11 de fev. de 2006

POPULISTAS RACISTAS

por Rodrigo Constantino, com autorização do autor - Diego Casagrande

O governo tenta arrombar a porta de entrada das universidades através do peso da lei, instituindo o absurdo regime de cotas. A meritocracia não mais importa, assim como o princípio de isonomia constitucional. Para se conseguir alguns votos a mais, vale tudo. Afinal, privilégios concentram benefícios e dispersam os custos, receita fantástica para os populistas de plantão.

Existem infinitos argumentos lógicos e empíricos para contestar as ações afirmativas. Thomas Sowell, da Universidade de Chicago, focou com mestria no lado experimental, mostrando em seu livro Ação Afirmativa ao Redor do Mundo, vários resultados nefastos dessas medidas, incluindo o acirramento da tensão entre grupos que levou até a uma guerra civil no Sri Lanka.

As cotas representam a fomentação do racismo. O grande líder negro Martin Luther King, em seu famoso discurso "My Dream", deixa claro que gostaria de viver em um mundo onde seus filhos fossem julgados não pela cor da pele, mas pelo conteúdo do caráter. É justamente o que o regime de cotas não faz. Ao priorizar critérios como cor da pele, "raça" ou mesmo renda, ele anula os verdadeiros valores de um indivíduo, que tornam essas outras características totalmente irrelevantes ou secundárias.

Essa demagogia toda não passa de uma fábrica de mediocridade. O governo reconhece sua total incapacidade de investir no ensino básico, e prefere atacar o efeito em vez da causa. Assim, teremos diplomados despreparados, e uma tamanha injustiça no sistema que irá alimentar a revolta entre os indivíduos. Qual será o próximo passo? Criar cotas de 50% para o emprego também? É o assassinato do livre mercado, da justa concorrência, necessária para o incremento da produtividade econômica. Seremos como Cuba, com taxistas engenheiros ou mesmo prostitutas formadas.

Falam em "dívida histórica", mas isso é apenas fruto de um ranço coletivista. Ora, onde um branco hoje pode ser culpado pela escravidão no passado? Não é com uma nova escravidão que vamos remediar a escravidão passada. Nem mesmo um filho herda a dívida de um pai. Por que então inocentes hoje iriam herdar uma dívida de desconhecidos de um longínquo passado? Não faz sentido algum. E os políticos e defensores de cotas sabem disso, no fundo. Mas apelam para tal retórica sensacionalista objetivando interesses pérfidos.

Não há justificativa alguma para o regime de cotas. Ele é racista, ineficiente, perigoso e imoral. Além de inconstitucional, é claro. Estamos diante de uma política claramente populista e racista. Qualquer brasileiro sensato deveria ter medo do rumo que o país está tomando. O futuro irá cobrar um elevado preço por esta demagogia podre. A liberdade individual encontra-se ameaçada, mais que nunca. Chega desses populistas racistas!

Do Blog: O que vale mesmo, é Mérito e Talento.

Um comentário:

Anônimo disse...

Propostas como as cotas raciais nas Universidades Federais e o Estatuto da Igualdade Racial, deveriam ser objeto de um aprofundamento dos debates e não aprovados de afogadilho em ano eleitoral. Por envolver questões raciais e inclusão social, não pode-se adotar sistemas que venham a acirrar o preconceito e o racismo que são fortes em nosso País. Deveriam buscar alinhar-se com ações positivas que já são tomadas no sentido da qualificação e auto-estima da população a ser beneficiada. As obrigatoriedades, impostas, poderão, ao contrário do alinhamento com a excelência no trato dessas questões, provocar o efeito inverso, qual seja, mais exclusão. Embora acredite que o mérito só pode ser obtido com as oportunidades reais de inclusão, não deve-se contribuir para o erguimento de mais barreiras. No caso, esses diplomas, assim postos, não lograrão atingir os fins a que se propuseram.