18 de abr. de 2006

UMA GAIOLA DOURADA - por Ralph J. Hofmann

Consta que nosso Chefe de Estado Lula deseja convocar outra vaquinha de empresários para providenciar a recuperação de mais um dos prédios arquitetonicamente importantes de Brasília.

Seja qual for tal prédio, estou aqui alertando os Srs. Jorge Gerdau e amigos que há uma obra urgente, muito mais urgente, que os mesmos poderiam e deveriam patrocinar para o bem do país e o progresso futuro do mesmo. Creio piamente que esta obra desencadearia toda uma maré de bem estar e progresso para o país. Seria um verdadeiro divisor de águas.

Essa obra é um presídio de segurança máxima com alto nível de comodidade. Essa prisão seria para prisioneiros não-reincidentes condenados por crimes de colarinho branco, ou prisioneiros condenados por crimes cometidos enquanto ocupantes de cargos de confiança a nível federal, estadual ou municipal. Trata-se de um conjunto de edificações com bloqueadores de sinais de celular inclusive via satélite, cujos computadores não tenham acesso a redes externas, com amplas bibliotecas, cursos de aperfeiçoamento, capela ecumênica, quadras de tênis, basquete, futebol de salão e suíço, lavanderias modernas, catres de boa qualidade, uniformes claramente marcados como sendo de apenados, contudo de boa qualidade, uma biblioteca que inclua as principais publicações semanais do país. Quando da condenação destes prisioneiros seria incluída uma multa que cobrisse o custo da manutenção nessa instituição, digamos, apenas para fins de referência, do nível de R$ 100,00 por dia. Um apenado condenado a 5 anos teria de efetuar o depósito de cerca de R$ 20.000,00 quando de seu ingresso, para cobrir sua manutenção. Haveria cursos obrigatórios de moral e cívica assim como de reeducação para o patriotismo, de pelo menos 18 horas semanais que seriam ministrados por bons professores por rede TV. Esses cursos implicariam em provas baseado em leituras obrigatórias, entre as quais obras como as de Hélio Jaguaribe e Millor Fernandes. O custo destes cursos seria pago pelos próprios apenados à base de R$ 5.000,00 ao ano pagáveis com empréstimos estudantis a pagar após o cumprimento de pena, porém com assinatura de promissórias.

A criação de penitenciárias modelo nestes moldes, conhecidas nos Estados Unidos por “Country Club Prisons”, devido ao coração mole da maioria dos jurados brasileiros. O jurado brasileiro fica com peninha do malfeitor. Vê aquele sujeito de cara lavada, parecido com um tio bem-amado e temeroso de enfiá-lo no xadrez comum, desumano e perigoso, no meio de estupradores, degoladores e outros facínoras acaba absolvendo-o ou condenando-o a uma pena que de forma alguma serve de lição aos que não foram pegos ainda.


Será muito melhor para o futuro do país que haja condenações por muitos anos, sem sursis imediato, com uma redução dos descontos por bom comportamento ou serviços espúrios, do que enviar uma mensagem de pouco pulso às pessoas que estarão ingressando na política ou que vierem a ocupar cargos de confiança nos anos futuros.

Além disto, se estes apenados forem misturados com a população geral das prisões, assim como no passado os prisioneiros políticos ensinaram aos bandidos comuns como se organizar em quadrilhas mais eficazes, como o “Comando Vermelho”, desta vez poderão instruir os bandidos nas finas artes dos crimes de colarinho branco, assim queimando etapas no aculturamento do banditismo nacional.

Cinco anos de condenação, bem cumpridos numa prisão rigorosa, mas decente, farão mais pela redução do custo-Brasil do que meses de prisão num poleiro de uma das atuais prisões. Outrossim, seria um modelo para a melhoria futura das prisões normais deste país.

Ante a situação atual e o ânimo do país, creio que a aprovação de leis que permitam instituir tais prisões possa ser aprovada pelo congresso a toque de caixa, ante o grande número de candidatos a celas nas mesmas que se encontra ocupando cargos eletivos, e que possivelmente não se reelegerá. .

Possivelmente as companhias de seguros possam vender apólices para cobrir os custos de internação dos mesmos, caso condenados em algum momento.

Em tempo. Deverão ser especificados colchões e roupas de cama com material retardante a chamas.

Com autorização do autor

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