12 de mar. de 2008

A "direita" não tem vez, não, sinhô!!!


Sim, no período em que Primeira Leitura esteve sob o meu comando, foi uma revista conservadora — na Europa ou nos Estados Unidos, teria sido chamada “de direita” sem que isso parecesse uma ofensa. Era a única. Fechou. Tinha uma tiragem de 30 mil exemplares — vendia de 70% a 80% do que imprimia, um resultado e tanto. O site era gigantesco, mas a revista, de fato, era a única “nanica” que defendia a economia de mercado e o primado da lei sobre o supostamente legítimo. Fechou por quê? Porque, como ouvi mais de uma vez em agências, “você sabe, né?, que a sua revista vai na contramão de muita coisa”. De fato, ousava defender o capitalismo, a legalidade, o individualismo, essas bizarrices...

À época do fechamento, um jornalista de esquerda como José Arbex estranhou que “a direita” não se interessasse por Primeira Leitura ou que ela tivesse de fechar por falta de anúncio. Se não me engano, ele até reconhecia que a revista era bem feita no gênero. Afinal, ele sugeria, a gente era uma espécie de fina flor do direitismo. Ora, tudo me parecia lógico e racional: se é para financiar a imprensa “alternativa”, o capitalismo brasileiro prefere posar de “progressista”, né? Sem contar que, por vias sempre tortas, mesmo os nanicos de esquerda acabam sendo financiados é com dinheiro público mesmo.

Nenhum comentário: