17 de fev. de 2006

A Cura Capitalista

por Rodrigo Constantino, com autorização - Diego Casagrande

“It is not from the benevolence of the butcher, the brewer, or the baker, that we expect our dinner, but from their regard to their own interest…”(Adam Smith)

Muitas pessoas observam os avanços medicinais da humanidade e não entendem o que possibilitou tamanho progresso. Há poucos séculos atrás, a população na Terra não conseguia ultrapassar a marca de 2 bilhões de habitantes, que tinham uma expectativa média de vida bastante inferior a atual. Crianças morriam como moscas, e doenças hoje tidas como banais ainda levavam muitos para o cemitério. Muito melhorou, e ainda vai melhorar bem mais. Nada disso é possível pela reza dos crentes ou pelos desejos dos românticos, mas sim pela lógica capitalista.

O acúmulo de capital e a incessante busca por lucro é que permitiram tanto avanço na área medicinal, assim como na tecnológica. Os laboratórios farmacêuticos, com acionistas objetivando o lucro, e competindo em um ambiente de livre mercado, com garantia de direito de propriedade, criaram o grosso desse avanço. Não é preciso muito esforço para enxergar isso. Basta ir a uma farmácia e pesquisar a lista de remédios existentes, checando seus respectivos produtores. Não veremos lá seitas religiosas, tampouco o carimbo de governos socialistas. Teremos uma lista como Pfizer, Merck, Eli Lilly, Novartis, GlaxoSmithKline etc. Todos laboratórios em busca do lucro, atuando em países capitalistas.

Sei que não falo absolutamente nada novo ou espantoso. Pelo contrário, é até evidente demais. Logo, o espantoso mesmo é a quantidade de gente que ignora isso. São os românticos que criam um falso dilema, entre o lucro e as vidas a serem salvas, como se não fosse justamente a busca do lucro que tivesse salvo tantas vidas. Ou os que odeiam patologicamente o livre mercado e pregam sempre mais controle estatal, como se a URSS tivesse trazido grandes avanços para a humanidade. Não creio que uma dor de cabeça possa ser combatida com um fuzil AK-47. Se bem que pela lógica comunista até pode, com um tiro na nuca. Mas com certeza não será uma cura adotada voluntariamente, como ocorre nas trocas livres entre consumidores e laboratórios.

Como exemplo do sucesso capitalista no negócio medicinal, temos agora que o Viagra foi o remédio mais vendido no Brasil em 2005, com cerca de 700 mil comprimidos por mês. Vários consumidores agradecem a constante busca de lucratividade da Pfizer, que hoje possibilita a ereção de muitos que sofriam de impotência. Tal cura não é milagrosa, no sentido de cair do céu, e muito menos depende de um decreto estatal. É fruto de pesados investimentos em pesquisa por parte da Pfizer, que precisa competir com vários concorrentes no mercado. Os investimentos em P&D da Pfizer passam dos US$ 7 bilhões por ano, mais que o dobro do que a empresa gasta em adição de máquinas e equipamentos. Ela compete no ramo das idéias, do capital intelectual, e sabe que as curas demandadas, que trarão excelentes retornos aos seus acionistas, custam caro. Mas compensam, por sorte dos consumidores.

A Pfizer gera um lucro em torno de US$ 10 bilhões por ano, com receita acima de US$ 50 bilhões. Desta forma, pode atender aos anseios dos clientes, emprega cerca de 115 mil funcionários, paga pesados impostos e ainda vale quase US$ 200 bilhões na bolsa, para a alegria dos seus milhares de acionistas. Eis a beleza da lógica capitalista. Não deixa de ser um milagre!

Do Blog: Socialismo, Comunismo, Esquerda, Centro-Esquerda, Meia-Esquerda. Tudo dá no mesmo. É pura porcaria.

O INEVITÁVEL

por Ralph J. Hofmann - com autorização do autor - Diego Casagrande
(Cunhado não é parente! – Leonel Brizola)
(Ante o inevitável relaxe e goze. – Autor desconhecido)

Ante a repulsa que despertou até o momento a tentativa de eliminar o fator nepotismo da distribuição de cargos e empregos em vários níveis da administração pública acreditamos seja importante tecer algumas considerações inovadoras, revolucionárias, talvez decisões que façam do Brasil um farol para o mundo quando se trata destas questões.

Ao registrarem suas candidaturas antes das eleições o candidato a cargo público deverá registrar uma lista das pessoas de seu parentesco por consangüinidade ou não, que pretende empregar, assim como o nível salarial pretendido por cada um. Esta lista deverá estar apensa a todo e qualquer material publicitário usado pelo candidato. Haverá um limite numérico de parentes por tipo de cargo ocupado pelo eleito.

Certamente esta lista garantirá uma redução no nepotismo, considerando que os parentes não agraciados terão uma de duas reações. Eliminar outros parentes para que fique vago um cargo ou eliminar o candidato por ser parente ingrato. (Seu filha-da-mãe depois de todos os jantares que filou lá em casa! Tome isso!)

Após a eleição haverá também a quota dos favores a colega. Um certo número definido de cargos para acomodar indicações de colegas com carga nepótica (belo silogismo não?) esgotada deverá ser concedido, contudo à medida que preencher as vagas desta lista o candidato deve indicar o Q.I. (quem indica) e o favor concedido pelo colega.

Evidentemente à primeira vista poderão considerar haver dificuldade em gerir o país com tal carga “nepótica”. Até poderão existir dificuldades em achar lugar para acomodá-los.

Mas num país-continente como o Brasil isto é um problema menor. Basta criar cargos em duas áreas. A FUNAI poderá designar uns 10.000 nepotes para servirem nas Sibérias brasileiras da Região Norte. O Ministério de Minas e Energia poderá designar outros tantos para contar pepitas de ouro e diamantes (com todas as oportunidades de desvio das mesmas), nos garimpos do Norte. O Ministério da Saúde contribuirá adquirindo os remédios e inseticidas pela cotação mais conveniente para estes postos avançados do Império, além de contratar curandeiros do Togo e do Benin para operar os postos de saúde. Acreditamos que a ação das tribos indígenas, periodicamente insatisfeitas com os agentes da FUNAI, óbitos devido à malária e o dengue além de capturas de contrabandistas de pedras preciosas dentre os nepotes pela Polícia Federal reduza em 60% o número de ocupantes deste cargo em um quadriênio.

Acreditamos que em oito anos a sofreguidão por cargos nepotisticamente distribuídos se reduza a um contingente administrável.

Estamos aguardando sugestões para dispositivos similares no judiciário.

Titãs vão atacar políticos “corruptos” em show dos Stones

19h04 — A crise do mensalão não estará de fora do show dos Rolling Stones neste sábado, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. O grupo paulista Titãs, que fará um dos shows de abertura para a banda inglesa, promete tocar Vossa Excelência, única música composta no ano passado em referência clara ao escândalo que sacudiu o governo e o Congresso. “Nem sei como vai ser lá em Copacabana. Acho que vai dar pra ouvir em Brasília”, disse o guitarrista Tony Bellotto, em entrevista ao site Congresso em Foco. A música foi composta pela banda logo quando as denúncias de compra de parlamentares estouraram. “Não conseguimos ficar sem reação, não tínhamos como ficar parados diante de tanta indignação”, disse Bellotto. Na letra de Vossa Excelência não há menção a nenhum político específico. “Não estamos dizendo que todo político é ladrão, todo político é corrupto. Você pode notar que os xingamentos são no singular: ‘Corrupto’, ‘ladrão’. Isso porque nos referimos a políticos individuais, a quem efetivamente roubou, enganou o povo”, explicou o músico. Mas Bellotto não esconde a decepção com o presidente Lula. “Pra mim, o Lula não é mais o mesmo. Acho que ele tinha uma postura quando era de oposição e foi obrigado a adotar uma outra postura na Presidência, por força de várias circunstâncias. Sempre gostei muito dele e acho que toda essa lama não destrói o cara brilhante que ele era, que ele é. Mas ele deixou a desejar com essa atitude dele”, argumentou.
Fonte: Primeira Leitura

Desembargadora avisa: demito parentes e contrato amigos

18h18 – Vem de Alagoas as reações mais pesadas à medida antinepotismo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Nesta quinta-feira, 150 parentes de desembargadores e juízes foram demitidos de Tribunal de Justiça (TJ) do Estado, mas a estimativa é de que o total de parentes contratados chegue a 400. A vice-presidente do TJ, desembargadora Elizabete Carvalho não teve problema em admitir publicamente que vai demitir dez pessoas de sua família e substituí-las por amigos. “Eu tenho dez pessoas nessa situação. Então vou tirar pessoas da minha família, que são pessoas da minha confiança, e colocarei pessoas amigas, mas que sejam dignas e honestas. Porque, evidentemente, que inimigo é que eu não vou colocar”, avisou.

Do Blog: Moro em outro Estado, distante da Desembargadora, mas sabe como é que é, aqui é Brasil. Ela pode pedir a um colega seu, de meu Estado. ...Comentei sobre alguma bandalheira em um post anterior. Tudo normal.