16 de out. de 2006

Hora de partir para a briga - por RA

Líderes da oposição se reúnem logo mais no gabinete do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), presidente do PSDB, para decidir algumas ações contra o que consideram o uso eleitoral da investigação do dossiê. Reportagem da Veja desta semana (ver abaixo) revela uma operação-abafa — mais uma! — para blindar o presidente Lula. Policiais federais relataram à revista que a dupla da democracia breganeja Freud & Espinoza esteve na carceragem da Polícia Federal em São Paulo para conversar com Gedimar Passos. Gedimar é o meganha que, em depoimentos a dois delegados, relatou que obedecia ordens de Freud Godoy. Na seqüência, na defesa que seus advogados encaminharam ao Tribunal Superior Eleitoral, Gedimar voltou atrás e disse ter sido pressionado a citar o nome do, como dizer?, alter ego de Lula. Na reportagem, fica claro que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, atua nos bastidores, emprestando a sua expertise de criminalista, para afastar do presidente a investigação.

Não vou aqui contar quantas vezes cobrei que as oposições reunissem a imprensa estrangeira e denunciassem o complô. Insisto na tecla desde antes da realização do primeiro turno. A cada hora, uma ação como essa, que está correta, mais fica com cara de desespero de perdedor. Chegou a hora de chamar as coisas pelo nome que elas têm em todo e qualquer foro que acate o debate sobre a democracia e o Estado de Direito. A questão agora não é só prática: tem também um caráter político mais amplo. Se Lula vencer, que seja sob a sombra do desrespeito ao Estado de Direito. Alguns bobalhões dizem que isso é ruim para o país e para a democracia. É nada! Isso é bom. Ruim é ter no governo uma quadrilha de fidalgos que não é alcançada pela Justiça.

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