27 de mai. de 2006

Nada dá certo neste país

"PÉS DE BARRO"
Com autorização do Ralph J. Hofmann

Agora não é mais apenas o Evo Morales se apropriando de ativos do país. A impunidade fez escola e de repente o Brasil é vítima de uma nova desapropriação, desta vez num golpe desferido pelo homem que deve sua fama a um pesado investimento realizado pelo país.

Durante oito anos o tenente-coronel Pontes viveu nos centros de treinamento e centros de missão da NASA. Adquiriu um conjunto de conhecimentos que nenhum outro brasileiro possui. Depois foi transferido ao programa espacial russo e fez sua viagem histórica ao espaço. Além de ter o conhecimento passou a ter a única vivência prática de qualquer brasileiro no espaço.

Tudo isto não foi gratuito. Custou bem mais do que os US$ 30 – 40 milhões pagos à NASA e aos russos nesse quase nove anos. Sempre terão existido outras pessoas envolvidas indo e vindo dos Estados Unidos e da Rússia recebendo diárias consumindo passagens de avião afora os custos de divulgação publicitária que parecem, acompanhar qualquer atividade governamental no país.

Uma Força Aérea que vive à mingua orgulhosamente viu um de seus oficiais ser ungido herói, enquanto raspava o fundo do cofre para manter o resto da arma em vôo.

Na chegada ao Brasil o Tenente-coronel parecia desde o início dissociar sua imagem de sua arma. Pessoalmente nunca o vi devidamente fardado em nenhuma cerimônia. Estava sempre com seu macacão de astronauta.

Esta semana, pouco mais de um mês após seu retorno do espaço o Tenente-coronel abandona as Forças Armadas, se aposenta e alega que irá ao setor privado. Se as forças armadas desejarem acesso às informações acumuladas por este seu elemento terão de contratá-lo como consultor, presumivelmente a peso de ouro.

Ao ser escolhido para ser o primeiro astronauta brasileiro o Tenente-coronel sabia que estava deixando de ser um oficial de linha para ser um perito. Abriu mão de altos comandos na estrutura militar, que, justamente quando estivesse entre major e coronel, demandariam estudos especiais de comando e estado-maior para perseguir um sonho no mundo da ciência, que demandava estudos fora da área de tática, estratégia e logística.

Mas entendia-se que os conhecimentos adquiridos estavam à disposição do país, não do Tenente-coronel.

Em lugar disto, ao que parece o país recebeu de volta uma caixa preta com pés de barro.

-----------------

Nosso VAMPIRO, o BENTO CARNEIRO, um maltrapilho bem ao contrário do seu congênere transilvânico.

Nosso ASTRONAUTA, ou melhor, o do Apedeuta, seguiu à risca os ensimentos de seu presimente.


Somos um país de ladrões

3 comentários:

Andre Senna Duarte disse...

A verdade é a seguinte meu colega: perdemos... triste falar isso. mas é a verdade.
Abraços
Gostaria de trocar links?
http://zigue-zagueando.blogspot.com/

Anônimo disse...

Estou aqui para convidá-lo a conhecer meu espaço: mundofractal.zip.net Comentários e reflexões sobre as situações hoje vividas. Um pouco de tudo que nos rodeia. De uma passada lá e deixe sua marca.

Anônimo disse...

Olá Steve, bom dia.
Para mim, isso é ilegal. Não conheço as normas das FAA, mas sou funcionária pública e sei muito bem que uma atitude dessa é proibida para os civis.
Somente neste epoca de lassidão moral e falta de vergonha é que uma coisa dessas pode ser aceita assim.

Beijos