15 de fev. de 2007

O FLAUTISTA DE HAMELIN - por Ralph J. Hofmann

Jefferson Peres certamente não se vendeu por uma tigela de canja. Nem por uma fortuna fungível. Simplesmente se rendeu a um mundo ilusório, cuja falsidade parecia perceber tão bem. Prefere acreditar no Grande Timoneiro a não acreditar. Como todos, Jefferson Peres, no seu âmago, quer que Lula seja o que parecia ser há dez anos.

O Flautista de Hamelin não atraía as crianças com música. A música fazia os ratos enxergar oceanos de gorgonzola, e quando se jogaram ao mar, pensavam que iam meter as presas num paraíso deste queijo.

A música convencia as crianças de que, seguindo por aquele caminho, encontrariam alcaçuz e pão-de-ló.

Assim o flautista tirava de sua flauta as notas que davam a cada um a perspectiva de obter seu desejo recôndito.

Que música o Grande Flautista Lula terá tocado para Jefferson Peres? Por que Jefferson Peres optou por acreditar? Afinal, o flautista, com suas cestas básicas de farinha e óleo, faz suficientes pessoas crer em peru e champanhe. O próprio Peres alega que preferia que a bolsa família tivesse uma porta de saída.

A música do flautista foi suficiente para que Jefferson Peres esquecesse todos as malfazenças que o presidente não coíbe. Foi o suficiente para que Jefferson Peres não atentasse para o fato de que com a popularidade que tem Lula está capacitado para acabar com boa parte da corrupção do país, pois seu partido e os coligados dependem do seu carisma e não o contrário.

Há uma coincidência na gíria brasileira. Diz tudo. Enquanto nós trabalhamos e pagamos pela fortuna de seu filho, Lula toca flauta. Ri de nós. Nero tocava harpa não? E queimou Roma.


E o Senador disse que renunciaria à vida Pública. É o País do faz-de-conta

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