6 de ago. de 2006

Celso Daniel, o insepulto cadáver petista

Agosto rima com desgosto. E a rima, pobre mas fatal, paira por sobre os cumpanheiros do PT já lá se vão quase 2 anos. O desgosto irá se acentuar com o andar da carruagem do horário eleitoral, das novas pesquisas de intenção de voto e, é claro, das bobagens reiteradas que escoam em grande quantidade pela boca frouxa do candidato petista.

Tenho absoluta certeza de que o assassinato cruel, frio e encomendado de Celso Daniel será uma bomba de efeito retardado na campanha presidencial. Os detalhes sórdidos, as condições brutais em que se deu, a impressionante seqüência de mortes de personagens envolvidas, o indiscreto trabalho desenvolvido pelo Planalto e a direção petista para embolar as investigações e proteger Gilberto Carvalho e José Dirceu, dentre outros, enfim, a complexidade da trama e a obviedade do crime de mando, apresentados no horário eleitoral irão indignar os brasileiros e piorar, ainda mais, a precariedade que já se vislumbra na candidatura do apedeuta à reeleição.

O Editorial El Ateneo, de Buenos Aires, lançou “Asesinatos políticos en América Latina”, excelente obra do conhecido jornalista argentino Julio A. Sierra, onde, com competência narratória e apurado estilo, historia da morte do presidente equatoriano Eloy Alfaro, em 1912, até as de Somoza, Chico Mendes, Trujillo, João Pessoa e outros próceres de nossa sofrida América. Celso Daniel merece destaque em 17 interessantes páginas.

Embora não atribua ao PT a responsabilidade pela execução do prefeito de Santo André, o respeitado jornalista argentino trata da questão, dedica um bom espaço a Sérgio Gomes da Silva, o “Sombra, e ao esquema de corrupção organizado por ele e seus comparsas petistas na milionária prefeitura do ABC. Sierra, inclusive, tacha o bando como “una organización”.

Bom livro, escrito com apuro e, embora rápido, está longe de ser superficial. Tem o mérito de ter levado a todos os seus milhares de leitores (já tirou várias edições) em todo o mundo de língua hispânica uma das páginas mais lamentáveis da história política brasileira, fruto podre de um partido podre em época que jamais iremos olvidar.


Do Ruy Nogueira

Um comentário:

Blogildo disse...

Valeu pela visita no Blogildo. Tô fuçando seu blog e tô gostando do que leio. Por sinal já vi que temos muitos pontos de vista em comum!

Abraço!
Onildo!