3 de ago. de 2006

AMEAÇAS DIFUSAS

O General José Benedito de Barros Moreira, comandante da Escola Superior de Guerra (ESG), era um cidadão praticamente anônimo até convidar o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João P. Stédile, para fazer uma palestra sobre reforma agrária para os alunos daquela escola. Se a intensão do General era ganhar notoriedade, seja lá porque motivo fosse, ele conseguiu. Agradou a uns e desagradou a outros. Mas, isto é de se esperar de quem se posiciona - já que quem a todos quer agradar acaba não agradando a ninguém. O General fez suas apostas e o jogo ainda não acabou. O que interessa, entretanto, é que agora o que o Comandante da ESG faz e diz passou a ser notícia, pelo menos por um tempo, quer ele goste disso ou não.

Na semana passada (25/07), o General Benedito de Barros Moreira esteve na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para dar uma palestra para 54 empresários do setor da indústria de materiais de defesa, na abertura de um curso de "Gestão de Recursos de Defesa", que é ministrado pela ESG, fora do âmbito das Forças Armadas e dos ministérios em Brasília.

Para o General Barros Moreira, a transformação da sociedade brasileira depende da implementação de uma profunda reforma legislativa e de uma justiça ágil que priorize o fim da impunidade. Na avaliação do general, essa transformação seria consolidada com investimentos em educação, inserção social e, principalmente, com o aumento da classe média consumidora, "o que resolveria em grande parte o problema da segurança pública". Essa foi uma das coisas que ele disse em sua palestra.

O discurso é conhecido: a pobreza é uma das grandes responsáveis pelos problemas de segurança pública; por isso, o Estado deve promover a educação e a inserção social dos pobres, criando, assim, o crescimento daquilo que se classifica como classe média. Traduzindo: um Estado intervencionista, abdicando de sua responsabilidade embrionária de garantir a segurança dos cidadãos, assume a responsabilidade de distribuir as riquezas produzidas, extorquindo aqueles que trabalham e produzem, através da cobrança de impostos, para promover o crescimento de uma classe média artificial – formada pela decadência dos que são roubados e pela ascensão dos que passam a usufruir de parte daquilo que foi roubado (uma pequena parte, já que “o grosso” mesmo fica com o Estado – com a nomenklatura governante – que cria a necessidade do assistencialismo, iludindo os miseráveis com a figura do salvador que promove a justiça social, para viver, nababescamente, às custas do trabalho de uns e da miserabilidade de outros).

Fim da impunidade? Stédile, convidado pelo próprio General Comandante da ESG a dar palestra naquela escola, é um dos símbolos da impunidade da qual se beneficiam os amigos do poder. O líder nacional do MST já foi processado por ter defendido a invasão de terrenos nas cidades e por fazer acampamentos na porta de supermercados, no Rio de Janeiro, onde pregava uma aliança entre os excluídos do campo e da cidade. Stédile, em diversas oportunidades, definiu como "inimigos" os produtores rurais com mais de 2.000 hectares e convoca os sem-terra a se unirem para tirá-los da terra: "Na luta camponesa, há hoje 23 milhões de pessoas que precisariam ver a terra melhor dividida. Do outro lado, têm 27 mil fazendeiros. Essa é a disputa que tem na nossa sociedade: 23 milhões contra 27 mil. Dá mil trabalhadores rurais contra um. E aqui começa a primeira reflexão. Será que mil conseguem perder para um? É muito difícil. É ou não é? Então o que está faltando para nós? Está faltando para nós juntar os mil para cada mil pegar um".


A coisa aqui tá preta!

El Comandante Fidel Castro está com um (ou dois) pé na cova e estão tramando coisa vermelhas na terra Brazilis.

Alerta Vermelho, literalmente.

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