27 de ago. de 2006

Democracia sem adjetivos - por Profº Orlando Tambosi

A propósito de comentários ao post sobre ideologia, ouso dizer que a democracia não comporta adjetivação. Ela só é adjetivada por movimentos e partidos que lhe são contrários ou pouco apreço têm por ela. E que, em geral, a qualificam como democracia "burguesa", "formal", "substantiva", "socialista", "popular" - ou procuram "reinventá-la." A reinvenção não faz mais que deturpá-la.

Democracia é o sistema de governo que mantém os direitos de liberdade (os liberais, clássicos: liberdade de ir e vir, de expressão, de reunião, de imprensa etc.) e procura expandir os direitos sociais (direito à educação, à saude, à segurança etc.). É coisa difícil de conquistar, mas não de reconhecer onde existe.
Fora disso, só há ditaduras ou formas - mais, ou menos - autoritárias de governo. Autoritários e amantes da ditadura podem, inclusive, ser consagrados nas eleições, que são um instrumento democrático. Direta ou indiretamente, já passaram por alguma forma de eleição personagens como Hitler, Mussolini e Stálin, para não falar no comandante Fidel e seu burlesco discípulo Chávez.

Por tudo isso é que se diz que a democracia é, dentre todos os sistemas de governo, o menos ruim (melhor, vá lá), embora imperfeito e fragilíssimo, justamente porque mantém a porta aberta até para seus inimigos.


Leia ainda Pastores do capeta. Adoro essa escória, no Inferno ou na Cadeia.
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