17 de fev. de 2006

O INEVITÁVEL

por Ralph J. Hofmann - com autorização do autor - Diego Casagrande
(Cunhado não é parente! – Leonel Brizola)
(Ante o inevitável relaxe e goze. – Autor desconhecido)

Ante a repulsa que despertou até o momento a tentativa de eliminar o fator nepotismo da distribuição de cargos e empregos em vários níveis da administração pública acreditamos seja importante tecer algumas considerações inovadoras, revolucionárias, talvez decisões que façam do Brasil um farol para o mundo quando se trata destas questões.

Ao registrarem suas candidaturas antes das eleições o candidato a cargo público deverá registrar uma lista das pessoas de seu parentesco por consangüinidade ou não, que pretende empregar, assim como o nível salarial pretendido por cada um. Esta lista deverá estar apensa a todo e qualquer material publicitário usado pelo candidato. Haverá um limite numérico de parentes por tipo de cargo ocupado pelo eleito.

Certamente esta lista garantirá uma redução no nepotismo, considerando que os parentes não agraciados terão uma de duas reações. Eliminar outros parentes para que fique vago um cargo ou eliminar o candidato por ser parente ingrato. (Seu filha-da-mãe depois de todos os jantares que filou lá em casa! Tome isso!)

Após a eleição haverá também a quota dos favores a colega. Um certo número definido de cargos para acomodar indicações de colegas com carga nepótica (belo silogismo não?) esgotada deverá ser concedido, contudo à medida que preencher as vagas desta lista o candidato deve indicar o Q.I. (quem indica) e o favor concedido pelo colega.

Evidentemente à primeira vista poderão considerar haver dificuldade em gerir o país com tal carga “nepótica”. Até poderão existir dificuldades em achar lugar para acomodá-los.

Mas num país-continente como o Brasil isto é um problema menor. Basta criar cargos em duas áreas. A FUNAI poderá designar uns 10.000 nepotes para servirem nas Sibérias brasileiras da Região Norte. O Ministério de Minas e Energia poderá designar outros tantos para contar pepitas de ouro e diamantes (com todas as oportunidades de desvio das mesmas), nos garimpos do Norte. O Ministério da Saúde contribuirá adquirindo os remédios e inseticidas pela cotação mais conveniente para estes postos avançados do Império, além de contratar curandeiros do Togo e do Benin para operar os postos de saúde. Acreditamos que a ação das tribos indígenas, periodicamente insatisfeitas com os agentes da FUNAI, óbitos devido à malária e o dengue além de capturas de contrabandistas de pedras preciosas dentre os nepotes pela Polícia Federal reduza em 60% o número de ocupantes deste cargo em um quadriênio.

Acreditamos que em oito anos a sofreguidão por cargos nepotisticamente distribuídos se reduza a um contingente administrável.

Estamos aguardando sugestões para dispositivos similares no judiciário.

Nenhum comentário: