13 de set. de 2006

Peter Pan e a Fada Sininho - por Ralph J. Hofmann

Dentre todos os países satelitizados pela Rússia nos anos que se sucederam ao fim da segunda Guerra Mundial, incrivelmente Cuba consegue ser o mais persistentemente e consistentemente estúpido.

Hungria, Tchecoslováquia, Iugoslávia e outros souberam reconhecer o momento em que poderiam pôr de lado suas posições extremas. Já na década de sessenta havia Romenos e Húngaros exilados visitando os países de origem. No início dos anos setenta, aristocratas poloneses visitavam suas antigas propriedades como turistas.

Filhos e netos dos emigrados desses países, bem sucedidos em seus novos países, até extremamente ricos depois de anos de trabalho sentiam um vínculo com o torrão natal. Passavam a contribuir para com o desenvolvimento do mesmo muito antes da Glasnost efetivamente sinalizar o fim daquela era.

A própria China deve parte de seu progresso atual aos milionários Chineses emigrados em 1949 que, de suas bases nos Estados Unidos, Canadá, Hong Kong e Taiwan fizeram investimentos e cederam tecnologias.

Mais recentemente, o Vietnã tem se beneficiado de uma facilidade em receber visitas dos egressos em meados dos anos 70 assim como do saudosismo dos milhares de ex-militares americanos que ali serviram entre os anos sessenta e setenta. Pessoas que tinham entre vinte e 25 anos quando lá serviram visitam a cena de seus anos de maior vigor. Resgatam seu passado da mesma maneira que um veterano de 39-45 vista as praias da Normandia. Em suas visitas encontram formas de ajudar o antigo inimigo.

Os cubanos egressos em 1959, em grande maioria não eram adeptos de Fulgêncio Baptista. Receberam os “barbudos’ de braços abertos. Imediatamente após foram traídos. Quase cinqüenta anos depois os cubanos no exílio, por força de sua capacidade de trabalharem como famílias, sua garra em perseguir educação superior representam uma imensa força, tanto intelectual como econômica e, apesar de terem lealdade ao país que os abrigou são uma tribo, representam um povo, não racialmente mas culturalmente.

Mas nada nas atitudes de sua terra de origem lhes leva a fazerem algum investimento no país. A política é assistencialista. Pode-se enviar dinheiro, dólares para os parentes. Mas não há muita segurança em iniciar empreendimentos em Cuba. Cuba continua a ser um grande mendigo. Mendigava da União Soviética e agora mendiga da Venezuela.

Isto considerando-se exemplos como da Iugoslávia dos tempos do Marechal Tito. Tito, despido de ortodoxia mantinha um regime comunista, mas conseguiu ser um dos grandes pontos de atração turística do mundo. Cuba, a 80 km dos “keys” americanos poderia fazer muito mais em menos tempo do que a Iugoslávia dos anos sessenta aos oitenta.

O que mantém esse país nesse estado de pobreza mal disfarçada é apenas o desejo de canonização, o complexo de Joana D’arc do seu líder máximo. Na realidade Fidel Castro não se assemelha apenas a Joana D’arc, a que ouvia vozes. Lembra muito mais o Peter Pan de Barrie. O Menino que se recusa a crescer. Nos seus trinta e picos anos vestiu um traje de combate. Cinqüenta anos depois ainda se recusa a tirá-lo e se dedicar a ser um adulto responsável.

E agora vemos os meninos da “Terra do Nunca-Jamais” (barbudinhos menos o Evo Morales, que por ser índio não tem barba) lutando para também não crescer, liderados pela Fada Sininho venezuelana freneticamente jogando pó de pirlim-pim-pim sobre sua ilha para que não se afunde.

Quarenta e sete anos no poder e o país ainda depende dos pós mágicos dos outros!! Caia na real Cuba! Caia na real Brasil!

...Com autorização do autor - reproduzido do Diego Casagrande

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