29 de ago. de 2006

O Aperto - por Ralph J. Hofmann

Ha poucos dias emergi de 45-60 dias de trabalho intenso frente a um computador. Passei esse tempo sem suficiente exercício, sem tomar suficiente sol, alguns dias sob frio intenso no meu pequeno apartamento de Porto Alegre.

Ao emergir dessa etapa de trabalho mais do que intenso estou entrando em mais um dia de tensão. Tensão que ocorre por cortesia de atitudes irracionais que se estendem por vários governos.

Hoje um de meus filhos, voa para a Europa. Faz parte de uma equipe conjunta Italo-Brasileira que fornecerá apoio científico a um aspecto de um projeto numa universidade. Está partindo com uma semana de antecedência. Esperamos que esse tempo seja o suficiente para que possa passar de Florianópolis a Guarulhos a Schiphol a Roma e a Ancona. Sua passagem custou quase o dobro do que custaria, em Euros, doze meses atrás. E, no que diz respeito ao lado brasileiro nosso outrora eficaz, até pioneiro sistema de reservas e transportes virou uma terra de ninguém com minas terrestres por explodir.

A minha paranóia está a mil. Primeiro o governo Sarney congelou em Merrecas (não me lembro qual a moeda em 1986) o preço das passagens em aviões cujas peças, combustíveis, arrendamentos e outros componentes de custo eram em dólares. Por favor lembrem-se que o Sarney hoje é comensal à mesa do PT.
Surgiram imensos rombos nas finanças aéreas. Alguma s já tinham problemas, mas esse rombo em particular é daqueles que classifico como uma MP negando a "Lei da Gravidade".

Governos posteriores foram processados para a recuperação do rombo. As companhias aéreas ganharam mas não levaram. O governo brasileiro nunca se detém para considerar se está fazendo um bem ou um mal ao contestar uma condenação de ressarcimento a uma empresa. Deve ser o maior empregador de advogados do planeta. O justo que se dane. No Brasil as repartições públicas abrigam cigarras, nunca formigas. Àquelas repartições geridas e operadas por formigas meus pedidos de excursas.

Mas passamos os últimos anos sendo bombardeados com informações sobre o mérito comparativo das empresas novas do mercado aeroviário. Soubemos de sua competência que lhes permitiria cobrar menos que a Varig. Beleza! Macanudo!

Mas finalmente a Varig está reduzida a uma escala muito menor. Os aviões dela fora do ar os assentos estão fazendo falta. A autoridade encarregada da aviação civil e outras autoridades governamentais não se permitiram fazer projeções das conseqüências.

E as novas empresas aéreas de repente elevaram os preços. Hummm??!!! O CADE vai fazer alguma coisa? a Defesa ao Consumidor? Há perfume de "Fleur de Maracutaiah" no ar? Primeiro se reduz os preços. O concorrente fica pelo caminho. Depois se aumenta os preços.

E as multidões esperando no saguão do aeroporto continuam crescendo.

Um brinde à Itapemirim, Penha, Pluma e outras empresas de ônibus com sua linda frota de ônibus novos!

Com autorização do Ralph J. Hofmann

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