Fabio Grecchi da Tribuna da Imprensa
De um lado, um candidato que aposta no relacionamento intenso com o governo federal a solução de boa parte dos problemas do Estado do Rio. Do outro, uma candidata que assegura que somente resolvendo a questão da violência é que as mazelas serão superadas. De um lado, um candidato que prevê o sétimo céu via plano de governo. Do outro, uma candidata cujo realismo por vezes soa como pessimismo e ceticismo. De um lado, Sérgio Cabral Filho prometendo um futuro róseo, com base em trabalho e esperança. Do outro, Denise Frossard, que pretende partir do zero, mesmo porque seu programa de governo não parece muito bem explicado.
Os dois se enfrentaram ontem à noite, no debate da Rede Globo. E procuraram marcar suas posições: um como a antítese do outro. Denise, aliás, percebeu que se entrasse na exposição de metas e planos administrativos, daria a Cabral o palco que pretendia. Então, partiu logo para a desconstrução do adversário: sob a capa de querer a opinião sobre o segundo emprego dos policiais, colocou em dúvida a honestidade do rival, pois lembrou que o senador justificou a compra da mansão na Costa Verde do Estado como sendo a prestação de um serviço de assessoria.
Da mesma maneira, Denise aproveitou uma pergunta sobre energia nuclear para alfinetar Cabral sobre a privatização da antiga Companhia de Eletricidade do Rio de Janeiro (Cerj), hoje Ampla. Lembrou que o então presidente da Assembléia Legislativa teve imenso interesse na venda a empresa.
A deputada espertamente quis jogar em sua seara, discutindo a questão da violência e colocando Cabral como propositor de idéias mirabolantes, que jamais se concretizarão. A ponto de, na última pergunta do bloco, afirmar que era balela a história de que dois portos, um em Quissamã, outro em São João da Barra, dariam emprego à população local. Denise explicou que o Rio é o maior importador de mão-de-obra exatamente porque não qualifica quem mora aqui.
A candidata foi eficiente ao rotular Cabral como um enganador, que está prometendo demais coisas que não poderá cumprir. Ficou uma dicotomia interessante: Denise, a senhora da realidade; o senador, homem que enxerga as soluções para o Rio panglossianamente. A ponto de ele tachar a deputada como uma figura de "baixo astral". Melhor para ela, que deixou evidente que a resposta para boa parte dos males do Estado passa pelo combate inteligente à violência e ao crime organizado.
Cabral apelou para a decoreba de números, dados e fatos para sustentar suas propostas de governo. Um cérebro fabuloso, capaz de discorrer sobre qualquer assunto do Estado; um conhecedor profundo dos males do carioca e do fluminense. Postura artificial que ficou mais evidente quando Denise sustentou que estava há pouco tempo na política e que somente agora, como candidata ao governo do Estado, conheceu um hospital público. Pode até representar despreparo, mas passa uma imagem mais palatável e mais de acordo com o que pretende o eleitorado, farto de promessas que são realidade apenas na campanha.
De um lado, um candidato que aposta no relacionamento intenso com o governo federal a solução de boa parte dos problemas do Estado do Rio. Do outro, uma candidata que assegura que somente resolvendo a questão da violência é que as mazelas serão superadas. De um lado, um candidato que prevê o sétimo céu via plano de governo. Do outro, uma candidata cujo realismo por vezes soa como pessimismo e ceticismo. De um lado, Sérgio Cabral Filho prometendo um futuro róseo, com base em trabalho e esperança. Do outro, Denise Frossard, que pretende partir do zero, mesmo porque seu programa de governo não parece muito bem explicado.
Os dois se enfrentaram ontem à noite, no debate da Rede Globo. E procuraram marcar suas posições: um como a antítese do outro. Denise, aliás, percebeu que se entrasse na exposição de metas e planos administrativos, daria a Cabral o palco que pretendia. Então, partiu logo para a desconstrução do adversário: sob a capa de querer a opinião sobre o segundo emprego dos policiais, colocou em dúvida a honestidade do rival, pois lembrou que o senador justificou a compra da mansão na Costa Verde do Estado como sendo a prestação de um serviço de assessoria.
Da mesma maneira, Denise aproveitou uma pergunta sobre energia nuclear para alfinetar Cabral sobre a privatização da antiga Companhia de Eletricidade do Rio de Janeiro (Cerj), hoje Ampla. Lembrou que o então presidente da Assembléia Legislativa teve imenso interesse na venda a empresa.
A deputada espertamente quis jogar em sua seara, discutindo a questão da violência e colocando Cabral como propositor de idéias mirabolantes, que jamais se concretizarão. A ponto de, na última pergunta do bloco, afirmar que era balela a história de que dois portos, um em Quissamã, outro em São João da Barra, dariam emprego à população local. Denise explicou que o Rio é o maior importador de mão-de-obra exatamente porque não qualifica quem mora aqui.
A candidata foi eficiente ao rotular Cabral como um enganador, que está prometendo demais coisas que não poderá cumprir. Ficou uma dicotomia interessante: Denise, a senhora da realidade; o senador, homem que enxerga as soluções para o Rio panglossianamente. A ponto de ele tachar a deputada como uma figura de "baixo astral". Melhor para ela, que deixou evidente que a resposta para boa parte dos males do Estado passa pelo combate inteligente à violência e ao crime organizado.
Cabral apelou para a decoreba de números, dados e fatos para sustentar suas propostas de governo. Um cérebro fabuloso, capaz de discorrer sobre qualquer assunto do Estado; um conhecedor profundo dos males do carioca e do fluminense. Postura artificial que ficou mais evidente quando Denise sustentou que estava há pouco tempo na política e que somente agora, como candidata ao governo do Estado, conheceu um hospital público. Pode até representar despreparo, mas passa uma imagem mais palatável e mais de acordo com o que pretende o eleitorado, farto de promessas que são realidade apenas na campanha.
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