30 de mai. de 2006

A AUTO-SUFICIÊNCIA EM PETRÓLEO - por Rodrigo Constantino

A Petrobras, apesar de monopolista, tem gasto rios de dinheiro em propaganda, recentemente, celebrando a auto-suficiência brasileira em petróleo. O país produz o mesmo que consome, ainda que o óleo aqui produzido seja de pior qualidade, fazendo com que tenhamos que importar petróleo mais leve. Quando o assunto é Petrobras, as emoções costumam dominar a razão, e após tanta repetição, muitos acreditam de verdade na expressão “o petróleo é nosso”, mesmo que o “nosso” petróleo seja um dos mais caros do mundo. O “argumento” de setor estratégico também conquista muitos adeptos, ainda que estratégico mesmo seja ter comida na barriga, não petróleo. Vamos analisar esses pontos com maior atenção.

Quais são os países no mundo que conseguiram essa conquista da auto-suficiência em petróleo? Podemos começar pela Venezuela, que há décadas recebe bilhões de dólares pela exportação do “ouro negro”. O que isso fez pelo povo venezuelano? Não muito, posto que o desemprego é enorme, a população abaixo da linha de pobreza é muito grande e a renda per capita é baixa. A estatal PDVSA ganha muito dinheiro, mas quem vê a cor dele são os políticos e seus aliados. Outro país exportador de petróleo é a Nigéria. Creio que não há muito o que falar de um país cuja expectativa de vida do povo está abaixo de 50 anos, e a renda per capita não passa de mil dólares. A abundância de petróleo não parece ter feito muito pelo povo de lá também.

Em compensação, o Japão é um dos países mais dependentes da importação de petróleo do mundo. Mas possui o segundo maior PIB mundial. Na frente dele, apenas os Estados Unidos, outro país extremamente dependente da commodity. A China tem crescido em ritmo acelerado após reformas liberais, e também depende da importação do petróleo, assim como a Coréia do Sul. Cingapura não tem recursos naturais, mas seu PIB per capita chega a US$ 30 mil. A riqueza de um povo claramente não depende dos recursos naturais. Não é diferente no caso do petróleo.

Refutando o argumento de que a auto-suficiência em petróleo automaticamente gera benefícios para o povo, resta rebater o argumento de “setor estratégico”. Nada mais estratégico que o setor de alimentos, e no entanto o setor privado, em livre concorrência, representa o melhor mecanismo para satisfazer as demandas. Quando o Estado monopolizou este setor na URSS e China, tivemos milhões morrendo de inanição. Fora isso, nenhum outro país pode alegar que o petróleo é estratégico mais que os Estados Unidos. No entanto, lá temos dezenas de empresas privadas competindo livremente, incluindo estrangeiras. Gigantes privadas como a ExxonMobil, ChevronTexaco, ConocoPhillips, Marathon Oil, Occidental Petrol, todas competem no livre mercado em busca da maximização dos lucros. Não é por outro motivo que o setor funciona bem lá, enquanto vemos estatais como a Petrobras virarem palco de corrupção, cabides de emprego, pressão política etc. Justamente por ser estratégico é que o setor de petróleo deve respeitar a livre concorrência de empresas privadas, garantindo maior eficiência e preços menores.

Muitos falam das conquistas tecnológicas da Petrobras, líder em extração em águas profundas, mas ignoram o custo de oportunidade para tais conquistas. Não param para refletir como estaria a situação hoje se o setor contasse com várias empresas privadas competindo. Todas as empresas que foram privatizadas passaram por profundas melhorias, como a Vale, Embraer, CSN, Usiminas e Telebrás. A gestão privada é sempre mais eficiente. A competição força o aprimoramento da produtividade e a redução dos custos.

Por fim, temos que levar em conta a alternativa para o uso do capital do governo empatado na empresa. Governo não tem que ser empresário. O valor de mercado da Petrobras oscila atualmente perto dos R$ 200 bilhões. A União Federal possui 32,2% do capital total, exercendo o controle acionário através de 55,7% das ações votantes. Supondo um prêmio de controle da ordem de 50%, normal em privatizações, a União poderia arrecadar cerca de R$ 100 bilhões com a venda do controle da Petrobras. Essa montanha de dinheiro poderia ser usada para abatimento da dívida pública, hoje acima de um trilhão de reais. Isso economizaria algo como R$ 15 bilhões de juros por ano. O país continuaria auto-suficiente, teria provavelmente um preço do combustível bem menor por conseqüência da maior competição, e reduziria o uso político de um importante setor da economia. Todos os consumidores e pagadores de impostos teriam muito a ganhar. Isso sim, seria motivo de “orgulho nacional”. Não a auto-suficiência por si só, que como vimos, não garante nada de bom ao povo.

Autorizado pelo Rodrigo Constantino

27 de mai. de 2006

Nada dá certo neste país

"PÉS DE BARRO"
Com autorização do Ralph J. Hofmann

Agora não é mais apenas o Evo Morales se apropriando de ativos do país. A impunidade fez escola e de repente o Brasil é vítima de uma nova desapropriação, desta vez num golpe desferido pelo homem que deve sua fama a um pesado investimento realizado pelo país.

Durante oito anos o tenente-coronel Pontes viveu nos centros de treinamento e centros de missão da NASA. Adquiriu um conjunto de conhecimentos que nenhum outro brasileiro possui. Depois foi transferido ao programa espacial russo e fez sua viagem histórica ao espaço. Além de ter o conhecimento passou a ter a única vivência prática de qualquer brasileiro no espaço.

Tudo isto não foi gratuito. Custou bem mais do que os US$ 30 – 40 milhões pagos à NASA e aos russos nesse quase nove anos. Sempre terão existido outras pessoas envolvidas indo e vindo dos Estados Unidos e da Rússia recebendo diárias consumindo passagens de avião afora os custos de divulgação publicitária que parecem, acompanhar qualquer atividade governamental no país.

Uma Força Aérea que vive à mingua orgulhosamente viu um de seus oficiais ser ungido herói, enquanto raspava o fundo do cofre para manter o resto da arma em vôo.

Na chegada ao Brasil o Tenente-coronel parecia desde o início dissociar sua imagem de sua arma. Pessoalmente nunca o vi devidamente fardado em nenhuma cerimônia. Estava sempre com seu macacão de astronauta.

Esta semana, pouco mais de um mês após seu retorno do espaço o Tenente-coronel abandona as Forças Armadas, se aposenta e alega que irá ao setor privado. Se as forças armadas desejarem acesso às informações acumuladas por este seu elemento terão de contratá-lo como consultor, presumivelmente a peso de ouro.

Ao ser escolhido para ser o primeiro astronauta brasileiro o Tenente-coronel sabia que estava deixando de ser um oficial de linha para ser um perito. Abriu mão de altos comandos na estrutura militar, que, justamente quando estivesse entre major e coronel, demandariam estudos especiais de comando e estado-maior para perseguir um sonho no mundo da ciência, que demandava estudos fora da área de tática, estratégia e logística.

Mas entendia-se que os conhecimentos adquiridos estavam à disposição do país, não do Tenente-coronel.

Em lugar disto, ao que parece o país recebeu de volta uma caixa preta com pés de barro.

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Nosso VAMPIRO, o BENTO CARNEIRO, um maltrapilho bem ao contrário do seu congênere transilvânico.

Nosso ASTRONAUTA, ou melhor, o do Apedeuta, seguiu à risca os ensimentos de seu presimente.


Somos um país de ladrões

26 de mai. de 2006

Do Diego Casagrande, hoje, 26/05/2006

A GRANDE MENTIRA BRASIL
por Maria Lúcia Vitor Barbosa, socióloga

A quase inexistência de reação popular diante do banditismo institucionalizado se deve, sobretudo, ao fato da inexistência de uma oposição nos moldes exercidos pelo PT. Estamos sem partidos ou grupos de interesse que aglutinem o difuso descontentamento popular. Com o que se passa no momento, 2007 tem tudo para não ser um feliz ano novo...
...íntegra no Diego Casagrande

O PREÇO DAS ESCOLHAS
por Alceu Garcia, advogado

Mantido o atual padrão de decisões, o que um observador estrangeiro encontrará no Brasil de 2020? Dá medo só imaginar. Os esquerdistas são os únicos a tomar as decisões e fazer as escolhas que afetarão a vida de toda a população. Eles estão criando situações de fato que serão cada vez mais difíceis de se reverter......íntegra no Diego Casagrande


NÚMEROS PREOCUPANTES - por Glauco Fonseca

Temos os meios, temos as mensagens, temos qualidade, pensamento, opinião. Como é que pode, diante de tanta evidência de corrupção, de tanto envolvimento espúrio, um homem manter-se no topo das preferências eleitorais de um país que, há quase um ano, não fala em outro assunto que não seja a “gestão temerária” de Lula e seu PT?...
íntegra no Diego Casagrande

Sobre progressistas, reacionários, remédios e o Pestana

Um leitor me pergunta se não me canso de ser “tão reacionário”. E me inspirou algumas linhas. Ao longo do texto, fui descobrindo, vejam vocês, que sou um danado de um progressista e que reacionário é o patrão mental dele: Lula. Também faço uma pequena digressão sobre os remédios e o comportamento daqueles que julgam ter uma alma mais limpa do que a minha só porque não os tomam. E ainda falo do Pestana.

Por Reinaldo Azevedo no Primeira Leitura

...Se você precisa deles para não ter azia, depressão ou insônia, é como se uma mácula moral o acompanhasse. Melhor tomá-los escondido, como se todos devessem deixar os aposentos quando César tem um ataque de epilepsia. Besteira. Já passei esse Rubicão. Vivam a química e o espírito humanista do capitalismo cúpido, que investe milhões de dólares na descoberta de novas drogas.

25 de mai. de 2006

Liliana e Reinaldo - Primeira Leitura

Agosto - Por Liliana Pinheiro - aqui

Acusado de colaborar com o crime qualificou a Câmara de escola de malandragem. Não foi o único a romper limites neste maio com jeito de agosto.
......
A lágrima dos canalhas - Por Reinaldo Azevedo - aqui
A mobilização para que se esclareçam as circunstâncias dos eventuais inocentes mortos é justa e humana; plantada no jardim do silêncio cínico diante da morte dos policiais, ela se faz indecente. O clamor em defesa dos direitos humanos é uma prova de civilização; confrontado com os olhos secos de quem não derrubou, pelos agentes da lei, uma única lágrima cívica, é uma prova de selvageria ideológica e de canalhice. E também falo por que Noel Rosa pode remeter a Proust e Goethe. Ruim da cabeça e doente do pé, estou impossível. Pronto para dar aula de literatura comparada na USP.

UM CORRUPTO DE DIREITA - por Rodrigo Constantino

Caro leitor, pretendo a seguir apresentar a figura hipotética de um governante, eleito para presidir um grande país. Qualquer semelhança com alguém conhecido pode não ser mera coincidência. Peço, entretanto, que o leitor tente focar apenas nos supostos fatos em si, ignorando a pessoa do governante. Afinal, a justiça é cega para cor, raça, sexo ou ideologia, devendo ater-se somente aos fatos. Façamos justiça então!

Era uma vez um sujeito carismático, que pregava soluções milagrosas e simplistas para os males que assolavam sua nação. Após algumas tentativas, ele logrou chegar ao poder. Quando sentado ao trono, no entanto, teve que esquecer todas aquelas crenças que divulgava como corretas para levar o país ao progresso. Culpou a “herança maldita” pelas coisas ruins que viu na economia, mas acabou repetindo o mesmo modelo que o anterior nesta área específica. Na verdade, fez ainda pior, e o crescimento econômico durante seu governo foi pior que medíocre quando comparado ao resto do mundo. No restante, de fato trouxe mudanças. Todas para pior.

Esse governante sempre flertou com ditadores assassinos. Suas amizades eram mais que suspeitas. Seu partido contava com figuras pitorescas, da sua extrema confiança. Incluíam terroristas, assaltantes de bancos e até seqüestradores. Eles receberam cargos importantes – além de anistias milionárias por este passado criminoso – quando o governante assumiu a presidência. Alguns viraram ministros. No entanto, alguns fatos vieram à tona, e um sério procurador da Justiça acusou a turma toda de formação de quadrilha. As evidências que sustentavam tal acusação eram contundentes, não deixando margem para dúvidas. Tratava-se de um enorme assalto aos cofres públicos, com um nefasto projeto de poder perpetrado por 40 ladrões, todos muito próximos do governante. Faltava apenas o Ali Babá, que somente repetia que não sabia de nada, não tinha visto nada, e que roubar era algo comum no país. Mas ele era, segundo ele mesmo, o ser mais ético de todos na nação.

Fora o maior esquema de corrupção de que se tem conhecimento no país, o governo do nosso “amigo” avançou – ou tentou avançar – sobre a liberdade dos indivíduos também. Parece que atacar apenas o seu bolso não era suficiente. Desta forma, seu governo tentou amordaçar a mídia, buscando copiar aquilo que seus camaradas ditadores tinham feito. Propôs projetos para controle sobre os jornalistas, expulsou do país um deles e tentou tomar conta até do cinema nacional. As verbas com propaganda cresceram. Até mesmo promotores foram alvo de seu viés autoritário. Controlar súditos, não governar para cidadãos, parecia ser claramente seu objetivo.

O projeto de poder não parecia limitado ao seu país. A megalomania era visível em seus discursos e ações. Assim, o governante começou a perdoar dívidas com o dinheiro dos outros, tentando conseguir votos para uma inútil cadeira no Conselho da ONU. Visitou cruéis ditadores para pescar mais alguns votos. Mandou tropas nacionais para um país vizinho, enquanto largava a questão da segurança no país em situação precária. Parece que exercer controle político maior mundo afora era mais importante para ele que cuidar do próprio quintal.

Nosso governante abraçou com vontade o populismo também. Deu um nome novo ao modelo assistencialista que herdou, expandiu as esmolas e criou novos – e fracassados – programas sociais. Tentou atacar o problema da fome, absurdamente exagerado por ele, criando um super aparato burocrático. A ineficiência e corrupção não poderiam faltar, e os resultados foram piores que pífios. Na questão do emprego fez ainda pior, lançando um programa já falido desde o nascimento, servindo apenas para jogar o suado dinheiro do povo no lixo. Isso porque ele havia prometido a criação de 10 milhões de empregos durante sua campanha. Os únicos que “criou” foram os milhares de cargos distribuídos para seus colegas de partido, aumentando os já estratosféricos gastos públicos. Gastou ainda milhões e milhões para tentar desarmar os inocentes, enquanto os bandidos armavam-se cada vez mais. Na completa confusão entre público e privado, depois de colocar o símbolo do seu partido no jardim da casa oficial da presidência, gastou dez milhões de dólares dos contribuintes para pagar uma viagem de turismo para um astronauta, que foi plantar feijão no espaço. O descaso com o duro e suado dinheiro que os pagadores de impostos ganham era total.

A lista de atrocidades do governante “hipotético” é bem maior, quase infindável. Elas não caberiam todas neste curto artigo. Elas abrangem vários artigos criminais e ferem qualquer código de ética. Mas acredito que já é possível pegar a idéia geral. Resta agora fazer então um último pedido ao leitor. Peço que feche os olhos e imagine que esse governante... é de direita! O leitor daria seu voto novamente para ele?

A ideologia não pode estar acima dos fatos. A justiça verdadeira exige um julgamento imparcial. Quem votar no Lula mesmo após tudo que sabemos, é tudo, menos justo.

Com autorização do autor Rodrigo Constantino

24 de mai. de 2006

TEMPO DE LULA SE REELEGER - por Glauco Fonseca

O governo comprovadamente mais corrupto da história do Brasil

Íntegra no Diego Casagrande

Glauco Fonseca escreveu "CORSÁRIOS, VISIONÁRIOS E PETISTAS" em 11/11/2005. Excelente!

Blog: Uma grande parcela do povo brasileiro agradece aos "iluminados" do PSDB.

Lutem, covardes! - no Primeira Leitura

Preparem-se para a hipótese de o Brasil ser um país que não deu nem dará certo. Até Bill Gates viu o Windows 98 travar na apresentação ao público. Se ele, que obedece a um rigoroso planejamento, pode ver a Microsoft dar pau, por que o Bananão vai se levantar do berço esplêndido? E, bem, explico a vocês por que estou entre um filme de Scorsese e outro de Monthy Python.

Por Reinaldo Azevedo no Primeira Leitura

Vocês já contaram com a possibilidade de esse troço – refiro-me ao Brasil mesmo – não ter saída? Pensem um pouco: quem disse que tem de ter?
...
Junto com a vergonha na cara, o país está perdendo também o senso de humor.

SOCIÓLOGOS: UM DESAFIO - por Ralph J. Hofmann

Meu amigo Marcelo Aiquel me enviou uma carta interessante, também publicada na Zero Hora, sobre as limitações na atividade de políticos que levantam a bandeira do combate à prostituição infantil. Mostram que nossa gaúcha Maria do Rosário, íntima do poder atual no país, íntima do governo anterior do Sr. Olívio Dutra aqui nos Rio Grande do Sul fala, demonstra, combate, mas com todo seu poder de fogo não conseguiu insistir para que algo realmente fosse feito. Demonstrar a nódoa todas as gerações de jornalistas têm feito. Mas é a classe política que tem o poder de fazer algo acontecer.

Me detive aqui pensando no que pode ocorrer no futuro nos assentamentos. Para tanto lembrei do romance “O Quatrilho” do Pozenato. Nesse romance vê-se claramente o que ocorria na colônia italiana do Rio Grande do Sul na primeira metade do século XX. Originalmente os primeiros colonos adquiriam por financiamento a perder de vista uma colônia, que era uma gleba de 20 a 25 hectares. Para que fosse viável tinham um bom número de filhos, e se enviuvavam tratavam imediatamente de casar de novo. Assim tinham mãos para tocar a lavoura.

Mas uma propriedade de 20 hectares dividida por 10 filhos resultaria em 2 hectares por filho. Administrar essa propriedade em condomínio também seria inviável, pois os dez filhos tenderiam a gerar cada qual entre cinco e dez filhos. Dentro de duas gerações a parcela de cada um dos sucessores do casal original seria da ordem de dois mil metros quadrados, ou seja, um bom terreno de cidade.

Criou-se a tradição de que o primeiro a casar saía da propriedade, achava uma nova propriedade, normalmente terra virgem, e a adquiria com a ajuda dos que ficavam para trás. O mesmo ocorria com os próximos, até que só restasse um filho cuidando dos pais idosos.

Mas as terras disponíveis foram ficando cada vez mais distantes, e na década de cinqüenta a migração dos ítalo-gaúchos (e catarinenses do litoral) já atravessara o oeste catarinense e chegara ao Paraná. Dali passou ao que hoje é o Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, e hoje há Centros de Tradições Gaúchas em todo o país, inclusive na Região Norte e na Bahia.

Muitos dos filhos que abandonavam a terra dos pais optaram por envolver-se em outros negócios. A semana passada faleceu Francisco Stédile, fundador de várias indústrias importantes. Foi um dos que saiu da colônia, começou a dirigir caminhões e teve a inventividade e sensibilidade de mercado para criar grandes empresas. Muitos de sua geração escolheram essa via. Muitas marcas famosas no país se originaram deste aspecto da vida campesina do início do século XX.

O condicionamento desses colonos era de desbravar fronteiras, e buscar o sucesso. Fosse agrícola fosse comercial ou industrial. Estava implícito na sua criação. Os meus vizinhos em Caxias do Sul, na infância, se me viam com um brinquedo novo não pediam um igual aos pais. Pediam o meu brinquedo emprestado e o reproduziam em madeira ou pequenos pedaços de metal. Mais tarde cursavam o SENAI e abriam oficinas que na maioria viraram indústrias, pequenas, médias ou grandes.

Mais do que isto. Vivíamos ao lado da maior favela local da época. A primeira favela de Caxias do Sul. A maioria dos favelados da minha geração deixou para trás a favela e galgou situações confortáveis nas indústrias, ou criou seus próprios negócios. Uns poucos se tornaram criminosos. Muito poucos. Ou seja, o modelo a seguir para essas pessoas, na maioria migrantes de outros municípios era o do desenvolvimento pessoal. Isso muito antes das empresas terem dentro de seus objetivos sociais o “desenvolvimento do homem”.

Uma grande parte do povo brasileiro, particularmente no Sul de Sudeste tem esse tipo de posicionamento pessoal. Empiricamente notei que em São Paulo e outros lugares para onde migraram, afloram dentre os nordestinos notáveis empreendedores e pessoas com esta ética de trabalho, ou seja, há na sociedade brasileira elementos que permitem concluir que o brasileiro, de uma forma geral, tem um espírito empreendedor e uma ética de trabalho hoje desconhecida na Europa. Somos, a princípio, páreo até para as populações dos antigamente chamados “Tigres Asiáticos”.

Mas o que dizer dos egressos dos campos dos sem terra e dos assentamentos? Criaram-se isolados das tendências da sociedade que os cerca, numa redoma socialista. O conteúdo do ensino que suas crianças estão recebendo leva a confiar num estado patriarcal que lhes informa e dirige em tudo. Que lhes cuide e supra suas necessidades de sobrevivência do berço ao túmulo. Que estímulo para o desenvolvimento pessoal terão? Sua ambição máxima deverá ser transformarem-se em membros da nomenklatura local. E a participação na nomenklatura normalmente será reservada aos que sigam claramente e cegamente os ditames que vêm dos poderosos que os usam como massa crítica de pressão pelo poder.

Outrossim, o que irão fazer esses jovens filhos de assentados. Irão sair dos assentamentos e fazer o que quando se casarem? O lote de terra obtido certamente não alimentará dois, três ou mais casais com seus filhos. Então, ao casar, irão mudar-se para aldeias de lona plástica preta e voltar a esperar um naco de terra?

Mais ainda. Eu gostaria de ouvir entrevistas com jovens que viveram em assentamentos ou acampamentos esses últimos dez anos. Supondo crianças de 5 a 10 anos dez anos atrás, hoje estarão entre 15 e 20 anos.

Quais são suas expectativas? O que estão fazendo? Quem saiu dos assentamentos? Foi necessário fugir para sair dos assentamentos? Qual a atitude para com os que saíram?

Volto à Maria do Rosário e sua cruzada. Um dos rumores que ouvi, confesso que absolutamente não confirmado, é sobre a quantidade de moças que sofrem abusos, conseguem fugir, e acabam por engrossar as fileiras da prostituição infantil. Este rumor se prende mais aos acampamentos do que aos assentamentos, mas sabemos que essa é uma grande tendência neste tipo de sociedade em que há pouca privacidade e poucos limites à interferência na unidade familiar.

Sugiro que há bastante espaço para que um grupo de sociólogos estude que tipo de sociedade se criou nesses espaços dominados pelo conceito de massa crítica de pressão, e quais as características dos que dele se desvencilham. Que façam seus estudos e contem para o resto da sociedade.

Com autorização do autor

23 de mai. de 2006

MAIS DO QUE NA HORA - por Paulo Leite, de Washington, DC

Até Goldwater, as idéias conservadoras não mereciam nenhum respeito aqui pelos EUA. Desde 1955, William F. Buckley e um pequeno grupo de jornalistas e intelectuais defendiam o conservadorismo nas páginas da National Review. Mas a esquerda chamada por aqui de "liberal" é que dava as cartas. Enquanto os liberais se perdiam em iniciativas cada vez mais utópicas e com menos resultados práticos, os conservadores começaram a conquistar mais e mais adeptos para sua "revolução", graças a suas idéias poderosas, calcadas em realidade, não utopia. E nós com isso?

Em pleno século 21, estamos ainda esperando por um verdadeiro conservadorismo à brasileira. Nunca precisamos tanto de uma revolução quanto agora, que estamos atolados até o pescoço em corrupção, violência e mesmice. Já perseguimos as utopias por muito tempo, agora é hora de dar uma chance à realidade. ...

Íntegra no Diego Casagrande

Genro diz que crise política “não foi ruim” para o país

18h43 — O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou nesta terça-feira que a crise política não prejudicou o país. “A crise não foi ruim para o país. Na minha opinião houve exageros, erros do governo e do partido nesse período. Mas o proveito que temos de tirar é promover a solidez das instituições democráticas”, disse Genro. Para o ministro, outro exemplo de que a crise não prejudicou o Brasil é a pouca repercussão dela na avaliação do presidente Lula nas pesquisas de opinião. No entender do ministro, a crise já dá sinais de esgotamento. “Vê-se [que a crise está se esgotando] pelo tipo de abordagem que a imprensa vem fazendo”, disse.


Visões diferentes:
O Professor Alberto Oliva escreveu NÃO É “CRISE POLÍTICA”, É CORRUPÇÃO

O Quarto Reich - por Armando Ribas

Apesar da suposta diferença há um princípio que une o comunismo com o fascismo e o nazismo: o anti-individualismo. Por isso, o lema nazista era: “O interesse comum primeiro que o individual”.

“No progresso do despotismo a autoridade do poder executivo gradualmente absorve a de todo outro poder no Estado, e assume para si a administração de todos os ramos da arrecadação que se destina aos fins públicos”.

Adam Smith

22 de mai. de 2006

Liliana Pinheiro - Primeira Leitura

O elogio da covardia
22/5/2006
Onde está Daniel Dantas, o clima de Marcola x SP se instala: não se vê vivalma disposta a enfrentar, no governo ou na oposição. Sobra para a imprensa.

Eh São Paulo!
19/5/2006
A esta altura, o que resta é orgulho de ser paulista. Morremos de medo e saímos de fino, sim. Mas não nos rendemos às ordens dos politicamente corretos.

NÃO À CORRUPÇÃO - por Carlos Alberto Di Franco, no Estadão

O recrudescimento da crise brasileira, com cenas próprias da pior delinqüência - flagrantes policiais de situações constrangedoras, depoimentos cinicamente falsos (emblemático o show protagonizado pelo ex-secretário do PT na CPI dos Bingos) e o gritante silêncio do presidente da República -, conduz, inevitavelmente, a uma conclusão: as instituições estão submetidas a uma estratégia programada de desmoralização. A mentira, o cinismo e a impunidade, devidamente condimentadas com o tempero do populismo, dão um caldo antidemocrático.

Recentemente, ao encerrar o seu 13º Encontro Nacional, o Partido dos Trabalhadores (PT) aprovou um documento constrangedor. Os petistas decidiram que o escândalo do mensalão não deve ser investigado no âmbito do partido neste ano, só em 2007. A agremiação da "ética na política", preocupada com as conveniências eleitorais, mandou às favas quaisquer escrúpulos éticos. Mas o cinismo foi mais longe. Por aclamação, decidiu-se autorizar o partido a fazer "alianças com partidos que integram a base de apoio do governo, bem como com partidos que não integram a base", excluindo apenas o PSDB e o PFL. Resumo da ópera: o PT do presidente Lula está renovando os contratos com o PTB de Roberto Jefferson, o PL de Valdemar Costa Neto, o PP de José Janene e, se possível, com o PMDB de José Borba. É de esperar o lançamento do mensalão 2.

Por isso, não foi de estranhar o discurso do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Perplexos, percebemos, na simples comparação entre o discurso oficial e as notícias jornalísticas, que o Brasil se tornou um país do faz-de-conta. Faz de conta que não se produziu o maior dos escândalos nacionais, que os culpados nada sabiam - o que lhes daria uma carta de alforria prévia para continuar agindo como se nada de mau tivessem feito." O desabafo do ministro foi premonitório. Afinal, José Dirceu, "o chefe da quadrilha" - segundo escreveu o procurador-geral da República na denúncia em que acusou a antiga cúpula do partido do presidente da República de se ter convertido numa "organização criminosa" -, é, de fato, o articulador da reeleição de Lula. O procurador-geral, homem sério e nomeado pelo próprio Lula, falou o que todos sabiam: foi instalada uma rede criminosa no coração do Estado brasileiro.

Para encerrar a lambança com chave de ouro, caro leitor, os petistas querem eleger novamente os parlamentares e líderes partidários envolvidos na crise do mensalão. Em sondagens feitas por vários diretórios municipais de São Paulo na prévia para decidir o candidato a governador, os filiados do PT indicaram, entre os preferidos a uma vaga na Câmara, João Paulo Cunha, Professor Luizinho, José Mentor (que escaparam da cassação) e o ex-presidente do PT José Genoino. O ex-ministro Antonio Palocci, que deixou o governo sob a acusação de ser o responsável pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, foi o líder absoluto na prévia petista em seu reduto eleitoral, Ribeirão Preto. O presidente estadual do PT, Paulo Frateschi, disse que a direção partidária vê a participação desses personagens na eleição como uma necessidade política. "Vamos pedir para irem à luta e enfrentarem as dificuldades." Vale tudo. O fim (o poder) justifica quaisquer meios.

E o Poder Legislativo, caro leitor? A pizzaria do Congresso tem tido muita demanda. Afinal, as absolvições de parlamentares apanhados com a boca na botija começam com samba no plenário e terminam em festa animada com um bom chopinho. É triste, mas é assim. Ao invés de se empenhar para esclarecer as suspeitas levantadas contra dezenas de deputados envolvidos no esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento da União, a Câmara reagiu à Operação Sanguessuga com ataques aos responsáveis pelas investigações. Depois de limitar a apuração interna a 16 dos 62 parlamentares citados pela Polícia Federal, líderes partidários não querem mais aceitar as listas de suspeitos por ela preparadas. Agora cobram explicações da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça. As instituições estão, de fato, profundamente abaladas.

Uma democracia, no entanto, se constrói na adversidade. O Brasil, felizmente, ainda conta com um Ministério Público atuante, um Judiciário, não obstante decepções pontuais, bastante razoável (a politização do STF, por exemplo, começa a arrefecer graças à retidão da maioria dos seus integrantes e à competência da presidente Ellen Gracie) e uma imprensa que não se dobra às pressões do poder. É preciso, no entanto, que a sociedade, sobretudo a classe média, mais informada e educada, assuma o seu papel no combate à corrupção. Não tem sentido que os partidos continuem protegendo a imagem do presidente da República. Afinal, quem merece blindagem contra a corrupção é o Brasil e seu povo ordeiro e sacrificado.

As massas miseráveis, reféns do populismo interesseiro, da desinformação e da insensibilidade de certa elite, só serão acordadas se a classe média, fiel da balança de qualquer democracia, decidir dar um basta à vilania que tomou conta do núcleo do poder. Chegou a hora de a sociedade civil mostrar sua cara e sua força. É preciso, finalmente, cobrar a reforma política. Todos sabem disso. Há décadas. O atual modelo é a principal causa da corrupção. Quando falta transparência, sobram sombras.

O Brasil, caro leitor, pode sair deste pântano para um patamar civilizado. Mas, para que isso aconteça, com a urgência que se impõe, é preciso que os culpados sejam punidos. Mesmo que se trate do presidente da República.

Carlos Alberto Di Franco, diretor do Master em Jornalismo, professor de Ética e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra, é diretor da Di Franco - Consultoria em Estratégia de Mídia. E-mail: difranco@ceu.org.br

http://www.sickthingsuk.co.uk/musicians/m-stevehunter.php

ESTE É O DESABAFO DE TODOS NÓS TRABALHADORES, OS EXCLUIDOS, DESTE PAÍS

A "EXCLUÍDA"
Apesar de ser uma cidadã brasileira tenho consciência de que a Constituição deste país não me abrange, posto que só tenho obrigações, tais como: pagar impostos, tributos, e ser qualificada"classe média alta". Quanto aos direitos, esses são privilégios dos excluídos.
Este país não me deu educação, saúde, segurança - princípios fundamentais consagrados na "Carta Magna".

Educação???? Se estudei, foi às custas do trabalho de meus pais que, embora de origem humilde, tiveram o bom senso de limitar o número de filhos ao poder aquisitivo correspondente ao orçamento familiar.

Saúde pública é coisa que conheço apenas de televisão e jornal - sempre que necessitei, socorri-me dos planos particulares, também custeados pelo trabalho de meus pais e, posteriormente, pelo meu próprio.

SEGURANÇA????? Isso é utopia. Direitos humanos só para aqueles que, anteriormente à era "politicamente correta" eram qualificados como marginais.

Nós, os pobres mortais, não temos direitos humanos e sim, o dever de permanecer TRANCAFIADOS em edifícios, pagando módicas taxas de condomínio que incluem portões, câmaras internas e demais sistemas de proteção que nos são impingidos a título de ilusória sensação de segurança.

Tudo o que as autoridades legitimamente constituídas, às quais é constitucionalmente outorgado o chamado "poder de polícia" fazem por nós é divulgar o procedimento adequado a ser adotado em situações adversas: NÃO REAGIR quando os "EXCLUÍDOS" nos agridem para apropriar-se de nossas vidas e pertences.

Já não tenho mais parâmetro para posicionar-me. Problema social???? Como explicar o óbvio diariamente constatado: mulheres universitárias, presumivelmente "informadas", gerando vários filhos de pais desconhecidos; mulheres "carentes" que moram em um cubículos e a cada nove meses, dão à luz mais um filho para passar fome e ser custeado pelos impostos dos que, de
alguma forma, produzem e geram algum tipo de renda.

Renda....como se salário fosse renda. Paga-se imposto e até hoje não se sabe exatamente o que é esse "ser alienígena" intitulado "GASTO PÚBLICO".

Índio é inimputável, por disposição legal - "silvícula" - mas tem helicóptero, telefone (via satélite), caminhonete importada....tudo isso à custa de "ARRENDAMENTO" (para exploração de pedras preciosas) em reserva indígena. E mais, arrendamento devidamente formalizado, objeto de instrumento contratual firmado por pajé - pajé é o representante legal da
tribo? Índio não é relativamente incapaz?

"SEM TERRA", é profissão de profissionais agenciados por sindicatos organizados.......tem direito a descumprir a legislação em vigor, sob a argumentação de estarem amparados por "motivo socialmente justificável" que, inclusive, os autoriza a alienar o imóvel objeto do assentamento e, por incrível que pareça: promover queimadas, destruição de vegetação etc. etc. Para eles, não há CRIME " HAMBIENTAL " sic ...sic... sic Quanto a mim, se deixar de pagar IPTU, Taxa do Lixo, o imposto de transmissão e afins, o apartamento onde moro com meu filho vai a leilão. Se cortar uma árvore serei condenada como criminosa - ...risos....PODE?????

Fico então me indagando: afinal, quais são os MEUS direitos???? Porque, enquanto cidadã brasileira, só tenho obrigações - trabalho mais de 14 horas por dia, vou do trabalho para casa e vice-versa, contando com DEUS para chegar com vida de onde saí (pior que isso estão os ateus que nem com DEUS podem contar).

Meu direito é pagar, custear quem põe filho no mundo sem qualquer responsabilidade por sua criação e educação, é TENTAR sobreviver em uma sociedade onde o mais básico de meus direitos - o direito à vida, é totalmente ignorado.......isso é justo??????

Meu direito é custear estrupadores, assassinos, estelionatários, seqüestradores, terroristas e traficantes que destroem famílias, aterrorizam a nossa sociedade e aniquilam quaisquer valores até então preservados (quando as palavras como honestidade e ética estavam embuídas de
significado e valor a ser respeitado e preservado). Os que custeio, lotam os presídios e ainda rebelam-se por condições de vida melhor.....só pode mesmo ser uma piada. Seria hilário se não fosse a realidade!!!!!

Meu direito é aplaudir o PT em sua grande obra de jardinagem: a estrela vermelha em prédio público. É assistir o PT, POR AMOR AO PODER, unir-se ao PMDB dos Srs. Quércia e afins, e ao PFL, do Sr. ACM e do Sr. Sarney (aquele, cuja filha guarda em uma gaveta um milhão e meio de reais para as despesas do fim de semana).

Meu lazer???? Ora, há a REDE GLOBO DE TELEVISÃO, a "Vênus Platinada" orgulho
nacional que vem prestigiando a Sra. Solange, participante do BB Brasil 4, -
exemplo de cultura que estimula o povo brasileiro a permanecer analfabeto -
caminho para o sucesso e o reconhecimento....é...... a louca sou EU!!!!!!


Por essas e outras, tenho que INFORMAR: EXCLUÍDA SOU EU.
Juçara Mazza Zaramella - Advogada
OAB/SP n.º 39.110 - RG 4.708.362

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O BRASIL ESTÁ PODRE ATÉ A MEDULA !!!

22 Maio, 2006 14:37
Comentário "roubado" lá do Minuto Político. EXCELENTE!

21 de mai. de 2006

A RELIGIÃO MARXISTA - por Rodrigo Constantino

Poucos intelectuais exerceram tanta influência direta como Karl Marx. Suas idéias, afinal, foram colocadas em prática por seguidores convictos como Lenin, Stalin e Mao Tse-Tung, sacrificando milhões de vidas no altar da utopia. O marxismo pretendia ser científico, e tal termo era comumente usado pelo próprio Marx. Seria crucial, então, analisarmos quão científica era sua obra.

Como o estudo da vida de Marx deixa claro, ele não tinha as características de um cientista que se interessa na busca da verdade. Mais parecia um profeta, interessado em proclamá-la. Seu tom messiânico e seu escrito escatológico, influenciado pelo pano de fundo poético, nada tinham de científico. Sua visão apocalíptica de uma catástrofe imensa prestes a se abater sobre o sistema vigente desprezava a necessidade de evidências sustentadas pelos fatos. Tal característica conquistou muitos seguidores pelo desejo de crer no fim próximo do capitalismo, dispensando o uso da razão para tanto.

Marx tinha um bom talento como jornalista polêmico, e sabia usar aforismos de forma inteligente, ainda que a maioria tenha sido copiada de outros autores, e não criada por ele. Mas seu mérito residia no uso das palavras para instigar sentimentos e revolta nos leitores. A elaboração de sua filosofia foi um exercício de retórica, sem a sustentação de sólidos pilares. Distanciado do mundo real, em seu bunker intelectual, ele iria fazer de tudo para confirmar suas idéias já preconcebidas. Afirmava ser o defensor dos proletários e, até onde sabemos, nunca esteve numa manufatura ou fábrica. Seus aliados eram intelectuais de classe média, como ele, e havia inclusive certo desprezo pela classe trabalhadora.

Um cientista sério busca dados novos que possam contradizer suas teses. Marx nunca fez isso, pelo contrário: tentava encontrar o tipo certo de informação, adequada para suas teorias já definidas. Toda a sua abordagem era no sentido da justificação de algo declarado como sendo a verdade, não na investigação imparcial dos fatos. Era a convicção não de um cientista, mas de um crente. Os dados estariam subordinados aos seus trabalhos de pesquisa, tendo apenas que reforçar as conclusões alcançadas independentemente deles. Com tal método, foi escrita sua obra clássica, O Capital, repleta de contradições, dados errados ou defasados, fontes suspeitas ou mesmo manipulações e falsificações. Assim como na obra do seu colega Engels, o descaso flagrante e a distorção tendenciosa estão presentes nos escritos de Marx, como prova de uma desonestidade inequívoca.

Alguns exemplos merecem destaque para a melhor compreensão desta total falta de compromisso com a verdade, premissa básica para qualquer um que se considera um cientista. Marx utilizou informações obsoletas quando interessava, já que as novas não validavam suas alegações. Em exemplos gritantes, usava casos de décadas atrás para mostrar uma suposta conseqüência nefasta do capitalismo, sendo que o próprio capitalismo tinha feito a situação perversa desaparecer. Ele escolheu também indústrias onde as condições de trabalho eram particularmente ruins, como sendo típicas do capitalismo. Entretanto, esses casos específicos eram justamente nas indústrias onde o capitalismo não tinha dado o ar de sua graça, e as firmas não tinham condições de implantar máquinas, por falta de capital. A realidade gritava que quanto mais capital, menor o sofrimento dos trabalhadores. Marx não tinha o menor interesse em escutar este brado retumbante dos fatos. Salvar a teoria, e em última instância seu ódio ao capitalismo, era mais importante que a verdade. Chamar isso de científico beira o absurdo completo.

No fundo, podemos tentar buscar os motivadores de Marx em alguns aspectos de seu caráter. Ele alimentava um profundo gosto pela violência, tendo deixado isso claro ao longo de toda a sua vida. Desejava ardentemente o poder. Mostrava uma inabilidade irresponsável e infantil de lidar com dinheiro, sendo vítima constante de agiotas. E mostrava uma tendência de explorar os que se encontravam a sua volta, incluindo família e melhores amigos.

Provavelmente, seu rancor refletia uma frustração em possuir certas potencialidades, mas ser incapaz de exercê-las de forma mais efetiva. Marx levou uma vida boêmia e ociosa durante sua juventude. Mostrou uma enorme incapacidade de lidar com dinheiro, gastando sempre muito mais que recebia, tendo que parasitar nos familiares e amigos ou recorrer aos agiotas. Isso pode estar na raiz de seu ódio ao sistema capitalista e também seu anti-semitismo, já que os judeus praticavam normalmente a usura. Ele pegava dinheiro emprestado, gastava de forma insensata, e depois ficava nervoso com a cobrança. Passou a ver os juros como um crime contra a humanidade, uma exploração do homem pelo homem. Não o interessava verificar que o problema estava, de fato, em sua completa irresponsabilidade. Chegou ao ponto de ser deserdado pela mãe, que recusou pagar suas dívidas certa vez. Foi procurar refúgio em Engels, um rico herdeiro e a maior fonte de renda de Marx, que passava então a viver como pensionista de um rentier. Sua mulher, de família aristocrata, também foi uma fonte de recursos para Marx. Aquele que considerava o trabalho uma exploração, nunca quis muito saber de trabalhar ou de se relacionar com trabalhadores, orgulhava-se da nobre descendência de sua esposa e ainda vivia às custas do dinheiro dos outros.

Poucos são os casos, em minha opinião, onde um só intelectual concentra tantas idéias estapafúrdias. Fora isso, o desprezo por Marx aumenta mais quando conhecemos sua vida e seu caráter, sem falar do fato de que a concretização de seus ideais derramou um oceano de sangue inocente. Por fim, a autoproclamação de que tanto absurdo e contradição tem um respaldo científico é um crime contra a ciência e a razão. Se a religião é o ópio do povo, como Marx dizia, o marxismo é o crack. Seus seguidores – e eles são muitos ainda, principalmente entre os intelectuais – precisam desprezar o uso da razão para manter a fé dogmática no marxismo. Não foi a razão que falhou nas idéias de Marx. Foi a falta dela, necessária para salvar a religião dogmática que é o marxismo.

Com autorização do autor ... Rodrigo Constantino

Fractal - Primeira Leitura

Por Reinaldo Azevedo

Sobre a sinceridade; sobre a solidão; sobre Musil e Thomas Mann; ainda sobre Musil e Thomas Mann; sobre o adeus ao jornalismo; mais sobre o adeus ao jornalismo; sobre o adeus ao apedeuta; sobre idiotas e jacobinos; sobre a vitória deles; sobre boca e intestino; sobre Rousseau, o tarado; sobre o PT e o Mal; mais sobre o PT e o mal; sobre o que é inegociável; sobre meu americanismo; sobre o tico-tico no fubá; sobre Lembo; sobre o ente de razão; sobre as eras; sobre não ser marxista; sobre aquilo de que gosto e o que quero; sobre meu grande cansaço; ainda sobre o crânio.

Íntegra no Primeira Leitura

19 de mai. de 2006

Um artigo atual, de 09/09/2004 - do RC

Já tive um Blog: "Brasil, um país doente!"
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"Um povo doente"
Resumo: A população brasileira, infelizmente, tornou-se uma massa doente, onde despontam sintomas como alucinação, complexo de inferioridade e delírio, a tal ponto que muitas pessoas acreditam em promessas vazias do tipo Fome Zero.
"O que não te destrói, te fortalece."
Friedrich Wilhelm Nietzsche(Sou fã do mesmo)

Diagnosticar o povo que compõe uma nação complexa como o Brasil é tarefa praticamente impossível. Em primeiro lugar, precisamos lembrar que povo nada mais é que somatório de indivíduos, e o diagnóstico teria que ser, portanto, individual. Mas sucumbindo, por necessidade de simplificação, ao perigoso coletivismo, vamos arriscar alguns palpites para as doenças psicossomáticas mais comuns entre os brasileiros. E os erros comuns às simplificações podem ser reduzidos neste caso também, justamente devido a uma homogeneização forçada de nossa população, já devidamente exposta a lavagem cerebral e psicologia de massas. Veremos apenas alguns poucos exemplos.

Alucinação: uma percepção convincente de alguma coisa que, na realidade, não se encontra no local. É um fenômeno psicológico comum, onde muitas vezes a própria pessoa reconhece posteriormente tratar-se de percepções erradas, que não representam a realidade objetiva. A alucinação patológica já está relacionada a uma intensidade maior da coisa. Uma massa de entorpecidos que imagina viver num paraíso tropical, enquanto a realidade brasileira não se esconde das estatísticas verdadeiras, poderia ser tranquilamente considerada um bando de alucinados.

Catalepsia: estado de plasticidade motora no qual o indivíduo conserva as posições que lhe são dadas, como se fosse um boneco de cera. Os músculos tornam-se como que mecânicos. A catalepsia pode ser observada, sobretudo, na demência precoce e no sono hipnótico. Metaforicamente falando, quando observamos um exército de autômatos sendo guiados como marionetes por oportunistas que "hipnotizaram" tais idiotas úteis, não seria um absurdo falarmos em catalepsia. Nesse sentido, me parece que considerável parcela do nosso povo mereceria tal diagnóstico, principalmente os frequentadores do Fórum Social Mundial.

Complexo de inferioridade: esta denominação foi criada pelo discípulo de Freud, Adler, para designar o estado neurótico que tem por fundamento o sentimento de insuficiência ou incapacidade para enfrentar a vida e seus problemas. Esse complexo pode ser provocado por motivos reais ou irreais. Uma situação econômica ou social difícil pode acarretar tal complexo. Quando o povo vota em políticos com discursos paternalistas e coletivistas, está evidente tal complexo de inferioridade, dado que indivíduos estão depositando em forças exógenas seus destinos. Para se eximir da responsabilidade que a liberdade traz, os complexados optam pela escravidão, seja através do Estado autoritário ou seja pela anulação do ser individual dentro de um grupo coletivista.

Delírio: alteração grave do juízo, representado pela crença numa idéia falsa ou irreal, ou um conjunto de idéias que não têm base na realidade e não são suscetíveis à influência da razão, da lógica, ao senso comum, da persuasão ou de uma explicação racional. Trata-se de uma crença patológica em fatos irreais ou concepções imaginativas destituídas de base. Um caso específico que encaixa-se no perfil de muitos brasileiros é o delírio de grandeza, onde o indivíduo dá magnifica importância a si mesmo, acreditando ser quem não é de fato. Um caso visível de delírio de grandeza estaria no exemplo do nosso presidente propondo soluções para a fome mundial, enquanto seu Fome Zero não entrega nenhum resultado decente por aqui. E boa parte do povo delira junto ao presidente.

Fixação: mecanismo de defesa que consiste numa parada no processo de desenvolvimento da personalidade. A fixação mostra que o indivíduo, não podendo satisfazer normalmente suas necessidades, vai então continuar procurando essa satisfação através da sua existência. Dentre as causas da fixação encontra-se a frustração. Creio que o melhor exemplo para representar a fixação dos brasileiros é o uso frequente de bodes expiatórios, recentemente concentrado na figura do presidente americano Bush.

Masoquismo: perversão sexual na qual o prazer não pode ser obtido senão por meio de sofrimentos físicos ou morais, como flagelação, humilhações ou insultos. O masoquismo pode ser considerado como uma espécie de sadismo dirigido contra o próprio indivíduo e relacionado com suspostos instintos de morte e autodestruição. Novamente utilizando a metáfora, o que dizer de um povo que é "estuprado" por políticos inescrupulosos, que sofre as duras consequências de um Estado inchado e asfixiante, de uma burocracia infinita, e que pede como solução dos seus problemas justamente mais governo?

Cacofagia: trata-se de uma alteração do paladar e do apetite que acaba por induzir a pessoa a comer coisas repugnantes, como até mesmo fezes. As severas alterações da personalidade podem produzir este sintoma, assim como os casos de deterioração mental severa da esquizofrenia crônica. Ora, apelando pela última vez à analogia metafórica, me parece adequado falar em cacofagia quando eleitores escolhem seus governantes, tamanha a dicotomia entre as promessas messiânicas e seus resultados concretos. A perda de "paladar" foi tão grande, que o povo brasileiro come esterco achando que está degustando um fino caviar Beluga.

O povo está doente. Vamos torcer para que sua variedade de doenças não o destrua, mas sim o fortaleça. A caixa de Pandora foi aberta espalhando as pragas pelo nosso país. Mas lembremos que uma única coisa restou na caixa, segundo a mitologia grega: a esperança. E essa é a última que morre.

Do Blog: O que temos assistido neste país de merda há quase três décadas, é a uma verdadeira Deterioração do Tecido social.

Em que Estado e em que estado estamos? - por Professor Moacir

Vejam a que estado esse Estado, às vezes tolerante e muitas vezes conivente com o ilícito, já nos arrastou. A exigência da população é de que se faça algo de imediato, para que possamos gozar de nossos mínimos direitos constitucionais. Queremos medidas eficazes e não conversa fiada...

Íntegra no Diego Casagrande

OS PACIFISTAS - por Rodrigo Constantino

Diante do pânico incutido pela escalada do crime, muitos correm para o refúgio do pacifismo. A decisão de enfrentar a violência de forma dura traz consigo riscos imediatos, e perdas no curto prazo são inevitáveis. Contemporizar com os criminosos garante um interregno de paz, passando a falsa sensação de solução dos problemas. No entanto, a complacência hoje é paga com a angústia de amanhã e com o sangue mais tarde. Com certos criminosos, não há diálogo possível.

A história tem muito a nos ensinar sobre o pacifismo e suas conseqüências para a criminalidade. Infelizmente, as lições não costumam ser vantajosas para a ótica do “paz e amor”. Para começo de conversa, o principal símbolo do pacifismo já foi criado pelos motivos completamente errados. Em 1949, o cartaz para o Congresso Mundial da Paz em Paris foi impresso com uma litografia de Picasso, que eternizou a pomba como símbolo da paz. Os patrocinadores do evento, paradoxalmente, eram os assassinos de Moscou. Os objetivos dos comunistas eram basicamente dois: poderiam dispersar a atenção mundial de Moscou e das atrocidades lá cometidas por Stalin; e forçariam uma associação simplista entre comunismo e luta pela paz. Enquanto ingênuos bem intencionados levantavam cartazes pedindo paz, seus financiadores executavam milhões de inocentes.

Os pacifistas costumam sempre pregar a saída diplomática para os problemas geopolíticos. Vestidos com a causa pacifista, os comunistas franceses exortaram os trabalhadores das fábricas de armamento a sabotarem seu trabalho e pressionaram os soldados a desertarem, quando os exércitos nazistas estavam a poucas semanas de ocupar Paris. Quando o inimigo despreza a razão e luta por uma causa fanática, ou quando já afastou de vez os vestígios de civilização em sua alma, a diplomacia é totalmente ineficaz. Conversar com Bin Laden, Hitler, Stalin ou Ahmadinejad não rende bons frutos. Com terroristas não se negocia.

Muitos pacifistas usam o caso de Gandhi como suposta prova de que a paz pode ser o caminho certo. Ignoram que do outro lado estava a Inglaterra, com uma população mais esclarecida e sujeita aos apelos da razão. Fosse um Hitler ou Stalin, Gandhi seria apenas mais um mártir morto sem bons resultados. Para quem duvida, basta ver o destino do Tibete. Gandhi teria alertado que “olho por olho e a humanidade acabará cega”. Creio que faltou mencionar algo alternativo: “olho por nada e uma parte da humanidade acabará cega: a parte inocente”.

Não quero ser mal compreendido. Odeio violência com todas as minhas forças. Acho que seu uso é um último recurso, após o fracasso de todas as alternativas. Porém, não vou sucumbir ao mundo das fantasias, dissociado da realidade. Em certas ocasiões, lidando com certas pessoas, não existe outra opção que não a reação dura ou mesmo violenta. Ninguém vai oferecer rosas para um estuprador na iminência de um estupro. Não é razoável achar que há chance de diálogo com quem mata crianças deliberadamente. Chega a ser ridículo afirmar que a educação sozinha faria um animal que pratica genocídio virar um bom samaritano. O mundo real não é tão simples. Frutos podres existem e as causas são variadas. Quem não ataca as conseqüências dos atos bárbaros desses indivíduos está pedindo para viver num mundo caótico, sob o domínio do mal.

Entre os casos de sucesso no combate à criminalidade, temos a cidade de Nova Iorque. Seus métodos passaram longe da receita pacifista. A violência não foi controlada com apelos de homens vestidos de branco nas ruas. Tampouco foi resultado de ONGs pregando mais “direitos humanos” para os bandidos. Também não foi através do desarmamento de inocentes. A receita nova-iorquina contou com um decente aparelhamento da polícia, a aplicação do império da lei e uma política de tolerância zero com o crime. Nem mesmo os pequenos delitos sairiam impunes. Não haveria complacência nem acordo com bandidos. Apenas punição exemplar.

Eis o que anda faltando em nosso país. Não vamos oferecer rosas – ou aparelhos de televisão – para os criminosos. Vamos puni-los!
....................
Rodrigo Constantino é economista, formado pela PUC-RJ, com MBA de Finanças pelo IBMEC. Desde 1997, trabalha no mercado financeiro como analista de empresas e administrador de portfólio e é autor do livro Prisioneiros da Liberdade, pela editora Soler.

É autor também do livro “Estrela Cadente: As Contradições e Trapalhadas do PT".
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Tem seus artigos publicados em vários sites. Embora sendo um Economista, mais de 80% de seus artigos não têm nada a ver com sua formação acadêmica.
Admiro e gosto muito de seus artigos.
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Artigos do Rodrigo publicados no Mídia Sem Máscara
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Com autorização do mesmo.

SOCIÓLOGOS: UM DESAFIO – por Ralph J. Hofmann

Meu amigo Marcelo Aiquel me enviou uma carta interessante, também publicada na Zero Hora, sobre as limitações na atividade de políticos que levantam a bandeira do combate à prostituição infantil. Mostram que nossa gaúcha Maria do Rosário, íntima do poder atual no país, íntima do governo anterior do Sr. Olívio Dutra aqui nos Rio Grande do Sul fala, demonstra, combate, mas com todo seu poder de fogo não conseguiu insistir para que algo realmente fosse feito. Demonstrar a nódoa, todas as gerações de jornalistas têm feito. Mas é a classe política que tem o poder de fazer algo acontecer.

Detive-me aqui pensando no que pode ocorrer no futuro nos assentamentos. Para tanto lembrei do romance “O Quatrilho” do Pozenato. Nesse romance vê-se claramente o que ocorria na colônia italiana do Rio Grande do Sul na primeira metade do século XX. Originalmente os primeiros colonos adquiriam por financiamento a perder de vista uma colônia, que era uma gleba de 20 a 25 hectares. Para que fosse viável tinham um bom número de filhos, e se enviuvavam tratavam imediatamente de casar de novo. Assim tinham mãos para tocar a lavoura.

Mas uma propriedade de 20 hectares dividida por 10 filhos resultaria em 2 hectares por filho. Administrar essa propriedade em condomínio também seria inviável pois os dez filhos tenderiam a gerar cada qual entre 5 e dez filhos. Dentro de duas gerações a parcela de cada um dos sucessores do casal original seria da ordem de dois mil metros quadrados, ou seja, um bom terreno de cidade.

Criou-se a tradição de que o primeiro a casar saía da propriedade, achava uma nova propriedade, normalmente terra virgem, e a adquiria com a ajuda dos que ficavam para trás. O mesmo ocorria com os próximos, até que só restasse um filho cuidando dos pais idosos.

Mas as terras disponíveis foram ficando cada vez mais distantes, e na década de cinqüenta a migração dos ítalo gaúchos (e catarinenses do litoral) já atravessara o oeste catarinense e chegara ao Paraná. Dali passou ao que hoje é o Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, e hoje há Centros de Tradições Gaúchas em todo o país, inclusive na Região Norte. e na Bahia.

Muitos dos filhos que abandonavam a terra dos pais optaram por envolver-se em outros negócios. A semana passada faleceu Francisco Stédile, fundador de várias indústrias importantes. Foi um dos que saiu da colônia, começou a dirigir caminhões e teve a inventividade e sensibilidade de mercado para criar grandes empresas. Muitos de sua geração escolheram essa via. Muitas marcas famosas no país se originaram deste aspecto da vida campesina do início do século XX.

O condicionamento desses colonos era de desbravar fronteiras, e buscar o sucesso. Fosse agrícola fosse comercial ou industrial. Estava implícito na sua criação. Os meus vizinhos em Caxias do Sul, na infância, se me viam com um brinquedo novo não pediam um igual aos pais. Pediam o meu brinquedo emprestado e o reproduziam em madeira ou pequenos pedaços de metal. Mais tarde cursavam o SENAI e abriam oficinas que na maioria viraram indústrias, pequenas, médias ou grandes.

Mais do que isto. Vivíamos ao lado da maior favela local da época. A primeira favela de Caxias do Sul. A maioria dos favelados da minha geração deixou para trás a favela e galgou situações comfortáveis nas indústrias, ou criou seus próprios negócios. Uns poucos se tornaram criminosos. Muito poucos. Ou seja, o modelo a seguir para essas pessoas, na maioria migrantes de outros municípios era o do desenvolvimento pessoal. Isso muito antes das empresas terem dentro de seus objetivos sociais o “desenvolvimento do homem”.

Uma grande parte do povo brasileiro, particularmente no Sul de Sudeste tem esse tipo de posicionamento pessoal. Empiricamente notei que em São Paulo e outros lugares para onde migraram, afloram dentre os nordestinos notáveis empreendedores e pessoas com esta ética de trabalho, ou seja, há na sociedade brasileira elementos que permitem concluir que o brasileiro, de uma forma geral, tem um espírito empreendedor e uma ética de trabalho hoje desconhecida na Europa. Somos, a princípio, páreo até para as populações dos antigamente chamados “Tigres Asiáticos”.

Mas o que dizer dos egressos dos campos dos sem terra e dos assentamentos? Criaram-se isolados das tendências da sociedade que os cerca, numa redoma socialista. O conteúdo do ensino que suas crianças estão recebendo leva a confiar num estado patriarcal que lhes informa e dirige em tudo. Que lhes cuide e supra suas necessidades de sobrevivência do berço ao túmulo. Que estímulo para o desenvolvimento pessoal terão? Sua ambição máxima deverá ser transformarem-se em membros da nomenklatura local. E a participação na nomenklatura normalmente será reservada aos que sigam claramente e cegamente os ditames que vêm dos poderosos que os usam como massa crítica de pressão pelo poder.

Outrossim, o que irão fazer esses jovens filhos de assentados. Irão sair dos assentamentos e fazer o que quando se casarem? O lote de terra obtido certamente não alimentará dois, três ou mais casais com seus filhos. Então ao casar irão mudar-se para aldeias de lona plástica preta e voltar a esperar um naco de terra?

Mais ainda. Eu gostaria de ouvir entrevistas com jovens que viveram em assentamentos ou acampamentos esses últimos dez anos. Supondo crianças de 5 a 10 anos dez anos atrás, hoje estarão entre 15 e 20 anos.

Quais são suas expectativas? O que estão fazendo? Quem saiu dos assentamentos? Foi necessário fugir para sair dos assentamentos? Qual a atitude para com os que saíram?

Volto à Maria do Rosário e sua cruzada. Um dos rumores que ouvi, confesso que absolutamente não confirmado, é sobre a quantidade de moças que sofrem abusos, conseguem fugir, e acabam por engrossar as fileiras da prostituição infantil. Este rumor se prende mais aos acampamentos do que aos assentamentos, mas sabemos que essa é uma grande tendência neste tipo de sociedade em que há pouca privacidade e poucos limites à interferência na unidade familiar.

Sugiro que há bastante espaço para que um grupo de sociólogos estude que tipo de sociedade se criou nesses espaços dominados pelo conceito de massa crítica de pressão, e quais as características dos que dele se desvencilham. Que façam seus estudos e contem para o resto da sociedade.

Com autorização do autor


18 de mai. de 2006

Em dose dupla - Primeira Leitura

A revolução da vulgaridade
17/5/2006
“(...) De repente, todos os lugares privilegiados e importantes do espírito estavam tomados por esse tipo de gente, e todas as decisões eram tomadas em seu sentido. (...). Não falta talento nem boa vontade, nem mesmo faltam caracteres. Falta ao mesmo tempo tudo e nada; é como se o ar ou o sangue tivessem mudado; uma doença misteriosa devorou a pequena genialidade dos velhos tempos (...).”É um trecho de Musil. Eu recorro a ele sempre que a vulgaridade tenta me afogar. Em tempos maus se fazem as piores casas e os piores poemas. Também se fazem os piores homens. Por Reinaldo Azevedo

A hora dos bárbaros
18/5/2006
Dez advogados escrevem um artigo que vale por um abaixo-assinado, ferem o bom senso, mas, estranhamente, não atacam o crime organizado. O Brasil está doente. E falo também sobre Cláudio Lembo: nós precisamos de um Júlio César, e ele resolve se comportar com o estoicismo de um Sêneca. Anime-se, governador: comece por botar na rua os incompetentes. Por Reinaldo Azevedo

A CADÊNCIA DO RETROGRESSO - Adriana Vandoni Curvo

Nos levaram a esperança, a fé, a dignidade. Mensaleiros e sanguessugas nos secam a crença na boa fé humana, ultrapassando os limites da decência. Nossa liberdade é um constante risco. Já não existe mais privacidade, nossas vidas são devassadas e nos desnudam da soberania.

Ficamos nus, e sem o menor pudor nos tiraram o direito a pudores.

Precisamos rasgar a Constituição brasileira, queimá-la, atear fogo mesmo, afinal ela parece ser apenas uma peça para os anais da imoralidade brasileira. De início vamos raspar o Art 1º onde está escrito que nosso Estado Democrático de Direito tem como fundamentos a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e ao pluralismo político.

Queimemos a nossa constituição por falácia. Se vivêssemos um Estado de Direito, nenhum indivíduo, presidente ou cidadão comum, estaria acima da Lei. Mas que besteira a minha. Quais Leis? Elas existem? Sim, mas apenas como decoração, para que nosso país se acredite como nação, já que a obediência a elas não é cobrada. Não precisamos de novas Leis, mas de menos frouxidão para que elas sejam cumpridas. Seguem a Lei apenas aqueles que ainda se imaginam cidadãos, que ainda nutrem a doce ilusão de viver em uma Nação e que insistem em acreditar que a sua dignidade como pessoa humana é respeitada pelo Estado.

Ter a soberania como fundamento do Estado significa que dentro do nosso território não se admitirá força outra que não a dos poderes juridicamente constituídos.

Uma Nação meio soberana ou de soberania relativa, não é uma Nação.

Qual é esse pluralismo político que se refere a Constituição? Vivemos em um país onde os partidos políticos são comercializados por homens rasteiros que se vendem, e por imorais que os compram.

O que somos? Um amontoado de pessoas que se une apenas em copas mundiais de futebol? Se somos isso, então não somos nada! O que devemos fazer? Esperar a hora que o limite da nossa resistência nos impulsione a partir desta terra que como mãe, é a pior das madrastas? Não abriga seus filhos, os tornam indignos, ultrajados, sujos.

Não sou deste ou daquele lado, apenas quero respeito. Quero a chance de ver prosperar meu trabalho. Quero a oportunidade de criar meus filhos e conhecer meus netos. Quero poder sair do meu país sem ter vontade de ficar por lá.

Quero sentir orgulho da minha pátria e não vergonha por ser ela uma pátria sem caráter.

Quero respeito!

Não quero mais viver em uma nação meia-boca, que faz do seu povo cidadãos meia-boca, um país que envergonha e puni os de bem, protege e enaltece os que matam, roubam, estupram.

Permanecer aqui está se tornando muito mais que um ato de coragem, está se tornando falta de amor próprio a ponto de se submeter à degradante condição de refém dos fragmentos de uma justiça que nem de longe faz justiça.

Visitem o Argumento & Prosa

17 de mai. de 2006

Nosso intelectual orgânico

O Brasil produziu ao menos um intelectual orgânico: Marcola. Mais do que isso: vejam vocês, o homem também tem ambições teóricas. Não deixa de ser um evento. Vejam vocês: gente como Marilena Chaui, Emir Sader ou Marco Aurélio Garcia já ensaiaram algumas teorias gerais da revolução, e é Marcola, um leitor de Dante, Lênin e Sun Tzu, quem consegue dar uma dimensão prática ao pensamento.

Por Reinaldo Azevedo - Integra no Primeira Leitura

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É a cabeça, irmão

16 de mai. de 2006

PCC: A Maior Organização Criminosa do País?

É inominável o que está acontecendo em São Paulo, em especial na Grande Sampa, acontecimentos comandados por uma Organização Criminosa, o PCC; mais um ataque Direto ao Estado Democrático de Direito.

A seguir, desordenadamente, devaneios de um leigo, um simples cidadão, um Francenildo:

• Quantos dos atuais ‘membros’ do PCC seriam frutos do “ECA”, o Estatuto da Criança e do Adolescente com Licença para Matar Gente?
• Os MENSALEIROS escaparam todos ilesos, tudo normal.
• Os SANGUESSUGAS não sugaram nada, não vai dar em nada.
• Pesam sobre o Apedeuta, na edição de VEJA desta semana, denúncias cabeludas sobre o chefe do Executivo. E não são feitas por um Zé Mané qualquer, mas por um banqueiro poderoso e super inteligente, Daniel Dantas, do Banco Opportunity. Sua Excelência deve estar rindo à toa, com o desvio das atenções voltadas para os acontecimentos dirigidos pelo PCC. Neste caso, quanto pior, melhor.
• Não Temos Corruptos e/ou Criminosos em nenhum dos poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário, nos níveis Municipal, Estadual e Federal.
• Os Anões do Orçamento, continuaram anões, impunes. A CPI do Banestado deu no que deu. Em nada.
• Importamos VAMPIROS da Transilvânia.
• Têm sido nomeados como COVARDES, e o são, os ataques do PCC às unidades policiais e também a alguns alvos civis, não deixando de lado que têm atingido no todo a sociedade do Estado de SP, mas não raro, Médicos e profissionais de Saúde deixam crianças e adultos morrerem a mingua, por falta de atendimento, desleixo e até por uso de medicamentos vencidos, quando não, por erros médicos que dariam Cadeia Preta em qualquer país que impere o Estado de Direito.
• Rouba-se, frauda-se, faz-se de tudo (estragados ou vencidos) na compra de Remédios e Merenda Escolar neste país. Só falta criar uma SIGLA. É uma organização criminosa.
• Apontem Licitações em que não haja pagamento de propinas neste país.
• A Previdência Social é fraudada na arrecadação (33%), na aplicação dos recursos (33%) e nos benefícios aos aposentados (? %)...
• Autoridades e detentores de mandatos são inimputáveis.
• Qualquer um merda com um curso superior tem benesses previstas em Lei. Uma Anomalia em um Estado de Direito.
• Qualquer um merda com curso superior neste país é chamado de “doto”. Estamos cheios de “dotores”, carentes de DOUTORES.
• Quem nunca foi achacado por um funcionário público, com o pedido de um ‘por fora’ para que uma demanda de seu interesse saia mais rápido?
• O FLANELINHA não pede mais para tomar conta de seu carro. Sorrateiramente intimida.
• Os Clepto Stalinistas de plantão não são, não construíram sozinhos o CAOS Institucional e Social que estamos vivendo. Encontraram terreno adubado, já vinham adubando desde 1980, quando da fundação do PT. No poder, com terreno fértil, por que não se eternizarem no poder?

Uma Interrogação:
Nunca li ou ouvi falar sobre seqüestro e ou morte de parentes ou protegidos de políticos, autoridades de alto escalão do Legislativo e do Judiciário, não que eu queira que isso aconteça. Prezo e sonho com o Estado de Direito, mas é curioso. Serão os mesmos mais abençoados por Deus do que o restante dos Brasileiros?

Pensar ou não pensar, eis a verdadeira questão!

"LETARGIA MENTAL"

“A qualquer hora, envolvendo qualquer problema de sua vida, você é livre para pensar ou se evadir desse esforço.” (Ayn Rand)

Pensar ou não pensar, eis a questão! Diferente dos animais e plantas, o ser humano não sobrevive na base de reações automáticas. Sua consciência é volitiva, depende de sua vontade e esforço. O primeiro estágio da consciência é a sensação, um estado de apreensão produzido pela ação de um estímulo sobre um órgão dos sentidos. O segundo estágio é a percepção, um grupo de sensações automaticamente retidas e integradas pelo cérebro. Por fim, temos o estágio conceitual, onde os homens desenvolvem o conhecimento através do uso da lógica. Este estágio é o que tanto nos distancia dos demais organismos vivos. Entretanto, não se trata de um processo automático, mas sim voluntário. O homem deve querer pensar, respeitando seu mais fiel instrumento epistemológico: a razão.

Como o ato de pensar não é um processo mecânico e as conexões da lógica não são feitas por instinto, diferente das funções do estômago, pulmões ou coração, o indivíduo depara com a escolha entre ser ou não consciente. Para tanto, o homem deve decidir focar ou não sua mente. Da mesma forma que a faculdade da visão não é muito útil até estar focada, do contrário produz nada mais que um borrão, a mente também deve estar focada. Isso exige esforço contínuo. Em um extremo, temos o indivíduo que possui a mente ativa, atenta para entender tudo com que ela lida, na luta para apreender os fatos com clareza, sem preguiça na busca dos dados e de denominadores comuns para os concretos observados. Tal indivíduo não permite contradições, buscando a verdade com total honestidade intelectual. No outro extremo, está o homem para quem tudo além do nível sensório-perceptual é um borrão, uma névoa. A mente encontra-se entorpecida, tal como a de um bêbado pouco antes de desmaiar. Ela é passiva, errante, atordoada, vivenciando estímulos ao acaso. Esse homem encontra-se num estágio de completa letargia mental.

Se a escolha individual for pela anti-razão, na crença de que o conhecimento humano ou é impossível ou cai do além, de alguma divindade qualquer, a pessoa será vítima de constante falta de foco da mente. Ela irá se sentir cada vez mais cega, insegura e ansiosa. Após algum tempo, o indivíduo sentirá o foco como uma tensão nada natural, fazendo com que o processo de pensamento seja relativamente tortuoso e improdutivo. Tal indivíduo ficará bastante tentado a fugir para um estado passivo. Num grau extremo, a letargia transforma-se em total evasão mental, quando o indivíduo revoga a própria consciência por vontade própria. Ele se recusa a pensar, na fuga da responsabilidade de julgamento. Diferente do letárgico, que não se esforça, o evasivo esforça-se para não enxergar, na esperança de que o fato desaparecerá caso ele não o reconheça. Podemos dar como exemplo todos aqueles que cometeram suicídio coletivo sob o comando do reverendo Jim Jones. O caminho inevitável, cedo ou tarde, para quem adota a evasão mental como filosofia de vida, é a autodestruição. “Deixar a vida levar” costuma levar ao precipício.

Em resumo, o poder de escolha de um homem num processo de pensamento é manter ou não o vínculo entre sua mente e a realidade. Trata-se de uma questão de volição, onde o homem tem que escolher ser homem, um ser racional com livre-arbítrio. A alternativa é entregar-se ao acaso, sendo guiado por forças ocultas, sem a compreensão objetiva da realidade. Este indivíduo será uma presa fácil para oportunistas de plantão, seguindo como autômato o comando de algum líder, seja o vizinho, a maioria, o papa, o presidente ou até o reverendo Jim Jones. Para evitar tal destino e assumir o controle de sua vida, o homem tem que escolher ser homem. Ele deve optar pelo foco constante de sua mente, num processo que exige esforço contínuo para o ato de pensar. Ser ou não ser, eis a questão. E para tanto, fica a pergunta: pensar ou não pensar, eis a verdadeira questão!

Do Blog: O Rodrigo Constantino, um Economista, surpreende sempre. Grifei um trecho acima. Desconsiderem, pois a meu ver, o texto é todo excelente.

15 de mai. de 2006

Reinaldo Azevedo - sem tumores, de chapéu... cérebro à plena

Novo Dossiê Cayman? A farsa no país de Lula e Marcola
Certo jornalismo pretende ignorar o essencial da reportagem de Veja e da entrevista de Daniel Dantas a Diogo Mainardi e se fixar no secundário. A denúncia das supostas contas de petistas no exterior tem de ser investigada, mas o que já se tem como certo e sabido é grave o bastante. Cadê a oposição? E também falo um pouco sobre craniotomia.

Por Reinaldo Azevedo no Primeira Leitura

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15/5/2006
Os boatos traduziram o pânico da sociedade, que acreditou nos bandidos, não nos governos. A internet mentiu ou revelou a verdade do caos?


Por Liliana Pinheiro

CHEGA DE IMPUNIDADE! - por Rodrigo Constantino

“Quem poupa o lobo, mata as ovelhas.” (Victor Hugo)

O povo brasileiro ficou estarrecido com a afronta dos criminosos no último fim de semana, quando ataques orquestrados mataram dezenas de policiais e feriram vários inocentes em São Paulo. A sensação de insegurança é total - com razão. O Estado é grande demais onde não deveria e falha naquela que é sua função primordial. Os cidadãos de bem viraram reféns dos bandidos. Há uma completa inversão de valores, onde as pessoas honestas vivem aprisionadas e os malfeitores assumem o controle da situação. É chegada a hora de uma reação mais enérgica sobre a questão da segurança.

A principal causa da violência está na impunidade. Quando o crime compensa, e os riscos de punição são baixos, temos um convite ao crime. Há um fator cultural por trás disso, que permite esse clima de baderna generalizada. A mentalidade “humanitária”, pregando a igualdade de todos os homens, independente de seus valores e atitudes, chuta a estátua da Justiça, cuja balança deveria servir para emitir um julgamento objetivo dos fatos. O altruísmo, ao pedir que a vítima ofereça a outra face, contribui para a injustiça. Justiça, afinal, é a virtude de julgar objetivamente o caráter e a conduta dos homens e agir de acordo, garantindo a cada homem aquilo que ele merece. Quando alçam a compaixão acima da justiça, quando pedem para não julgarmos de forma a não sermos julgados, estão acabando com qualquer chance de justiça. A recompensa e a punição devem fazer parte do código de ética que pretende ser justo.

A crença em um determinismo qualquer, seja genético ou social, como se o indivíduo não tivesse o poder da escolha, o livre-arbítrio, retira a responsabilidade das pessoas e inviabiliza qualquer julgamento. Se não há escolha não há ação moral ou imoral. A neutralidade moral condena o bom e enaltece o mau. Abster-se de condenar um torturador é o mesmo que tornar-se cúmplice na tortura de suas vítimas. Um homem merece de outros aquilo e tão-somente aquilo que ele faz por merecer. O homem inocente não clama por misericórdia ou compaixão, mas por justiça. Ele quer aquilo que lhe é devido. Enquanto a reação das pessoas ao malfeitor for amolecer, dar a outra face ou culpar fatores exógenos por sua atitude, seu crime jamais irá cessar.

Muitos colocam a culpa da criminalidade na miséria. Esse materialismo é uma afronta a todas as pessoas pobres de bem, ou seja, a grande maioria. A honestidade não depende da conta bancária. Vemos muitos políticos ricos que roubam cada vez mais, enquanto pobres trabalhadores dão duro de forma honesta. Se a miséria fosse a principal causa da violência, a maior ameaça à paz mundial viria da Etiópia, não do rico Irã. Os ataques terroristas, por exemplo, não são financiados por um mutirão de famintos, mas por ricos como Bin Laden, que usam inclusive muitos jovens de classe média. Todos que aproveitam o caos da violência para logo sacar o termo vago “justiça social” deveriam lembrar que seus eleitores humildes não saem por aí matando policiais do nada. Os eleitores deveriam lembrar disso também, para não serem vítimas de um golpe populista. Quando alguém falar que a pobreza é que causa a criminalidade, o leitor humilde deve se perguntar se seria capaz de matar um policial ou uma criança.

Vários desses defensores da tal “justiça social” são, na verdade, defensores do crime. São aqueles que pregam soluções milagrosas e “igualdade social” ao mesmo tempo que sempre tomam o partido dos culpados. São os defensores do abrandamento da pena para crimes hediondos. São os que não desejam reduzir a maioridade penal, tornando galalaus assassinos em indivíduos inimputáveis. São os que gastam centenas de milhões do Estado num plebiscito para desarmar inocentes, em vez de investir na segurança. São os políticos que defendem os “direitos humanos” sempre objetivando eximir de culpa os criminosos. São os que preocupam-se apenas com os “coitados” dos assassinos, ignorando a dor das vítimas inocentes.

Devemos lembrar que para o triunfo do mal, basta que as pessoas de bem nada façam. A complacência com os algozes é paga com o sangue das vítimas. Se o Brasil pretende ser um país mais justo, devemos dar um basta à impunidade. Direitos humanos sim, mas para os humanos direitos. Para os bandidos, a punição.

Com autorização do autor, Rodrigo Constantino

13 de mai. de 2006

CRIME ORGANIZADO, ALVOS ERRADOS!

Denuncie Corrupção JÁ!

Acesse o link a seguir, Lugar de Corruptos é na Cadeia, e terá proteção policial integral, de sua pessoa e de seus familiares, inclusive se necessário, com sua mudança de idenditade.
Ah, também tenha certeza que, os denunciados, após comprovadas suas falcatruas e condenados pela Justiça, mofarão em uma Prisão Federal.

É o efeito Francenildo, o NILDO.

8 de mai. de 2006

ESTÃO PASSANDO A MÃO NELA - Adriana Vandoni Curvo

O meu artigo publicado sexta-feira, “Um gobierno de mierda” provocou reações adversas nas pessoas. Recebi diversas mensagens e algumas me chamaram a atenção para um problema que venho notando, cada vez maior. O desânimo e sensação de total impotência diante do desmantelamento das nossas Instituições que deveriam ser a sustentação da democracia.

A democracia pressupõe um governo no qual o povo toma as decisões importantes a respeito das políticas públicas, não de forma ocasional ou circunstancial, mas segundo princípios permanentes de legalidade. Linda a definição, porém, o povo brasileiro expressa sua opinião através de representantes. Hoje sabemos que no lugar de ouvir o seu povo esses representantes seguem seus bolsos. Quantos foram comprados para definirem suas opiniões?

Bem, mas a democracia é um sistema político cujas ações do governo atendem aos interesses populares. Porém percebemos neste caso com a Bolívia, que as ações do governo podem atender somente aos anseios de outros países, ou seja, temos um governo que se preocupa mais com uma retrógrada ideologia que com a soberania nacional.

O Brasil já passou por diversos períodos, mas as Instituições historicamente se mantiveram firmes, mesmo nos períodos de menor participação da população. Aí entramos numa equação básica: um país é vigoroso quando possui um povo coeso e atuante e suas Instituições capazes o suficiente para estabelecerem o ordenamento político.

Hoje nossas Instituições estão incapazes de estabelecer qualquer coisa que não seja a proteção de um governo notadamente corrupto. Um governo sub judice onde o ex-ministro da Fazenda foi indiciado até por falsidade ideológica, o ex-ministro chefe da casa civil é o comandante de uma quadrilha (segundo o ministério público). O ministro da justiça no lugar de ser um ministro do Estado é do governo, com suspeita de ser orientador de delinqüentes colegas de ministério. O presidente do banco central respondendo a inquérito por envio ilegal de dinheiro para o exterior. Chega! A essa altura o presidente deste governo é o chefe de honra dessa quadrilha. Sim, de honra, não por falta de envolvimento, mas por total falta de capacidade intelectual para dirigir qualquer coisa que não seja o feitio de uma bela caipirinha.

Daí o que responder a uma leitora que me escreve: “Adriana, hoje me bateu um profundo desânimo! Desde julho do ano passado tenho acompanhado este enorme desmonte do Estado Brasileiro, arquitetado nas três ultimas décadas por Lula e seus asseclas, sob o tácito engenho e projeto de Cuba, falida economicamente! Que desencanto!, assistir as imposições de Fidel via Chávez e Evo encontrar em Lula o seu fiel cumpridor! É traição em demasia!. E o povo? Não sei se miséria demais, bastando-lhes algumas bolsas-familia, dentaduras ou sei lá mais o que....! Será possível que este povo não reage nunca? Estamos sendo avacalhados enquanto cidadãos e ainda reelegeremos quem nos trai, rouba e trapaceia sob o comando de Fidel? Não há uma só autoridade ou liderança que levante este povo para dar um basta nesta corja demagoga de ladrões?”

É minha cara leitora, a democracia em um país sem educação pode se transformar em veneno, mas não inventaram um sistema melhor que esse, o problema não é com a democracia, mas com o país. Corremos sim esse risco porque temos direito de escolha sem capacidade de escolha e isso é um problema. Este governo quadrilheiro, sabedor dessa deficiência da população, irá fazer com que seus votos sejam definidos pelas esmolas que dão.

Cabe acusar a população como fez um outro leitor quando disse que temos “um gobierno de mierda porque nuestro pueblo é un pueblo de mierda”? Não, nosso povo não é de merda, é apenas faminto de educação, de conhecimento, de esclarecimento, de oportunidades. Segundo Platão, essa deficiência provoca um desequilíbrio no tripé da capacidade humana, formado pelo desejo, emoção e conhecimento que fluem, respectivamente, do baixo ventre, coração e cabeça. Portanto, não somos de merda, apenas estamos em desequilíbrio funcional e sabendo disso os quadrilheiros atuarão no baixo ventre da população para alcançarem seus objetivos. Da mesma forma que os sofistas com suas retóricas adestravam o espírito de jovens gregos e os preparavam para o duelo pela palavra sem se preocuparem com a verdade, este governo corrompe essa população faminta, dando-lhes programas sociais que quando não são de fachada, são paliativos.

Nessa questão com a Bolívia ficou claro que estamos expostos. O Brasil está à disposição de qualquer um que o queira. Como naquela música de Gonzaguinha, Lula colocou a bunda do Brasil na janela e agora estão passando a mão nela.

Leia... "UN GOBIERNO DE MIERDA"

Autorizado pela autora... Argumento & Prosa

Blog: O Brasil, como Estado Democrático de Direito, há muito já acabou

5 de mai. de 2006

NÃO GOSTO DE INTELECTUAIS NÃO

A VERBORRAGIA DOS INTELECTUAIS

Por Rodrigo Constantino

Quando algumas pessoas afirmam que a resposta para todos os nossos males encontra-se na palavra mágica “educação”, inevitavelmente me vem à cabeça a figura de Marilena Chauí. A professora da USP tem até doutorado, mas defende tudo de errado no mundo. Não que eu menospreze a relevância da educação. Ela é fundamental, sem dúvida. Apenas não é a panacéia que alguns pensam, como se fosse curar todas as doenças do nosso povo. Creio que o buraco é mais embaixo. Somos prisioneiros de uma mentalidade torta, que deposita no Estado uma fé messiânica, transferindo a responsabilidade, que é individual, para entes coletivos. Há um grave problema cultural no país. Somente aprender a ler e escrever não resolve isso. Marilena Chauí é a prova disso.

O contra-exemplo para quem deposita toda a fé na educação está em Cuba. Dizem que não há analfabetos naquela ilha-presídio. No entanto, sobra miséria, enquanto Fidel aparece entre os mais ricos do mundo, segundo a revista Forbes, que avalia em quase um bilhão de dólares sua fortuna. Os cubanos são analfabetos funcionais. Como disse Mário Quintana, “os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem”. De que adianta saber ler e ter apenas um jornal como fonte de “informação”, controlado pelo ditador? Para que vale saber ler e ser vítima de doutrinação ideológica desde cedo, nas escolas? O que importa ter diploma e não ter emprego? Temos taxistas engenheiros e prostitutas diplomadas. Isso é o resultado de “educação” sem liberdade econômica. Fica então a pergunta: qual educação é válida?

Voltando ao exemplo de Marilena Chauí, temos nessa intelectual o ícone das pregações esquerdistas que sempre fracassaram, trazendo infinita miséria para as cobaias dessas experiências grotescas. Lembro que o socialismo não foi idealizado por proletários, mas sim por intelectuais eruditos. A doutora Chauí, que tenta culpar fatores exógenos pela enorme crise moral que seu querido partido se meteu, defende aberrações como o MST e ainda enxerga importância no Fórum Social Mundial, cacofonia sem propostas concretas que serve apenas de palco para críticas vazias. O “outro mundo possível” pregado pelos seus participantes é na verdade a Utopia, o “não-lugar”, que na prática leva ao caos e terror dos países que testaram o comunismo. O fato de Chauí ter um doutorado parece não ajudá-la a enxergar o óbvio, partindo da premissa altamente questionável de que ela é honesta intelectualmente.

Os absurdos pregados por Chauí parecem ser infindáveis. A professora considera que justiça “consiste em tornar iguais os desiguais”. Como seres humanos sempre serão diferentes em inúmeros aspectos – tais como altura, beleza, peso e gostos – podemos concluir que tal igualdade diz respeito somente ao fator financeiro. Tamanho materialismo só pode ser fruto de uma grande inveja de quem detesta o sucesso alheio. Afinal, riqueza não é estática, mas sim dinâmica e criada por indivíduos. Para um ficar rico, o outro não tem que ficar pobre. Defender a igualdade material, tirando dos ricos para dar aos pobres, é imoral, além de ineficiente, pois nenhuma nova riqueza será criada assim. Fica também a suspeita de hipocrisia, dado que a professora vive com bem mais conforto que a média, e poderia começar sua “justiça social” doando seus bens materiais para pessoas mais pobres. Defender o altruísmo com o esforço alheio é fácil.

Marilena Chauí culpa o “neoliberalismo” pelos problemas brasileiros. Como pode alguém com tanta erudição desconhecer que o liberalismo passou mais distante do Brasil que Plutão da Terra? Será que tanta “educação” não foi suficiente para a intelectual saber que estamos depois da octogésima posição no ranking de liberdade econômica tanto do Heritage como do Frasier, conhecidos institutos internacionais? Que “neoliberalismo” é esse onde abrir uma empresa é tarefa hercúlea, e fechar é impossível? Onde está a liberdade econômica quando a burocracia controla cada detalhe dos negócios? O Brasil é tudo, menos liberal. Chauí, com mestrado e doutorado, não sabe disso?

Em resumo, educar o povo é crucial, uma condição necessária para o progresso da nação. Mas não parece ser suficiente. Afinal, qual educação será dada é uma questão fundamental. O que será lido quando o povo souber ler? Quando vemos famosos intelectuais defendendo ideologias totalmente fracassadas, fica a dúvida: será que o povo poderá ter uma educação decente sob a tutela de professores como Marilena Chauí? Me parece que antes de tudo os brasileiros precisam de um antídoto contra a verborragia dos intelectuais de esquerda. A maioria das desgraças humanas não foi parida por idéias de completos ignorantes, mas sim por intelectuais de renome, como a senhora Marilena Chuaí.

Com autorização do autor Rodrigo Constantino

Gosto do Professor Alberto Oliva e muitos outros.