13 de jul. de 2006

Não dá para não acreditar - por Nemerson Lavoura

É uma pena que o Senador Jorge Bornhausen tenha desistido de se recandidatar nas próximas eleições. Ele é um dos poucos políticos que não tem medo de enfrentar as patrulhas esquerdistas da imprensa, falando sempre, e com todas as letras, o que nós gostaríamos de ouvir. Ele já havia expressado nosso sentimento mais profundo ao dizer, referindo-se aos petralhas, que o Brasil deveria se livrar "dessa raça" pelos próximos trinta anos. Agora ele volta a cutucar corajosamente a onça com vara curta ao afirmar que desconfia de que existam ligações entre o PT e o PCC. Que eu saiba, ele foi o único parlamentar que teve a coragem de fazer esta ilação. Aqui nos blogs, entretanto, este é um assunto "antigo".
Como disse o Fabiano no post anterior, nós já publicamos aqui no Resistência muita coisa a este respeito. Inúmeros outros artigos e reportagens sobre este tema foram publicados na imprensa independente e em outros blogs. Acreditamos que está mais do que claro que existem ligações estreitas entre segmentos do PT e o submundo do crime, e que esta relação começou a ficar bastante evidente a partir do assassinato dos prefeitos petistas de Santo André e Campinas, bem como das várias mortes para "queima de arquivo" que se seguiram.
É óbvio que este relacionamento entre o PT e o PCC jamais deixará de ser algo meio nebuloso. O PT não elaborou ou discutiu uma "política de alianças" que incluísse o PCC ou outros grupos criminosos. Nem mesmo elles seriam idiotas a este ponto, muito embora boa parte da esquerda considere os bandidos "companheiros de armas" (apud Joséf Dirceu), rebeldes em luta contra o sistema-capitalista-opressor-neoliberal. Não, apesar da indisfarçável simpatia com que a esquerda trata os criminosos (facilmente verificável em seus artigos e discursos), o contato entre partido e crime organizado se dá de forma sorrateira, envolvendo militantes obscuros do primeiro e membros "semi-legais" do segundo. A escolha de obscuros militantes partidários para atuarem em ações clandestinas ou semi-clandestinas é uma conhecida tradição na esquerda, e não deveria espantar ninguém. Foi assim que começaram os esquemas de roubo e corrupção do PT, tanto nas prefeituras quanto no Governo Federal. Quem era Delúbio Soares - antes de ficar famoso - senão um petista cinzento que foi escolhido a dedo para "arrecadar" dinheiro para o partido, primeiro desviando recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador para a CUT (leia-se PT), depois roubando estatais e extorquindo dinheiro de empresários para o PT?
Quem seriam, no entanto, aqueles representantes da bandidagem que eu chamei de "membros semi-legais do crime organizado"? Eles são pessoas que exercem atividades que possuem uma fachada de legalidade, mas que na verdade são uma extensão dos negócios e do poder dos traficantes. De acordo com uma matéria da Veja reproduzida no blog do Reinaldo Azevedo, um possível exemplo desta "categoria" na cidade de São Paulo são os chefões do "mercado de lotações" (vans em carioquês, peruas em paulistês), muitos deles suspeitos de ligações com o PCC. Conforme a matéria, estes chefões mantinham uma estreita relação com elementos da prefeitura paulistana na gestão de Marta Suplicy.
No Rio de Janeiro nós temos o exemplo dos presidentes das associações de moradores de favelas, que em muitos casos representam mais os traficantes do local do que os moradores. Em alguns casos isto acontece por medo (qual é o morador de favela que vai contrariar o chefão do tráfico?), mas freqüentemente o "líder comunitário" é mesmo um mero capanga dos traficantes. Pois estes "líderes" intimamente associados aos traficantes têm se articulado recentemente em entidades radicais como a CUFA (Central Única das Favelas. Note a semelhança com o nome Central Única dos Trabalhadores - CUT) e o MPF (Movimento Popular das Favelas), ambas altamente influenciadas por idéias muito caras aos movimentos de esquerda atuais - como a da "guerra racial", por exemplo. Nestas entidades, há quem proponha abertamente que se desencadeiem "ações conjuntas" com os traficantes. Um ex-presidente da FAFERJ (Federação das Favelas do RJ, uma associação mais antiga), João Passos, já denunciou o envolvimento de membros da CUFA e do MPF com o tráfico de drogas (leia esta reportagem para saber mais).
Aí estão alguns caminhos que o PT e a esquerda podem usar para, digamos, "estimular" o crime organizado a desencadear ações armadas de cunho terrorista. Mas há ainda outro meio de se fazer "acertos" com os bandidos, um meio que é mais direto e mais rápido caso os marginais possuam um comando minimamente centralizado: os advogados. Basta o governo chamar seu advogado-de-bandido mor, Márcio Thomaz Bastos, homem que ficou multimilionário botando para fora da cadeia os maiores assassinos, traficantes e estupradores do país, e pedir para que ele estabeleça contato com os advogados dos chefões do crime. Caso MTB não os conheça pessoalmente, algum de seus sócios, colegas ou amigos certamente conhecerá. Estabelecido o contato, é só mandar emissários para negociar.
Conspiratório demais? Tem certeza? Esqueça as ideologias, e pense friamente no que já conteceu e no que está acontecendo agora em São Paulo. Timing perfeito com o resultado das últimas pesquisas eleitorais, que mostram uma subida de Geraldo Alckmin. Pense no caso Celso Daniel. Pense nas ações clandestinas e ilegais de Márcio Thomaz Bastos. Pense em todos os crimes do PT que vieram à tona no ano passado. Pense em tudo que a esquerda já foi capaz de fazer, no Brasil e no mundo. Assassinatos. Assaltos a bancos. Tráfico de drogas. Luiz Carlos Prestes, ícone da esquerda nacional, mandou estrangular uma menina de apenas dezesseis anos. Pense nos lemas "progressistas" farsescos das organizações criminosas, como Paz, Liberdade e Justiça. Comando Vermelho. Vermelho. Vermelho.
Etc.
Não, não dá para acreditar que não haja qualquer ligação entre o PT e o PCC. Seria coincidência demais. Nesta conspiração, meus amigos, não há como deixar de acreditar.



O post acima ficou meio longo, e eu acabei deixando de fora alguns aspectos relevantes do tema, como a valiosa contribuição que as "entidades de defesa dos direitos humanos" - todas amplamente dominadas por fervorosos esquerdistas - prestam à "luta" do crime organizado, apoiando suas "reivindicações" e atacando toda e qualquer ação policial (estas entidades talvez sejam um outro caminho para se chegar aos chefões do crime). Aliás, algum "defendor dos direitos humanos" já apareceu para prestar solidariedade às vítimas dos bandidos? Não? Mas eu garanto que eles vão aparecer quando a polícia for atrás dos marginais.


Sim, o PCC tem sua própria agenda, os caras não são meros paus-mandados do PT. Suas ações visam principalmente extrair do governo estadual benefícios para seus chefões. Mas estas ações são feitas em coordenação com "outras instâncias", se vocês me entendem. E a bandidagem sabe que o PT no poder é muito melhor para seus negócios. Lulla reeleito e Mercadante no Palácio dos Bandeirantes seria o Paraíso terrestre para o PCC.

***

E não deixe de dar uma olhadinha no fluxograma do Luciano

Nemerson Lavoura, do Resistência

Nenhum comentário: