu não tô a fim de rachar contigo, não.

No hotel de luxo, a autoridade apresenta o cartão para pagar a hospedagem. O atendente diz à cliente VIP:

- A senhora não gostaria de pagar com outro cartão? É que, como se trata de dinheiro público, o povo ta numa dureza braba, eu sou povo e estou liso como sabão também, estamos tentando economizar um pouquinho, sabe com é. Se a senhora ajudar, pagando com um cartão próprio pelo menos os extras, já ajudaria nas MINHAS finanças.

Na casa de massagem:

- Olha, amigo, cartão de crédito a gente aceita. Se o cliente for um cara bacana, a gente pendura e até vale-transporte e ticket alimentação a gente recebe. Agora, esse cartão como essa estrela aí eu não vou aceitar não. Aqui a gente passa a mão no cliente, sim. Mas a mão no bolso a gente não mete não e isso aí é dinheiro público. Mão boba aqui só da iniciativa privada.

No freeshop, o rapaz do caixa repassa as compras do cidadão bacana chegando de Miami:

- Cigarros, chocolates suíços, gravatas Hermès, iPods para as crianças. Era só isso, Excelência ou vai cravar mais alguma facada no combalido erário através deste cartão corporativo pago com dinheiro público?

E digo eu:
- Ah, se um dia o povo descobre...

O magnatinha


Cremos que o biólogo Lulinha deve estar aproveitando a tranqüilidade e o silêncio das gélidas paisagens da Antártida para entre um e outro grito da mãe lembrando-o de vestir as galochas e o blusão antes de sair do abrigo, e as entrevistas com pingüins, para avaliar novos lances para sua Gamecorp.

Chegou o momento de vender a empresa de novo. Consta que seu IBOPE é superior ao da MTV.

É, mas a MTV aparentemente fatura setecentos milhões de reais. A Gamecorp fatura sete milhões de reais.

Ou seja, a MTV sabe produzir programas e sabe vender anúncios. A Gamecorp sabe apresentar o que a audiência quer. Mas entende bulhufas do resto.

Na realidade só sabe se vender. E isto com intensos interesses políticos por detrás.

E lá estava Lula, o Pai, comparando seu filho com Eike Batista e outros.

E se Lulinha não está tendo lucro na Gamecorp, de onde está tirando dinheiro para se tornar um magnata da pecuária?

Será que o dinheiro da venda da Gamecorp espichou tanto? Ou é este dinheiro que está faltando para a Gamecorp se tornar rentável?

É difícil transformar uma orelha de jumento numa bolsa de seda. Mas com as metamorfoses ambulantes o caso é outro. Tudo é viável.

A cruzada contra o individualismo


O tenista Gustavo Kuerten está encerrando, aos 31 anos de idade, sua vitoriosa carreira. É um talento uno que inspirou até quem não joga tênis. Eu era um daqueles aficionados pelo tênis que perdiam 2, 3 ou até mais horas assistindo àquelas partidas épicas de 5 sets.

Kuerten só não fez mais sucesso porque, no Brasil, realmente ninguém gosta de tênis. O tênis é um esporte individual. Assim como nas preferências políticas e ideológicas, os brasileiros são mais adeptos ao coletivo. O individualismo, o mais ocidental de todos os valores, no Brasil, sempre foi mal visto.

Muito provavelmente, essa ojeriza ao individualismo tenha berço na ignorância do conceito da palavra. O individualismo, conforme alguns confundem por aqui, flertaria com o egoísmo, com a mesquinharia, com o orgulho. Esse delírio é comum não só aos iletrados, mas também a muitos “intelectuais” coletivistas. Também costuma-se associar o individualismo -- desta feita, de maneira correta -- ao capitalismo, “pecado mortal” em nosso país. Ao invés de criarmos uma cultura que incentive os homens a enriquecerem, cultuamos o “pobrismo”.

As bases do individualismo estão fundamentadas na igualdade, na liberdade e na crença nos conceitos de propriedade privada. O individualismo é a afirmação e o livre-arbítrio do indivíduo perante a sociedade e o Estado, que não tem – nesta ideologia – controle sobre o indivíduo, pois este despreza as hierarquias sociais existentes. É a negação do sentimento de grupo. Bem ao contrário do coletivismo comunista, que subjugou individualidades durante seu regime, por exemplo, na União Soviética – e hoje subjuga em Cuba.

Para ilustrar melhor, podemos nos lembrar como o individualismo foi soberbamente retratado em três clássicos do cinema contemporâneo, como em “Forrest Gump”, “O Náufrago” (ambos com Tom Hanks), e “A Procura da Felicidade” (com Will Smith). Recomendo assisti-los.

No campo religioso, dirimimos quaisquer dúvidas sobre a nobreza destes valores que tanto os coletivistas recriminam. Basta lembrarmos dos princípios do individualismo cristão, onde podemos até alcançar Jesus Cristo pela palavra ou pelo exemplo do próximo, mas só seremos realmente cristãos quando descobrirmos isto por nós mesmos. Ou então a salvação prometida por Jesus, que consiste na busca – individual – pela verdade, e na responsabilidade pelos nossos próprios atos.

Quando esteve na pior, seriamente lesionado, sem disputar torneios, Gustavo Kuerten foi esquecido. Agora, no momento da despedida, onde as lembranças de um passado glorioso de vitórias e títulos fragilizam a todos e, as lágrimas escorrem para viver as emoções da despedida, bem, aí todos aparecem. Até Lula tirou uma casquinha, pegando carona na despedida de Kuerten, prestando-lhe “homenagens”. Proselitismo e populismo, como vêem, não tem hora nem lugar para acontecer. Mas é o que o coletivo (o povo) gosta de ouvir. Por essa, o tenista de “simples” – modalidade individualista do tênis – Guga poderia ter passado incólume.