6 de jan. de 2008

Proxenetas de si mesmos


O maior prazer do pervertido está na queda de um puro, já observou André Gide. Algo semelhante acontece com os ladrões, com os corruptos, com os venais. Seu esforço permanente consiste em atrair para a lama aqueles que sabem feitos de outra natureza, de outra moral, de outra ética. Como eles têm um preço, como usam o jornalismo que fazem para a chantagem e a extorsão, não compreendem que se possa fazer de modo diferente. Sendo como são — sabujos, vendidos, proxenetas de si mesmos — e estando com a reputação da sarjeta, imaginam que, então, os bem-sucedidos só o são porque cobram um preço ainda maior. Não conseguem entender que a convicção é um patrimônio, um bem muito valorizado. Alguns já chegaram a enganar o grande público; fingiam-se de vestais, embora mandassem a fatura pelo correio. Caíram em desgraça. Levaram o bilhete azul, o pé no traseiro. E agora babam o seu ressentimento.

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