21 de mai. de 2007

Doente Terminal


Não tenho remorsos, fiz tudo que estava ao meu alcance como simples cidadã . Acho até que fui além, pois me expus dando a cara prá bater. Em 2004 fui vítima até de intimidação, uma tentativa de coação (via internet) por parte de um deputado federal petista (não reeleito) para que eu parasse com minhas mensagens e ainda lhe passasse os nomes constantes em minha lista de endereços sob pena de sofrer o peso da Justiça....
Nem lhe dei retorno, e ficou nisso.

Recebí mensagens de petistas, ilustres professores universitários-militantes, catedráticos mestres que usaram de ferina ironia e desprezo para desqualificar meu trabalho e minha pessoa. Dei-lhes respostas pontuais e espalhei-as pela internet, já que isso só poderia proteger-me. Certo?

E finalmente sou a feliz destinatária de centenas de mensagens spams diárias, que é como a militância tenta inviabilizar minha maquineta para receber ou mandar mensagens. Nada que um sistema de bloqueio não me resolva em parte.
Nada disso me abateu.
E não reclamo, já que exercendo meus direitos de cidadania descobrí a amplitude da responsabilidade de efetivamente ser cidadã , e os correspondentes deveres inerentes à esta realidade.
Tudo valeu a pena nestes quase cinco anos de batalha.
Mas agora cansei.

O que me abate, me tira as forças, me desanima, é que nada que se faça em termos de denúncias, artigos e comentários vindos por parte de jornalistas ilustres parece abalar este governo. Ações do Ministério Público contra sabidos corruptos acabam todas em águas de bacalhau. E sabe porque?
Porque a Justiça está a serviço do partido do governo, não a serviço da Nação e de seu povo. Usa de todas as cômodas brechas legais da Constituição de 88 para livrar a cara dos que sejam "muy amigos".
Dessa maneira, comprovados corruptos foram até reeleitos e serão abençoados com o perdão, anistia ou mesmo com um atestado de inocencia.

Tão bem amarradinho foi o plano de posse e manutenção do Poder por parte dos petistas que , salvo o escorregão do mensalão que lhes valeu a queda do todo poderoso Zé Dirceu, no mais, conseguiram neutralizar todas as ações que escancararam suas maracutaias.

Cooptaram politicos e partidos para ter o controle do Parlamento, infiltraram militantes assumidos em vários Ministérios inclusive e especialmente o da Justiça ; usaram de deslavada benemerência para comprar votos de eleitores carentes; dominaram a mídia com acenos de patrocínios de estatais ou com a ameaça de retirada dos mesmos. Transformaram as instituições em cabides empregatícios, amansaram os sindicatos, apresentaram ao povo ações espetaculares e sempre sob o foco das cameras de TVs de capturas de corruptos de colarinho branco, saciando a fome de justiça daqueles que se sentem injustiçados.
Neutralizaram até a oposição, se é que assim ainda pode ser chamada...
Descolaram a imagem do presidente de qualquer ação menos honesta simplesmente com a afirmação do mesmo de que nada sabia ou viu....

Então, em vista do exposto, só consigo imaginar nosso país como uma Nação sofrendo de uma doença. Mas não de uma doença qualquer! E sim de uma grave enfermidade que pode lhe ser fatal.
Pois que uma gama enorme de remédios foi ministrada por jornalistas, juristas, politicos, cidadãos de todos os níveis, e nada... nada surtiu efeito.
Minha gente , nosso País está enfêrmo, e se não lhe aplicarem uma medicação que consiga obter alguma reação positiva, pode-se dizer que este é um paciente em estado terminal..

É isto que me tira o ânimo...lutar para que? Nosso país está morrendo, gente!

Leia ainda SINAIS INQUIETANTES, por MARIA LUCIA VICTOR BARBOSA

Lula e Delúbio: eles venceram o Brasil - por Glauco Fonseca

Houve pelo menos um dia em que Jader Barbalho foi algemado e preso. Maluf chegou a ser detido por vários dias com seu filho. O juiz Lalau ainda está (está?). Collor perdeu seu mandato e PC Farias foi assassinado. Até mesmo José Dirceu sofreu – e ainda sofre – pelo seu “conjunto da obra” no caso do mensalão, segundo o procurador-geral da República.

Muitas outras “personalidades” brasileiras envolvidas em algum escândalo foram expostas à opinião pública, outras até morreram, como os prefeitos de Santo André e de Campinas. O próprio Marcos Valério já não tem mais agência e nem tão cedo terá (ou será que já tem e eu não sei?).

O certo é que temos de render homenagem a dois ilustres brasileiros que, mesmo tendo sido personagens fundamentais nas mais importantes ocorrências do mensalão, dos empréstimos mentirosos e dos conchavos no Congresso Nacional, esses dois são Delúbio Soares e Lula da Silva.
Delúbio está de bem com a vida. Nenhuma responsabilidade foi apurada, mesmo tendo sido ele dono da caneta mais rápida do velho sudeste. Esteve à frente das falcatruas mais famosas dos poucos séculos de história do Brasil e nada, absolutamente nada se fez para elucidar e enquadrar o cidadão. Já Lula, o presidente, cujos compadres, assessores, chefes de gabinete, amigos, financiadores, pagadores de contas permaneceram como estão, não só foi isentado de tudo como ganhou de prêmio mais quatro anos no comando deste país que tem muito, muito mais sorte do que juízo.

Lula e Delúbio são a dupla que venceu o Brasil em todos os certames a que foi exposta. Delúbio foi expulso do PT e isto foi sua maior pena. Nada foi imputado a Lula, entretanto, nem mesmo a presunção do adágio “diz-me com quem andas...”.

Delúbio é hoje um pop star. Dá autógrafos, distribui sorrisos e não está nem aí para o que um país inteiro diz dele. Tira fotografias com “fãs” e investe em longa cabeleira, como se quisesse demonstrar displicentemente não só sua magnífica inocência como a brancura imaculada de sua consciência. Lula, cujo filho enriquece à custa de dinheiro público via uma concessionária de serviços públicos, cujo irmão estabanado bem que tentou influenciar e ganhar mas não levou como queria, do amigo que pagou suas contas e de sua filhota catarinense, do amigo que intermediou o milionário negócio entre companhias aéreas, do assessor citado no escândalo eleitoral do dossiê anti-tucanos, Lula, esse mesmo, não fosse ele o sofrido ex-metalúrgico, pobre, retirante, que combateu as elites e se tornou o presidente da República, “contrariando as oligarquias e os interesses do imundo capital internacional”, teria sido suspeito, indiciado, acusado ou até mesmo impedido. Bastaria que não fosse o Lula ou que não fosse do PT.

Delúbio e Lula, vinho da mesma pipa, farinha do mesmo saco, não só riem do Brasil como estão “em busca da perfeição”. E nos assusta o que eles entendem por “perfeição”. Perfeição pode ser governar com sabedoria, com lucidez e justiça. Perfeição pode ser, quem sabe, melhorar de fato a distribuição de riqueza entre os cidadãos. Perfeição pode até ser atingir indicadores de primeiro mundo, erradicando a dor e fazendo a delícia de ser brasileiro. O problema é quando perfeição é considerar apenas que... compensa.

Publicado no Diego Casagrande