20 de abr. de 2007

SENHOR JESUIS QUER SUA GRANA - por Janer Cristaldo

Por vezes, nas madrugadas, dedico alguns bons minutos aos programas dos pastores evangélicos que inundam a televisão aberta. É prática que recomendo ao leitor. Se as novelas consistem em ficções bobas para agrado de desmiolados, nos programas religiosos não há ficção alguma. É a realidade nua e crua: hábeis comunicadores extorquindo o último centavo de uma massa de crentes analfabetos ou semi-alfabetizados. Há milagres a granel. Pelo simples fato de comparecer ao culto, paralíticas passam a caminhar, ceguinhas passam a ver, cancerosos se curam de câncer, aidéticos se curam de Aids. Expulsam-se também demônios do corpo de endemoniados. Aleluia! Louvado seja o Senhor Jesuis!

Confesso que até hoje não entendi esse “senhor Jesuis”. Talvez seja recurso fonético dos pastores da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) para diferenciar-se das vigarices milenares daqueles outros da ICAR (Igreja Católica Apostólica Romana) , que por sua também exploram o cadáver do Senhor Jesus. Sem o "i". O programa que mais me fascina é aquele da IURD, a vigília dos 318 pastores. São 318 pastores que intercedem ante o Altíssimo pela sua fortuna e prosperidade. E porque 318? Porque no Gênesis lemos:

"Ouvindo, pois, Abrão, que seu irmão estava preso, levou os seus homens treinados, nascidos em sua casa, em número de trezentos e dezoito, e perseguiu os reis até Dã. Dividiu-se contra eles de noite, ele e os seus servos, e os feriu, perseguindo-os até Hobá, que fica à esquerda de Damasco. Assim tornou a trazer todos os bens, e tornou a trazer também a Ló, seu irmão, e os bens dele, e também as mulheres e o povo".

O roteiro é divino. Público alvo, pequenos e médios empresários. De preferência, empresárias. Você tem uma dívida de três milhões de reais? Basta pedir a intercessão dos 318 pastores e dia seguinte você está fora do vermelho e cheio de grana no bolso. Você tem um carro caindo aos pedaços que não lhe dá nenhum prestígio? Freqüente as vigílias e logo o bom Deus lhe dará uma BMW. Os depoimentos se multiplicam e as benesses são sempre as mesmas: prosperidade na empresa, dinheiro na conta corrente, carro novo, casa na praia, jardim e piscina, em suma, todas essas pequenas ambições da pequena burguesia ascendente. A "reportagem" se dá ao luxo de entrevistar os abençoados por Deus no estacionamento do templo. Cada um, cada uma, sentado ao volante de um flamante carro de prestígio. Graças ao Senhor Jesuis!

Perplexo! É como fico. Não se vê um só assento vazio nos templos. Vazia deve ser a vida daquelas quatro ou cinco mil pessoas que lotam cada galpão. Que perdem madrugadas de repouso ou lazer, convivência com a família, para ouvir o bíblico besteirol de um vigarista bem falante. Não por acaso evangélicos e católicos estão agora disputando acirradamente as mentes dos bugres no Brasil. Os criadores de religiões desde há muito sabem que, nos dias atuais, só podem esperar colheita se semearam entre os brutos. Nestes dias em que a Polícia Federal parece ter tomado vergonha e está colocando juízes e desembargadores na cadeia, é difícil entender como os 318 pastores ainda não estão vendo o sol quadrado. Ou será que temos de esperar que a polícia americana ponha estes senhores onde merecem estar?

Não bastasse esta exploração vil dos baixos instintos do povo, que constituem crime óbvio contra a economia popular, um destes senhores, o senador Marcelo Crivella, pastor da IURD, quer agora enfiar a mão no bolso inclusive dos não-crentes. Não bastasse esta corrupção propiciada pela lei Rouanet, que permite o financiamento do teatro, do cinema e agora da literatura pelo contribuinte, o pastor Crivella considera que as religiões estão entre os elementos culturais de uma nação. E apresentou projeto no sentido de que a lei Rouanet passe a despejar abundantes benesses sobre os templos da IURD.

A propósito, o senador e pastor começa a surgir como um dos personagens da operação Hurricane, que está desmantelando a máfia dos bingos e caça-níqueis no país. Íntimo do juiz Ernesto Dória, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, chegou a sugerir-lhe que se candidatasse a "vereador ou deputado pela nossa Igreja", a IURD. Em um dos diálogos grampeados pela Polícia Federal, o ilibado juiz comenta que se Lula vencesse a disputa no Rio, Crivella sairia fortalecido. "Tá colocando 4 milhões e meio de gente, quase 5, pra votar no Lula. Tá uma máfia humana".

Como se algum animal organizasse máfias! O projeto do senador e pastor já foi aprovado pela Comissão de Educação do Senado. A matéria vai a plenário e ainda precisa ser votada na Câmara.


Eu prefiro o Show da Fé, com o Pilantrão do RR Soares

18 de abr. de 2007

Um Bonito Exemplo - por Ubiratan Iorio

Nestes tempos inacreditáveis, em que uma ministra que ganha para promover uma “igualdade racial” que já existe constitucionalmente, manda às favas o seu cargo de “heroína” – que, sobre ser redundante, também é caro para os contribuintes -, para semear nos nossos irmãos negros o ódio contra os brancos; em que, a pretexto de uma “igualdade na chegada”, muitos, inclusive magistrados, justificam crimes bárbaros pelas “desigualdades”; em que se pretende premiar famílias de bandidos com “bolsas”; em que um rabino esquerdista tisna a respeitável tradição moral judaica furtando gravatas (caras, pois ele não é bobo); em que “teólogos”, que se dizem católicos, atacam o Papa e exaltam hereges da “Teologia da Libertação”; em que a hierarquia militar é desrespeitada pelos controladores de vôo e o governo cede à insubordinação, só recuando por pressão; em que os deputados decidem que não trabalharão mais em Brasília às segundas-feiras; em que a mediocridade é enaltecida e a inteligência execrada; nestes tempos incríveis, o exemplo – real – de Marlene é uma lufada de ar fresco no ambiente moral podre que nos circunda e um veemente desmentido às teses sociológicas e antropológicas das “esquerdas”.

Moradora de um morro carioca em área bastante violenta - que redundância! -, abandonada pelo marido com quatro filhos ainda crianças, pobre, mas digna, não buscou as bolsas-esmolas que os governos distribuem, em troca de votos e de adesão compulsória à seita do mau pastor de plantão que detém sua partilha. Pelo contrário, olhou para dentro de si e enxergou-se uma mulher de fibra, valente, honesta, trabalhadora e, sobretudo, empreendedora. Esperar pelos governos? Para que? Reclamar? Nada disso! E Marlene foi à luta, sozinha. Primeiro, voltou a estudar, no supletivo de uma escola estadual, perto do pé do morro. Esforçada e sempre com um sorriso para oferecer, despertou a simpatia de professoras dedicadas, verdadeiras heroínas como ela e abandonadas como ela pelos governantes. Abriu uma tendinha ao lado de sua casa, onde vendia café e média com pão e manteiga, feitos com esmero e carinho, mostrando que qualquer trabalho honesto, por mais humilde que seja, deve ser realizado com dedicação. Em meses, passou a vender também sanduíches, com grande saída, porque, além de bem feitos, tinham preços justos.

Soube ser firme com os filhos: nenhum deles envolveu-se com o tráfico que domina o morro e que, diversas vezes ao ano, “ordena” que a escola seja fechada. O mais velho, inclusive, está terminando o segundo grau, prepara-se para prestar vestibular no segundo semestre deste ano e vai ganhar um computador da mãe, comprado a prazo, ainda neste mês.

Vendo que seu negócio ia bem, matriculou-se em um curso gratuito de preparação de salgadinhos, que já sabia fazer, mas sem aquela arte que, segundo ela, cativaria os consumidores. Assim que se sentiu em condições, passou a vendê-los em sua tendinha, sempre com limpeza, capricho, ingredientes de boa qualidade e preços bons. A demanda, naturalmente, foi grande, o que a conduziu, com seu espírito de iniciativa, à quarta etapa, a de preparar refeições “quentinhas”, vendidas, primeiro, no morro, mas, logo, a famílias do asfalto, atraídas pela fama, já corrente, de limpeza, qualidade e bom preço. Hoje, Marlene vive a quinta fase de seu empreendimento: fornece refeições para alguns restaurantes e, como a procura tem sido grande, já conta com quatro auxiliares de cozinha, que, com olho na qualidade, orienta em tempo integral. Segue firme na escola, sempre com bons conceitos e notas. E a sexta etapa já sabe qual será: abrir uma loja no asfalto, daqui a um ou dois anos.

Que Deus abençoe você, Marlene, que não é “pobre por vocação”, pois nunca esperou que os governos fizessem chover o maná! Houvesse muitas e muitos com a sua têmpera, os políticos populistas que preferem manter a pobreza, ao invés de atacar suas causas, morreriam de fome.

17 de abr. de 2007

Brincando com fogo - por João Mellão Neto

Militares não são cidadãos comuns. A simples circunstância de que têm como dever arriscar a vida pela Pátria já faz deles pessoas diferenciadas. Desde o início da civilização, já se tornou senso comum a necessidade de que a cultura militar - seus valores, convicções e regras de conduta - deve ser diversa da que rege os civis. Ninguém, em sã consciência, enfrenta voluntariamente a eventualidade da morte sem ter fortes razões para fazê-lo. Para os soldados, acima da própria vida, há que existir valores tais como a honra pessoal, o sentimento incondicional do dever, a defesa a qualquer custo da Pátria e, muito importante, uma exaltação de espírito permanente.

É por esta razão que os militares despendem boa parte de seu tempo em paradas, desfiles e marchas, embalados por hinos marciais, portando estandartes e bandeiras e bradando a plena voz palavras de ordem e lemas próprios à sua função. A obediência cega à hierarquia e disciplina extremamente rígida são princípios basilares - e não poderia ser de outra forma - de toda e qualquer organização com fins militares. Não se admitem tolerâncias nem liberalidades. Sem a obediência cega às ordens superiores e um comportamento impecável se torna impossível formar uma tropa em condições mínimas de enfrentar forças inimigas e, eventualmente, vencê-las.

Os brasileiros, em geral, são avessos à ordem, à lei e à autoridade. O “jeitinho brasileiro” é uma instituição nacional. O “modo Macunaíma de ser” está impresso no nosso DNA cultural. Mais uma razão para que nas Forças Armadas tais características sejam fortemente reprimidas e o senso do dever seja incutido com maior severidade.

Todo este preâmbulo se justifica para demonstrar a gravidade das primeiras atitudes do presidente Lula no enfrentamento da rebelião dos sargentos controladores de vôo. Em estado de guerra, tal motim deveria ser reprimido com toda a força, seus participantes imediatamente, presos e os responsáveis seriam submetidos a corte marcial e fuzilados sem clemência.

Ora, dirão alguns, não estamos vivendo uma guerra e o sistema de controle de vôo não deveria ser predominantemente militar (cerca de apenas um quarto dos controladores de vôo, no Brasil, são civis.)

Não sou contrário à desmilitarização do sistema de controle de vôo. Na maioria dos países desenvolvidos tudo funciona bem e este serviço é exercido por civis.

O fato é que, no Brasil, a rebelião ocorreu num momento em que o controle de vôo ainda está subordinado à Aeronáutica, seus operadores são sargentos e, portanto, sujeitos ao regimento militar. Sendo assim, não se trata de uma simples greve, mas de um gravíssimo motim. E não se negocia nada com militares amotinados.

Lula não atentou para as seriíssimas conseqüências de seu modo sindical de agir e ordenou a seus ministros que fossem negociar com os rebelados. Estes, para resolver o problema, acenaram com o que não podiam: não-punição para os amotinados e aumento salarial para todos. A Presidência da República, constitucionalmente, não pode fazer nem uma coisa nem outra.

Os sargentos estão sujeitos ao Código Penal Militar e são julgados pelo Superior Tribunal Militar, um órgão do Poder Judiciário. Eles acabarão por ser severamente punidos. Até para servir de exemplo e evitar que novos focos de rebelião contaminem todas as Forças Armadas. A única saída para esse impasse seria a aprovação, pelo Congresso Nacional, de uma anistia para os revoltosos. Isso é improvável que ocorra.

Quanto ao aumento salarial, ele é impossível. Se os sargentos controladores de vôo recebessem uma majoração em seus soldos, ela teria de ser estendida, segundo a lei, a todos os sargentos das três Forças Armadas. Isso, além de altamente oneroso, faria os sargentos passarem a ganhar mais do que os tenentes, seus superiores imediatos. O resultado final é que todo o oficialato das três Forças teria de receber um aumento salarial proporcional ao dos sargentos.

A única saída, em médio prazo, seria a passagem do sistema de controle de vôo para a alçada civil, com o conseqüente desligamento dos sargentos dos quadros da Aeronáutica. Mas isso leva tempo e é uma operação muito mais complexa do que aparenta. Como separar os serviços de defesa aérea - que devem ser mantidos na esfera militar - dos serviços restritos à aviação civil?

Lula foi devidamente enquadrado pelos comandantes militares. O comandante da Aeronáutica chegou a ameaçar acionar o Supremo Tribunal Federal para abrir um processo de impeachment do presidente por crime de responsabilidade. E base jurídica ele tinha de sobra para fazê-lo.

A crise acabou contornada porque nosso incauto presidente voltou atrás, derramou-se em declarações de apreço à hierarquia militar e tachou os amotinados de traidores e irresponsáveis. Ele não precisava passar por mais esse vexame. Bastaria que algum assessor o tivesse orientado sobre os graves desdobramentos que sua atitude de negociar traria. Infelizmente, Lula já demonstrou que escolhe muito mal a sua assessoria.

O último governante que ousou incentivar a insubordinação dos quadros inferiores das Forças Armadas foi João Goulart. E ele acabou sendo deposto logo a seguir.

Com as Forças Armadas não se brinca, em especial porque elas são forças e, ainda por cima, armadas.

Como dizia o filósofo Dahrendorf, as instituições de uma nação são como cabos de alta tensão: à primeira vista são inofensivos, mas basta tocar neles para sofrer terríveis conseqüências. Lula não sabia disso e acabou estorricado.


Como reza a sabedoria popular, quem só entende metade de um problema acaba sendo devorado pela outra metade...
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João Mellão Neto, jornalista, deputado estadual, foi deputado Federal, secretário e ministro de Estado

14 de abr. de 2007

Governar e Desgovernar - por Alberto Oliva

1. Governar é coordenar os esforços dispersos dos agentes sociais introduzindo mecanismos que estimulem o bom funcionamento do Todo.
Desgovernar é inventar formas sutis ou grosseiras de controlar as ações individuais a pretexto de promover o bem comum.

2. Governar é se entregar de corpo e alma aos desafios nacionais, é trabalhar com operosidade em prol da solução dos problemas miúdos e graúdos que atormentam a coletividade.
Desgovernar é cindir a sociedade, é criar polarizações entre elite e povo que só servem para manipular os desvalidos. É o presidente colocar as camisas de determinados times esquecendo que o País só tem um uniforme oficial. É colocar bonés de movimentos sociais que desrespeitam a Constituição.

3. Governar é abrir e consertar estradas. É estimular a busca de novas vias pelo conhecimento e pela criatividade.
Desgovernar é fechar caminhos, obstruir a iniciativa individual e inibir o aguilhão empreendedor dos cidadãos.

4. Governar é criar um ambiente favorável aos investimentos. É gerar confiança entre os agentes, é ser guardião das regras do jogo da vida social. É dar exemplo com conduta moral irrepreensível. É respeitar de forma incondicional o Estado de Direito.
Desgovernar é prometer milhões de emprego sem criar as condições propícias ao crescimento sustentado da economia. É aumentar a carga tributária, fazer crescer as despesas e supor possível que assim ocorrerá o “espetáculo do crescimento”.

5. Governar é contar com uma burocracia proficiente, com um corpo de funcionários que se destaca pelo profissionalismo e que exibe desvelo e competência técnica na solução objetiva dos problemas.
Desgovernar é fazer do Estado a sucursal do Partido contratando milhares de militantes com total desatenção ao mérito e à qualidade profissional.

6. Governar é enxugar despesas, cortar gastos e diminuir custos em respeito aos enormes sacrifícios feitos por trabalhadores e empresários para pagar impostos gravosos.
Desgovernar é gastar sem eficiência e sem metas rigorosamente definidas desperdiçando parcos recursos. É desrespeitar acintosamente a realidade da escassez.

7. Governar é fazer programas sociais que preparem o cidadão para a vida e para o trabalho – em suma que redundem em sua qualificação moral e profissional.
Desgovernar é adotar programas assistencialistas e paternalistas que eternizam a pobreza criando um mercado político de párias explorado de modo torpe pelos pseudo-salvadores da pátria e pelos pseudopais dos pobres.

8. Governar é velar para que a liberdade de expressão não seja desrespeitada, para que nada trave o livre fluxo das opiniões e subsista uma saudável contraposição entre diferentes visões de mundo.
Desgovernar é fazer cartilhas que definem o politicamente correto como forma sorrateira de impor o Pensamento Único.

9. Governar é respeitar a liberdade de imprensa, o direito que o cidadão tem de ser informado a respeito de tudo que ocorre – sobretudo nos desvãos e porões dos governos que se dizem honestos sem sê-lo.
Desgovernar é criar Conselhos de Controle da Inteligência e da Informação para impedir que as notícias das falcatruas, do caudal de corrupção, cheguem ao conhecimento do grande público.

10. Governar é desburocratizar, facilitar a vida dos cidadãos deixando-os à vontade para perseguir – de forma regrada - seus objetivos.
Desgovernar é se imiscuir nas relações interpessoais, é invadir a esfera de decisões individuais com a desculpa de corrigir distorções nas relações entre os cidadãos.

11. Governar é administrar e despachar; é ler projetos avaliando a viabilidade e a justeza de sua implantação. É abraçar as tarefas comezinhas de lidar com o varejão de problemas de uma sociedade.
Desgovernar é fazer marketing ilusionista, é ser o governante garoto-propaganda de si mesmo. É assumir o papel decorativo de rei num regime presidencialista.

12. Governar é dar atenção especial à segurança das pessoas, protegendo-as da sanha de bandoleiros e homicidas.
Desgovernar é passar a mão na cabeça dos bandidos justificando o que fazem como subproduto do Sistema socioeconômico. É permitir que a impunidade campeie, que os presídios se transformem em centrais operacionais do crime organizado.

13. Governar é dividir o Poder com as várias instâncias de decisão. É construir e respeitar a autêntica idéia de federação.
Desgovernar é pôr em prática a voracidade centralizadora que leva à total ineficiência, como ficou claro com as economias centralmente planificadas, e ao totalitarismo.

14. Governar é assumir o papel modesto de servidor da sociedade.
Desgovernar é se achar o dono do pedaço. É sonhar em ser Mussolini, Hitler, Stalin, Mao, Pol Pot ou...

Publicado em 20/07/2005 no Ratio Pro Libertas

Enquanto isso... Diogo Mainardi

A Arte de Salvar o Brasil - por J. O. de Meira Penna *

Educar, do latim ex-duco, “conduzir para fora” da ignorância, da grosseria e das pretensões dos analfabetos. Governar é isso mesmo

Descubro uma angústia depressiva em muitos artigos e e-mails que leio. Alguns perguntam: “o Brasil tem saída?” Outros já concluíram que esta foi uma experiência fracassada. É uma nação inviável. É um Estado falido e uma burocracia que, de tão gorda, já está matando a galinha dos ovos de ouro, o que quer dizer, o setor privado. Por que essa espécie de psicastenia coletiva grave, em grande parte da elite intelectual? Tudo tem solução pois nossos compatriotas são mestres na arte de salvar permanentemente o país, de preferência por intermédio de soberbas ideologias já defuntas como o Marxismo - em que pese o obsessivo empenho dos americanos os quais, ao que se diz, só pensam em duas coisas, democratizar o Iraque e atrasar o Brasil – começando por nos arrancar a Amazônia e humilhando os turistas brasileiros, que devem tirar os sapatos como se um Boeing fosse uma mesquita.

Embrenhando-me de mau jeito nesse magno empreendimento de arte soteriológica, ofereço algumas dicas para a obra mágica de salvar o Brasil (de seus governos). Por exemplo: há desemprego? Solução: cria-se por Medida Provisória 500.000 grupos de trabalho para estudar o problema, vinte membros cada um, boas diárias e muitas férias, que ninguém é de ferro, e temos imediatamente os dez milhões dos novos postos prometidos. Simplíssimo, salvo se os americanos tentarem torpedear o projeto. Eles nos poderão oferecer 300.000 vistos anuais para imigrantes clandestinos, com fotografia, marca digital, sem sapato no aeroporto e tudo o mais que revele sua arrogância. A debandada para Orlando será geral! Mas, neste caso, sempre existe a alternativa de impormos reciprocidade, como cabe a uma grande potência emergente, com um líder de prestígio global na Presidência o qual, em constantes e estimulantes visitas a outros eminentes estadistas como os de Cuba, da ilha de Taiti, o Kabaka do Burundi e o Palhaço-Mor da Líbia, cria as condições de uma vasta e merecida reação popular. Sua mensagem tem valor universal: “Pé-rapados do Mundo, uni-vos! Nada tendes a perder, exceto vossas cadeias”... Os alicerces do Capitólio, em Washington, estão tremendo e o Presidente Bush que se resguarde em sua casinha branca: o chamado à revolta é mais perigoso do que um avião-bomba do Bin Laden.

Querem outro recurso para salvar o país? Que não se fale mais no MST e em ocupação ilícita de fazendas produtivas! O melhor é partir para as terras devolutas, que as há em abundância, quase quatro milhões de kms², neste que é o quinto mais extenso país do mundo, com a vantagem sobre os quatro colocados à nossa frente, de só conter terras férteis, nenhum deserto e nenhuma tundra. Sugiro que se faça a Reforma agrária da Ilha do Bananal para o Norte e o Oeste, para Mato Grosso, Rondônia e Roraima. Que se use desempregados, com caminhões paulistas, para abrirem a ligação rodoviária asfaltada, saltando sobre os Andes do Peru, com a recompensa de tomar banho de mar nas praias do Pacífico. E que não se procure pacificar a Rocinha, no Rio, estimulando os desesperados esforços dos dois garotinhos meio-moleques que governam o Estado.
Se país pobre é país burro, como afirmava Mestre Gilberto Amado, o de que se necessita é ensinar o B A = Ba, da Praça dos Três Poderes em Brasília até a Prefeitura de Catolé do Rocha, passando pela Câmara de Vereadores dos cinco mil municípios da Terra dos Papagaios. Que tal começar com uma babá de curso primário, colocando na primeira fila da escolinha metade dos “intelectuais” da USP, Uerj, UniCamp e UnB, e a maioria dos que escrevem em jornais – dando a primeira lição de aritmética: 2+2=4, e um Milhão não é a mesma coisa do que um Bilhão. E, logo em seguida, lecionar um pouco de história. Quem descobriu o Brasil foi Pedro Álvares Cabral cujo escriba logo a El Rey solicitou um emprego para o sobrinho.

Educar, lecionar, instruir, é assim que se salva o Brasil. Educar, do latim ex-duco, “conduzir para fora” da ignorância, da grosseria e das pretensões dos analfabetos. Governar é isso mesmo. Já tivemos um Presidente que quis fazer em cinco anos o que se faz em 50. Infelizmente, nunca elegemos um Presidente que prometesse num mandato de oito anos impingir oitenta anos de educação. Eu esperava isso do Lulinha. Lula é inteligente e esperto, porém mais precisa da disciplina do que qualquer outro. Talvez se convença do valor da cultura, pois ainda há tempo para isso.

* J. O. de Meira Penna é Diplomata, tendo ocupado vários cargos no exterior e chefiando sete embaixadas brasileiras. É também escritor e jornalista, com mais de 20 títulos publicados, como "Em Berço Esplêndido", "O Espírito das Revoluções", "O Dinossauro", "Opção Preferencial pela Riqueza" e "A Ideologia do Século XX".

Reproduzido do Instituto Liberal - RS

O grande motim... a vir - por Oliveiros S. Ferreira

Não serão muitos os que darão a devida importância ao fato de o Poder de Estado haver cedido ao motim dos sargentos da FAB que controlam o espaço aéreo. Haverá outros, bem menos que os primeiros, que se lembrarão de que o motim aconteceu na noite de 30 para 31 de março, exatos 43 anos depois que o General Luis Carlos Guedes sublevou a guarnição de Belo Horizonte, e poucas horas depois o General Olímpio Mourão Filho iniciou sua marcha para o Rio de Janeiro. Esses poucos dirão que os sargentos comemoraram, a seu modo, o aniversário da “Contra-Revolução de 1964”. A coincidência das datas — inclusive das horas — permite essa interpretação dramática.

Para que possamos ter dos acontecimentos uma visão mais completa, será conveniente enunciarmos fatos que já não moram na memória de quase todos. Vamos a eles.

1961 — Para silenciar a “cadeia da legalidade” que Brizola estabelecera a partir de uma emissora de rádio instalada no Palácio Piratini, alguns Oficiais da FAB pretenderam levantar vôo em Porto Alegre e bombardear o palácio. Os sargentos da base esvaziaram os pneus dos aviões e a operação não se realizou. Não se tem notícia de que, naquele ambiente em que o General Machado Lopes formava com Brizola, os sargentos ou os Oficiais da FAB tivessem sido punidos.

1963 — Os sargentos se revoltam em Brasília, de armas na mão. Para protestar contra a decisão do Superior Tribunal Eleitoral que, amparado na Constituição, havia declarado sem efeito a eleição de alguns sargentos para a Câmara dos Deputados. A reação do Poder de Estado fez-se também de armas na mão, havendo mortos e feridos. O Presidente da República era o Sr. João Goulart.

A partir desse fato, os Oficiais (especialmente do Exército) passaram a ter fundados receios de que os sargentos de suas unidades pudessem sublevar-se, repetindo o que acontecera em 1935. Para diminuir o risco pessoal, passaram a dormir com suas armas pessoais, e o controle do armamento das guarnições passou a ser extremamente rigoroso, mais do que o habitual.

A reação de parte da opinião pública, para não dizer de quantos não se guiavam pela cantilena esquerdoide de que os sargentos eram o Proletariado e os Oficiais eram a Burguesia (e havia quem sustentasse essa sandice), a reação foi de temor de que o Estado pudesse fraquejar diante de novas sublevações desse tipo.

1964 — Na Semana Santa (março daquele ano) marinheiros e fuzileiros navais se sublevam em seus navios e em terra. Pelo menos de uma belonave, Oficiais foram jogados no mar. Em seguida, os amotinados se reuniram no Sindicato dos Metalúrgicos, realizando tumultuada assembléia em que o orador mais ardoroso foi um marujo (depois conhecido como cabo) chamado Anselmo. O ministro da Marinha mandou um destacamento de fuzileiros navais para prender os revoltosos. Os fuzileiros aderiram aos que estavam no sindicato. Foi preciso que o Exército enviasse tropa para que o motim terminasse. Os marinheiros e fuzileiros foram recolhidos presos a um quartel do Exército e na mesma tarde anistiados pelo Presidente João Goulart.

O Exército, parte do Poder de Estado, reagiu, prendendo os amotinados. A anistia, violentando dispositivos constitucionais, veio simplesmente consagrar a fraqueza da Presidência da República, que cedia aos amotinados em nome da concórdia nacional. No dia 30 de março, o Presidente João Goulart fez um discurso no Automóvel Clube para sargentos e praças, quebrando a hierarquia e a disciplina. Naquela noite, o General Guedes, apoiado no governo de Minas Gerais, levantou-se; horas depois, após alguma hesitação, o General Mourão Filho assumiu o comando da sublevação.

1979 — O General João Batista Figueiredo mal acabara de tomar posse, quando o sindicalista Lula comandou grande greve no ABC paulista. Grande cobertura dos meios de comunicação, especialmente do vôo de helicópteros e aviões sobre o campo de futebol onde se reuniam os grevistas, em massa. O Tribunal Regional do Trabalho determinou que a greve cessasse. Lula desafiou a decisão da Justiça, tecnicamente se colocando contra o Poder de Estado. O espetáculo da massa de grevistas desfiando o Governo da Revolução impressionava todos. O Presidente Figueiredo mandou seu ministro do Trabalho negociar com Lula. A negociação foi feita, a decisão do TRT jogada às urtigas e a greve cessou.

1999 — O Presidente Fernando Henrique Cardoso cria o Ministério da Defesa, com o que os comandantes das Forças passaram a ser subordinados, desde então, a um ministro civil pouco familiarizado com o espírito das Forças Armadas, que se articula em torno das noções de Hierarquia e Disciplina.

2002 — O sindicalista que desafiara o General-Presidente e a Justiça foi eleito Presidente da República, tendo sido reeleito em 2006. Os que acreditam em teorias conspirativas dizem que o sindicalista de apelido Lula foi transformado no líder político de nome Lula da Silva por obra e graça das artimanhas do General Golbery do Couto e Silva. As mesmas pessoas — repito, que acreditam em teorias conspirativas — diziam em 1964 que o General Golbery buscara o apoio dos intelectuais de esquerda de São Paulo para o governo Castelo Branco, tendo malogrado em sua aproximação.

2005/6 — Os que têm acesso à Internet podem acompanhar manifestações de sargentos, que disputam cargos eletivos, e de Oficiais da reserva reclamando, todos, aumento de salários e criticando em tom revanchista os comandos das Forças Armadas.

2006 — Apenas registrado o trágico acidente com o avião da Gol, começa a crise no controle do espaço aéreo. O noticiário nos meios de comunicação, primeiramente voltado para apontar a culpa dos pilotos norte-americanos do jato que colidira com o Boeing da Gol, lentamente passa a ser centrado nos controladores. Há notícias, sem atribuição formal de fonte, de que um ou outro controlador, sargento da FAB, poderia ser responsável por um mau controle dos dois aviões.

Iniciam-se os chamados “apagões”. Coloca-se em dúvida, sem desmentido das autoridades, que o equipamento para controle do espaço aéreo está ultrapassado diante do aumento do tráfego aéreo comercial-civil, quando não sucateado. As condições de trabalho dos controladores, dados como forçados a controlar mais aeronaves que o estabelecido em lei, merecem grande destaque na imprensa. Inicia-se uma campanha para que o controle do espaço-aéreo saia das mãos da FAB e seja feito por civis sem que se especifique que Governo, autoridade ou empresa privada assumirá a responsabilidade por esse controle. O ministro da Defesa recebe uma comissão de controladores, passando por cima da hierarquia.

2007 — Os “apagões” repetem-se. O ministro da Defesa desempenha, no decorrer de todo o episódio, o triste papel de nada saber de fonte própria. O Presidente da República, diante do espetáculo degradante que se observa nos aeroportos nesses dias, exige uma solução com data e hora... Às 18h30 do dia 30 de março, os controladores, sargentos e civis, reúnem-se no auditório do Cindacta de Brasília e enviam seu ultimato ao governo: nenhum avião levantará vôo a menos que suas reivindicações sejam atendidas: nada de punições, cancelamento das transferências já feitas, aumento de salários e transferência do controle para civis. Brasília é importante como “entroncamento” (a imagem é ferroviária, mas diz bem o que tenho em mente) do tráfego aéreo do Norte e do Nordeste para as demais regiões e vice-versa. O caos se estabelece mais uma vez, afetando desta feita os aviões de empresas internacionais e os vôos nacionais para o Exterior.

O comandante da FAB decide prender os amotinados e é impedido. O Presidente da República, em vôo para os Estados Unidos, decide que nada se faça contra eles e que o Governo deve negociar. Os sargentos se recusam a negociar com o comandante da FAB, reclamando a presença da ministra Dilma. Ela se encontra no Rio Grande do Sul; o Presidente determina que o ministro do Planejamento e o secretário-geral da Presidência negociem.

Eles não negociam — aceitam as exigências dos amotinados. O ministro do Planejamento justifica sua presença na negociação, dizendo que se o ministro da Defesa e o comandante da FAB fossem negociar, teriam de tomar posição diferente da que adotou.

O pano cai sobre Brasília, isto é, sobre o Poder de Estado. O ministro da Defesa, jogado às urtigas pelo Presidente, não renuncia. O comandante da FAB, humilhado pelos amotinados e pelo Presidente, teria pensado em renunciar, mas depois pensou melhor e não apresentou sua demissão. A FAB, por seu comando, deixou claro que não quer mais assumir o controle do espaço aéreo. Que os civis cuidem disso, no Ministério da Defesa. É como se dissesse, lembrando as vezes em que pediu providências e não foi atendido: “Quem pariu Mateus, que o embale”. Uma coisa não ficou clara, se de fato houver uma creche para o ministro Pires tomar conta: quem controlará o espaço aéreo, quando se tratar de vôos militares?

O General de Gaulle, diante da revolta dos coronéis e dos estudantes em Argel, dizia que o Poder não recua. Acostumei-me a dizer: desde que haja um Poder.

Não se deve, a partir dessa lembrança do General de Gaulle, dizer que não há poder no Brasil. Há. Só que não é Poder de Estado consagrado, mal e mal, na Constituição de 1988; pelo contrário, é um poder que pretende substituir o atual Estado por outro. Sobre esse fato, é preciso meditar antes de avançar.

É preciso, porém, tirar conclusões de tudo o que enunciei acima. Talvez sejam “conspirativas”. Desde, porém, que a realidade as sustente, têm boa probabilidade de traduzir o que está em curso. Vamos a elas.

Os “apagões” anteriores haviam provocado irritação, mas não comoção da opinião pública. Comoção no sentido de que os cidadãos se sentissem prejudicados e colocados em situações de enorme constrangimento e de prejuízos muitas vezes irreparáveis. O acúmulo de um “apagão”, hoje, outro daqui a dez dias, porém, fez transbordar o copo da paciência. Ninguém mais queria saber de coisa alguma, especialmente depois que o Presidente Lula da Silva, ao invés de marcar prazo para a crise terminar, disse que queria que uma data fosse marcada — no seu estilo muito à la Stalin, de jogar a culpa nos subordinados. O motim do dia 30 apanhou todos os passageiros, no fim da tarde, sem informações, sem dinheiro para passar a noite, sem saber quando poderiam viajar. E nos trouxe a imagem de mães que havia horas levavam suas crianças no colo e a daquela senhora que pretendia embarcar em Brasília para Rondônia, creio, porque seu marido tinha sido assassinado, e teve de ficar presa no aeroporto sem perspectiva alguma de poder aliviar sua dor e prantear a morte do marido junto a seu cadáver. Sem falar do cidadão que enfartou no aeroporto de Curitiba e morreu a caminho do hospital.

É importante reter esse fato: as anteriores “operações padrão” só atingiam o Governo Lula da Silva na medida em que os passageiros que não podia embarcar tendiam a responsabilizar as empresa. Os porta-vozes do governo, aliás, lançaram a população contra elas. No dia 30, porém, a coisa foi diferente criou-se o caos em todo o País, com um agravante: pelo que se viu do noticiário de televisão, não houve quem dissesse aos passageiros que a culpa não era das empresas, mas dos controladores. Esse silêncio, culposo se não doloso nas circunstâncias, aumentou a tensão e fez que passageiros menos calmos agredissem funcionários e depredassem os balcões de empresas.

Foi diante disso, situação criada com sabedoria e montada peça por peça, que o Presidente Lula da Silva mandou negociar, vale dizer, ceder. É lícito supor que teve presente a situação de 1979: comoção nos meios de comunicação (sem censura, lembremo-nos); massa reunida em um estádio de futebol, famílias lamentando a situação de seus chefes em greve etc.. Tudo o que viveu e deve ter-se lembrado.

O clima foi criado e a cena montada: a população com raiva do governo e da situação; comentaristas de TV fazendo, conscientemente ou não, a apologia do motim. Advogados ilustres dizendo que prender um sargento amotinado seria violentar o preceito constitucional que garante o direito de ir e vir. A tragédia não poderia ter sido melhor encenada.

O próximo ato será mais trágico. Não irá comover a opinião pública, a não ser aqueles que se preocupam com o Poder de Estado que não pode recuar. O ato será encenado nas Forças Armadas. Qual o enredo até agora, no que poderíamos dizer terem sido os ensaios (e o ensaio-geral, o do dia 30) de uma grande tragédia?

Primeiro ato: difunde-se pelos canais possíveis a idéia de que as Forças Armadas são desnecessárias enquanto força militar;

Segundo ato: o Governo Lula da Silva continua a política do Governo Fernando Henrique Cardoso sucateando as FFAA e nomeia para ministro da Defesa quem nada tem a ver com os problemas da Pasta e, Lula consule, quem teve ligações com a situação deposta em 1964;

Terceiro ato: o Governo Lula da Silva não aumenta os soldos e cria insatisfação nas Forças, especialmente nos sargentos;

Quarto ato: o acidente com o avião da Gol permite que a “operação 30 de março” comece a ser montada. Difunde-se a idéia de que o controle do espaço aéreo deve ser civil e a de que os salários pagos aos sargentos e seus equivalentes civis são irrisórios (e o salário pagos aos demais sargentos? São bons?);

Quinto ato: a “operação 30 de março” é vitoriosa. Com ela lançam-se as bases para a tragédia principal, que poderá desenrolar-se em um ou mais atos, e que pode ser assim resumida — não entrando na consideração de quem irá controlar o espaço aéreo:

Aumentam-se os salários dos sargentos controladores, mas se mantêm os salários dos sargentos que militam nos quartéis e são os responsáveis primeiros pela disciplina da tropa. O grande motim seguir-se-á a essa situação de desconforto.

Não preciso dizer mais. O quadro está pronto para a grande subversão que será concluída com uma grande negociação, desta feita com Dilma ou talvez com o próprio Lula, que negociou o descrédito da Justiça com um Ministro do Trabalho em 1979.

Reproduzido do site Pensar e Repensar

13 de abr. de 2007

DESORDEM, AGITAÇÃO E ESTÍMULO À LUTA DE CLASSES - por Aluízio Amorim

Se mais de 60 por cento dos brasileiros apóiam o governo de Lula e seus sequazes, não tem cabimento a onda de protestos e invasões da propriedade privada que vem sendo articulada pelos denominados “movimentos sociais”. Afinal, não estão apoiando o governo? Não está bom? Ou estão apoiando justamente por essa incrível liberalidade que garante a instalação da desordem e da violência impune?

Trata-se, evidentemente, da execução do plano petista de criar uma situação de caos. Um bando de agitadores financiados pelo governo açula as massas estimulando-as a invadir propriedades urbanas.

Há injustiça social? Há sim. Aqui no Brasil e em qualquer lugar do mundo. Ocorre que esse problema jamais será equacionado com ações que levam à desordem, à violência e à intimidação.

A diminuição das desigualdades sociais só acontecerá no dia em que o Brasil crescer economicamente. Não existe nenhuma fórmula milagrosa capaz de mitigar as injustiças sociais que não seja através do desenvolvimento. E isto o Brasil não está vendo acontecer, enquanto todas as nações emergentes registram taxas de avanço apreciáveis exibindo recordes históricos de crescimento em função da tranqüilidade da economia internacional.

Menos o Brasil. Vamos para o quinto ano do governo petista e nada acontece. Até agora não houve uma obra de infra-estrutura digna de nota. O crescimento da economia é pífio. A única coisa que cresce no Brasil são os bancos, de um lado e, de outro, episódios de corrupção, desordem, apagões aéreos, sanguessugas, dossiê fajuto, mensalão, dólar na cueca e violência numa proporção alarmante.

Com esse ambiente jamais será possível diminuir as desigualdades. E não será turbinando a desordem e insuflando as pessoas pobres contra o direito de propriedade consagrado na Constituição; espalhando a confusão, o terror e a insegurança que se vai encontrar o caminho adequado para a solução dos graves problemas que afetam a Nação.

O governo tem o dever constitucional de restabelecer a ordem e o respeito à lei e à segurança jurídica. Trata-se de uma insanidade insuflar a luta de classes e culpar a classe média pelo descalabro da gestão do Estado.

Se Lula e seus sequazes desejam resolver o problema fundiário e prover os “sem teto” que vão bater na porta dos banqueiros e dos mega empresários que os apoiaram nas últimas eleições. Ou pensam que as pessoas conscientes, honestas e trabalhadoras que compõe a combalida classe média não sabem das reuniões que a verdadeira elite manteve com Lula no período eleitoral?

Lula e seu governo, mais as elites compostas pelos grandes empresários e banqueiros, são irresponsáveis. Sobretudo quando estimulam ou toleram a guerrilha urbana e rural; ou ainda permitem o motim de controladores de vôo e atribuem à classe média a responsabilidade por esse turbilhão de insanidades!

Pensem bem sobre tudo o que está acontecendo dia após dia, sem que haja uma autoridade sequer, um deputado ou um senador que se levante em defesa do país, vilipendiado de forma vil e debochada.

A verdadeira elite, os endinheirados, estão em suas casamatas, com seus exércitos particulares, com seus aviões e pouco estão se lixando para a população submetida diariamente ao terror do banditismo e, agora, à intranqüilidade promovida pelos tais movimentos sociais, os aparelhos de agitação do PT e, por extensão, do próprio governo.



Ainda quero estar vivo quando a ciência comprovar, pelo aprofundamento nas teorias do grande Darwin, que no processo de evolução pode haver degeneração na formação de cérebros de humanos. Também que ter a satisfação de ver o mapeamento que a ciência haverá de fazer listando o Brasil como o agrupamento humano no qual se encontra o maior número de cérebros degenerados. Já pensei até em imigrar para o Paraguai...hehehe...garanto que é melhor. Isto aqui é o LIXO OCIDENTAL. É UMA GRANDE CLOACA. BRASILEIROS SÃO EM ESMAGADORA MAIORIA, SERES ABJETOS. QUALQUER CHIMPANZÉ DE ZOOLÓGICO É MELHOR DO QUE ESSES BOTOCUDOS QUE CONSEGUEM CAMINHAR COM SÓ COM DUAS PATAS. (anônimo)

Do Apreço ao Novel Ministro da Justiça - Janer Cristaldo

Interrogado sobre quais pensadores mais admira, em entrevista para as Páginas Amarelas de Veja desta semana, o ministro da Justiça, Tarso Genro, respondeu: "Até meus 30 ou 35 anos, eu era admirador de Lenin, que conseguiu introduzir, num país atrasado, princípios políticos e organização política moderna, que, mais tarde, se revelaram como uma Revolução Francesa tardia. Reconheço que, do modelo stalinista, resultou o stalinismo, mas também resultou a formação de um Estado democrático de direito originário das dores desse parto".

Como se o leninismo ou o stalinismo tivessem parido qualquer Estado democrático de direito. A infeliz Rússia, que do tzarismo caiu no comunismo, até hoje nem tem idéia do que seja um Estado democrático. Desmoronado o regime marxista, a Rússia luta hoje não para chegar ao século XXI, mas pelo menos ao XX. E ninguém em sã consciência vai pretender que o regime autocrático de Putin seja uma democracia.

Comunismo, onde quer que tenha ocorrido, significou ditadura, prisão, tortura, matança de milhões, miséria. De lá para cá decorreram 70 anos após as primeiras purgas de Stalin, 58 anos após a affaire Kravchenko, 51 anos após as denúncias de Kruschov no XX Congresso do PCUs, 18 anos após a queda do Muro de Berlim, 16 anos após o desmantelamento da União Soviética. E este senhor ainda ousa afirmar que do modelo stalinista resultou algo positivo! Estamos mal servidos de ministro da Justiça.

O ministro parece estar com sérios problemas de memória. Seus trinta anos ocorreram em 77. Seus 35, em 82. Ora, tenho em mãos uma ode a Lênin de sua lavra, em parceria com seu irmão, Adelmo Genro Filho, intitulada Lenin: coração e mente, datada de 2003, publicada pela Editora Expressão Popular, de São Paulo. (Curioso observar que os irmãos marxistas se apropriam de uma expressão de Nixon a propósito da Guerra do Vietnã para titular seu livro). Nesta ode, em prefácio redigido pelos próprios autores, podemos ler:

"De qualquer forma, os autores convergem num ponto essencial: a vida e a obra de Lênin são imprescindíveis para a compreensão da grande revolução do Século XX e o seu legado é irrenunciável para a formação de um verdadeiro partido revolucionário do proletariado, livre da burocracia e do dogmatismo, que desconfiam da inteligência e condenam a iniciativa; livre do esquematismo e das 'verdades absolutas' que impedem o desenvolvimento revolucionário do marxismo".

Ora, já em 77 há muito se sabia dos métodos terroristas postulados por Lenin. Já em 1905, mais precisamente no dia 11 de abril, em um congresso para a unificação do partido, Lenin pregava o terror em massa e a expropriação de terras dos camponeses. Eram também conhecidas suas ordens de execuções sumárias. Em 1918, ordenou enforcar 100 kulaks e confiscar seus grãos. Ordenou também o massacre da família dos Romanoff, a matança e banimento para a Sibéria de camponeses. Lenin sempre louvou o terror e sempre teve a violência e a ditadura como fixações, a ponto de os mencheviques terem-no declarado como um autêntico renegado do marxismo. Tais fatos não podiam ser ignorados por dois pesquisadores que se debruçaram sobre a vida e obra do terrorista russo.

O ensaio tem pretensões catequéticas, no melhor estilo católico apostólico romano: "Este livro tem um endereço: visa principalmente subsidiar os operários avançados, os estudantes e intelectuais comprometidos com a transformação do mundo e todas aquelas pessoas que lutam por uma sociedade sem classes e sem opressão, a única formada por homens verdadeiramente livres".

Como se uma biografia de Lenin pudesse servir de auxílio a quem quer que queira formar uma sociedade sem classes e sem opressão, formada por homens livres. Nos anos 60, em minha cidadezinha, conheci operários semi-alfabetizados que, iludidos pelas fotos idílicas de revistas como China e Unión Soviética, julgavam que o regime comunista havia construído uma sociedade ideal onde imperavam a igualdade e a justiça. Estes operários acreditavam piamente na causa marxista e por ela lutavam. Eram honestos, mas desinformados. Sem falar que viviam nos 60, quando televisão era luxo e nenhum jornal de porte chegava até Dom Pedrito. (A bem da verdade, mesmo hoje ainda não chegam). Já não é fácil conferir honestidade a um advogado cosmopolita e bem informado, autor de vários livros, quando este senhor pretende que o leninismo possa construir uma sociedade sem classes e sem opressão.

Como o livro foi escrito a quatro mãos e Adelmo Genro morreu em 88, é de supor-se que os textos sejam todos anteriores a essa época. Mas se Tarso os publica em 2003, é porque os considera válidos em 2003. Ou seja, o novel ministro da Justiça, em pleno século XXI, faz a apologia de um dos mais brutais tiranos de inícios do século passado. Em 2003, Tarso tem 56 anos, e não os 30 ou 35 que alega na entrevista de Veja, como idade-limite para cultuar o terror. O ministro da Justiça, há apenas quatro anos, tinha como guru o responsável primeiro pelas grandes matanças do século passado. Pois hoje se sabe que Stalin não foi um desvio do leninismo, mas sua seqüência lógica. Lenin só não matou mais porque teve vida curta no poder. Sobreviveu apenas sete anos à Revolução.

Sempre que ouço relatos de madalenas arrependidas, costumo perguntar quando as madalenas se arrependeram. A primeira denúncia do comunismo surge em 1929, com o livro de viagens Vers l?autre flamme, do escritor romeno de expressão francesa Panaïti Istrati. Viajou com Nikos Kazantzakis, escritor cretense apaixonado pelo comunismo, pela Rússia e demais repúblicas socialistas. Enquanto Kazantzakis só via maravilhas, Istrati só via miséria. "Não se faz omelete sem quebrar ovos", dizia Kazantzakis. "Estou vendo apenas ovos quebrados e nenhuma omelete", objetava Istrati. Após publicar seu livro, Panaïti foi excluído do mundo dos vivos.

Alertas não faltaram ao longo das décadas. Nos anos 30, tivemos as denúncias de André Gide, Albert Camus, Ernesto Sábato, Arthur Koestler, George Orwell, Ignazio Silone e tantos outros que foram crucificados por seus contemporâneos. Em 1949, após a affaire Kravchenko, desfechado pela publicação de Eu escolhi a liberdade, não mais era possível a um homem honesto optar pelo marxismo.

Certo, Tarso nasceu em 47. Mas Tarso é homem que lê. Impossível que não tenha tido notícia destas bibliografias em seus anos de jovem ou de adulto. Eu também nasci em 47. Desde muito cedo, li filosofia marxista. Considerei-a uma resposta por demais rude a meu intelecto. Quando me falavam das maravilhas do paraíso soviético, eu tinha apenas uma singela pergunta: mas se o regime é tão lindo, por que é proibido viajar ao exterior?

Não é possível entender que um homem culto e bem informado preste culto, hoje, a Vladimir Ilitch Ulianov. A menos que não seja culto nem informado. Ou que ainda alimente sonhos de um totalitarismo que pertence ao passado. Qualquer das hipóteses não o recomenda como ministro da Justiça.

12 de abr. de 2007

A ETERNA INTERROGAÇÃO CÓSMICA (???)

A afirmação dos crentes, baseada na lei da causalidade, é: "Deus criou o Universo". Ora, o Universo é a existência. E a esta não pode inexistir. Portanto, não foi criada. Caso contrário, o que existiria? O Nada?

E o que fez Deus antes da criação? Passou todo esse tempo como Deus do Nada? E um dia resolveu Criar? Para quê? Para livrar-se de um imenso e eterno tédio?

Não posso conceber – e ninguém concebe - um limite para o Universo. Ele tem de ser infinito. E eterno. Forçosamente. Ou, se for finito, deverá estar rodeado de um número infinito de outros universos. Porque o infinito é a soma infinita dos finitos. Porque o nada, por definição, não pode existir. O nada é o não-ser. Então, tudo que existe se encontra no Universo, que é o Todo, a essência do Ser, do Existir. E Deus? Como aceitar um ser infinito habitando um espaço finito? Como aceitar dois eternos lado a lado?

Uma coisa pode ser afirmada com absoluta segurança: o Universo existe. O céu do Universo é visível. Basta olhá-lo. O Universo se mostra, e Deus se esconde. Não é mais lógico aceitar uma coisa que se vê do que acreditar noutra que não se vê? Conclusão: o Universo é o que existe. O Universo É. Nunca houve a criação. A própria lei da causalidade exigiria um criador para o criador. E cairíamos na chamada “regressão infinita”...

Tudo sempre existiu. Lavoisier estava certo: - “Nada se cria e nada se perde; tudo se transforma.

Somente a fé sem cogitações pode negar esta lei da Natureza. Mas, por definição, "a fé é a crença naquilo que a razão não aceita.” Em todo caso, para que o exposto não pareça puro materialismo, uma simples superposição de nomes talvez fosse a solução: Deus e o Universo seriam a mesma coisa. Nós, enquanto vivos, seríamos parte consciente desse Todo e, uma vez mortos, voltaríamos a ser poeira de estrelas, de onde viemos. É o fundamento do Panteísmo de Spinoza e de Einstein, o conceito do Deus-Universo, útil para atender aos anseios dos místicos. Assim sendo, se a questão for crer num Deus, só resta este. O outro, o Deus religioso, o Deus criador, o Deus Pai, que pune e que afaga, esse, para mim, não existe. Foi inventado pelo homem para explicar sua ignorância e aplacar seu medo diante do desconhecido. Há muitos anos, desde que alcancei esta compreensão, entrei para a seleta minoria dos descrentes e me tornei um homem livre de tutelas teológicas a tolher a expansão do meu pensamento crítico. E muito mais feliz...

2 de abr. de 2007

SENHOR JESUIS QUER SUA GRANA - por Janer Cristaldo

Por vezes, nas madrugadas, dedico alguns bons minutos aos programas dos pastores evangélicos que inundam a televisão aberta. É prática que recomendo ao leitor. Se as novelas consistem em ficções bobas para agrado de desmiolados, nos programas religiosos não há ficção alguma. É a realidade nua e crua: hábeis comunicadores extorquindo o último centavo de uma massa de crentes analfabetos ou semi-alfabetizados. Há milagres a granel. Pelo simples fato de comparecer ao culto, paralíticas passam a caminhar, ceguinhas passam a ver, cancerosos se curam de câncer, aidéticos se curam de Aids. Expulsam-se também demônios do corpo de endemoniados. Aleluia! Louvado seja o Senhor Jesuis!

Confesso que até hoje não entendi esse “senhor Jesuis”. Talvez seja recurso fonético dos pastores da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) para diferenciar-se das vigarices milenares daqueles outros da ICAR (Igreja Católica Apostólica Romana) , que por sua também exploram o cadáver do Senhor Jesus. Sem o "i". O programa que mais me fascina é aquele da IURD, a vigília dos 318 pastores. São 318 pastores que intercedem ante o Altíssimo pela sua fortuna e prosperidade. E porque 318? Porque no Gênesis lemos:

"Ouvindo, pois, Abrão, que seu irmão estava preso, levou os seus homens treinados, nascidos em sua casa, em número de trezentos e dezoito, e perseguiu os reis até Dã. Dividiu-se contra eles de noite, ele e os seus servos, e os feriu, perseguindo-os até Hobá, que fica à esquerda de Damasco. Assim tornou a trazer todos os bens, e tornou a trazer também a Ló, seu irmão, e os bens dele, e também as mulheres e o povo".

O roteiro é divino. Público alvo, pequenos e médios empresários. De preferência, empresárias. Você tem uma dívida de três milhões de reais? Basta pedir a intercessão dos 318 pastores e dia seguinte você está fora do vermelho e cheio de grana no bolso. Você tem um carro caindo aos pedaços que não lhe dá nenhum prestígio? Freqüente as vigílias e logo o bom Deus lhe dará uma BMW. Os depoimentos se multiplicam e as benesses são sempre as mesmas: prosperidade na empresa, dinheiro na conta corrente, carro novo, casa na praia, jardim e piscina, em suma, todas essas pequenas ambições da pequena burguesia ascendente. A "reportagem" se dá ao luxo de entrevistar os abençoados por Deus no estacionamento do templo. Cada um, cada uma, sentado ao volante de um flamante carro de prestígio. Graças ao Senhor Jesuis!

Perplexo! É como fico. Não se vê um só assento vazio nos templos. Vazia deve ser a vida daquelas quatro ou cinco mil pessoas que lotam cada galpão. Que perdem madrugadas de repouso ou lazer, convivência com a família, para ouvir o bíblico besteirol de um vigarista bem falante. Não por acaso evangélicos e católicos estão agora disputando acirradamente as mentes dos bugres no Brasil. Os criadores de religiões desde há muito sabem que, nos dias atuais, só podem esperar colheita se semearam entre os brutos. Nestes dias em que a Polícia Federal parece ter tomado vergonha e está colocando juízes e desembargadores na cadeia, é difícil entender como os 318 pastores ainda não estão vendo o sol quadrado. Ou será que temos de esperar que a polícia americana ponha estes senhores onde merecem estar?

Não bastasse esta exploração vil dos baixos instintos do povo, que constituem crime óbvio contra a economia popular, um destes senhores, o senador Marcelo Crivella, pastor da IURD, quer agora enfiar a mão no bolso inclusive dos não-crentes. Não bastasse esta corrupção propiciada pela lei Rouanet, que permite o financiamento do teatro, do cinema e agora da literatura pelo contribuinte, o pastor Crivella considera que as religiões estão entre os elementos culturais de uma nação. E apresentou projeto no sentido de que a lei Rouanet passe a despejar abundantes benesses sobre os templos da IURD.

A propósito, o senador e pastor começa a surgir como um dos personagens da operação Hurricane, que está desmantelando a máfia dos bingos e caça-níqueis no país. Íntimo do juiz Ernesto Dória, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, chegou a sugerir-lhe que se candidatasse a "vereador ou deputado pela nossa Igreja", a IURD. Em um dos diálogos grampeados pela Polícia Federal, o ilibado juiz comenta que se Lula vencesse a disputa no Rio, Crivella sairia fortalecido. "Tá colocando 4 milhões e meio de gente, quase 5, pra votar no Lula. Tá uma máfia humana".

Como se algum animal organizasse máfias! O projeto do senador e pastor já foi aprovado pela Comissão de Educação do Senado. A matéria vai a plenário e ainda precisa ser votada na Câmara.


Aos 318 Pastores não assisto. Adoro o Show da Fé com aquele Pilantra do RR Soares.